Estância Balneária de Iguape | |
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Município do Brasil | |
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Hino | |
Lema | Virtvtes Pavlistarvm Retento "Detenho as Virtudes dos Paulistas" |
Gentílico | iguapense |
Localização | |
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Localização de Estância Balneária de Iguape noBrasil | |
Mapa de Estância Balneária de Iguape | |
Coordenadas | 24° 42′ 28″ S, 47° 33′ 18″ O |
País | Brasil |
Unidade federativa | São Paulo |
Municípios limítrofes | Peruíbe,Itariri,Pedro de Toledo,Miracatu,Juquiá,Pariquera-Açu,Ilha Comprida,Cananeia eRegistro |
Distância até acapital | 202 km[1] |
História | |
Fundação | 3 de dezembro de1538 (486 anos) |
Administração | |
Distritos | Lista
|
Prefeito(a) | Salvador José Barbosa Júnior (União Brasil, 2025–2028) |
Características geográficas | |
Área total[3] | 1 978,795 km² |
População total(Censo 22/IBGE[4]) | 29 115 hab. |
Densidade | 14,7 hab./km² |
Clima | subtropical (Cfb) |
Altitude | 3 m |
Fuso horário | Hora de Brasília (UTC−3) |
Indicadores | |
IDH(PNUD/2010[5]) | 0,726—alto |
PIB(IBGE/2011[6]) | R$ 319 298, mil |
PIBper capita(IBGE/2011[6]) | R$ 11 029,28 |
Sítio | www.iguape.sp.gov.br (Prefeitura) www.iguape.sp.leg.br (Câmara) |
Iguape é ummunicípio brasileiro doestado deSão Paulo. Localiza-se noVale do Ribeira, a umalatitude 24º42'29"sul e a umalongitude 47º33'19"oeste, estando a uma altitude de três metros. Sua população recenseada peloInstituto Brasileiro de Geografia e Estatística em 2022 era de 29 115 habitantes. Com 1 978,795 quilômetros quadrados, é o município com a maior área do estado de São Paulo.[7]Seu centro histórico é tombado peloInstituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional comopatrimônio nacional desde 2009.
A palavra "Iguape" tem origem nalíngua tupi antiga e significa "naenseada dorio", através da junção dos termos 'y (água, rio),kûá (enseada) epe (em).[8]
Iguape é um dos 15 municípios paulistas considerados estâncias balneárias peloEstado de São Paulo, por cumprirem determinados pré-requisitos definidos por Lei Estadual. Talstatus garante, a esses municípios, uma verba maior por parte do Estado para a promoção do turismo regional. Também, o município adquire o direito de agregar, junto a seu nome, o título de "Estância Balneária", expressão pela qual passa a ser designado tanto pelo expediente municipal oficial quanto pelas referências estaduais.[9]
Os primeiros habitantes da região onde hoje fica Iguape são conhecidos como "Homens do Sambaqui", povos muito primitivos que não conheciam sequer oarco e flecha e que viveram ali antes da chegada deíndios com culturas mais avançadas.Sambaqui é o nome dado a grandes montes de conchas deostras emarisco, depositadas ao longo de centenas ou talvez milhares de anos no mesmo lugar, e que eram consideradas como sendo locais mágicos. Mais tarde, após a extinção dos Homens de Sambaqui, os índios que viriam a dar origem à tribo Temiminé passaram a enterrar seus mortos nesses sambaquis, dentro de grandes potes de barro chamados igaçabas, juntamente com os pertences dos mortos. Existem vários sambaquis no complexo estuarino-lagunar de Iguape e Cananeia, sendo o de mais fácil acesso osítio arqueológico "Benedito Fortes", onde está localizada a "Caverna do Ódio", próximo à ponte que dá acesso ao município deIlha Comprida, a pouco mais de um quilômetro do centro da cidade. Até hoje, encontram-se vestígios de ações destes grupos indígenas, representados através daestratigrafia, que mostra a sobreposição de camadas correspondentes às diversas ocupações humanas, com a presença de manchas decarvão dasfogueiras, sambaquis com até 5 000 anos, restos ósseos de peixes e de pequenos animais, ecarapaças demoluscos ecrustáceos.
Em 1494, oTratado de Tordesilhas firmado entrePortugal eEspanha estabelecia a dimensão de suas posses recém-descobertas, inclusive nas terras americanas. O tratado definia, como linha de demarcação, ummeridiano 370léguas a oeste do arquipélago deCabo Verde, passando sobre o território de Iguape.[10] Possivelmente desde 1510, já vivia, na região, o aventureiro espanhol Ruy Garcia Moschera, a quem é oficialmente atribuída a fundação do município. Moschera vivera anteriormente noRio da Prata e se instalara ali possivelmente por ser aquela uma região de disputa entre espanhóis e portugueses. Por volta do ano 1502, o degredado portuguêsCosme Fernandes, conhecido como "Bacharel deCananeia", também tornou-se uma figura poderosa na região, vindo a possuir muitos escravos e não prestando obediência àcoroa portuguesa.
Em 1532, pouco depois de chegar ao Brasil,Martim Afonso de Sousa ordenara a desocupação por Moschera e peloBacharel do território onde hoje está Iguape, que pertenceria à coroa portuguesa. Não sendo atendido, ordenou uma expedição chefiada porPero de Góis que deveria executar a desocupação à força. Informados sobre a expedição, Moschera e o Bacharel, apoiados por indígenas flecheiroscarijós, capturaram um naviocorsário francês e desbarataram a força portuguesa, travando aGuerra de Iguapé, a primeira guerra entre europeus na America do Sul.[11] Entre os anos de 1534 e 1536, as forças de Moschera e do Bacharel destruíram a vila deSão Vicente, matando a maior parte da população, libertando os prisioneiros e incendiando o cartório onde estavam os registros oficiais do município, levando inclusive o Livro do Tombo, fonte oficial de informação sobre a região de Iguape e sobre seus fundadores. Após os ataques, Moschera retornou aorio da Prata.
A povoação de Iguape continuou sob o domínio doBacharel de Cananeia e teve sua primeira igreja, em homenagem aNossa Senhora das Neves, construída em 1537. A data de fundação de Iguape foi estabelecida em3 de dezembro de1538, ano em que Iguape e Cananeia se separaram. Em 1577, o povoado foi elevado à categoria de "Freguesia de Nossa senhora das Neves da Vila de Iguape", ano em que foi aberto o primeiro livro do tombo da Igreja deNossa Senhora das Neves.
Existente até o primeiro quartel doséculo XVII onde hoje está a vila de Icapara, a falta de água potável, a falta de espaço para expansão e eventuais ataques piratas levaram à transferência da freguesia para uma área alguns quilômetros ao sul por ordem do fidalgo portuguêsEleodoro Ébano Pereira. Ainda noséculo XVI, haviam sido descobertos os primeiros sinais de ouro na região doVale do Ribeira. Devido à sua abundância, a procura logo se intensificou e, rapidamente, a exploração do ouro dealuvião se tornou a principal atividade econômica do município. Para evitar o contrabando e intensificar a cobrança de impostos pela coroa portuguesa, foi fundada, por volta de 1630, a Casa de Oficina Real de Fundição de Ouro, que é considerada a primeira do gênero no Brasil.
Em 1647, no auge da riqueza proporcionada pelo ouro, Iguape transformou-se em um centro deperegrinação. Na descrição do aparecimento da imagem doSenhor Bom Jesus de Iguape,[12] dois índios que iam a caminho da Vila Nossa Senhora da Conceição deItanhaém acharam um vulto desconhecido rolando nas ondas, e levaram-no para a praia, onde cavaram um buraco e o colocaram em pé com o rosto para onascente. Ao retornar, os índios acharam a imagem no mesmo lugar, mas com o rosto virado para opoente, e acharam estranho não haver vestígio sequer de que alguém o tivesse movido. A notícia se espalhou e a imagem foi levada para um riacho no sopé do Morro do Espia, onde, sobre as pedras, foi banhada para lhe retirar o sal marinho e ser encarnada novamente. Depois de ser decorada, foi entronizada noaltar-mor da antiga Igreja de Nossa Senhora das Neves.[12]
Na década de 1780, foi dado início à construção da nova igreja matriz, haja vista a outra estar em precárias condições. Feita deargamassa,óleo de baleia e pedras retiradas da face marítima do morro, todo o trabalho era executado pela população, voluntária e gratuitamente. Em 1798, as obras estavam avançando lentamente, e em 1800, estas pararam, retornando em datas esporádicas. Em 1822, foram contratados, noRio de Janeiro, um mestre e trêscanteiros e, em agosto do mesmo ano, recomeçou-se a obra. A igreja foi concluída em julho de 1856, e no dia 8 de agosto do mesmo ano, foram trasladadas as imagens da antiga igreja para a novaIgreja Matriz. Em 3 de abril de 1848, a vila fora elevada à categoria de cidade, com o nome de "Bom Jesus da Ribeira", no ano seguinte modificado para "Bom Jesus de Iguape".
Com o esgotamento das minas e com odescobrimento de ouro no interior do Brasil, o município rapidamente entrou em declínio, voltando depois a crescer com o desenvolvimento da indústria de navegação e com a plantação de arroz. A partir daí, Iguape iniciou um período de riqueza e atingiu seu ápice de desenvolvimento em meados doséculo XIX, com a construção dos principais casarões que ainda hoje podem ser vistos no centro histórico, com dois portos movimentados,teatros, quatro jornais diários e o vice-consulado português. Iguape havia se tornado uma dos principais do município do sul do Brasil, a ponto de, em 1841, o ainda adolescente imperadordom Pedro II ter concedido aAntônio da Silva Prado, político e senhor de terras, o título deBarão de Iguape.
Até meados do século XIX, Iguape sempre havia sido uma espécie depenínsula, com oRio Ribeira de Iguape serpenteando até quase três quilômetros do mar e depois retornando para o interior, só encontrando sua foz muitos quilômetros adiante. As sacas de arroz que vinham da zona rural eram descarregadas no Porto do Ribeira, fluvial, de onde eram transportadas em lombo deburro oucarroças por aproximadamente três quilômetros até o Porto Grande, marítimo, onde eram embarcadas para exportação. O inconveniente de se ter de transportar o arroz por terra em um trecho tão curto levou à ideia e se construir um canal que ligasse o rio ao mar, permitindo assim o transporte direto do arroz até as embarcações de grande porte. Após décadas de debates sobre o melhor local para a construção do canal, decidiu-se pelo trecho mais curto, que era também o mais arenoso e, portanto, mais fácil de ser construído.
O canal foi construído porescravos por mais de duas décadas e começou a ser utilizado em 1852. Inicialmente umcanal estreito, com cerca de quatro metros de largura, o canal rapidamente começou a alargar, não resistindo à imensa corrente de água. Por volta de 1900, com a contenção das margens, controlou-se o controle do fluxo de água no canal, mas O Mar Pequeno ficouassoreado, o que acabou impedindo a entrada de navios grandes no porto. O porto da cidade já não podia ser utilizado por embarcações de maiorcalado, impedindo assim a saída do arroz e levando à decadência da cultura dearroz da cidade. Além disso, o atalho encontrado pelo rio através do canal acabou influenciando fortemente o ciclo de cheias que inundavam a região periodicamente e que a tornavam tão fértil. O impacto causado pelo Valo Grande, o declínio da cultura de arroz e os problemas políticos levaram à decadência do município no final do século XIX. De um importante centroagroexportador, a cidade foi aos poucos perdendo importância.[13]
No final do século XIX e início do século XX, imigrantes vindos principalmente daItália e doJapão chegaram a Iguape através de colônias implantadas pelo governo federal e estatual. A cidade ganhou assim uma marcante influência dessescolonos, especialmente dos japoneses, que hoje respondem por mais de 10% da população da cidade e tem bastante influência na produção agrícola e na indústria pesqueira.
Através do Decreto Número 6 455, de 19 de abril de 1907,[14] ogoverno federal criou o Serviço de Povoamento do Solo Nacional, devido à ineficácia alguns estados da federação em não possuircapital para criar e manter núcleos coloniais, ficou então determinado mediante o Decreto Número 6 479 de 16 de maio de 1907,[14] que aUnião poderia intervir noestado com relação aos assuntos deimigração ecolonização, haja vista, a negativa do governo paulista em ceder terras nesta região, alegando questões econômicas e estratégicas. Houve a substituição porterras devolutas (50.000hectares.), situadas noVale do Ribeira, na épocacomarca de Iguape, cedidas oficialmente no ano de 1912 aoTokyo Sindicate (Sindicato de Tóquio) representado por Ikutaro Ayoagui e que, um ano depois, veio se transformar naBrazil Takushoku Kaisha (Companhia Colonizadora do Brasil Ltda.), autorizada pelo decreto n° 10.248 de 2 de junho de 1913,[15] a exercer suas atividades em solo brasileiro. As terras da região passaram a ser exploradas a partir de 1913, pela lei n° 43, de 21 de outubro de 1913, presente no Livro de Registro de Leis da Câmara Municipal de Iguape, a qual autoriza o prefeito, coronel Antônio Jeremias Muniz Junior,[16] a adquirir o sítio Jipovura, para ser doado aBrazil Takushoku Kaisha, a fim de ali ser fundado um núcleo colonial, com objetivo de desenvolver a principal atividade econômica da região, ocultivo do arroz.
Dessa forma, surgiram os núcleos coloniais deRegistro,Sete Barras e Katsura (Jipovura) que formavam a Colônia de Iguape. Dentre estes núcleos destacava-se a Colônia de Katsura, criada em 9 de novembro de 1913, no bairro Jipovura, considerada o marco zero dacolonização japonesa no Brasil. Inicialmente, a primeira comunidade foi chamada deKatsura Shokuminchi ("Colônia Katsura"), em homenagem aoPrimeiro Ministro doJapão na época,Katsura Taro, um dos grandes incentivadores da imigração japonesa para o Brasil.
Após anos de prosperidade, a colônia acumulou infraestrutura invejável para a época, havia escola, ambulatório médico, agência de correio, fábrica de beneficiamento de arroz, estabelecimentos comerciais, alojamentos para hospedar imigrantes, escola mista japonesa e brasileira, inclusive um porto, com viagens regulares dosbarcos a vapor da Companhia de Navegação Fluvial Sul Paulista. A maior parte desta estrutura era financiada pelo capital japonês da Brazil Takushoku Kaisha. Por isso, a Lei Federal Nº 11.642, de 11 janeiro de 2008,[17] decretou que o município de Iguape é considerado o "berço da colonização japonesa no Brasil".
A partir da década de 1930, Iguape conseguiu iniciar um processo de recuperação, com o desenvolvimento da cultura debanana e dapesca, mas a falta de planejamento, associada aos problemas políticos locais que persistem há quase dois séculos, impediram que ela conseguisse retornar à opulência que um dia teve. Hoje, a cidade tem umíndice de desenvolvimento humano abaixo da média brasileira e vive da pesca e doturismo.
Iguape possui uma área de 1 980,916 quilômetros quadrados, sendo assim omaior município do estado de São Paulo em tamanho territorial. Abriga também asÁreas de Relevante Interesse Ecológico Ilha Ameixal, de 400hectares, localizada no rio Una do Prelado, criada pelo Decreto n.º 91.889, de 5 de novembro de 1985,[18] parte da Zona de Vida Silvestre -Área de Proteção Ambiental de Cananéia-Iguapé-Peruíbe, criada pelo decreto n.º 90.347 de 23 de outubro de 1984 e complementada pelo decreto nº 91.892 de 06 novembro de 1985,[19] e parte da ZVS - APA Ilha Comprida, criada pelo decreto n° 26.881, de 11 de março de 1987 e regulamentada pelo decreto n° 30.817, de 30 de novembro de 1989.[20]
Oficialmente a única praia de Iguape é aPraia da Jureia[21][22]
Segundo dados doInstituto Nacional de Meteorologia (INMET), referentes ao período de 1961 a 1988, 1996 a 1997 e desde 2000, a menor temperatura registrada em Iguape foi de 0,2 °C em 21 de julho de 2000[23] e a maior atingiu 43 °C em 3 de fevereiro de 1933.[24] Esta foi a maior temperatura registrada no estado de São Paulo até o dia 7 de outubro de 2020, quando a cidade deLins, no interior, registrou máxima de 43,5 °C.[25] O maior acumulado deprecipitação em 24 horas foi de 289,9 milímetros (mm) em 17 de março de 1981. Outros grandes acumulados iguais ou superiores a 200 mm foram 237,1 mm em 15 de fevereiro de 1948, 219,5 mm em 13 de janeiro de 2008 e 208,2 mm em 18 de março de 2017.[23][26] Desde julho de 2006, arajada de vento máxima alcançou 24,7 m/s (88,9 km/h) em 3 de novembro de 2018.[26]
Dados climatológicos para Iguape | |||||||||||||
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Mês | Jan | Fev | Mar | Abr | Mai | Jun | Jul | Ago | Set | Out | Nov | Dez | Ano |
Temperatura máxima recorde (°C) | 42,1 | 43 | 40 | 36,8 | 34,5 | 34,2 | 35,6 | 37,2 | 38,6 | 41,2 | 39,6 | 40,4 | 43 |
Temperatura máxima média (°C) | 29,3 | 30,2 | 29 | 27,4 | 24,7 | 23,4 | 22,6 | 23 | 23 | 24,8 | 26,9 | 28,3 | 26,1 |
Temperatura média compensada (°C) | 25,1 | 25,5 | 24,6 | 22,9 | 19,9 | 18,4 | 17,6 | 18,1 | 19 | 21,1 | 22,9 | 23,9 | 21,6 |
Temperatura mínima média (°C) | 21,6 | 21,8 | 21,1 | 19,5 | 16,3 | 14,7 | 13,8 | 14,4 | 15,8 | 17,8 | 19,4 | 20,3 | 18 |
Temperatura mínima recorde (°C) | 11 | 12,4 | 10 | 7,4 | 2,8 | 1 | 0,2 | 3,2 | 2,9 | 8 | 8,4 | 9,8 | 0,2 |
Precipitação (mm) | 254,2 | 196,3 | 254,2 | 168,5 | 144,7 | 108,3 | 114,5 | 79,7 | 143,3 | 139,2 | 146,4 | 204,2 | 1 953,5 |
Dias com precipitação (≥ 1 mm) | 15 | 12 | 13 | 11 | 11 | 8 | 9 | 8 | 12 | 12 | 13 | 14 | 138 |
Umidade relativa compensada (%) | 83,4 | 83,2 | 84,2 | 85,6 | 86,5 | 87,1 | 86,4 | 86,4 | 85,9 | 85,3 | 83,2 | 82,8 | 85 |
Insolação (h) | 143,5 | 138,9 | 126,2 | 113,6 | 122,2 | 107,3 | 114,6 | 99 | 65,5 | 86,9 | 118,8 | 139,3 | 1 375,8 |
Fonte:Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) (normal climatológica de 1981-2010; recordes de temperatura de 1931 a 23/06/1988, 09/12/1996 a 31/10/1997 e 02/03/2000-presente)[23][24][26][27] |
Dados do Censo de 2010[28]
População total: 28 841
(Fonte:IPEADATA)
Nacionalidade/Ascendência | Percentagem |
---|---|
![]() | 30% |
![]() | 36% |
![]() | 12% |
![]() | 11% |
![]() | 6% |
Outros | 2% |
Branca | 57,66% |
Parda | 36,91% |
Negra | 3,47% |
Amarela | 1,51% |
Indígena | 0,45% |
Fonte: IBGE[29]
No setor de telefonia a cidade foi atendida pela Cia. Telefônica de Itanhaém[30] até 1976, quando passou a ser atendida pelaTelecomunicações de São Paulo (TELESP),[31] que inaugurou a central telefônica utilizada até os dias atuais. Em 1998 esta empresa foi vendida para aTelefônica,[32] que em 2012 a empresa adotou a marcaVivo para suas operações.[33]
Dados do Plano Municipal de Saúde (2022 - 2025)[34]
Lista de Escolas Municipais:
Quantidade de Alunos
Educação Infantil:
Ensino Fundamental I:
Total de alunos matriculados na rede municipal de ensino: 2791
Fonte:Departamento Municipal de Educação
Em 2014, as cidades de Iguape e Concón firmaram um acordo de cooperação nas áreas de turismo e cultura.[36]
Atualmente, uma das principais atividades econômicas de Iguape é o turismo. O município possui diversas atrações, tendo a vantagem de ser histórico e com ar interiorano, mas com praias.
A Fonte do Senhor é um pequeno parque turístico pertencente ao Parque Floresta Municipal do Morro do Espia. Possui uma tranquila área de lazer com gramados e árvores da Mata Atlântica, diversas bicas e torneiras com água potável das cachoeiras, uma lagoa com patos e peixes ornamentais e um grande tanque, antes usado para tratamento de água e que atualmente serve de piscina pública. Esse parque foi criado ao redor da capela -mais conhecida como gruta- erguida em 1737,[37] em pedra e cal, sobre a famosa pedra que cresce, onde a imagem do Senhor Bom Jesus de Iguape foi lavada, no ano de 1647, após ser encontrada na Praia do Una, naJureia. É a lenda da "pedra que cresce", que intrigou até o grande escritorAlbert Camus, PrêmioNobel de Literatura, ao visitar o município de Iguape no mês de agosto do ano de 1949, acompanhado deOswald de Andrade,Paul Silvestre, adido cultural francês, eRudá de Andrade, filho de Oswald, além do motorista, cujo nome não foi citado, mas que foiapelidado por Camus de "Augusto Comte", por parecer com oreferido filósofo francês. Serviu por muitos anos para lavar roupas e abastecimento de água potável para a população da Vila de Iguape. Na época da festa do Bom Jesus de Iguape e no verão, esse parque fica bastante movimentado porromeiros ou turistas que visitam o município. O parque é um dos pontos de partida para a Trilha Ecológica do Morro do Espia, com extensão de 2,8 quilômetros, dá acesso à Pedra Lisa e ao Mirante do Cristo Redentor.
Iguape é parte do Complexo Estuarino-Lagunar do Mar Pequeno, também conhecido como Lagamar, que engloba os municípios de Iguape,Ilha Comprida,Cananeia ePariquera-Açu, no Estado de São Paulo, eParanaguá, noParaná. É uma área muito rica em manguezais, que serve de berçário para várias espécies marinhas e por isso é considerada um dos cinco maiores criadouros marinhos do mundo. Suas lagunas à beira-mar com vegetação de restingas e Mata Atlântica, possuem uma deslumbrante fauna e flora, entre eles, estãoguarás,biguás,garças,golfinhos, dezenas de espécies de aves marinhas, e animais exóticos, como opapagaio-de-cara-roxa, uma das aves que estão sob risco de extinção no planeta. Em toda a sua extensão, existem também inúmeros sítios arqueológicos, onde estão osSambaqui, deixados por populações nômades e indígenas que habitavam o local há mais de 5 mil anos.[carece de fontes?]
A cerca de vinte quilômetros do município, está a foz doRio Ribeira de Iguape, região conhecida comoBarra do Ribeira, excelente local para pesca e esportes aquáticos eecoturismo. Aos poucos, a pequena vila de pescadores, que a cada ano recebia pessoas de todos os lugares, foi crescendo e se desenvolvendo, tornando-se num bairro, de cultura predominantementecaiçara. Um pouco mais para dentro do rio há um serviço debalsa daDersa que liga a ilha de Iguape às praias daJureia e do Prelado, pertencentes aobairro Barra do Ribeira, ambas de acesso livre, totalizando 19 km de extensão e, a partir daí, àEstação Ecológica da Jureia-Itatins, uma unidade deconservação ambiental criada em 1986 e que atualmente é considerada a maior reserva de Mata Atlântica do Brasil, cujo acesso é restrito, somente permitido para fins de pesquisa e atividades de educação ambiental, junto a grupos organizados, acompanhado de monitores credenciados. Ao final do costão da Jureia, está o início da Trilha do Imperador (ou do Telégrafo), construída a mando doimperadorD. Pedro I, por onde passava, no século XIX, a linha detelégrafos que ligava oRio de Janeiro aoParaná, importante meio de comunicação do litoral do país.
Na Igreja do Rosário, está instalado o Museu da Arte Sacra, inaugurado em 1979, permaneceu por mais de duas décadas funcionando normalmente, enfrentou diversas fases, foi fechado, abandonado, sofreu deterioração e até furto de suas peças. Foi reinaugurado em 2006 e, hoje, possui, em seu acervo permanente, 60 peças de arte sacra dos séculos XVIII e XIX, parte do acervo histórico da Igreja de Nossa Senhora das Neves e da antigaIgreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos. Entre as raridades, está um quadro emalto-relevo, que traz a cena daVia-Sacra, de procedência europeia. Há tambémpratarias, inclusive peças que compõe o Império doDivino Espírito Santo. O acervo todo, que chega a 180 objetos, tem procedência de várias igrejas do município, mas a maioria pertenceu a primeira Igreja Matriz de Iguape, construída em 1614 e demolida em 1858, para a construção da atual Basílica do Senhor Bom Jesus de Iguape e Nossa Senhora das Neves, padroeiros de Iguape.
Iguape possui o maiorcasario colonial preservado do Estado de São Paulo, com diversas casas, casarões e igrejas em vielas estreitas deparalelepípedos. Nessas construções ricas em detalhes, foram utilizadas técnicas como a taipa francesa e ataipa de pilão. As construções datam dos ciclos do ouro e do arroz, entre os séculos XVI e XIX, período em que Iguape viveu seu auge de desenvolvimento econômico. No dia 3 de dezembro de 2009, durante as comemorações dos seus 471 anos de sua fundação, o município recebeu o título de patrimônio nacional, com otombamento de seunúcleo urbano, ou seja, o centro histórico, o antigo sistema portuário fluvial e marítimo, incluindo o canal do Valo Grande e o Morro da Espia, além de diversas áreas da zona rural relacionadas com aimigração japonesa no Brasil.
Templo católico construído empedra portuguesa, argamassa eóleo de baleia, entre os séculosXVIII eXIX. Alí é possível observar várias imagens, entre elas as dos padroeiros do município, Nossa Senhora das Neves e Bom Jesus de Iguape. Na basílica, também é possível se visitar a Sala dos Milagres, que possui objetos deixados pelos devotos em agradecimento a graças recebidas.
Com mais de cinquenta metros dealtitude, em um local privilegiado, o Parque Municipal do Morro do Espia tem esse nome porque era usado por vigias que controlavam a entrada e saída de embarcações no porto e que alertavam a população quando da chegada de piratas através da Barra doIcapara, local onde ocorreu a batalha que ficou conhecida comoEntrincheiramento de Iguape. Hoje, esse ponto é muito visitado devido à visão panorâmica única do município e de todo o complexo estuarino-lagunar, bem como da totalidade do Canal do Valo Grande, propiciando, assim, uma melhor compreensão sobre essa obra polêmica. Nesse ponto, exatamente onde havia uma grande cruz de madeira, levantada por José Gonçalves, existe uma réplica doCristo Redentor do Rio de Janeiro, inaugurada em 10 de dezembro de 1953, obra do escultor José Rosasco.
Está localizada em um centenário casarão cedido pela Fundação Brasileira para a Conservação da Natureza (FBCN), localizado no centro histórico de Iguape, que foi restaurado pela própria fundação em 1989, e onde foi criada a Base Urbana de Iguape. Exibe filmes sobre a região, serve de local de exposição do artesanato local e possui maquetes e painéis que exibem a diversidade ambiental dolagamar. Amaquete principal permite uma visão geral do lagamar e de todo o relevo da região, incluindo as UCs (Unidades de Conservação) da região, que abrange cerca de 70% do território doVale do Ribeira. A sede abriga, também, o Centro de Interpretação Ambiental e Informação Turística, que divulga o potencial natural e histórico-cultural da região do lagamar, através de painéis explicativos sobre a Mata Atlântica preservada e seus habitantes.[38]
A Festa doSenhor Bom Jesus de Iguape é um evento religioso significativo no estado de São Paulo, sendo a segunda maior festa desse tipo na região, atrás apenas doSantuário de Aparecida. Sua origem remonta a 1647, quando índios encontraram uma escultura de madeira retratandoCristo, na praia do Una. Esse achado foi seguido por relatos de milagres, dando início ao culto.[39]
O ponto central das festividades é a Basílica de Bom Jesus de Iguape, erguida em 1856, onde ocorrem as principais cerimônias religiosas, os peregrinos fazem o percurso, da Praia do Una até Iguape, passando pelo costão da Jureia. Os devotos participam de missas, procissões e momentos de reflexão, todos permeados por uma atmosfera de devoção e fé.[40]
O carnaval de Iguape é considerado um dos melhores carnavais de rua de São Paulo. Com diversos blocos que se apresentam na praça da basílica e nela dão uma volta, seguidos por centenas de foliões. Entre os mais tradicionais estão, o bloco "Zé Pereira", sendo o carro-chefe que abre a folia do carnaval iguapense desde 1846; a "Chaleira", fundado em 8 de janeiro de 1910; "Juritica", em fevereiro de 1960; "Banho da Dorotheia", em 16 de fevereiro de 1972, o "Bloco do Galo", em fevereiro de 1978[41] e o "Boi Tatá", em março de 1981. Essa festa chega a levar mais de 200 mil visitantes a Iguape durante o período dos festejos populares.
Entre os dias 28 de julho e 6 da agosto, Iguape é tomada por peregrinos, também chamados de romeiros, que lotam a cidade para participar das missas e procissões em louvor aos padroeiros da cidade. A cidade recebe de 150 a 200 mil visitantes que lotam os hotéis e pousadas da região ou que acampam nas suas áreas livres, tomadas por bancas de vendedores ambulantes e de comida, que aproveitam o grande movimento para faturar. Antigamente, essas bancas eram elas próprias uma atração, visto que a cidade ficava muito isolada e vários produtos não chegavam até lá.[34]
Este museu está magnificamente restaurado e é o mais antigo edifício fazendário do Brasil.[42] Originalmente onde funcionou a primeiracasa de fundição deouro do Brasil, atualmente ocupado peloMuseu Municipal de Iguape, criado através da Lei Número Doze, de 23 de dezembro de 1906, depois de ter sido usado sucessivamente comocadeia,quartel eCasa da Câmara, podem ser encontrados diversos artefatos indígenas de antes da chegada dos europeus, como oÍdolo de Iguape, um busto de mais de 2 500 anos, as cerâmicas igaçaba encontradas nos sambaquis da região; objetos do período daescravidão no Brasil;prensas tipográficas utilizadas para impressão dos antigos jornais da cidade, insígnias e outros objetos daRevolução Constitucionalista de 1932, utilizados pelos combatentes iguapenses que enfrentaram as forças deGetúlio Vargas instaladas em Cananeia, além do Diploma daMedalha de Campanha, condecoração concedida pela participação naForça Expedicionária Brasileira, nas operações durante aSegunda Guerra Mundial, em 1944 naItália. Também se pode acompanhar, através de seu acervo, um histórico abrangente doperíodo colonial eimperial brasileiro, entre eles, um Diploma de Honra, o qual premiou o arroz de Iguape como o melhor do mundo em exposição internacional realizada em 29 de abril de 1911, emTurim, naItália.
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