Diversos desde o início, aqueles que hoje se identificam como batistas podem diferir amplamente uns dos outros naquilo em que acreditam, como adoram, nas suas atitudes para com outros cristãos e na sua compreensão do que é importante no discipulado cristão.[4] Os missionários batistas espalharam várias confissões batistas em todos os continentes.[5] O maior grupo de igrejas batistas é aAliança Mundial Batista e há muitos agrupamentos diferentes de igrejas batistas e congregações batistas.
Os historiadores traçam a origem da primeira igreja batista em 1609 emAmsterdã, com oseparatista inglêsJohn Smyth como seu pastor.[6] De acordo com a sua leitura doNovo Testamento, ele rejeitou obatismo infantil e instituiu o batismo apenas de adultos crentes.[5] A prática batista se espalhou pela Inglaterra, onde os batistas gerais consideravam que a expiação de Cristo seestendia a todas as pessoas, enquanto osbatistas particulares acreditavam que ela se estendia apenas aos eleitos.[7]Thomas Helwys formulou um pedido distintamente batista para que a igreja e o Estado fossem mantidos separados em questões de direito, para que os indivíduos pudessem terliberdade religiosa. Helwys morreu na prisão como consequência do conflito religioso com os dissidentes ingleses sobJaime I.
O termo "batista" vem da palavragregabaptistés ("batista", a mesma que descreviaJoão, o batista), estando relacionada aoverbobaptízo, ("batizar, lavar, imergir, mergulhar algo"), e à palavralatinabaptista, que significa também "o batizador", como em "João, o batista". Comoprenome, é usado na Europa nas variantes Baptiste, Jan-Baptiste, Jean-Baptiste, John Baptist e Johannes Baptiste. Também é usado como umsobrenome, cujas variações geralmente usadas são Baptiste, Baptista, Battiste e Battista. Há registros de que osanabaptistas na Inglaterra foram chamados batistas já em 1569.[8]
Por causa dessa compreensão da necessidade de fé pessoal para o batismo, e em conformidade com os exemplos bíblicos, o indivíduo é literalmente mergulhado na água, como era o costume naIgreja primitiva, daí se chamarbatismo por imersão. Dessa forma, pretende-se simbolizar, com o mergulho, a morte do velho homem carnal e pecador, e o surgimento do novo homem, já com uma nova natureza, espiritual, semelhante a Cristo.
John Smyth (1570-1612)Thomas Helwys, (1550-1616), co-fundador da Igreja Batista, advogado e estudioso da Bíblia, morreu na prisão, por defender aliberdade religiosa e deconsciência. O livreto que escreveu,Uma Breve Declaração Sobre o Mistério da Iniquidade, é possivelmente a primeira obra dacivilização ocidental a defender o princípio daliberdade religiosa ede consciência para adeptos de qualquer crença em matéria religiosa.[9][10][11]
As igrejas batistas têm suas origens em um movimento iniciado pelos inglesesJohn Smyth eThomas Helwys emAmsterdam.[12][13][14] Devido às suas crenças compartilhadas com os Puritanos e Congregacionalistas, eles foram para o exílio em 1607 para a Holanda com outros crentes que ocupavam as mesmas posições bíblicas.[15] Eles acreditam que aBíblia deve ser o único guia e que obatismo do crente é o que as escrituras exigem.[16] Em 1609, um ano considerado a base do movimento, eles batizaram os crentes e fundaram a primeira igreja batista.[17][18]
Thomas Helwys organizou a Igreja Batista em Spitalfields, nos arredores deLondres, em 1612.[19]
Ainda em 1612,Thomas Helwys foi preso por publicar ofolhetoUma Declaração Breve do Mistério da Iniquidade, no qual advertia à monarquia inglesa para que se submetesse aDeus, constando também uma crítica aopapado e aospuritanos. Ele permaneceria na prisão até falecer, em 1616. No teor da obra, escreveu:
A religião do homem está entre Deus e ele: o rei não tem que responder por ela e nem pode o rei ser juiz entre Deus e o homem. Que haja, pois, heréticos, turcos ou judeus, ou outros mais; não cabe ao poder terreno puni-los de maneira nenhuma.
O folheto de Helwys constitui a primeira publicação em inglês a defender a liberdade religiosa aplicável universalmente, e possivelmente a primeira obra dacivilização ocidental a defender o princípio daliberdade religiosa ede consciência para todos os seres humanos.[9][10][11]
Naqueles tempos, havia perseguição aos batistas e a outrosdissidentes ingleses, por não concordarem com certas práticas e doutrinas da igreja oficial, aanglicana. Entre esses "dissidentes" estavaJohn Bunyan, um batista, que escreveu sua obra-primaO Peregrino enquanto estava preso injustamente. Devido a essa perseguição, muitas pessoas emigraram para a América, para as colônias daNova Inglaterra (que viriam a formar os Estados Unidos).
Em solo americano, a primeira igreja batista nasceu através deRoger Williams, que organizou aPrimeira Igreja Batista de Providence em 1638, na colônia que ele fundou com o nome deRhode Island, e John Clark, que organizou a Igreja Batista deNewport, também em Rhode Island, em1648. Os batistas se espalharam pelas diversas colônias da América do Norte e foram influentes na formação daConstituição Americana, de 1788.[22] Atualmente, aConvenção Batista do Sul dos Estados Unidos conta com quase 16milhões de membros, sendo a maior comunidade evangélica daquele país e a maior convenção batista do mundo. As igrejas batistas continuariam a se expandir, embora praticamente restritas à Inglaterra e aos Estados Unidos, até o final do século XVIII, quando missionários batistas começariam a ser enviados a todas as partes do mundo.
Os missionários batistas figuram entre os primeiros grupos de missionários protestantes no país, tendo sido precedidos por alguns missionários de outras associações, especialmentecongregacionais epresbiterianos, sendo também contemporâneos dos primeiros missionáriosmetodistas no Brasil.[22] Os primórdios da história dos batistas no Brasil remontam à segunda metade do século XIX, quando missionários estrangeiros, na maioria estadunidenses, aportaram no país para dar início aos trabalhos de evangelização protestante, em uma nação que até então eraoficialmente e socialmentecatólica. Os missionários difundiram a leitura bíblica entre a população, divulgaram os ensinamentos protestantes e fundaram as primeiras igrejas com brasileiros que haviam aderido à doutrina.[22] Acredita-se que o primeiro missionário batista no Brasil tenha sido o estadunidense Thomas Jefferson Bowen. Anteriormente ele fora missionário estadunidense naNigéria, tendo trabalhado entre os nativos da triboiorubá.[29]
Com o passar das décadas, as igrejas batistas cresceram e se multiplicaram, sendo que o evangelismo era realizado ativamente pelos membros das igrejas, assim como pelos pastores e missionários, tanto brasileiros quanto estrangeiros. Centenas de missionários foram enviados por igrejas e juntas norte-americanas até as regiões mais remotas do Brasil, e posteriormente viriam professores e educadores para aprofundar e consolidar o ensino teológico nos seminários, muitos dos quais foram construídos graças à contribuição e financiamento dos batistas americanos. Na década de 1950, surgiu no Brasil os primeiros batistas que confessavam a observância e repouso do sétimo dia da semana (osábado). Após a rejeição das profecias daEllen G. White de alguns membros daIgreja Adventista do Sétimo Dia noParaná, fundaram uma igreja com o nome "Evangélicos Adventistas do Sétimo Dia" em 1913. Por alinharem-se às doutrinas batistas, adotaram em 1950 o nome de Igreja Batista do Sétimo Dia no Brasil. Em 1965, as igrejas batistas do sétimo dia associaram-se àFederação Mundial Batista do Sétimo Dia.[30] Atualmente aIgreja Batista do Sétimo Dia organiza-se em torno da Conferência Batista do Sétimo Dia Brasileira.[31]
EmPortugal os baptistas estão presentes desde oséculo XIX, quando missionários e expatriados britânicos fundaram a igreja no país.[32] Em 1888, o missionário inglês Joseph Charles Jones (1848-1928) organiza uma comunidade baptista de comunhão aberta no Porto. Em 1920, já havia congregações baptistas o bastante para fundar a Convenção Baptista Portuguesa. Estão agrupados em diversos grupos, dentre os quais: a Convenção Baptista Portuguesa (90 igrejas, pouco mais de 4 mil membros, filiada àAliança Batista Mundial).[carece de fontes?]
Prática dobatismo do crente e porimersão — assim como osanabaptistas, os batistas creem que o batismo seja umaordenança para as pessoas adultas (batismo do crente), isto é, pessoas que tenham consciência do ato (mesmo que sejam ainda bem novas). Trata-se de uma ordem que deve ser respeitada, a menos que o indivíduo não tenha oportunidade de ser batizado. A diferença em relação aos anabaptistas é que estes praticam o batismo por aspersão.
Celebração deapenas duas ordenanças — obatismo e aceia do Senhor, repetindo-se o gesto deCristo e dosapóstolos ao se partilhar o pão e o vinho entre todos os membros dacongregação. Não há maisordenanças além destas, porque estas são as únicas expressamente ordenadas pela Bíblia.
Realização deordenanças em vez desacramentos — os batistas creem que as ordenanças devem ser obedecidas por toda a igreja, com a plena consciência da importância daquilo que significam, embora tratem-se apenas de atos simbólicos, que portanto não têm nenhum poder místico em si, tampouco representam condição para a salvação.
Liberdade de consciência do indivíduo — o crente deve escolher, por sua própria consciência, se irá servir a Deus, e não por pressão do Estado ou de igreja estatal estabelecida; além disso, tem liberdade para examinar livremente as Escrituras e buscar sua correta interpretação.
Autonomia das igrejas locais — os batistas historicamente enfatizam aautonomia total das comunidades locais, que podem agrupar-se em convenções, associações ou uniões de Igrejas.
Aexcomunhão é usado como último recurso, por associações e igrejas para membros que não querem se arrepender de crenças ou comportamento em desacordo com aconfissão de fé da comunidade.[38]
Nas igrejas batistas conservadoras, jovens adultos e casais não casados são incentivados a se casar cedo para vivenciar a sexualidade de acordo com a vontade de Deus.[47] Alguns livros são especializados no assunto, como o livro O livroO ato conjugal publicado em 1976 pelo pastor batistaTim LaHaye e sua esposa Beverly LaHaye, que foi uma pioneira no ensino da cristã como um presente de Deus e parte de um florescentecasamento cristão.[48]
A maioria das associações batistas ao redor do mundo acreditam apenas nocasamento entre um homem e uma mulher.[49]
Em termos de organização, a maior parte das igrejas batistas operam no sistema de governocongregacional, isto é, cada igreja batista local possui autonomia administrativa, regida sob o regime de assembleias de caráter democrático.[55]
Embora algumas igrejas reivindiquem a sua independência (Igrejas Batistas Independentes), outras igrejas consideram-se autónomas e interdependentes e optam por ser membros de uma associação nacional e internacional de igrejas.[56][57][58] Esta relação de cooperação permite o desenvolvimento de organizações comuns, para amissão e áreas sociais, comohumanitária, escolas,institutos teológicos e hospitais.[59]
A maioria das igrejas batistas faz parte de grupos cooperativos nacionais e daAliança Batista Mundial (BWA).[60]
Em 2010, havia 100 milhões de crentes batistas.[61]
Em 2020, segundo o pesquisador Sébastien Fath do CNRS, o movimento teria cerca de 170 milhões de fiéis em todo o mundo.[62]
AAliança Batista Mundial, a maior associação batista do mundo, se uniria 253 membros de associações batistas em 130 países, 176.000 igrejas e 51.000.000 de membros batizados em 2023.[63] Essas estatísticas não são totalmente representativas, no entanto, uma vez que algumas igrejas nos Estados Unidos têm afiliação batista nacional dupla ou tripla, fazendo com que uma igreja e seus membros sejam contados por mais de uma associação batista.[64][65]
A arquitetura é sóbria e acruz latina é um dos únicos símbolos espirituais que geralmente podem ser vistos na construção de uma igreja batista e que identifica o lugar de pertença.[67]
Embora não haja um estilo único de arquitetura que caracterize as igrejas batistas, diversas influências contribuíram para que certas tendências arquitetônicas possam ser percebidas, com alguma similaridade, conforme a região geográfica em que se localizam e se é umamegaigreja.[68]
Além disso, algumas características genéricas predominam, como a tendência à simplicidade estética dos edifícios e à rara utilização de símbolos ou ornamentos; Isto se deve originalmente ao reflexo dos próprios aspectos da doutrina batista, que prescindem de simbologias; mais modernamente, a rejeição ao uso de símbolos entre os grupos batistas assumiu um aspecto variável, havendo alguns que continuam a rejeitar seu uso e outros que passaram a adotá-los, porém a simplicidade permanece como uma característica recorrente aos edifícios batistas.[69]
Uma estrutura que pode ser encontrada em muitas igrejas batistas é obatistério, sempre assemelhado a uma piscina, já que o batismo é realizado por meio de imersão do candidato ao batismo já em idade madura (batismo do crente), para as quais é mais apropriado o uso depias batismais em vez de piscinas batismais.[70]
Com o início do movimento batista ocorrendo em torno do ano de 1609 naInglaterra, as igrejas batistas construídas naquele tempo naturalmente receberam influências da arquitetura inglesa de então, e mais especificamente da arquiteturaanglicana. Posteriormente, nos séculos XVIII e XIX, a arquitetura das igrejas inglesas seria influenciada pelo advento dos estilosgeorgiano evitoriano, respectivamente.[69]
NasTreze Colônias, os colonos batistas, oriundos da Inglaterra, construiriam igrejas cuja arquitetura guardava de início alguns traços do estilo inglês, porém as influências da arquitetura eclesial daNova Inglaterra o suplantariam desde logo, sendo desde então identificáveis pelo típico estilo eclesial americano, frequentemente em estrutura de madeira, com uma pequenatorre e umsino à frente.[69]
As igrejas fundadas pormissionários ingleses e americanos em outros países ao longo dos séculos XIX e XX seguiriam, por vezes, os estilos típicos dos países de origem, ou, em outros casos, adaptar-se-iam ao estilo local, desde o início ou algumas décadas depois.
Com as significativas mudanças estéticas na arquitetura do século XX, a maior parte das novas construções batistas passariam a adotar a arquitetura moderna.[71]
As igrejas batistas estabeleceram escolas primárias e secundárias,escolas bíblicas,faculdades euniversidades já na década de 1680 naInglaterra,[72] antes de continuar em vários países.[73] Em 2006, a Associação Internacional de Faculdades e Universidades Batistas foi fundada nos Estados Unidos.[74] Em 2023, contava com 42 universidades associadas.[75]
Os batistas enfrentaram muitas controvérsias em seus 400 anos de história, controvérsias do nível das crises. O historiador batista Walter Shurden diz que a palavracrise vem da palavra grega que significa “decidir”. Shurden escreve que, ao contrário da suposta visão negativa das crises, algumas controvérsias que atingem um nível de crise podem na verdade ser "positivas e altamente produtivas". Ele afirma que mesmo o cisma, embora nunca seja ideal, muitas vezes produziu resultados positivos. Na sua opinião, cada crise entre os batistas tornou-se momentos de decisão que moldaram o seu futuro.[76]
Em seu livro de 1963,Strength to Love, o pastor batistaMartin Luther King criticou algumas igrejas batistas por seuanti-intelectualismo, particularmente por causa da falta de treinamento teológico entre pastores.[77]
Em 2018, o teólogo batista Russell D. Moore criticou algumas igrejas batistas americanas por seumoralismo enfatizando fortemente a condenação de certos pecados pessoais, mas silencioso sobre as injustiças sociais que afligem populações inteiras, como oracismo.[78] Em 2020, a North American Baptist Fellowship, uma região daAliança Batista Mundial, assumiu oficialmente um compromisso com a injustiça social e se manifestou contra a discriminação sistêmica no sistema de justiça dos EUA.[79] Em 2022, aAliança Batista Mundial adotou uma resolução incentivando as igrejas e associações batistas que historicamente contribuíram para o pecado da escravidão a se envolverem najustiça restaurativa.[80]
No início do século XIX, a ascensão do movimentomissionário moderno e a reação contra ele levaram a uma controvérsia generalizada e amarga entre os batistas estadunidenses que,[81] durante esta época, estavam divididos entre missionários e antimissionários. Uma secessão substancial de batistas entrou no movimento liderado por Alexander Campbell para retornar a uma igreja mais fundamental.[82]
Antes daGuerra Civil Americana, os batistas envolveram-se na controvérsia sobre aescravidão nos Estados Unidos. Enquanto noPrimeiro Grande Despertar, os pregadoresmetodistas e batistas se opuseram à escravidão e pediram aalforria dos escravos, mas ao longo das décadas eles fizeram uma maior acomodação com a instituição da escravatura. Os batistas trabalharam com proprietários de escravos noSul dos Estados Unidos para promover uma instituição paternalista. Ambas as denominações fizeram apelos pelo direto de escravos e negros livres de se converterem. Os batistas permitiram-lhes particularmente papéis ativos nas congregações. Em meados do século XIX, os batistas do norte tendiam a se opor à escravidão. À medida que as tensões aumentavam, em 1844, a Home Mission Society recusou-se a nomear como missionário um proprietário de escravos proposto pela Geórgia. Observou que os missionários não podiam levar consigo servos e também que o conselho não queria dar a impressão de tolerar a escravidão.[83]
Em 1845, um grupo de igrejas a favor da escravidão e em desacordo com oabolicionismo da Convenção Trienal (agora Igrejas Batistas Americanas dos EUA) saiu para formar aConvenção Batista do Sul.[84]
Nos anos do pós-guerra, oslibertos abandonaram rapidamente as congregações e associações brancas, estabelecendo as suas próprias igrejas.[85] Em 1866, a Convenção Batista Americana Consolidada, formada por batistas negros do Sul e do Oeste, ajudou as associações do sul a estabelecer convenções estaduais negras, o que fizeram noAlabama,Arkansas,Virgínia,Carolina do Norte eKentucky. Em 1880, as convenções estaduais negras uniram-se na Convenção Nacional de Missões Estrangeiras para apoiar o trabalho missionário batista negro. Duas outras convenções negras nacionais foram formadas e, em 1895, uniram-se como aConvenção Batista Nacional. Mais tarde, essa organização passou por suas próprias mudanças, desmembrando outras convenções. É a maior organização religiosa negra e a segunda maior organização batista do mundo.[86] Os batistas são numericamente mais dominantes noSudeste dos Estados Unidos.[87] Em 2007, a Pesquisa do Panorama Religioso doPew Research Center descobriu que 45% de todos os afro-americanos se identificam com denominações batistas, com a grande maioria deles dentro da tradição historicamente negra.[88]
Martin Luther King Jr., um ministro batista e líder dos direitos civis, na marcha pelos direitos civis de 1963 em Washington, DC Omovimento dos direitos civis dividiu vários batistas nos EUA, como a escravidão havia feito mais de um século antes.
A Convenção Batista do Sul apoiou asupremacia branca e seus resultados: privando a maioria dos negros e muitos brancos pobres na virada do século XX, levantando barreiras ao recenseamento eleitoral e aprovando leisde segregação racial - as chamadasleis Jim Crow.[89] Em meados do século XX, os seus membros resistiram em grande parte aomovimento pelos direitos civis no Sul dos Estados Unidos, que procurava fazer valer os seus direitos constitucionais de acesso público e voto e a aplicação das leis federais de direitos civis.[90]
Em 1995, a Convenção Baptista do Sul aprovou uma resolução que reconhecia o fracasso dos seus antepassados em proteger os direitos civis dos afro-americanos.[91] A declaração pedia perdão “aos nossos irmãos e irmãs afro-americanos” e prometia “erradicar o racismo em todas as suas formas da vida e ministério batista do sul”. Em 1995, cerca de 500 mil membros da denominação de 15,6 milhões de membros eram afro-americanos e outros 300 mil eram minorias étnicas. A resolução marcou o primeiro reconhecimento formal da denominação de que o racismo desempenhou um papel na sua fundação.[92]
Olandmarkismo batista dos batistas do Sul, procurou redefinir a separação eclesiástica que caracterizava as antigas igrejas batistas, em uma época em que as reuniões sindicais interdenominacionais estavam na ordem do dia.[93] James Robinson Graves foi um batista influente do século XIX e o principal líder deste movimento.[94] Embora alguns landmarkistas tenham se separado da Convenção Batista do Sul, o movimento continuou a influenciar a Convenção nos séculos XX e XXI.[95]
A ascensão domodernismo teológico no final do século XIX e início do século XX também afetou grandemente os batistas.[96] O movimento landmarkista foi descrito como uma reação entre os batistas do Sul nos Estados Unidos contra o modernismo incipiente.[97] Na Inglaterra,Charles Spurgeon lutou contra as visões modernistas das Escrituras naControvérsia do Downgrade e, como resultado, separou sua igreja da União Batista.[98][99][100]
AConvenção Batista do Norte nos Estados Unidos teve conflitos internos sobre o modernismo no início do século XX, acabando por abraçá-lo.[101] Como resultado, duas novas associações conservadoras de congregações que se separaram da convenção foram fundadas: a Associação Geral de Igrejas Batistas Regulares em 1933 e a Associação Batista Conservadora da América em 1947.[101]
Após conflitos semelhantes sobre o modernismo, a Convenção Batista do Sul aderiu à teologia conservadora como sua posição oficial.[102][103] No final do século XX, os batistas do Sul que discordavam dessa direção fundaram dois novos grupos: a liberal Aliança dos Batistas em 1987 e a mais moderadaAssociação Batista Cooperativa em 1991.[104][105][106][107] Originalmente, ambos os cismas continuaram a ser identificados como batistas do Sul, mas com o tempo eles "se tornaram novas famílias permanentes de batistas".[104]
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