Horst Mahler | |
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![]() Horst Mahler em 2003. | |
Nascimento | 23 de janeiro de1936 (89 anos) Haynau (atualChojnów,Polônia) |
Nacionalidade | polonês alemão |
Cônjuge | Sylvia Stolz |
Ocupação | Ex-advogado eativista deideologias extremistas Ex-integrante da Fração do Exército Vermelho |
Horst Mahler (Haynau, atualChojnów,23 de janeiro de1936) é um ex-advogado e defensor deideologias extremistasalemão. Ex-militante deextrema-esquerda, foi um dos fundadores daFração do Exército Vermelho, também conhecido comoGrupo Baader-Meinhof, em1970. Depois de se converter aomaoismo, nas últimasdécadas mudou radicalmente seu pensamento político e tornou-se umativista dedireita, fazendo parte, por alguns anos, doPartido Nacional Democrata Alemão.
Acusado de incitamento à violência e negação doHolocausto,[1] ementrevista àimprensaisraelense, ele já definiu-se como deascendência judia, afirmando que certa vez sua mãe contou a ele e seus irmãos que descendiam dejudeus e eram 1/8 judeus.[2]
Mahler estudou naUniversidade Livre de Berlim e em 1964 abriu uma firma de advocacia emBerlim, especializada emDireitomacroeconômico. Em 1966, defendeu com sucesso uma causa frente aoTribunal Europeu dos Direitos Humanos.[3] Pouco depois, como jovem advogado, defendeu em corte os então ativistassocialistas eanarquistasAndreas Baader,Gudrun Ensslin - acusados de incêndio premeditado a estabelecimento comercial - e o ativista esquerdistaRudi Dutschke, o mais importante líder do movimento estudantil alemão no fim da década de 60. Quando da tentativa de assassinato de Rudi em 1968, ele liderou grandes protestos contra a empresa jornalísticaSpringer, dona dojornal sensacionalistaBild, pela cobertura conservadora do incidente, sendo preso na manifestação, que terminou em violência.[4]Na época, Mahler já havia se consolidado como um advogado esquerdista, prestando serviços àBeate Klarsfeld - ativista anti-nazista - a integrantes de comunas estudantis, a estudantes pobres que sofriam acusações criminais e a Baader e Ensslin.
Durante a defesa dos dois futuros líderes do que seria conhecido como Grupo Baader-Meinhof, Mahler criou laços de amizade com a dupla e, imbuído das mesmas idéias revolucionárias marxistas, ajudou a planejar a fuga de Andreas Baader depois de sua prisão no começo de 1970. Baader e Gudrun haviam sido libertados em condicional em 1969 após serem considerados culpados dos incêndios provocados em 1968 - no caso em que foram defendidos por Mahler - mas foram obrigados a voltar à cadeia pela Justiça pouco tempo depois de libertados. Recusando-se, entraram na clandestinidade mas Baader foi novamente preso depois de reconhecido numa batida policial.
Depois da fuga, que contou com a ajuda dajornalista esquerdistaUlrike Meinhof, os quatro fundaram a organização conhecida como Fração do Exército Vermelho (RAF) e começaram a cometer uma série de roubos a banco para conseguir fundos para a luta armada contra oEstado.[5] Fugiram então para aJordânia, onde fizeram treinamento de guerrilha com integrantes daFrente Popular para a Libertação da Palestina, junto com outros seguidores.[6]De volta doOriente Médio, em outubro de 1970 acabou preso junto com três outras integrantes da RAF e condenado a quatorze anos de prisão por assaltos e cumplicidade na fuga de Baader. A prisão também lhe custou a cassação da licença para advogar.[4]
Da prisão, Mahler escreveu ummanifesto dedicado a seus companheiros de organização, em que reformulava seu pensamento político e condenava a luta armada extremista. Seu manifesto foi recusado pelos outros dirigentes do Baader-Meinhof e ele foi expulso da organização. Em 1975, um comando marxista aliado da RAF sequestrou opolítico alemãoPeter Lorenz, candidato aprefeito deBerlim Ocidental em troca de alguns presos políticos do grupo e Mahler recebeu a oferta de ser solto, mas recusou, preferindo cumprir a pena.[5] Em 1980, após cumprir dez dos quatroze anos de sua sentença, foi libertado, conseguindo em 1988 novamente permissão para praticar a advocacia.[7]
Nosanos 80, Mahler começou a mudar seu discurso político, alinhando-se com o pensamentonacionalista e apelando para o orgulho nacional da Alemanha, a quem considerava agora 'ocupada' e que deveria livrar-se daescravidão por débito que sofria, com os pagamentos de indenizações aosAliados desde aSegunda Guerra Mundial e 'restabelecer uma identidade nacional'.[8]Em 2000, ele filiou-se ao Partido Nacional Democrata Alemão, de tendêncianeofascista, e depois o defendeu nos tribunais, quando da tentativa do governo de banir o PNDA da política nacional.
Nos últimos anos Mahler tem lidado com diversas acusações de intolerância e radicalismo, sendo processado e preso. Em 2003, ele foi processado segundo a lei de 'incitamento à violência'(Volksverhetzung), por suas declarações sobre osataques terroristas de 11 de setembro de 2001, em que afirmava que a tragédia foi uma conspiração inventada pelo governo norte-americano e que aAl-Qaeda nada tinha a ver com ele.[9]Também foi processado por declarações públicas de negação do Holocausto em 2004 e teve seu passaporte confiscado pelo governo para impedi-lo de ir aTeerã participar de uma conferência ligada à negação do Holocausto. Em novembro de 2007, foi sentenciado a sete meses de prisão sem condicional por ter feito a saudação nazista ao entrar na prisão para cumprir uma pena curta anterior por ofensas e incitação à violência.[10] Em 2009, foi novamente preso e condenado emMunique, aos 73 anos, a seis anos de prisão, com mais cinco anos de agravante em decisão posterior da corte dePotsdam, por 'negação do Holocausto' (crime na Alemanha) e 'banalização dos crimes de guerra nazistas'.[11]
Em março do mesmo ano, sua mulher, a ex-professora universitária e advogada Sylvia Stolz, foi condenada e aprisionada por negação pública do Holocausto e por suas afirmações de que o 'poder estrangeiro judeu' comanda as autoridades federais da Alemanha e do mundo ocidental, e que as autoridades alemães aplicavam no país ajustiça dos vencedores e impediam aliberdade de expressão.[12]
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