
Ointerior deMinas Gerais, ouinterior mineiro, é a região que abrange todo oestadobrasileiro supracitado, que pertence àRegião Sudeste do país, exceto aRegião Metropolitana de Belo Horizonte.[1] Segundo oInstituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população da unidade federativa excluindo a região metropolitana de sua capital, em 2010, era de 14 776 021 habitantes, ou seja, 75% de todo o estado.[2][3]
O povoamento do atual estado teve início após a descoberta de ouro, no final do século XVII, cuja extração trouxe riqueza e desenvolvimento para a entãoprovíncia e proporcionou um crescimento econômico e cultural concentrado nos núcleos urbanos da região mineradora, como na Vila Ribeirão do Carmo (atualMariana), Vila Rica (Ouro Preto) e Vila Real de Nossa Senhora da Conceição de Sabará (Sabará).[4][5] No entanto, a escassez do metal proporcionou a emigração da população para outras regiões mineiras entre os séculos XVIII e XIX. Na esperança de se ter uma articulação entre todo o estado, é criada uma novacapital,Belo Horizonte, em 1897.[6][7]
Na década de 1940, o interior mineiro é beneficiado com a construção de váriasusinas hidroelétricas e milhares de quilômetros de rodovias, além de investimentos no setor industrial, impulsionando o desenvolvimento sócio-econômico.[7] Destaca-se por possuir um conjunto cultural muito rico, inclusive com vários sotaques próprios e diferentes daquele da cidade de Belo Horizonte.[8] Suas cidades mais populosas são:Uberlândia,Juiz de Fora,Montes Claros,Uberaba,Governador Valadares,Ipatinga,Sete Lagoas eDivinópolis.[2]

Aextração do ouro trouxe riqueza e desenvolvimento para a entãoprovíncia, proporcionando seu desenvolvimento econômico e cultural a partir do século XVII.Entradas e bandeiras eram realizadas por todo o território com objetivo de obter riquezas e capturarescravos.[4][9] As primeirascidades do estado (Vila Ribeirão do Carmo (atualMariana, criada em 8 de abril de 1711), Vila Rica (atualOuro Preto, em 8 de julho) e Vila Real de Nossa Senhora da Conceição de Sabará (atualSabará, em 17 de julho) tiveram seu desenvolvimento baseado na extração do metal a partir de 1695,[4][5] sendo Vila Rica acapital entre 1721 e o final do século XIX.[6]
A maior parte dos núcleos urbanos se encontrava nas proximidades da região mineradora. No entanto, após a escassez do ouro, entre os séculos XVIII e XIX, houve aemigração de grande parte da população. Os desbravadores passaram a criar novas fazendas por outras regiões do atual estado e nazona rural, erguendocapelas onde, posteriormente, surgiriam arraiais e vilas.[10] Um novociclo (o docafé) novamente traria, a Minas, projeção nacional. O fim do ciclo do café levaria ao processo deindustrialização relativamente tardio. Olucro gerado pela cultura cafeeira, no entanto, era em parte destinado aos portos de exportação nos estados vizinhos e, após ofim da escravidão, não houve a transição direta para o trabalho livre eassalariado nas lavouras, reduzindo a circulaçãomonetária no estado. Também havia uma desarticulação entre as regiões do estado, que tinham mais relações econômicas com os estados vizinhos, levando à criação de uma novacapital,Belo Horizonte, em 1897.[7]
Eram poucas as exceções ao atraso industrial, como a cidade deJuiz de Fora, que, por algum tempo, foi beneficiada pela cultura cafeeira aliada à proximidade com oRio de Janeiro.[11] No final dadécada de 1940, uma série de transformações visaram a sanar os problemas que barravam o desenvolvimento mineiro, principalmente durante o período do mandato deJuscelino Kubitschek como governador epresidente da república. Foram construídas váriasusinas hidroelétricas e milhares de quilômetros derodovias.[7]
Segundo dados do censo demográfico doInstituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizado no ano de 2010, a população da unidade federativa excluindo a região metropolitana de sua capital, era de 14 776 021 habitantes, ou seja, 75% de todo o estado.[2][3] Abaixo, os 20 municípios mais populosos do interior do estado:
| Cidades mais populosas dointerior de Minas Gerais (censo demográfico doIBGE de 2022)[12] | |||||||||||
|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
Uberlândia Juiz de Fora | |||||||||||
| Posição | Localidade | Pop. | Posição | Localidade | Pop. | ||||||
| 1 | Uberlândia | 713 224 | 11 | Pouso Alegre | 152 217 | ||||||
| 2 | Juiz de Fora | 540 756 | 12 | Teófilo Otoni | 137 418 | ||||||
| 3 | Montes Claros | 414 240 | 13 | Varginha | 136 467 | ||||||
| 4 | Uberaba | 337 836 | 14 | Conselheiro Lafaiete | 131 621 | ||||||
| 5 | Governador Valadares | 257 171 | 15 | Barbacena | 125 317 | ||||||
| 6 | Divinópolis | 231 091 | 16 | Araguari | 117 808 | ||||||
| 7 | Ipatinga | 227 731 | 17 | Itabira | 113 343 | ||||||
| 8 | Sete Lagoas | 227 397 | 18 | Passos | 111 939 | ||||||
| 9 | Poços de Caldas | 163 742 | 19 | Araxá | 111 691 | ||||||
| 10 | Patos de Minas | 159 235 | 20 | Nova Serrana | 105 552 | ||||||
O interior de Minas Gerais tem destaque por possuir um conjunto cultural muito rico e bastante peculiar, com a religiosidade tendo influência marcante nas principais manifestações culturais, sendo exemplos oCongado, asCavalhadas e asfestas juninas.[8] O artesanato se faz bastante presente, destacando-se trabalhos com materiais tipicamente encontrados no interior do estado, comocerâmica,madeira e fibras vegetais,argila,bordados etricôs.[13] Na culinária, destacam-se alimentos envolvendo acarne de porco,vaca atolada, ofeijão tropeiro comtorresmo e acanjiquinha. Opão de queijo, osqueijos (e seumodo artesanal de preparo) e ocafé também estão entre as principais referências da cozinha interiorana mineira.[14]