Suas fronteiras atuais foram estabelecidas pela primeira vez peloTratado de Trianon (1920) após aPrimeira Guerra Mundial, quando o país perdeu 71% de seu território, 58% da sua população e 32% doshúngaros étnicos. Após operíodo entreguerras, a Hungria aderiu àsPotências do Eixo naSegunda Guerra Mundial, quando sofreu danos significativos. A Hungria ficou sob a esfera de influência daUnião Soviética, o que contribuiu para o estabelecimento de umgoverno comunista que governou por quatro décadas (1947-1989). O país ganhou ampla atenção internacional por conta daRevolução de 1956 e da abertura parcial de sua fronteira anteriormente restrita com a Áustria, em 1989, o que acelerou o colapso de todo oBloco de Leste.
Em 23 de outubro de 1989, a Hungria tornou-se novamente umarepúblicaparlamentardemocrática e atualmente tem uma economia de alta renda,[11] com um altoÍndice de Desenvolvimento Humano (IDH).[7] O país também é um destino turístico popular, atraindo cerca de 10 milhões de visitantes por ano.[12] A Hungria abriga o maior sistema defontes termais[13] e o segundo maior lago termal do mundo (Lago Hévíz), o maior lago da Europa Central (lago Balaton), e as maiores pastagens naturais do continente europeu (o Parque Nacional de Hortobágy).
Otopônimo "Hungria" foi recebido pelalíngua portuguesa dofrancêsHongrie.[14] Crê-se que o termo originou-se noséculo VII, quando tribosmagiares integravam uma aliança búlgara chamadaOn-Ogour, que emtúrquico búlgaro significa "dez flechas".[15]
Entre 1241 e 1242, uma invasãomongol devastou a Hungria, com grandes perdas em vidas e propriedades. Quando os mongóis foram embora, o reiBéla IV, mandou construir castelos de pedra, que seriam importantes na batalha contra osotomanos, noséculo XIV.
Hungria dividida, aproximadamente em 1550, nas três partes:otomana ao sul,austríaca a oeste e o principado sob a dinastia dos Zápolya a leste
Paulatinamente, o Reino da Hungria conseguiu livrar-se das ingerênciaspolacas,boêmias e papais, consolidando a sua independência.Matias Corvino, que reinou entre 1458 e 1490, fortaleceu o país, repeliu osotomanos e fez com que a Hungria se tornasse um centro cultural europeu durante oRenascimento.
A independência da Hungria chegou ao fim em 1526, após a queda deNándorfehérvár (Belgrado) e a derrota para osotomanos naBatalha de Mohács.[19] O Reino foi então dividido em três partes: o terço meridional caiu sob o controle otomano e o ocidental, sob o controleaustríaco. A porção oriental permaneceu nominalmente independente, com o nome de Principado daTransilvânia e sob a dinastia dosHabsburgos, que retomariam a totalidade da Hungria das mãos dos otomanos 150 anos depois, no final doséculo XVII.
Com o recuo dosturcos, começou a luta da nobreza húngara por autonomia no seio doImpério Austríaco. ARevolução de 1848 e a posterior guerra civil eliminaram aservidão e garantiram os direitos civis, mas a revolução foi duramente reprimida pelos austríacos em 1849. Em 1867, porém, após duras batalhas internas e externas, o Império Austríaco obrigou-se a fazer reformas internas, e para evitar a independência húngara, fez um acordo na qual reconhecia o Estado autônomo da Hungria, surgindo então a chamada Monarquia Dual, ouImpério Austro-Húngaro.
O governo húngaro, que era autônomo mas obedecia às mesmas regras que a Áustria, deu início a um processo de marginalização das populações de outras etnias, o que motivou onacionalismo sérvio, eslovaco e romeno dentro do reino. A marginalização continuou até o término daPrimeira Guerra Mundial, quando todo o Império Austro-Húngaro desmoronou. Em novembro de 1918, a Hungria tornou-se uma república independente. Após uma experiência comunista sobBéla Kun, que proclamou uma república soviética húngara, e uma invasão por tropas romenas, forças militares de direita sob o comando do AlmiranteMiklós Horthy, entraram emBudapeste e instalaram um novo governo. Em 1920 elegeu-se uma assembleia unicameral, expressivamente de direita, Horthy foi indicado Regente e a Hungria voltou a ser uma monarquia, embora sem rei designado.[20]
OTratado de Trianon, criado para se refazer a paz com os países vencedores, assinado em junho de 1920, determinou as fronteiras da Hungria no pós-guerra. O território perdido foi distribuído da maneira seguinte: a Hungria foi reduzida a 93 000 km²; aRomênia recebeu a Transilvânia 102 000 km²; aCroácia, aEslavônia e aVoivodina uniram-se àSérvia (63 000 km²); aTchecoslováquia recebeu aRutênia e aEslováquia num total de 63 000 km²; aÁustria recebeu aBurgenland (4 000 km²) da qual a cidade deSopron voltou à Hungria após o referendo de 1921. Com o Tratado de Trianon, o país perdeu 71% de seu território, 66% de sua população, grande parte das suas reservas de matéria prima e seu único porto marítimo (Fiume, hojeRijeka, na Croácia) para os países vizinhos.[21]
A Hungria não quis aceitar a divisão de seu país, mas enfraquecida, não havia força militar para desfazer o tratado. O inconformismo com a perda de territórios e população foi a tônica do processo político húngaro doentre-guerras e perdura. Há quem diga que os húngaros que viviam em terras que passaram às mãos de outros países, sofriam alta discriminação e ataques (exemplo seriam as cidades húngaras alagadas pela criação de barragens na Transilvânia). Muitos húngaros abandonaram suas casas e migraram para outros países. O único país que futuramente ofereceria ajuda para recuperar as terras seria então aAlemanha nazista.[22]
Não se sabe a intenção dos países vencedores em dividir a Hungria de forma tão drástica, possivelmente para que o país não pudesse se tornar forte militar e culturalmente novamente. No museu das armas, em Paris, há um quadro que nomeia o tratado de Trianon como "Tratado de paz". Até hoje os húngaros sofrem com o resultado do Tratado de Trianon nos países vizinhos onde vivem, como, por exemplo a proibição por lei de que cidadãos eslovacos falem húngaro, impondo uma língua aos húngaros que ali vivem, e a proibição do presidente húngaro de entrar em território eslovaco de forma não oficial.[23]
Após um período conturbado politicamente na década de 1920, e após o suicídio de Teleki Pál, primeiro-ministro húngaro que não concordava com uma Hungria nazista e não via saída frente a dominação alemã, assumiu István Bethlen, a Hungria então se aliou aosnazistas alemães a partir dos anos 1930, durante aGrande Depressão, na expectativa, conforme explicações de seus líderes da época, de obter de volta os territórios perdidos. E foi o que ocorreu, entre 1938 e 1941, a Hungria retomou territórios como aEslováquia, aRutênia, aTransilvânia e parte daIugoslávia.[24]
Declarou guerra em 1941 àUnião Soviética, mesmo enfraquecida, pois até então seguia as intenções alemãs. Houve sucessivas derrotas, milhares de soldados húngaros foram enviados a campos de guerra em situações precárias onde foram aniquilados cerca de 40 000 homens, após a mudança de lado de vários países e principalmente da Romênia, a Hungria tentou um acordo com osAliados, mas não foi aceita.Adolf Hitler com medo de que mudasse de lado, ordenou a invasão da Hungria em março de 1944. Depois de diversas batalhas por toda a Hungria, os alemães foram derrotados em 4 de abril de 1944.[25]
Tropassoviéticas deixam a Hungria em 1 de julho de 1990
Como consequência, ao fim daSegunda Guerra Mundial, tornou-se um Estado comunista sob a influência deMoscou. ARevolução de 1956 foi a oportunidade para que oshúngaros se manifestassem contra o regime soviético instalado no país. Após o primeiro-ministroImre Nagy implantar reformas democratizantes, apoiado pela população, aUnião Soviética invadiu a Hungria e, pela força das armas, acabou com a revolução, prendeu Nagy e executou-o tempo depois.[20][26]
No final da década de 1980, a Hungria foi um dos primeiros países da órbita soviética a procurar dissolver oPacto de Varsóvia e a evoluir para umademocracia pluripartidária e para uma economia de mercado. As primeiras eleições livres nessa nova fase da história da Hungria foram realizadas em 1990, onde, com poucos votos, os socialistas foram rechaçados. Mas, em 1994, voltaram ao poder, apoiados pela queda da qualidade de vida e da economia húngara. Desde então, socialistas e centro-direitistas disputam o poder político na Hungria. Seguiu-se de uma aproximação com o Ocidente que levou o país a aderir àOrganização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) em 1999 e àUnião Europeia em 2004.
Com 93 000 km², a Hungria é um dos maiores países daEuropa Central. Suas dimensões são de 250 quilômetros de norte a sul e 524 quilômetros de leste a oeste, com 2 258 quilômetros de divisas com os sete países (Sérvia,Croácia,Eslovênia,Ucrânia,Romênia,Eslováquia eÁustria) que o cerca.
Sua população é estimada em 10 064 000 de habitantes, apresentando um decréscimo populacional desde o últimocenso oficial em 2001. Tal fato vem ocorrendo nos últimos anos, seguindo uma tendência de todos os países doleste europeu. A Hungria é um país mediamentepovoado, apresentando uma densidade de 109 habitantes por km².
A maior cidade é a capitalBudapeste, que em suaregião metropolitana tem 2 550 000 habitantes. Com menor proporção, a universitáriaDebrecen, emHajdú-Bihar, é a segunda maior com 205 000 habitantes. A terceira éMiskolc, com pouco mais de 179 000 habitantes, no condado deBorsod-Abaúj-Zemplén, no nordeste húngaro.
A maior parte do país é composta porplanícies, que não chegam a 200 m dealtitude. Em alguns pontos existem pequenas cadeias demontanhas, mas as que passam de 300 metros de altura são apenas 2% do território húngaro. O ponto mais alto é a montanhaKékes com 1 014 metros e está localizada a nordeste de Budapeste. O ponto mais baixo é nas proximidades deSzeged no sul, em umadepressão com 77,6 metros.
Os maiores e mais importantes rios que cruzam a Hungria são oDanúbio e oTisza. O Danúbio é um dos rios mais importantes daEuropa e, na Hungria, ele é navegável por 418 quilômetros. O Tisza é navegável por 444 quilômetros. Vale ainda ressaltar olago Balaton, que com uma área de 592km² é o maior lago daEuropa Central eOriental, e até é conhecido por "mar Húngaro". Outros lagos menores são oVelence e oNeusiedl, que tem 315 km² de superfície, mas apenas 75 km² em território húngaro (o restante localiza-se naÁustria).
A Hungria possui umclima temperado continental,[27] com um frio e úmidoinverno e umverão quente. A temperatura média anual é de 9,7°C (com extremos de 42 °C e -29 °C).[28] A médiapluviométrica é de 600 mm por ano. As chuvas são irregulares, caindo mais à oeste doDanúbio do que ao leste. Uma pequena vila, próxima dePécs, tem um clima diferente do resto do país, semelhante aoclima mediterrâneo, o que é um diferencial na região.
Durante os anos 1980, a Hungria começou a sentir os efeitos dapoluição dasindústrias e dosagrotóxicos nas plantações. Continuamente foram relatadoscontaminações em reservatórios de água e uma sensível mudança nafauna. Até hoje, não foi feita nenhuma grande mudança sobre omeio ambiente.[29]
Devido à suahistória, quando países vizinhos faziam parte do mesmo país, existem minorias húngaras significativas em países vizinhos comoRomênia (naTransilvânia),Eslováquia,Sérvia (emVoivodina),Ucrânia,Croácia (naEslavônia) eÁustria. AEslovênia, no entanto, tem um número muito grande de húngaros nas cidades próximas à fronteira e até adota o húngaro como língua oficial.
Osjudeus sempre estiveram presentes na Hungria, desde os primórdios daIdade Média, e a maiorsinagoga da Europa se localiza hoje em Budapeste. Entretanto, a maioria dos judeus sofreu com oholocausto, durante ainvasão alemã naSegunda Guerra Mundial. A maioria foi deportada para oscampos de concentração ou simplesmente executada. Atualmente, declaram-se judeus apenas 0,1% de toda a população húngara. Dados recentes apontam para que a húngaros sejam na sua grande maioria seguidores docristianismo com 86,7% da população a identificar-se com esta religião sendo que 57,8% são fiéis daIgreja Católica, 23,9% sãoprotestantes, 5,0% seguem outras crenças cristãs, 11,3% não têm religião e 2,0% seguem outras crenças, onde se destacam as comunidadesjudaicas emuçulmanas.[32]
OPresidente da República, eleito pelaAssembleia Nacional da Hungria a cada 5 anos, é o comandante-chefe dasforças armadas e nomeia oprimeiro-ministro, cujo nome também deve ser aprovado pela Assembleia. O primeiro-ministro é quem seleciona o gabinete deministros e, segundo a constituição húngara, dispõe da prerrogativa de demiti-los. Os indicados devem ser formalmente nomeados pelo presidente.
A Assembleia Nacional (Országgyűlés) - o parlamento húngaro - é um órgão legislativo unicameral, com 386 membros eleitos diretamente. Na última eleição, 176 foram eleitos pelo voto direto dos distritos eleitorais, 152 pela representação proporcional do partido e 58 pelo votos de compensação. Num primeiro turno, os eleitores votam em um candidato e também em umpartido. O candidato que obtiver mais de 50% dos votos dodistrito eleitoral ocupa um assento na assembleia. Quando no distrito não houver a maioria ou a participação for menor que 50%, há segundo turno. este ocorre da mesma forma que o primeiro, mas o candidato mais votado assume o cargo. É declarada inválida a eleição que não obtiver 25% de participação, sendo esses assentos preenchidos com os votos de compensação. A distribuição dos votos de compensação é feita pela ordem de votação dos partidos.[33] Na Hungria, dois partidos dominam o cenário eleitoral: oMagyar Polgári Szövetség ("União Cívica Húngara"), ou Fidesz,[34] e oMagyar Szocialista Párt ("Partido Socialista Húngaro"), ou MSzP.[35]
O Poder Judiciário húngaro inclui a corte constitucional, que é formada por onze membros, e pode julgar a constitucionalidade das leis. Ademais, a Suprema Corte da Hungria e os tribunais civis e penais são independentes do Poder Executivo.
AsForças Armadas da Hungria contam com dois ramos: asForças Terrestres da Hungria e aForça Aérea da Hungria. As Forças Terrestres (ou Exército) são conhecidas como "Corpo de Defensores da Pátria" (Honvédség). Este termo foi originalmente usado para se referir ao exército revolucionário instituído peloLajos Kossuth e da Comissão de Defesa Nacional da Dieta Revolucionária Húngara em setembro de 1848, durante aRevolução Húngara.
A Hungria tem os navios de guerra mais bem equipados e preparados daEuropa Central. Apenas o país opera forças baseadas em rios entre os membros da OTAN. Na década de 2000, o exército comprou novosnavios de guerra de minas, restaurando ou aposentando os antigos. Em feriados nacionais, os navios de guerra navegam ao longo dorio Danúbio, emBudapeste.[36][37][38]
A Hungria é membro dasNações Unidas desde dezembro de 1955 e foi um dos signatários dosAcordos de Helsinque, em 1975. Entre 1947 e 1989, a política externa da Hungria geralmente seguia o exemplo daUnião Soviética.
Desde 1989, a principal meta da política externa húngara é alcançar a integração em organizações econômicas e de segurançaocidentais. O país aderiu àParceria para a Paz em 1994 e tem apoiado ativamente as missões daForça de Estabilização naBósnia.
Mapa da Hungria com os 19 condados em laranja e a capitalBudapeste em vermelho
Administrativamente, a Hungria é dividida em 19condados mais acapital, que é independente de qualquer condado. Esses são o terceironível de divisão administrativa da Hungria. Os19 condados eBudapeste são agrupados em 7 regiões, para propósitos demográficos e de desenvolvimento. São eles o segundo nível de divisão húngaro: Transdanúbia Ocidental, Transdanúbia Meridional, Transdanúbia Central, Hungria Central, Hungria Setentrional, Grande planície setentrional, Grande planície meridional.
Os 19 condados são, ainda, subdividos em 173sub-regiões e Budapeste é a sua própria sub-região. Cada sub-região pode ser classificada em "cidade" ou "vila", ou ainda em "condado urbano", que é uma cidade com direitos de condado, mas que tem que se submeter às ordens do condado na qual está inserida, não tendo, portanto, independência política do condado.[carece de fontes?]
Todas as capitais de condados são cidades com "direitos de condado" ou condados urbanos. Além delas, mais cinco cidades detém esses direitos:Érd,Dunaújváros,Hódmezővásárhely,Nagykanizsa eSopron.
Durante oImpério Austro-Húngaro, a Hungria foi o principal território utilizado para aagricultura. As vastasplanícies que cobrem 90% do país e as terras férteis em abundância, comum nessaparte da Europa, favoreceram o intensivo uso da agricultura em toda a sua história. Durante o período socialista, a agricultura foi mecanizada e modernizada. Mas com o fim daURSS, a agricultura húngara perdeu o apoio que tinha do estado e sofreu de uma crise, só igualando a sua produção de 16 milhões de toneladas de grãos noséculo XXI.
Durante o regimesocialista, a Hungria passou também por uma forteindustrialização, através de projetos que usufruíam melhor os abundantes recursos naturais do país. Na década de 1980, a Hungria foi considerada o país mais moderno industrialmente, exportandobens de consumo até para grandes países industrializados comoAlemanha eEstados Unidos.
Depois da queda do regime socialista, com o fim daUnião Soviética, o país sofreu um baque com a entrada e adaptação ao regimecapitalista. No entanto, devido à sua economia já ser voltada à exportação, o país sofreu um menor viés em sua economia do que os outros países ex-soviéticos.
Entre 1990 e 1993, a economia húngara recuou 18%, frente à, por exemplo, 40% daBulgária. Em 1994, após algumas reformas econômicas reagiu e, desde 1996 a taxa média de crescimento doPIB é de 4,3%. Em 2006, o PIB fechou em 197,1 bilhões de dólares,[39] sendo 80% vindo decapital privado e fortemente influenciado pelas altas taxas decapital estrangeiro aplicada no país.
Atualmente, a maior parte do PIB da Hungria vem da área deserviços, que sofreu um forte crescimento na década de 1990 com acapitalização da economia. Ainflação e odesemprego diminuíram substancialmente desde 1998 - era de 13%, hoje é 7,4%. As medidas de reforma econômica, tais como a reforma dasaúde,tributária e do financiamento da administração local, ainda não foram postas em prática pelo atual governo. Em 1 de janeiro de 2004, junto com outros países do leste, a Hungria entrou naUnião Europeia e o país prepara a economia para a adoção doeuro, fato que se previa inicialmente ocorrer entre 2010 e 2014.[40]
Mais de 600 000 pessoas, de uma população de menos de 10 milhões, deixaram a Hungria desde o início dos anos 2010. O país enfrenta agora uma escassez de mão-de-obra. Em Janeiro de 2019, o governo adotou uma lei de "flexibilização", que a oposição descreveu como uma "lei dos escravos": os empregadores podem agora exigir aos seus empregados que trabalhem até 400 horas extraordinárias por ano (em comparação com 250 horas anteriormente e 144 horas no início dos anos 90) e só lhes paguem três anos mais tarde. A Confederação dos Sindicatos Húngaros denuncia um esquema que "conduzirá a uma deterioração significativa das condições de trabalho e a um elevado nível de exploração dos trabalhadores".[41]
O país é um popular destino turístico europeu. A indústria doturismo aumentou quase 7% entre 2004 e 2005.[42] Os visitantes de outros países europeus compreendem mais de 98% dos turistas que vão para a Hungria.Áustria,Alemanha eEslováquia são os maiores emissores de visitantes.[43] A maioria dos turistas chega ao país de carro e fica por curtos períodos de tempo.[44]
Na Hungria existem mais de 1 300 nascentes termais, um terço das quais são usadas emspas em todo o país. Asfontes termais húngaras e a cultura do spa são promovidas aos turistas. Só aFrança, oJapão, aSérvia, aIslândia e aItália têm capacidade de água termal similar. Os banhos termais têm sido utilizados na Hungria há 2 000 anos para higiene, relaxamento e atenuação de dores. Osromanos foram os primeiros a usar águas termais da região, noséculo I, quando construíram banheiros nas margens do Danúbio.[47]
No entanto, o sistema de ensino do país é flexível e, em parte, existem pontes entre os tipos de ensinos oferecidos (graduados de uma escola profissional podem conseguir um programa de dois anos para ter acesso à educação profissional de nível superior, por exemplo).[50]
O ensino superior é um sistema dual, dividido emfaculdades (que geralmente oferecembacharelado) euniversidades (que geralmente oferecemmestrado).[51] A educação e a formação do país foram classificadas na 44ª posição entre os 148 países avaliados noGlobal Competitiveness Report 2013-2014, promovido peloFórum Econômico Mundial.[52]
A Hungria mantém um sistema desaúde universal amplamente financiado peloseguro nacional de saúde do governo. Segundo aOCDE, 100% da população estácoberta pelo seguro de saúde universal, que é absolutamente gratuito para crianças, estudantes, pensionistas, pessoas de baixa renda, deficientes e funcionários da igreja. A Hungria gasta 7,2% do PIB em saúde, gastando US$ 2 045 per capita, dos quais US$ 1 365 são fornecidos pelo governo.[53][54][55]
A Hungria é um dos principais destinos deturismo médico na Europa, particularmente no turismo odontológico.[56][57] A cirurgia plástica também é um setor muito procurado, com 30% dos clientes vindos do exterior. A Hungria é bem conhecida por sua cultura de spa e abriga inúmeros spas medicinais, no que ficou conhecido como "turismo de spa".[58][59]
Em comum com os países desenvolvidos, adoença cardiovascular é a principal causa de mortalidade, respondendo por 49,4% de todas as mortes ocorridas no país em 2013.[60] No entanto, esse número atingiu o pico em 1985 com 79 355 mortes e vem diminuindo continuamente.[60] A segunda principal causa de morte é o câncer (26,2%), que está estagnado desde a década de 1990.[60] As mortes por acidentes caíram de 8 760 em 1990 para 3 654 em 2013; o número de suicídios caiu vertiginosamente de 4 911 em 1983 para 2 093 em 2013 (21,1 por 100 000 pessoas), o menor desde 1956.[60] Existem disparidades de saúde consideráveis entre as partes ocidental e oriental da Hungria;doença cardíaca,hipertensão,acidente vascular cerebral e suicídio é prevalente na região daGrande Planície predominantementeagrícola e de baixa renda no leste, mas infrequente nas áreas de alta renda eclasse média daTransdanúbia Ocidental eHungria Central.[61]
Otabagismo é um dos principais contribuidores para as causas de morte na Hungria, embora esteja em declínio acentuado. A proporção de fumantes adultos caiu de 28% em 2012 para 19% em 2013, devido a regulamentações rígidas, como a proibição nacional de fumar em todos os locais públicos fechados e a limitação das vendas de tabaco às "Lojas Nacionais de Tabaco" controladas pelo Estado.[62]
Torta dobos, um dos pratos típicos húngaros mais conhecidos
A culinária húngara tem uma posição de destaque na cultura da Hungria, com tradicionais pratos como ogoulash, difundido por todo o mundo e uma das bases da culinária húngara. Abatata é usada em diversos pratos, e assopas e os guisados são componentes da culinária doshúngaros.
Os pratos são geralmente temperados compáprica,cebola epimenta preta. Osguisados são, comumente, encontrados com elementos tradicionais como carne deporco e degado, como usado nopörkölt. Existe ainda, diversas sobremesas tais como o somlói galuska que é um doce coberto de creme de laranja ou rum. Na culinária húngara que são feitas com frutas, sendo elas umas das especialidades da cozinha húngara.
Nos tempos antigos, alíngua húngara era escrita com umalfabeto rúnico (no entanto ela não foi utilizada na literatura, devido aos interesses de uma interpretação moderna para ela). O país mudou para oalfabeto latino após sercristianizado sob o reino deEstevão I (1000-1038). Não existem documentos anteriores aoséculo XI, sendo o mais antigo relato em húngaro um fragmento do documento de fundação daAbadia deTihany (1055), na qual contém muitos termos húngaros, entre elas as palavrasfeheruuaru rea meneh hodu utu rea, "até a estrada militar de Fehérvár". O resto do documento está em latim. O mais antigo texto completo é o "Sermão e Oração para Funeral" (Halotti beszéd és könyörgés) (1192–1195), a tradução de um sermão em Latim. O mais antigopoema é o "Lamentos de Maria", tradução do Latim doséculo XIII. É também o mais antigo poemaFino-Úgrico. Entre as primeirascrônicas sobre ahistória húngara está oGesta Hungarorum ("Feitos dos Húngaros") e oGesta Hunnorum et Hungarorum ("Feitos dosHunos e dos Húngaros") por Simon Kézai. Ambos em latim. Tais crônicas misturam história comlendas, mas historicamente elas não são sempre certas. Outra crônica conhecida é aKépes krónika ("Crônica Ilustrada"), que foi escrita porLuis, o Grande.
O iluminismo húngaro aconteceu aproximadamente cinquenta anos depois se comparados aoiluminismo daEuropa Ocidental. Os novos pensamentos chegaram à Hungria através deViena. Os primeiros escritores do iluminismo húngaro foramGyörgy Bessenyei eJános Batsányi. Contemporâneos a eles,Mihály Csokonai Vitéz eDániel Berzsenyi eram os grandes poetas da época e a grande figura da reforma da língua eraFerenc Kazinczy. Através dessa reforma, a língua húngara tornou-se praticável para explanações científicas, com a criação de muitas palavras novas para descrever as novas invenções, preservando assim alíngua húngara.
A Hungria tem o terceiro maior número de medalhas olímpicas per capita e o segundo maior número de medalhas de ouro per capita no mundo. Apenas sete países (Estados Unidos,Rússia,Reino Unido,França,China,Itália eAlemanha) possuem mais medalhas olímpicas do que a Hungria. Com um total de 476 medalhas em Olimpíadas da era moderna, Hungria ocupa o oitavo lugar de 211 países participantes.[64]
A Hungria também foi considerada até meados doséculo XX, como uma potência no futebol,[65][66][67][68] possui dois vice-campeonatos deCopa do Mundo, naCopa do Mundo FIFA de 1938 e na de1954, a seleção húngara de futebol também é a maior vencedora dosJogos Olímpicos, com três títulos olímpicos conquistados nasOlimpíadas de 1952,1964 e1968, sendo que até hoje possui o recorde das duas maiores goleadas aplicadas em uma Copa do Mundo, com um 10 x 1 sobreEl Salvador naCopa do Mundo FIFA de 1982 e 9 x 0 sobre aCoreia do Sul naCopa de 1954. Foi a primeira seleção não britânica a derrotar em solo inglês os inventores do futebol, a seleção inglesa, e em plenoEstádio de Wembley, em 1953. Têm à grande jogadora detênis Zsofia Jakab que está jogando pela Longwood University atualmente, além da maior jogadora de xadrez de todos os tempos,Judit Polgar.
Também se destaca desde 1986 a realização do Grande Prêmio deF1, no autódromo da capital. Uma pista onde, segundo os críticos especializados no automobilismo, foi realizado o GP de F1 mais emocionante da era moderna do esporte, em 1990, com vitória deThierry Boutsen com umaWilliams. Os brasileirosNelson Piquet eAyrton Senna também se destacaram na tradicional e quente pista húngara. A melhor participação de Hungria nosJogos Olímpicos, foi em 1952 quandoobteve em terceiro posto em quadro de medalhas.
↑Kristó Gyula – Barta János – Gergely Jenő: Magyarország története előidőktől 2000-ig (History of Hungary from the prehistory to 2000), Pannonica Kiadó, Budapest, 2002,ISBN 963-9252-56-5, p. 687, pp. 37, pp. 113 ("Magyarország a 12. század második felére jelentős európai tényezővé, középhatalommá vált."/"By the 12th century Hungary became an important European constituent, became a middle power.", "A Nyugat részévé vált Magyarország.../Hungary became part of the West"), pp. 616–644
Lázár, István -Hungary - A brief History. 2ª edição. Editora Corvina. Budapeste, 1990.ISBN 963-13-2946-1
Perjes, Geza -War and Society in East Central Europe - Vol XXVI - The Fall of the Medieval Kingdom of Hungary: Mohács 1526 - Buda 1541. 206 páginas. Editora da Universidade de Columbia. New Jersey, 1989.ISBN 0-88033-152-6