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História do vinho

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Esta páginacita fontes, mas quenão cobrem todo o conteúdo. Ajude ainserir referências (Encontre fontes:ABW  • CAPES  • Google (notícias • livros • acadêmico)).(Outubro de 2016)
Vinhas na região do Minho, Portugal

Ahistória dovinho tem grande importânciahistórica, pois o seu surgimento em tempos remotos tornou-o um produto que acompanhou grande parte da evolução econômica e sociocultural de várias civilizações ocidentais e orientais.

O vinho possui uma longínqua importância histórica e religiosa e remonta diversos períodos da humanidade. Cadacultura conta seu surgimento de uma forma diferente. Os cristãos, embasados noAntigo Testamento, acreditam que foiNoé quem plantou um vinhedo e com ele produziu o primeiro vinho do mundo ("E começou Noé a cultivar a terra e plantou uma vinha."Gênesis, capítulo 9, versículo 20). Já os gregos consideraram a bebida uma dádiva dos deuses. Hititas, babilônicas, sumérias, as histórias foram adaptadas de acordo com a tradição e crença do povo sob perspectiva.

Do ponto de vista histórico, sua origem precisa é impossível, pois o vinho nasceu antes da escrita. Osenólogos dizem que a bebida surgiu por acaso, talvez por um punhado de uvas amassadas esquecidas num recipiente, que sofreram posteriormente os efeitos dafermentação. Mas o cultivo das videiras para a produção do vinho só foi possível quando os nômades se tornaram sedentários. Existem referências que indicam a Geórgia como o local onde provavelmente se produziu vinho pela primeira vez, sendo que foram encontradas neste local graínhas datadas entre 8000 a.c. e 5000 a.c.

Entre os egípcios

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Osegípcios foram os primeiros a registrar em pinturas e documentos (datados de 3000 a 1000 a.C.) o processo da vinificação e o uso da bebida em celebrações. Osfaraós ofereciam vinhos e queimavamvinhedos aosdeuses; os sacerdotes usavam-nos em rituais; os nobres, em festas de todos os tipos; as outras classes eram financeiramente impossibilitadas de sua compra. O consumo de vinho aumentou com o passar do tempo e, junto com oazeite deoliva, foi um grande impulso para o comércio egípcio, tanto o interno quanto externo. Os primeiros enólogos foram egípcios.

A partir de2 500 a.C., os vinhos egípcios foram exportados para aEuropa Mediterrânea,África Central e reinos asiáticos. Os responsáveis por essa propagação foram osfenícios, povo oriundo da Ásia Antiga e natos comerciantes marítimos. Em2 000 a.C., chegaram àGrécia.

Na Grécia

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DionísioBaco, deus do vinho (s. II,Prado,Madrid).

Cultivado ao longo da costa doMediterrâneo, o vinho seria cultural e economicamente vital para o desenvolvimento grego.

No mundo mitológico,Dionísio, filho deZeus e membro do 1o escalão do Olimpo, era o deus das belas artes, do teatro e do vinho. A bebida tornou-se mais cultivada e cultuada do que jamais fora no Egito, sendo apreciada por todas as classes.

A partir de 1000 a.C., os gregos começam, a plantar videiras em outras regiões europeias. A bebida embriagou aItália,Sicília, seguindo àPenínsula Ibérica. Os gregos fundaramMarselha e comercializaram o vinho com os nativos, sendo este o primeiro contato entre a bebida e a futuraFrança.

Para o gosto contemporâneo, o vinho daquela época era bastante incomum.Homero o descreveu delicado e suave, mas apesar do romantismo e das tradições festivas que a bebida evocou na época, o vinho daAntiguidade "era ingerido com água do mar e reduzido a um xarope tão espesso e turvo que tinha que ser coado num pano e dissolvido em água quente", afirma o historiador inglês e enólogoHugh Johnson, autor do livroA História do Vinho' (CMS Editora)'.

Em Roma

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Fundada em753 a.C.,Roma era inicialmente uma vila de pastores e agricultores. A partir doséculo VI a.C., começou a se expandir e, já em146 a.C., a península Itálica, o Mediterrâneo e a Grécia estavam anexados ao seu território.

Os vinhedos eram cultivados em áreas interioranas e regiões conquistadas. Osromanos levavam o vinho quase como uma “demarcação de território”, uma forma de impor seus costumes e sua cultura nas áreas que conquistavam. Dessa forma, o vinho terminou virando a bebida doslegionários, dos gladiadores, dastabernas enfurnadas de soldados. Junto com os romanos, os vinhedos chegaram àGrã-Bretanha, àGermânia e, por fim, àGália ― que mais tarde viria se chamar França.

Diferentemente do que se leu nas histórias deAsterix, Roma não tardou em conquistar toda a região da Gália. Sob o comando do imperador Júlio César, enfrentaram os gauleses e, seguindo pelo vale do Rhône, chegaram atéBordeaux. A disseminação das videiras pelas outras províncias gaulesas foi imediata, e pode ser considerada um dos mais importantes fatos na história do vinho. Nos séculos seguintes, cidades comoBorgonha eTréveris surgiram como centros de exportação de vinhos, que inclusive eram superiores aos importados.

A predileção da época era pelovinho doce. Os romanos colhiam as uvas o mais tardar possível, ou adotavam um antigo método, colhendo-as imaturas e deixando-as noSol para secar e concentrar o açúcar.

Diferente dos gregos, que armazenavam a bebida emânforas, o processo romano de envelhecimento era moderno. O vinho era guardado embarris de madeira, o que aprimorava o sabor do vinho (o mesmo ainda é feito no cultivo das videiras ao sul daItália e dePortugal). Ao lado do Império, o vinho atingiu o apogeu nos séculos I e II.

Na mesma época, as hordas bárbaras que atacavam Roma aumentavam, e as guerras se tornaram incessantes, fazendo declinar oImpério. Sua divisão em duas partes, a Ocidental (sede em Roma) e Oriental (sede em Constantinopla) piorou o controle da situação política e econômica, defasando vários setores. O vinho importado se tornou superior, diminuindo o lucro dos vinhedos romanos e tornando a vinicultura interna cara e fraca. As inúmeras baixas doexército e a constante perda de terras fizeram oImpério Romano dar seus últimos passos. Em476, após a queda do último imperador, o Império Romano Ocidental entrou em colapso. Mas o vinho já não fazia parte de Roma. Era maior, assumira vida própria.

Na Idade Média

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Sucedendo a queda romana, uma grande crise abateu aEuropa. Províncias foram reduzidas a reinos de futuro impreciso que se relacionavam mal, causando grande instabilidade econômica. A produção do vinho sofreu então um retrocesso neste continente. Já não envelhecia mais em barris de boamadeira, o que implica o aumento do tempo de oxidação da bebida. Como conseqüência, seu consumo tinha que ser imediato, perdendo a áurea de fineza dos vinhos antigos. A vinicultura somente voltaria a ser beneficiada com o surgimento de um grande poder religioso: aIgreja Católica.

Desde oséculo IV, quando o imperador romanoConstantino converteu-se ao cristianismo, a Igreja fortaleceu-se como instituição. Foi considerada a detentora da verdade e da sabedoria. O simbolismo do vinho na liturgia católica não poderia ter enfoque maior: era o sangue deCristo. A Igreja começou a se estabelecer como proprietária de extensos vinhedos nos mosteiros das principais ordens religiosas da Europa. Os mosteiros eram recantos de paz, onde o vinho era produzido para osacramento daeucaristia e para o próprio sustento dos monges. Importantes mosteiros franceses se localizavam em Borgonha eChampagne, regiões que foram e são “nascentes” de vinhos de qualidade. A bebida também se sobressaiu no setor médico: acreditava-se que vinho aromatizado possuía propriedades curativas contra diversas doenças. Com o aprimoramento das receitas, surgiram outros vinhos além do tinto, como osbrancos, rosés e espumantes.

Por volta doséculo XIII, ascruzadas católicas livraram o Mar Mediterrâneo do monopólio árabe, possibilitando a exportação do vinho pelas vias marítimas.

Na Idade Moderna

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Com as grandes navegações, o continente americano recebeu os vinhedos durante o período de colonização espanhola.Cristóvão Colombo trouxe uvas àsAntilhas em1493, e após a adaptação às terras tropicais, as videiras foram exportadas para oMéxico, osEstados Unidos e as colônias espanholas naAmérica do Sul.

Nos tempos atuais

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Já com a Revolução Industrial, noséculo XVIII, o vinho perdeu muito em qualidade, porque passou a ser fabricado com técnicas bem menos rústicas, para possibilitar sua produção em massa e venda barata. Embora as antigas tradições tentassem ser preservadas em regiões interioranas francesas, italianas e alemãs, a produção vinícola sofreu modificações irremediáveis para adaptar-se ao mundo industrializado.

Noséculo XX, a vitivinicultura evoluiu muito, acompanhando os avanços da tecnologia e da genética. O cruzamento genético das cepas das uvas, a formação deleveduras transgênicas e a produção mecanizada elevaram substancialmente a qualidade e o sabor do vinho, feito sob medida para agradar os mais diversos paladares.

Portugal

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Um dos vinhosportugueses mais célebres e de grande exportação é oVinho do Porto.

A introdução da produção vinícola emPortugal continua encoberta por questões ainda não resolvidas em termos de investigação. A primeira referência existente ao consumo de esta bebida fermentada no território em que hoje está localizado Portugal é deEstrabão, que em sua obra,Geographia, observa que os habitantes do Noroeste daPenínsula Ibérica já consumiam vinho, embora de formabárbara (Livro III).

A primeira referência à produção vinícola em Portugal é de989, provindo do Livro deDatas do Convento de Fiães, sendo a zona doDouro a mais antigaregião demarcada no mundo.

A história do vinho em Portugal vai para além da fundação da nacionalidade. Considera-se que a primeira vinha foi plantada na Península Ibérica (no vale do Tejo e no vale do Sado) cerca de 2000 AC, pelos Tartessos. Mais tarde, os Fenícios introduziram novas castas e tomaram conta do comércio do vinho. No século VII AC os gregos instalaram-se na Península Ibérica, e também deram o seu contributo para o desenvolvimento da cultura da vinha, alcançando grandes progressos na forma de cultivar e produzir vinho. Mais tarde, com a presença dos Romanos no século II AC, o vinho tornou-se um símbolo cultural, sendo um dos ícones do poder e riqueza no Império Romano.

Com a fundação de Portugal, o vinho manteve a sua importância, enquanto produto base na alimentação diária e enquanto símbolo da cultura de um povo, sendo logo nesse tempo o produto mais exportado por Portugal. Assim continuou ate à altura dos descobrimentos, pois as caravelas levavam sempre vinho, levando desta forma o vinho a locais distantes. A vinha e o vinho foram introduzidos em diversos sítios do mundo através do Império Português.

Um momento chave para um incremento nunca visto no comércio e posteriormente na produção do vinho, foi a assinatura do Tratado de Methuen em 1703. Com a sua assinatura, o comércio entre Portugal e Inglaterra ficou facilitado, ao abrigo de condições especiais para a entrada do vinho Português em Inglaterra. Fruto deste aprofundamento comercial, em 1756 o Vinho do Porto já era tão famoso e importante no comércio entre os dois países, que foi criada a primeira região demarcada do mundo, a região Alto Douro. Desde essa altura a produção de vinhos em Portugal teve altos e baixos, mas manteve sempre a sua importância em termos econômicos, culturais e sociais.Os vinhos portugueses sempre se caracterizaram por uma grande variedade de uvas regionais, o que dá um sabor especial ao produto de cada região.

Durante o governo deSalazar, foi incentivado o cultivo de uvas mais comerciais, sendo que, após aRevolução dos Cravos (1974) se voltou a incentivar o cultivo das variedades regionais.

A produção de uvas e de vinho é tradicionalmente dispersa, com elevado número de produtores de uvas e um elevado número de pequenas adegas. Nas décadas de 50 e 60 do século XX, houve um esforço de concentração da oferta de vinho, com a criação de mais de uma centena de adegas cooperativas distribuídas por todo o país[1]. Essas adegas, na sua grande maioria, permaneceram ativas até à adesão de Portugal à CEE e transformavam as uvas de milhares de pequenos agricultores, a maioria dos quais em explorações polivalentes. Para muitos desses agricultores, a receita proveniente das uvas que entregavam à adega constituía a verba mais avultada que entrava na exploração (e, na maioria dos casos, no agregado familiar) ao longo de todo o ano, sendo essa a verba que permitia fazer alguns investimentos de melhoria da exploração ou aquisição de patrimônio[1].

Brasil

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A história do vinho noBrasil inicia-se com o descobrimento, em1500, pelo navegador portuguêsPedro Álvares Cabral. Relatos[2][3] indicam que as trezecaravelas que partiram de Portugal carregavam pelo menos 65 mil litros de vinho, para consumo dos marinheiros.

As primeiras videiras foram introduzidas no Brasil porMartim Afonso de Sousa, em1532, nacapitania de São Vicente. As cultivares, que posteriormente se espalhariam por outras regiões do Brasil, eram da qualidadeVitis vinifera (ou seja, adequadas para a produção de vinho), oriundas de Portugal e da Espanha.

No mesmo ano, o fundador da cidade deSantos,Brás Cubas, foi o primeiro a tentar cultivar videiras de forma mais ordenada. No entanto, da mesma forma que a tentativa precedente, não obteve muito êxito. Em parte, o insucesso da produção de vinhos deu-se pelo protecionismo comercial exercido por Portugal, tendo a corte inclusive proibido o cultivo de uvas, em1789.

NoRio Grande do Sul, as primeiras videiras foram introduzidas pelos padresjesuítas ainda em1626, posto que necessitavam do vinho para os rituais da missa católica. A introdução de outras cultivares européias no Rio Grande se deu com a chegada dosimigrantes alemães, que obtiveram bons resultados.

As videiras americanas, especialmente das espéciesVitis labrusca eVitis bourquina (variedades Isabel, Concord e outras) foram importadas em1840 pelo comercianteThomas Master, que as plantou naIlha dos Marinheiros. Estas uvas serviam basicamente para o consumoin natura, na forma da fruta fresca ou passas, mas se adaptaram tão bem ao clima local que logo começaram a ser utilizadas para a produção de vinho.

A viniviticultura gaúcha teve um grande impulso a partir de1875, com a chegada deimigrantes italianos, que aportaram com videiras trazidas principalmente da região doVêneto - e uma forte cultura de produção e consumo de vinhos. Apesar do sucesso inicial, as videiras finas não se adaptaram ao clima úmido tropical e foram dizimadas por doenças fúngicas. Porém, com a adoção da variedade Isabel, então cultivada pelos colonos alemães noVale do Rio dos Sinos e no Vale do Caí, deu-se continuidade à produção de vinhos que, embora de qualidade duvidosa, espalhou-se para outras regiões do país, tornando-se base do desenvolvimento da vitivinicultura no Rio Grande do Sul e em São Paulo.

Mas foi somente a partir da década de1990 que vinhos de maior qualidade passaram a ser produzidos, com crescente profissionalização e a adaptação de uvas finas (Vitis vinifera) ao clima peculiar da Serra Gaúcha. A região produz hoje vinhos de qualidade bastante satisfatória e crescente.

Outra região que está a crescer e a firmar-se como produtora de vinhos é oVale do São Francisco, situado nos estados dePernambuco eBahia. Como em todas as regiões, a viticultura é fundamental desempenhando aqui um factor primordial pois devido às características climáticas, esta região é a única do mundo a produzir vinhos de qualidade oriundos de duas colheitas por ano.

Destaca-se no Brasil a produção deespumantes, que se beneficiam de um clima bastante favorável. Os espumantes brasileiros são hoje classificados como vinhos de boa qualidade, mas ainda carentes de distribuição mundial e reconhecimento.

O consumo vinho no Brasil ainda é muito pequeno e restrito apesar do forte impulso que o mercado recebeu nos últimos 30 anos. O hábito de beber vinho, sempre presente nas mesas mais abastadas e também dos imigrantes europeus, chegou ao brasileiro médio com o início da importação de vinhos europeus entre os anos 70 e 80 dos famososrieslings de garrafa azul, de baixo custo e, diga-se, de péssima qualidade, mas que caiu no gosto popular. O tempo e a apuração do paladar fez com que o brasileiro passasse a exigir produtos melhores provocando a importação de novos rótulos e maiores cuidados com a produção nacional levando o vinho, de fato, a fazer parte da mesa brasileira.

Estados Unidos da América

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Em1976, um "julgamento" acontecido emParis representou uma quebra de paradigma no mapaenólogo do globo terrestre. No "Julgamento de Paris", uma degustação às cegas dos vinhos Norte Americanos, tintos e brancos californianos e dos famosos vinhos franceses resultou na vitória inusitada dos vinhos doNovo Mundo. O julgamento tornou-se um marco na história do vinho, e aconteceu no dia24 de maio de 1976.

Em2006, na mesma data, trinta anos depois, o mesmo evento foi repetido emNapa Valley eLondres às cegas, e novamente mostrou que vinhos de boa qualidade também podem ser encontrados fora doVelho Mundo. Neste ano, em degustação idêntica e com participação dos mesmos 12 representantes americanos e 8 representantes franceses, os vinhos envelhecidos durante os 30 anos que passaram, dos Estados Unidos da América novamente levaram vantagens sobreBordeaux eBorgonha.

Notas e referências

  1. abDuarte, A. & Costa Freitas, M. 2017. Produtos agrícolas transformados. Em: Cunha, A. (Ed.). Os Capítulos da Adesão, Coleção Parlamento. Assembleia da República, Lisboa, Portugal. p. 301-316. [S.l.: s.n.] 
  2. (ligação inválida)[ligação inativa]
  3. Revista da Armada, junho de 2001, página 21.

Ligações externas

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Antigas


Artísticas
Científicas
Computacionais
Econômicas
Esportivas
Gastronômicas
Linguísticas
Tecnológicas
Transportes
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