Igreja de Santa Cruz dos Militares | |
|---|---|
| Tipo | igreja |
| Inauguração | 1811 (214 anos) |
| Geografia | |
| Coordenadas | 22° 54' 7.769" S43° 10' 32.455" O |
| Localização | Rio de Janeiro,Centro - Brasil |
| Patrimônio | Património de Influência Portuguesa (base de dados), bem tombado pelo IPHAN |
AIgreja de Santa Cruz dos Militares é umaigreja colonial da cidade doRio de Janeiro que possui o privilégio de estar agregada àBasílica Vaticana, desde 1923, peloPapa Pio XI. Aqueles que atenderem às devidas condições podem receber umaindulgência plenária ao visitá-la. Localiza-se no centro da cidade, naRua Primeiro de Março, 36.
O local da atual igreja foi ocupado originalmente por um forte, oForte da Santa Cruz, Unidade Militar do Exército Colonial Português, construído à beira-mar pelo GovernadorMartim Correia de Sá no início do século XVII. Entre 1623 e 1628, estando o forte em desuso, construiu-se no lugar uma capela na qual os militares da cidade fundaram uma Irmandade, que cumpria funções de assistência social. Na capela funcionou também acatedral da cidade entre 1703 e 1733.
No século seguinte decidiu-se pela reconstrução da igreja, o que ocorreu entre 1780 e 1811. Na inauguração esteve presente oPríncipe-RegenteD. João, chegado ao Rio em 1808. O projeto do novo edifício é atribuído ao engenheiro-militarportuguêsJosé Custódio de Sá e Faria, que concebeu uma igrejabarroca com influênciasneoclássicas.
Por duas vezes foi considerada Igreja Imperial, sendo a primeira por Dom Pedro I em 3 de dezembro de 1828 e a segunda em 1840 por seu filho Dom Pedro II.

A fachada de Santa Cruz dos Militares, de estilo neoclássico, é semelhante à da célebreigreja jesuítica de Roma (Il Gesú, 1568-1575), assim como à daIgreja de Nossa Senhora dos Mártires, no centro deLisboa, que havia sido construída um pouco antes (1768-1774). Como essas duas igrejas, a fachada tem um segundo pavimento mais estreito que o primeiro, ladeado por grandes volutas e encimado por um frontão triangular. O primeiro pavimento usa pilastras comcapitéis jônicos e o segundocoríntios, denotando influênciasclássicas, enquanto a forma dos janelões segue os modelosbarroco erococó. O janelão principal tem uma varanda sustentada pelas colunas de entrada do portal.
A fachada também se afasta do modelo mais seguido no Rio de Janeiro colonial por não estar ladeada por duas torres, pois a torre sineira da igreja está localizada nas traseiras do edifício. Atualmente os quatro nichos da fachada tem estátuas dosEvangelistas trazidas daItália em 1926. As duas estátuas de madeira originais dos nichos superiores, representandoSão Mateus eSão João Evangelista, foram realizadas porMestre Valentim e encontram-se hoje noMuseu Histórico Nacional.

A planta da igreja é de nave única com dois corredores laterais. A capela-mor, arco cruzeiro e parte da nave, incluindo os altares de Nossa Senhora das Dores e de São Pedro Gonçalves, possuemtalharococó porMestre Valentim, esculpida entre 1802 e 1812. Infelizmente, um incêndio em 1923 destruiu o altar-mor, que teve de ser reconstruído em argamassa de acordo com o original. A nave com altares, tribunas e painéis com brasões exibe um exuberante trabalho de talha terminado em 1853 porAntônio de Pádua e Castro.
O órgão da igreja foi construído no século XX porGuilherme Berner[1] e inaugurado pelo organista cariocaAntônio Silva.
Foram protetores da irmandadeD. João VI,D. Pedro I (que lhe concedeu o título de Imperial) eD. Pedro II, enquanto entre os provedores destacam-seMartim Correia de Sá,Luís Alves de Lima e Silva (Duque de Caxias, patrono do exército brasileiro) e oConde D'Eu.
