| Periodicidade | Diário |
|---|---|
| Sede | Via Lovanio 10,Milão,Reino da Itália(desde 1923) |
| País | |
| Fundação | 15 de setembro de1914 (111 anos) |
| Fundador(es) | Benito Mussolini Manlio Morgagni |
| Pertence a | Benito Mussolini(1914-1922)Partido Nacional Fascista(1922-1943) |
| Orientação política | Fascismo |
| Idioma | Italiano |
| Término de publicação | 24 de julho de1943(28 anos) |
| Circulação | 230,000 |
Il Popolo d'Italia (lit. "Povo da Itália") foi um jornal italiano publicado de15 de novembro de1914 até24 de julho de1943. Foi fundado porBenito Mussolini como um periódico pró-guerra durante aPrimeira Guerra Mundial, e mais tarde se tornou o principal jornal domovimento fascista na Itália pós-guerra.[1] Publicava edições todos os dias, com exceção de Segundas-feiras.[2]
O jornal foi fundado em Milão em Novembro de 1914, com o foco de apoiar a entrada da Itália na Primeira Guerra Mundial. Em Novembro de 1914, o empreendedorGiuseppe Pontremoli, ummaçom degrau 33 doRito Escocês Antigo e Aceito, ofereceu 20 mil libras para a compra da imprensa rotativa com a qual o novo jornal foi impresso.[3]
A guerra começou vários meses antes, mas a Itália era neutra naquela época e continuaria assim até Maio de 1915. Il Popolo d'Italia defendeu omilitarismo e airredentismo e recebeu vários fundos financeiros de companhias maiores, incluindoAnsaldo e outras, especialmente das indústrias elétricas e de açúcar, as quais queriam a entrada da Itália na guerra.[4] O jornal também foi subsidiado por fundos governamentais da França, no pretexto de influenciar a Itália a entrar aosAliados na guerra.[5] Em seus primeiros dias, durante a Primeira Guerra, o mastro do jornal trazia citações deLouis Auguste Blanqui ("Quem tem ferro, tem pão") eNapoleão Bonaparte ("A Revolução é uma ideia que encontrou baionetas!").[4][5]
Investigações para identificar os fundos da fundação para o jornal de Mussolini continuaram mesmo após a Guerra Mundial. Os documentos encontrados testemunham ambas as proviniências e os financiadores. Em 1917, oReino Unido financiou o periódico: Mussolini fez um acordo, pela soma de 100 libras por semana, para boicotar qualquer demonstração pacifista na Itália. Hoje, os documentos encontrados atestam para o pagamento de contribuidores das indústrias italianas interessadas no crescimento do gasto militar para a desejada entrada da Itália na guerra; entre estes, destaca-se o nome de Carlos Esterle (Compania Edison), Emilio Bruzzone (Società siderurgica di Savona e Sociedade Italiana para a Indústria de Açúcar Indígena, da qual Eridania era o mais importante membro),Giovanni Agnelli (Fiat), Pio Perrone (Ansaldo) e Emanuele Vittorio Parodi (Acciaierie Odero)[6][7]
Após a guerra, Il Popolo d'Italia se tornou associado com o novomovimento fascista, que também era liderado por Mussolini. O jornal serviu como um caminho de unir vários grupos fascistas autônomos na Itália no começo da década de 20, e encontrou maneiras de atrair novos aliados políticos e fundos financeiros.[8] Mussolini deixou o serviço editorial do jornal quando se moveu paraRoma e se tornouprimeiro-ministro em 1922, mas manteve controle ao apontar seu irmão mais novo Arnaldo como novo diretor, e por comunicar-se regularmente com os editores-chefes.[8]
Durante o período do governo fascist sob o Reino da Itália, Il Popolo d'Italia oficialmente continuou como um jornal independente e privado, separado do Partido Nacional Fascista e do Estado Italaino. Entretanto, recebia fundos do partido e do Estado, bem como continuou recebendo apoio de setores privados, e constantemente promoveu o ponto de vista fascistas do dia.[8] Durante seu tempo no poder, Mussolini frequentemente escreveu anonimamente ao periódico, inclusive zombando de uma proposta a um equivalente italiano dasaudação nazista "Heil Hitler".[9]
De 1936 a 1943, o jornal ficou sob edição de Giorgio Pini.[10] Seguindo a queda do regime fascista na Itália, o periódico foi banido pelo primeiro-ministroPietro Badoglio em 24 de julho de 1943. Após a invasão alemã da Itália e a criação daRepública Social Italiana (RSI), Mussolini explicitamente recusou-se a reviver o jornal, pois não queria que se tornasse um porta-voz das forças de invasão alemãs. Ao invés disso, Mussolini geralmente escrevia aoCorriere della Sera, quando sentia que era necessário publicar declarações.
Em 1944, Mussolini vendeu a sede do Il Popolo d'Italia para o empresário italiano Gian Riccardo Cella e, após a libertação da Itália, a sede foi utilizada para publicar o Corriere Lombardo. Em 1946, o governo pós-guerra invalidou a venda de Mussolini e confiscou as instalações.[11]
