Após se formar na Universidade de Waikato em 2001, Ardern começou sua carreira trabalhando como pesquisadora no gabinete da Primeira-MinistraHelen Clark. Mais tarde, trabalhou no Reino Unido como assessora do Primeiro-MinistroTony Blair e, em 2008, foi eleita Presidente daUnião Internacional da Juventude Socialista.
Ardern foi eleita para oParlamento da Nova Zelândia em 2008, através da lista partidária, e em 2017 passou a representar o distrito de Mount Albert. Neste mesmo ano, foi escolhida por unanimidade como Vice-Líder do Partido Trabalhista na sequência da renúncia de Annette King.[2][3][4]
O Líder trabalhista Andrew Little renunciou em 1 de agosto de 2017 devido a baixa histórica que seu partido estava tendo nas pesquisas, e foi sucedido por Ardern.[5] Sob a sua liderança, o partido superou nas pesquisas seu maior rival, oPartido Nacional, pela primeira vez em doze anos.
Na eleição geral que ocorreu em 23 de setembro de 2017, os trabalhistas ganharam 46 assentos, aumentando sua bancada em 14 membros, mas sendo superados pelo Partido Nacional, que ganhou 56 cadeiras, não conseguindo atingir a maioria de 61 deputados.
Em 19 de outubro, Winston Peters, doNova Zelândia Primeiro, anunciou que estaria formando um governo com os Trabalhistas e osVerdes, fazendo de Ardern a próxima Primeira-Ministra.[6][7][8]
Em 15 de março de 2019,51 pessoas foram mortas a tiros e 49 feridas em duas mesquitas em Christchurch. Em um comunicado transmitido pela televisão, Ardern ofereceu condolências e afirmou que os tiroteios foram executados por suspeitos com "visões extremistas" que não têm lugar na Nova Zelândia ou em qualquer outro lugar do mundo.[9]
Anunciando um período de luto nacional, ela também viajou paraChristchurch para encontrar as famílias das vítimas. Em um discurso no Parlamento, ela declarou que nunca diria o nome do atirador: "Fale os nomes daqueles que perdemos em vez do nome do homem que os levou. Ele é um terrorista. Ele é um criminoso. Ele é um extremista. Mas ele vai, quando eu falar, ser alguém sem nome."[10]
Ardern recebeu elogios internacionais por sua resposta aos tiroteios, e uma fotografia dela abraçando um membro da comunidade muçulmana de Christchurch com a palavra "paz" em inglês e árabe foi projetada noBurj Khalifa, o edifício mais alto do mundo.[9]
Em resposta aos tiroteios, Ardern anunciou a intenção de seu governo de introduzir regulamentos mais rígidos sobre armas de fogo, tendo oParlamento da Nova Zelândia aprovado por ampla maioria, em 10 de abril de 2019, uma lei que proíbe para banir armas semiautomáticas e fuzis de assalto.[9]
Em 19 de março de 2020, a Nova Zelândia anunciou o fechamento das fronteiras para todos os estrangeiros, com exceção daqueles com cidadania, residentes ou com parentes próximos.[11]
Em 9 de abril, foi anunciado que qualquer pessoa que entrasse no país deveria passar por um confinamento obrigatório de 14 dias, em instalações oferecidas pelo governo.[11]
Em 23 de março de 2020, a primeira-ministra anunciou umaquarentena obrigatória nacional que excluiria apenas empresas de segmentos essenciais. Nesse momento, o país contava com 102 casos e nenhuma morte.[11]
A partir de 9 de abril, foi iniciado o relaxamento gradual das medidas, conforme a curva de casos foi diminuindo.[11]
A Nova Zelândia implementou testagens em massa, tendo realizado cerca de 300 mil testes decovid até junho de 2020 o equivalente a 6% da população do país.[11]
Também foi realizado uma ampla operação de rastreamento de contatos, mapeando, isolando e testando as pessoas que tiveram contato com alguém com suspeita de ter contraído o vírus.[11]
Não foram registradas mortes entre junho e setembro de 2020 e entre outubro de 2020 e fevereiro de 2021. Até abril de 2021, o país havia registrado 2.555 casos e 26 mortes.[11]
Em outubro de 2020, ela foireeleita, por uma grande margem, para um novo mandato como chefe de governo. Ardern gozava de alta popularidade no período do pleito, atribuído principalmente a como ela lidou com apandemia de COVID-19 no seu país, adotando políticas majoritariamente apoiadas por especialistas, como quarentenas edistanciamento social.[12][13][14]
O Partido Trabalhista de Jacinda Ardern conquistou 64 dos 120 assentos do Parlamento da Nova Zelândia, obtendo a maioria absoluta das cadeiras, sendo a maior vitória do partido em quase meio século.[15]
Em 19 de janeiro de 2023, no retiro de verão do Partido Trabalhista, Ardern anunciou que renunciaria ao cargo de líder do partido e primeira-ministra em 7 de fevereiro e deixaria o Parlamento nas eleições de 2023. Ela citou o desejo de passar mais tempo com o parceiro e a filha e a incapacidade de se comprometer por mais quatro anos.[16][17]
Ideologicamente, Ardern se descreve como umasocial-democrata eprogressista.[18] Apoiadora domovimento operário, oposta a cortes de impostos para pessoas de alta renda, apoia umestado de bem-estar social que fornece uma rede de segurança para "aqueles incapazes de se sustentar", e advoga pelocasamento homoafetivo e a liberalização do aborto.[19][20] Foi a mulher mais jovem a assumir o cargo de primeira-ministra na história, aos 37 anos; e a terceira mulher a assumir o cargo em seu país.[21]
Anunciou sua gravidez em janeiro de 2018, conciliando a gestação com o cargo. A primeira-ministra deu à luz uma menina no dia 21 de junho de 2018, entrando em uma licença-maternidade de seis semanas.
A última vez em que uma chefe de governo teve uma gravidez no cargo ocorreu no mandato da primeira-ministraBenazir Bhutto, noPaquistão, em 1990.[21]
Em 25 de setembro de 2018, a primeira-ministra assistiu uma cúpula naAssembleia Geral da ONU ao lado de sua filha de 3 meses, protagonizando uma imagem que repercutiu nas redes sociais.[22]
Em 2023, Jacinda Ardern foi reconhecida pela forma como liderou aNova Zelândia na pandemia de Covid 19 e durante a erupção vulcânica naIlha Branca e o ataque terrorista a duas mesquitas, recebendo a segunda maior honraria do país, aDame Grand Companion.[23]