Página doFactorum et dictorum memorabilium deValério Máximo de um incunábulo impresso por Peter Schöffer emMogúncia, 1471.
Incunábulo é umlivro impresso nos primeiros tempos daimprensa comtipos móveis. A popularização da imprensa começa a ser mais percebida em 1450, comGutenberg. Refere-se às obras impressas entre1455, data aproximada da publicação daBíblia de Gutenberg, até1500.[1] Essas obras imitavam os manuscritos. Assim, demorou-se 50 anos para que o livro impresso passasse a ter suas próprias características, abandonando, paulatinamente, as características do livromanuscrito[2].
O primeiro registro de uso do termo foi numpanfleto deBernhard von Mallinckrodt,De ortu et progressu artis typographicae (Do sucesso e progresso das artes tipográficas), publicado emColonia em 1639, que inclui a fraseprima typographicae incunabula (primeira infância da impressão), que ele arbitrariamente deu como concluída em 1500, data que permanece como uma convenção.
Os tipógrafos mais conhecidos dessa época são Albrecht Pfister (Bamberg), Günther Zainer (Augsburgo), Jean Neumeister (Albi), Johannes Mentelin (Strasbourg),William Caxton (Bruges), Michael Furter (Bâle) e Henri Mayer (Toulouse). Foram identificados cerca de mil tipógrafos e seus respectivos livros, mas cerca de 150 não o foram ainda, são referidos comoo tipógrafo do livro... Como a maioria dos livros não continha nem o nome, a data e a cidade, a identificação se dá pelo estudo das fontes utilizadas, características do papel e possíveismarca d'água. A digitalização dos acervos facilitou muito a comparação das edições, uma vez que o alto valor histórico e mesmo monetário dos livros dificulta o transporte e o acesso aos incunábulos.
Um em cada dez eram ilustrados comgravuras feitas em madeira ou metal. Outros tinham a letra inicial do capítulo manuscritas artisticamente após a impressão. O incunábulo mais comum,Liber Chronicarum (também conhecido comoCrônica de Nuremberg de Schedel), de1493, do qual restam 1250 cópias, é também um dos mais ilustrados. De vários resta apenas uma cópia e na média restam 18 exemplares de cada. DaBíblia de Gutenberg, o primeiro e certamente o mais famoso e valioso dos incunábulos, restam 48 (em outras versões 49) cópias conhecidas.
São conhecidos cerca de vinte e oito mil títulos,[3] a maioria usando letras góticas. Estudiosos costumam classificar os incunábulos pelas características da letra, que remetem ao tipógrafo e sua localização geográfica.
A maioria está localizada em museus e coleções naEuropa,[4] onde foram produzidos, inclusive em Portugal. Algumas coleções foram adquiridas pormuseus e colecionadores dosEstados Unidos e da Ásia, principalmente noJapão.