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Ter conhecimento sobre ahistória da ciência, que descreve o desenvolvimento daciência desde os tempos antigos até o presente, se tornou possível através de muitos textos edocumentos importantes que sobreviveram desde o mundo clássico. A ciência é um conjunto deconhecimentosempíricos,teóricos e práticos sobre anatureza, produzido por uma comunidade mundial de pesquisadores fazendo uso demétodos sistematizados e validados dentro dessa comunidade, que dá ênfase à observação, explicação e predição defenômenos reais do mundo por meio de exploração eexperimentação. Dada a natureza dual da ciência como um conhecimentoobjetivo e como uma construção humana, ahistoriografia da ciência usamétodos históricos tanto dahistória intelectual como dahistória social.
A historiografia da ciência desenvolveu-se a partir de duas grandes abordagens: a história intelectual[1], voltada à análise das ideias e dos grandes cientistas e autores, e ahistória social, que compreende a ciência como prática cultural e institucional, inserida em contextos políticos, econômicos e sociais.
O termo "cientista" surgiu durante oséculo XIX[2], em 1833, pelo filósofo e historiador da ciênciaWilliam Whewell, a pedido da escritora e pesquisadora Mary Somerville, durante um encontro da British Association for the Advancement of Science[3]. O neologismo apareceu impresso pela primeira vez em 1834, em uma resenha anônima deWhewell na revistaQuarterly Review sobre a obra On the Connexion of the Physical Sciences de Somerville[4]. Até então, as pessoas dedicadas ao estudo sistemático da natureza eram comumente conhecidas como “filósofos naturais” (natural philosophers) ou, em alguns contextos, como “homens da ciência” (men of science). O termo “cientista” levou algumas décadas para ser amplamente aceito, tornando-se de uso corrente apenas no final do século XIX, especialmente nos Estados Unidos, e no início do século XX no Reino Unido[5].
Métodos científicos são considerados como sendo fundamentais para a ciência moderna. Por isso, alguns — especialmente osfilósofos da ciência e cientistas — consideram investigações antigas da natureza como sendopré-científica. Tradicionalmente,historiadores da ciência têm definido ciência como sendo suficientemente abrangente para incluir essas investigações.[6]
Em tempospré-históricos, conselhos e conhecimento eram passados de geração em geração em umatradição oral. O desenvolvimento daescrita permitiu que o conhecimento fosse armazenado e comunicado através das gerações com muito mais fidelidade. Combinado com odesenvolvimento da agricultura, que permitiu um aumento na reserva de comida, isso tornou possível que ascivilizações antigas se desenvolvessem, porque foi possível dedicar mais tempo a outras tarefas que não fossem a sobrevivência[carece de fontes?].
Muitas civilizações antigas coletavam informações astronômicas de maneira sistemática através da simples observação. Apesar deles não terem um conhecimento de verdadeira estrutura física dosplanetas eestrelas, muitas explicações teóricas foram propostas. Fatos básicos sobrefisiologia humana já eram de conhecimento em alguns lugares, e aalquimia era praticada por várias civilizações. Observações consideráveis sobreflora efauna macrobióticas também foram realizadas.
Desde o seu início naSuméria (no atualIraque) por volta de3500 a.C., as pessoas daMesopotâmia começaram a tentar gravar algumasobservações do mundo com dados numéricos bem pensados. Mas suas observações e medições eram feitas por propósito em vez de de ser pelasleis da ciência. Uma instância concreta doTeorema de Pitágoras foi gravada no século XVIII a.C.: a tábua de argila dos mesopotâmiosPlimpton 322 estava gravada com vários números detrios pitagóricos (3,4,5) (5,12,13) …, datado de 1900 a.C., possivelmente milênios antes dePitágoras,[7] mas não existia uma formulação abstrata do teorema de Pitágoras.[8]
Naastronomia da Babilônia, as várias anotações sobre os movimentos dasestrelas,planetas, e aLua foram escritas em milhares de tábuas de argila criadas porescribas. Mesmo atualmente, períodos astronômicos identificados por cientistas mesopotâmios ainda são largamente usados nos calendários ocidentais: oano solar, omês lunar, a semana de sete dias. Usando essas informações, eles desenvolveram métodosaritméticos para computar a mudança no comprimento daluz solar durante o curso do ano e para predizer a aparição ou o desaparecimento da Lua e planetas eeclipses do Sol e da Lua. Apenas alguns nomes deastrônomos são conhecidos, como o de Kidinny, um astrônomo ematemáticocaldeu. A astronomia da Babilônia foi "a primeira e mais bem sucedida tentativa de dar um refinamento matemático para as descrições dos fenômenos astronômicos", de acordo com o historiador A. Aaboe. Ainda segundo o historiador, "todas as subsequentes variações de astronomia científica, no mundohelenístico, naÍndia, noIslã, e noOcidente — se não for todas as subsequentes descobertas nasciências exatas — dependem da astronomia da Babilônia de maneiras decisivas e fundamentais."[9]
Avanços significativos doEgito Antigo incluem astronomia, matemática e medicina.[10] Ageometria foi necessária para aengenharia geográfica para preservar o layout e manter o dono das terras de fazendas, que eram inundadas anualmente pelorio Nilo. Otriângulo reto 3,4,5 e outras regras serviam para representar estruturas retilineares, e para a arquitetura do Egito. Egito foi também o centro da pesquisa dealquimia por grande parte daMediterrâneo.
Opapiro Edwin Smith é um dos primeiros documentos médicos que ainda existe, e talvez o documento mais antigo que tenta descrever e analisar océrebro: ele pode ser visto como o começo da modernaneurociência. No entanto, enquanto amedicina do Egito tinha algumas práticas efetivas, ela também possui práticas ineficazes e por vezes perigosas. Historiadores médicos acreditam que afarmacologia do Antigo Egito, por exemplo, era na maior parte ineficaz.[11] Ainda assim, ela aplicava os seguintes componentes para o tratamento das doenças:exame,diagnóstico, tratamento, eprognóstico,[3] que demonstra um grande paralelo para a base dométodo empírico da ciência e de acordo com G. E. R. Lloyd[12] teve um papel significante no desenvolvimento dessa metodologia. Opapiro Ebers (cerca de 1550 a.C.) também contém evidências do tradicionalempirismo.
O pensamento científico surgiu naGrécia Antiga aproximadamente noséculo VI a.C. com os pensadorespré-socráticos que foram chamados de "Filósofos da Natureza" e também "Pré-cientistas". Foi um período onde a sociedade ocidental, saiu de uma forma de pensamento baseada emmitos edogmas, para entrar no pensamento científico baseado noceticismo. Muitos livros, apresentam este ou aquele pensadorpré-socrático comopai do pensamento científico, mas isso não é verdade, pois todos esses pensadores contribuíram de uma forma ou de outra para a formação dopensamento científico.
O pensamento dogmático coloca as ideias como sendo superiores ao que se observa. Opensamento cético coloca o que é observado como sendo superior às ideias. Um dogma é uma ideia e por mais que se observe fatos que destruam o dogma, uma pessoa com pensamento dogmático irá preservar o seu dogma. Para a ciência, umateoria é uma ideia, mas se observarmos fatos que comprovem a falsidade da ideia, o cientista tem a obrigação de destruir ou modificar a teoria.
Foi na época de Sócrates e seus contemporâneos que opensamento científico se consolidou, principalmente com o surgimento do conceito de "prova científica", ou repetição do fato observado na natureza.Sócrates foi condenado à morte e teve de tomarcicuta, pois foi julgado culpado de estar desvirtuando a juventude. Os gregos acabaram por destruir sua própriareligião.
Embora Sócrates não tenha deixado registros escritos, alguns de seus discípulos se encarregaram de escrever sobre ele. Entre esses discípulos, destaca-sePlatão, que, de 399 a.C. até sua morte em 347 a.C., registrou diálogos nos quais Sócrates conversava com outras pessoas.[13]
Por meio desses diálogos, Platão desenvolveu um sistema filosófico abrangente que abordava diversos temas, como o estudo da natureza (física), da mente humana (psicologia e epistemologia, teoria do conhecimento) e a ética. Esses diálogos se tornaram uma fonte valiosa de conhecimento sobre o pensamento e as ideias de Sócrates, contribuindo para a construção e disseminação da filosofia grega.[13]
Platão criou uma escola conhecida como Academia, localizada próxima aAtenas, que servia como um espaço público onde as pessoas se reuniam para relaxar e se exercitar. Um dos alunos mais notáveis de Platão foiAristóteles, que, mesmo tendo sido discípulo, acabou discordando de algumas das ideias de seu professor. Enquanto Platão acreditava que ideias e formas poderiam existir independentemente do universo material, Aristóteles defendia que elas estavam intrinsecamente ligadas a esse universo.[13]
Posteriormente, em 334 a.C., Aristóteles estabeleceu sua própria escola, chamadaLyceum, em outro ginásio de Atenas. No Lyceum, seus alunos se concentravam no estudo racional do mundo natural, buscando entender e explorar os aspectos da realidade tangível.[13]
Devido à poderosa influência de suas ideias ao longo dos séculos, os historiadores modernos consideram Platão e Aristóteles como os fundadores da filosofia europeia, com suas contribuições sendo reconhecidas como pilares importantes no desenvolvimento do pensamento filosófico.[13]
Tanto as religiões como a ciência tentam descrever a natureza e dar uma explicação para aorigem do universo. A diferença está na forma de pensar de um cientista. O cientista não aceita descrever o natural com o sobrenatural. Para o cientista é necessário provas observadas e o que se observa sempre destrói as ideias. Para um cientista, a ciência é uma só, pois a natureza é apenas uma. Sendo assim, as ideias dafísica devem complementar as ideias daquímica, dapaleontologia,geografia e assim por diante. Embora a ciência seja dividida em áreas, para facilitar o estudo, ela ainda continua sendo apenas uma.
Ciência no Império Macedônico (cultura helenística)
Alexandria, localizada no Egito, foi fundada pelo próprioAlexandre em 331 a.C. e posteriormente se tornou a capital do reino ptolomaico. Com uma população que chegava a um milhão de habitantes, a cidade foi o principal centro da cultura helenística. Os Ptolomeus, governantes do reino, estabeleceram o Museon, conhecido como a "casa das Musas", de onde derivou o termo "museu". Inspirado noLyceum de Aristóteles, o Museon se tornou um renomado centro de pesquisa científica e estudos literários.[13]
Além disso, os mesmos reis ptolomaicos patrocinaram a famosaBiblioteca de Alexandria, que abrigava a maior coleção de livros do mundo antigo. A biblioteca era uma fonte importante de conhecimento e cultura, atraindo estudiosos e pesquisadores de toda a região.[13]
Escavações emHarapa,Moenjodaro e outros sítios daCivilização do Vale do Indo têm revelado evidência do uso da "matemática prática". As pessoas da Civilização do Vale do Indo manufaturavam tijolos cujas dimensões eram proporcionais a 4:2:1, considerava favorável a estabilidade da estrutura de tijolos. Eles usaram um sistema padronizado de pesos baseado nas proporções: 1/20, 1/10, 1/5, 1/2, 1, 2, 5, 10, 20, 50, 100, 200, e 500, com a unidade de peso equivalendo a 28 gramas (e aproximadamente igual aonça daInglaterra ou auncia daGrécia). Eles produziram em massa pesos em formasgeométricas regulares, que incluíamhexaedro,barris,cones, ecilindros, e assim demonstrando conhecimento de geometria básica.[14]
Os habitantes da civilização hindu também tentaram padronizar a medição do comprimento com alta precisão. Eles criaram uma régua — régua Moenjodaro — cujas unidades de medida (3,4 centímetros) era dividida em dez partes iguais. Tijolos manufaturados na antiga Moenjodaro geralmente tinham dimensões que eram múltiplos inteiros dessa unidade de medida.[15][16]
O início da astronomia na Índia — como em outras culturas — estava ligada com a religião.[17] A primeira menção textual de conceitos astronômicos veio deVeda, literatura religiosa da Índia.[17] De acordo com Sarma (2008): "Pode-se encontrar emRigveda especulações inteligentes sobre a gênesis do universo, a configuração do universo, a Terra esférica, e o ano de 360 dias divididos em doze partes iguais de trinta dias cada."[17]
Os primeiros doze capítulos deSiddhanta Shiromani, escrito porBhaskara no século XII, cobrem tópicos como:longitude média dos planetas; longitudes verdadeiras dos planetas; os três problemas da rotação diurna; sizígia;eclipse lunar;eclipse solar; latitude dos planetas, a nascente e poente do sol; aLua crescente; conjunções dos planetas entre si; conjunções do planetas com uma estrela fixa; Os treze capítulos da segunda parte cobrem a natureza da esfera, assim como significantes cálculos astronômicos e trigonométricos baseados nela.
"Impressão,pólvora ebússola: esses três mudaram todo o estado das coisas através do mundo: o primeiro naliteratura, o segundo naguerra, e o terceiro nanavegação; e ainda assim receberam inúmeras modificações, tanto que nenhum império, nenhum setor, nenhuma estrela parece ter exercido maior poder e influência nos assuntos humanos que essas descobertas mecânicas.[26]
Ciência na China
Imagem que mostra o uso de pólvora chinesa durante as invasões mongóis do Japão, 1281
Um dos mapas estelares doXin Yi Xiang Fa Yao deSu Song, publicado em 1092, com uma projeção cilíndrica similar à deMercator e a posição corrigida daEstrela Polar, graças às observações astronômicas deShen Kuo[27] O atlas celeste de Su Song is realmente o mais antigo na forma impressa.[28]
Há muitos contribuidores notáveis no campo da ciência chinesa ao longo dos anos. Um dos melhores exemplos seriaShen Kuo (1031–1095), um cientista e homem de estadopolímata que foi o primeiro a descrever a bússola de agulha magnetizada usada para a navegação, descobriu o conceito denorte verdadeiro, melhorou o design dognômon eesfera armilar , e descreveu o uso dediques secos para consertar os barcos. Após observar o processo natural de inundação desilte e encontrarfósseis marinhos nasMontanhas Taihang, Shen Kuo desenvolveu a teoria da formação da Terra, ougeomorfologia. Ele também adotou a teoria damudança climática gradual em regiões ao longo do tempo, após observarbambu petrificado encontrado no subsolo deYan'an, província deShaanxi. Se não fosse pelo que Shen Kuo escreveu,[29] os trabalhos arquitetônicos deYu Hao seriam pouco conhecidos, assim como o inventor daprensa móvel para impressão,Sheng (990 — 1051). O contemporâneo de Shen,Su Song (1020-1101), também foi um polímata brilhante, um astrônomo que criou o atlas celestial dos mapas estrelares, escreveu tratados farmacêuticos sobre assuntos relacionados combotânica,zoologia,mineralogia emetalurgia, e ergueu uma enorme torre de relógio astronômico na cidade deKaifeng em 1088. Para operar aesfera armilar, sua torre do relógio possuía um mecanismo de escapamento e o mais antigo uso conhecido de uma corrente de transmissão sem-fim.
Entretanto, fatores culturais impediram esses avanços chineses de se desenvolverem no que nós chamamos de "ciência moderna". De acordo com Needham, isso pode ter sido um conjunto de fatores religiosos e filosóficos dos intelectuais chineses que fizeram eles incapazes de aceitar as ideias de leis da natureza:
“
Não é que não havia nenhuma ordem na natureza para os chineses, mas que não era uma ordem ordenada por um ser racional, e então não havia convicção que um ser racional seria capaz de explicar, com sua linguagem terrestre inferior, os códigos divinos das leis. Ostaoístas teriam achado essa ideia muito ingênua para a sutileza e complexidade do universo como eles intuíam ser.
Os físicos muçulmanos colocaram mais ênfase emexperimentos do que osgregos.[32] Isso levou ao desenvolvimento de ummétodo científico inicial no mundo muçulmano, no qual o progresso foi feito na metodologia, começando com os experimentos deIbn al-Haytham (Alhazen) naótica nos anos 1000, em seuBook of Optics.[33]
O desenvolvimento mais importante do método científico foi no uso de experimentos para distinguir entre um conjunto de teorias científicas concorrentes geralmente com uma orientaçãoempírica. Ibn al-Haytham é também considerado como o pai daótica.
O grande desenvolvimentoárabe sofre uma profunda interrupção a partir do século XIII e o período de obscuridade intelectual se estende até o século XIX. E quanto ao século XX, há uma única exceção que é aTurquia,"que, por isso mesmo, teve de aproximar-se doOcidente".[34]
É importante pontuar que o momento inicial deexpansão do Islã, a partir do século VII, é marcado pela tolerância religiosa e por uma efervescência cultural e científica, a exemplo de cidades comoDamasco eBagdá. Fundadas nadinastia Abássida, entre 762 e 767, que tinha como principal líder o califa Abu-Al-Mansur,os dois locais tornaram-se centros culturais, com bibliotecas criadas já entre 662-668.[35] Teria sido Al-Mansur o fundador da Biblioteca Real, que tinha em seu acervo textos filosóficos gregos e textos sobre descobertas da matemática oriundos da Índia.[36]
Noséculo VIII, ainda sob o domínio dos califas abássidas, o interesse em colecionar manuscritos científicos antigos continuou sendo uma característica marcante, possivelmente trazidos deAlexandria ou comprados naPérsia e na Índia. Nesse contexto, Al-Rashid comprou obras de matemática e astronomia do cientista indianoBrahmagupta. Além dos califas já citados, Al-Mamun (813-833), filho de Al-Rashid, teria sido o responsável por desenvolver a Casa da Sabedoria, um centro que agrega diversos saberes, científicos e humanísticos e que, além de guardar uma vasta coleção de escritos científicos, também tornaria-se um espaço de ensino e de tradução, firmando-se como o destino de diversos estudiosos atraídos pelo acervo disponível ou convidados pelo próprio governante, com destaque para a presença dospersas eindianos.[35][36] Vale assinalar que a diversas famílias da elite financeira patrocinavam acadêmicos para que trabalhassem em suas bibliotecas particulares.[36]
É interessante assinalar que o grande interesse dosmuçulmanos pela matemática e pela astronomia teria um viés religioso, já que tinham a necessidade de saber, com exatidão, a direção deMeca. De acordo com oCorão, é necessário que os fiéisrezem algumas vezes por dia direcionados à Meca, cidade que é sede do Islã.[36] Além disso, era preciso criar soluções para uma prática econômica que atendesse aos preceitos estabelecidos pelo Corão a respeito da delimitação de propriedade e dasheranças. Ou seja, o alicerce deixado por gregos e romanos não atendia por completo às demandas dos muçulmanos.[37]
Nesse contexto, há um paulatino refinamento da matemática como linguagem, permitindo o cálculo e a abstração, no intuito de encontrar soluções e verificações universais. É a matemática árabe que adota o sistema decimal, vindo da Índia. Ao mesmo tempo, adotam osistema sexagesimal, utilizado namedição do tempo e nageometria. São os matemáticos da Casa da Sabedoria que adotam os símbolos numéricos hindus (sistema decimal) para assinalar os algoritmos. Uma aquisição que seria levada para a Europa posteriormente.[35]
Um dos nomes que se destacaram nesse momento inicial foi o matemático persaMuhammad Ibn Musa Al-Khwarismi, que também deixou valiosas contribuições para a astronomia, tendo o suporte do observatório de Bagdá. É o matemático que sugere o uso de nove caracteres para indicar os dígitos que recebem o nome de "algarismo" e o círculo para indicar o zero, ainda que o símbolo seja uma invenção indiana incorporada pelos árabes.[35]
Esse mesmo matemático é autor de um livro que tem como título traduzido "Cálculo por Restauração e Equivalência", de onde deriva a designação "Álgebra", sendo tal pesquisador considerado o fundador dessa ciência, ainda que o alicerce desse conhecimento seja atribuído, implicitamente, àDiofanto. EnquantoAl-Khwarismi buscava a autonomização da Álgebra num sentido moderno, em relação à Geometria e à Aritmética, Diofanto estava mais interessado em formar uma teoria dos números. Na prática, o primeiro deles conseguiu propor fórmulas algébricas de caráter universal como as equações de segundo grau.[35]
Já pertencentes à segunda geração da álgebra,Abu Khamil eOmar Khayyam ganham destaque. O primeiro deles teria sido o primeiro matemático a usar, de maneira sistemática, os números irracionais. Já o último cientista teria desenvolvido uma teoria geral para a resolução deequações de terceiro grau, um feito publicado no "Tratado sobre a demonstração de problemas de Álgebra". Khayyam também coleciona outros feitos como a medição precisa do ano solar, além do uso do relógio de sol e do relógio de água. Ele também teria trabalhado para o desenvolvimento do astrolábio, um instrumento naval antigo usado para medir a altura dos astros acima do horizonte e, assim, permitir a navegação marítima ao adotar a posição das estrelas como parâmetro de localização, por exemplo.[35]
Foram muitas as contribuições que a ciência árabe fez à matemática. Pode-se dizer que, a partir daPrimeira Cruzada, em 1096, a Europa Cristã teve contato com alguns elementos da cultura árabe, o que incluía interpretações da filosofia grega clássica. Nesse sentindo, a rica teia de saberes fornecida pelos "hereges muçulmanos" foi inicialmente estudada nos mosteiros, porém era importante que outros espaços intelectuais fossem criados para aprofundar esse conhecimento, o que fomenta o surgimento dasuniversidades. Nesse cenário, também merece menção a publicação doLiber abaci, porLeonardo Fibonacci, dePisa (c.1179-1240). Tal obra abordava a numeração indo-arábica e as operações e da tabuada. Já o Liber Quadratorum ensinava a solucionarequações quadráticas. Ambas foram fundamentais para a renovação do conhecimento matemático e deram respaldo à atividade mercantil que viria a se fortalecer na Europa.[37]
De volta à Bagdá, o fim da ricadinastia Abássida aconteceu no ano de 1258, quandotropas mongóis invadiram a cidade, saqueando e destruindo diversos prédios públicos, o que acabou por comprometer o estudo do legado da Casa da Sabedoria para a civilização, já que o acervo também foi destruído. Muitos dos livros e manuscritos encontrados na cidade foram jogados norio Tigre, principalmente os pertencentes ao acervo dos califas, que foram depostos.[36]
Ciência médica no mundo islâmico
Ao se considerar amedicina islâmica medieval, a partir do século IX, pode-se dizer que tal civilização combinou um conhecimento de múltiplas origens, já que cientistas de destaque doIslã comoHaly Abbas (século X),Avicena (c.980-1037),Averróis (1126-1198) traduziram dogrego para oárabe e para o latim obras deHipócrates,Aristóteles,Dioscórides eGaleno. Além de absorver os preceitos doIdealismo dePlatão e doEmpirismo deAristóteles, a cultura islâmica medieval também incorporou no seu acervo de saberes das sociedades greco-romanas como a importância dos quatro elementos da natureza (água, terra, fogo e água) e os quatro humores (sangue, fleuma, bílis negra e amarela) para explicar a saúde e as doenças.[38]
Conhecidos comobimaristans ("casa dos doentes", em árabe), os complexos hospitalares árabes eram bem estruturados e disponibilizavam o que existia de mais atual em termos de tratamento para os enfermos. Um dos mais importantes, foi inaugurado noCairo, em 1248, pelo sultão al-Masur Qalawun (1222-1290), com oito mil leitos e diferentes especialidades médicas. Nesse período, a investigação médica era feita a partir dapatologia, da dietética e da farmacologia, sendo proibida adissecação do corpo humano. Mesmo com tais limitações, Ibn al-Nafis (1213-1288) teria sido o primeiro a descrever a circulação pulmonar humana, antecipando em três séculos o trabalho que seria feito por Miguel de Cerver (1511-1553) no Ocidente. Já Ibn al-Khatib (1313-1374) foi pioneiro da descrição das formas pulmonares da peste bubônica, alertando, inclusive, que a doença seria transmissível por contaminação durante a epidemia datada de 1348.[38]
Interessante pontuar, ainda, que além dos grandes complexos hospitalares, as cidades contavam ainda com serviços específicos para tratamento de pacientes com transtornos mentais, pessoas comLepra, viajantes e peregrinos de passagem, bem como pobres e indigentes. Assim como acontecia na Grécia Antiga, as intervenções terapêuticas incluíam a natureza, os hábitos e o ambiente como elementos decisivos na cura. Na prática, isso significava cuidar dos hábitos alimentares, da qualidade do ar, da dieta, da vida sexual saudável. Nesse contexto, é importante pontuar que conquistas importantes no âmbito da saúde pública como o abastecimento das cidades comágua potável e adrenagem de esgotos já eram presentes nas cidades islâmicas.[38]
Durante o quinto século, ocorreu um declínio gradual e desintegração doImpério Romano, resultando na perda de poder de Rômulo Augusto, o último imperador do Império Romano do Ocidente, em 476 d.C. O declínio do Império Ocidental foi seguido por uma rápida decadência da civilização na Europa Ocidental, acompanhada surpreendentemente por uma diminuição acelerada da população. Segundo uma hipótese moderna, esse declínio populacional pode ter sido causado por uma catástrofe climática: três anos consecutivos sem verões, de 536 a 538, possivelmente devido à atividade vulcânica da Caldeira de Ilopango, localizada no centro de El Salvador. Essa atividade teria espalhado nuvens de poeira, ocultando o sol por vários anos. Por outro lado, oImpério Romano do Oriente continuou existindo até 1453 d.C., e a Academia de Platão em Atenas sobreviveu por algum tempo, mas foi fechada pelo imperador Justiniano em 529 d.C. Como resultado, o estudo organizado de textos filosóficos e científicos da antiguidade praticamente desapareceu tanto na Europa Ocidental quanto na Oriental.[39]
No século XII aIgreja Católica criou aUniversidade e no século XIII elas se espalharam pela Europa. A união dafilosofia greco-romana com as Universidades europeias a partir de um novo espírito mais voltado para aexperiência iniciará a ascensão intelectual da Europa.
Durante o início daIdade Média, houve um lento progresso na população e na cultura, e por volta de 1100 d.C., o ensino superior começou a ressurgir no mundo ocidental. As primeiras instituições de ensino superior, que seriam precursoras das futuras universidades, eram faculdades de medicina e direito na Itália. Um século depois, essas faculdades expandiram-se para incluir várias faculdades, como teologia, medicina, direito e artes liberais. A educação nessas universidades consistia no estudo das obras canônicas da antiguidade, comoOs Elementos de Euclides ou as obras de Galeno sobre anatomia. A concepção do conhecimento na época era que ele era adquirido por meio do estudo dos textos clássicos, não sendo consideradas opções viáveis a descoberta de novas informações ou a possibilidade de os antigos pensadores terem cometido erros. Quando Aristóteles se tornou conhecido na cristandade por volta de 1200 d.C., graças às traduções do árabe para o latim das suas obras (que foram preservadas por estudiosos árabes durante a chamada Idade das Trevas na Europa Ocidental),Tomás de Aquino (1225-1274) embarcou na importante tarefa de interpretar Aristóteles de maneira a conciliá-lo com a fé cristã. O resultado do trabalho de Aquino foi o que hoje conhecemos como escolástica.[39]
Estudo da refração da luz por uma lente esférica, por Robert Grosseteste, c. 1250.
Inicialmente emOxford, mas depois também emParis e no resto da Europa, as concepções científicas deAristóteles foram submetidas à severa crítica.[40] Essas duas Universidades passaram a criticar a ciência antiga representada porAristóteles, com relação a sua distinção entre mundo supra-lunar e mundo sub-lunar, sua metodologia apenas formal e não empírica, sua concepção geocêntrica do cosmo e com ateoria do impetus, explicaram de maneira diferente o movimento dos corpos. Expoentes dessa nova forma de pensar sãoRobert Grosseteste,Roger Bacon, os membros doCalculatores de Merton College,Jean Buridan eNicole Oresme.
Já durante aIdade Média, podemos identificar algumas tendências da ciência experimental, especialmente na Inglaterra. No entanto, essas tendências não resultaram diretamente em descobertas significativas. Talvez isso se devesse a uma desconfiança geral em relação à capacidade da humanidade pecadora de compreender plenamente a inescrutável criação divina deDeus. Ou talvez tenha sido influenciado pela opinião predominante de que esse tipo de conhecimento não era considerado tão relevante na época. Nesse período, a ênfase era colocada na salvação da alma e na crença de que o destino de cada indivíduo estava vinculado ao céu ou inferno, tornando essas questões essenciais e prioritárias.[39]
Por isso, o historiador da ciênciaThomas Kuhn afirma que a mudança deparadigma que possibilitou arevolução científica não se deu noRenascimento, mas na própriaIdade Média: "o que parece estar envolvido aqui é a exploração por parte de um gênio das possibilidades abertas por uma alteração do paradigma medieval.Galileu não recebeu uma formação totalmente aristotélica. Ao contrário, foi treinado para analisar o movimento em termos dateoria do impetus (...).Jean Buridan eNicole Oresme, escolásticos do século XIV, que deram à teoria do impetus as suas formulações mais perfeitas, foram, ao que se sabe, os primeiros a ver nos movimentos oscilatórios algo do queGalileu veria mais tarde nesses fenômenos".[41]
Oficialmente a ciência tal qual a conhecemos começa comGalileu, pois seumétodo é o de geometrizar a natureza. Ciência não é apenastécnica, não é apenasexperiência, mas é segundo o método deGalileu: é matematizar a experiência. Os livros dehistória da filosofia e história da ciência são unânimes em atribuir a sua pessoa a honra de ser o pai da ciência moderna. Entretanto, é muito significativo queThomas Kuhn considere que aescolástica seja precursora do moderno método científico.
ORenascimento mudou a nossa visão docosmo e permitiu uma explosão artística, mas a ideia de que esse movimento forneceu as bases para arevolução científica foi duramente criticada pelos historiadores da ciência do século XX. Com efeito,Alexandre Koyré afirma: “todos sabemos, sobretudo nos dias atuais, que a inspiração do Renascimento não foi uma inspiração científica.”[42]
Isso se deu pela forte influência dohermetismo no Renascimento: “[a magia] Circulou mais ou menos ocultamente durante aIdade Média e voltou a agir às claras durante o Renascimento”.[43] O historiador da filosofiaGiovanni Reale afirma que o pensamento mágico-hermético embasará em graus de influencia variado os pensadores renascentistas: “Portanto, sem oCorpus Hermeticum não é possível entender o pensamento renascentista”.[44]
Por causa disso Koyré não poupa de críticas o Renascimento: "sabemos também – e isto é muito importante – que a época do Renascimento foi uma das épocas menos dotadas de espírito crítico que o mundo conheceu. Trata-se da época da mais grosseira e mais profunda superstição, da época em que a crença namagia e nafeitiçaria se expandiu de modo prodigioso, infinitamente mais do que na Idade Média".[45]
Essa relação estrutural entrefilosofia emagia no Renascimento segundo Koyré só será superado porGalileu Galilei: "Com Galileu, saímos segura e definitivamente dessa época (o Renascimento). Galileu não tem nada do que a caracteriza. Ele é antimágico no mais elevado grau."[46] Se bem que sabemos que Galileu também fazia alguns horóscopos, mas de fato a magia está fora de seu método científico.
Durante os séculos XIX e XX, a acepção tradicionalCiência Moderna esteve ligada ao paradigma dopositivismo.[47] Essa perspectiva sustenta que aEuropa Ocidental teria conseguido separar a prática científica das influências culturais ou políticas, conseguindo acessar as "verdades" ocultas da natureza exclusivamente a partir da razão e sem interferências ideológicas.[48] Assim, acreditava-se que a Ciência Moderna era universal e neutra.
Essa concepção estabelece uma hierarquia entre a sociedade europeia e o restante do planeta. Os primeiros, tidos como detentores da racionalidade científica, assumem o papel de guias "civilizatórios" dos demais povos, entendidos como atrasados na escada do progresso. O principal nome dessa perspectiva é o estadunidenseGeorge Basalla, o qual defendia que a Ciência Moderna era o ápice do desenvolvimento intelectual humano e sua difusão para o mundo deveria ocorrer a partir da Europa, em um processo essencialmente colonial.[49]
Desde a década de 1970, essa interpretação tradicional passou por diversas críticas e reconfigurações. Atualmente, a Ciência Moderna é lida sob uma perspectiva mais multifacetada e policêntrica.[50] A exemplo disso, quando falamos emRota da Seda, estamos aludindo a umazona de contato na qual circulavam não apenas bens materiais, mas também ideias e conhecimentos que influenciaram diretamente a produção científica na Europa.
Nessa chave, um dos principais fatores que moldaram esse processo de construção da Ciência Moderna foram asexpansões ultramarinas dos séculos XVI e XVII. As diversas realidades geográficas e étnico-culturais encontradas para além dapenínsula Ibérica se apresentaram como um desafio à compreensão europeia de mundo, o que pode ser visto nos intensos debates teológicos que a classificação dospovos ameríndios suscitou.[51]
A circunstância de expansão dos impérios transatlânticos promoveu interações sem precedentes entreepistemologias distintas, o que impulsionou um processo de reconfiguração no arcabouço de conhecimentos previamente carregado tanto pelas comunidades autóctones, quanto pelos exploradores europeus.[50] Do lado ibérico, esses contatos mobilizaram mudanças nas formas de observação eexperimentação, nas dinâmicas comerciais, nos métodos denavegação ecartografia, nas práticas medicinais utilizadas etc. Esse conjunto de reconfigurações circularam por todo o território europeu e influenciaram a produção científica no continente como um todo.[50] Isso demonstra que a Ciência Moderna não nasceu em um lugar específico, mas em todos os lugares, abrangendo uma multiplicidade de agentes envolvidos em trocas assimétricas, negociações, roubos, apropriações devidas ou indevidas, os quais interagiam dentro de uma rede de circulação globalmente conectada.[49]
Atualmente, muitos historiadores questionam a ideia de Revolução Científica como um processo único e endógeno àEuropa setentrional, na medida em que essa narrativa oculta inovações científicas e tecnológicas de outros contextos geográficos e culturais, provocando uma apagamento selecionado de determinados saberes em detrimento de outros que são alçados às categorias de verdadeiros e revolucionários.[53] Há até mesmo autores que efetivamente negaram a existência de um momento tão marcante de inflexão na produção de conhecimento cientifico na idade moderna. É este o caso deSteven Shapin, que abre seu livroThe Scientific Revolution constatando que nunca aconteceu algo como uma Revolução Cientifica.[54] Assim, abre-se um horizonte para descentralizar a construção da Revolução Científica, iluminando a participação de agentes variados e conjuntos de conhecimentos diversos e locais que circulavam pelos oceanos interconectados.
A partir das décadas de 1970 e 1980, a historiografia da ciência no Brasil passou por profunda renovação. Obras coletivas, comoHistória das Ciências no Brasil[55], organizada por Mário Guimarães Ferri e Shozo Motoyama, e estudos sobre a formação da comunidade científica nacional, como o de Simon Schwartzman[56], passaram a analisar a ciência como fenômeno histórico complexo, indo além de biografias individuais e destacando as dimensões institucionais e políticas da produção científica.
Transição do pensamento medieval ao método científico moderno
Durante os séculos XII e XIII, ocorreu uma transformação significativa na forma como a natureza era compreendida: o conhecimento passou a privilegiar a observação empírica e o raciocínio sistemático, fundando as bases dométodo científico moderno[57].
Robert Grosseteste (c. 1175–1253) foi um sintoma desse novoparadigma. Ele promoveu o uso da geometria como ferramenta explicativa da natureza e articulou uma lógica dual entre indução e dedução, o que ele chamou de “resolução e composição” — de observações particulares a leis universais e vice-versa, com validação empírica[58]. Embora não tenha sistematizado um método experimental controlado como conhecemos hoje, foi um dos primeiros no Ocidente latino a vincular observação, raciocínio geométrico e experimentação. Suas obras em óptica demonstram esse enfoque matemático na explicação de fenômenos físicos[59].
No século XIV,Jean Buridan (c. 1300–1358), filósofo e cientista da Universidade de Paris, propôs uma importante correção ao pensamento aristotélico sobre o movimento. Ele rejeitou a ideia de que o ar era a causa do movimento contínuo, e formulou a teoria do ímpeto — uma força inerente que sustenta o movimento após ser conferida ao objeto, antecipando conceitos de mecânica clássica.[60] Além disso, Buridan foi pioneiro ao eliminar causas finais (teleológicas) da investigação física, promovendo uma abordagem mais mecanicista[61].
Outros precursores medievais: os Calculadores de Merton
No contexto da Escola de Merton[62] (Inglaterra, século XIV), filósofos naturais como Thomas Bradwardine, William Heytesbury, Richard Swineshead e John Dumbleton desenvolveram ideias fundamentais para a quantificação do movimento[63]. O Teorema da velocidade média, por exemplo, prevê que o deslocamento de um movimento uniformemente acelerado pode ser calculado pela velocidade média — uma noção central na física moderna. John Dumbleton, especificamente, usou gráficos e concebeu relações funcionais na intensidade da luz e outras quantidades físicas.[64]
ARevolução Científica é tradicionalmente considerado limite conveniente entre o pensamento antigo e a física clássica.Nicolau Copérnico reviveu o modeloheliocentrista do sistema solar descrito porAristarco de Samos. Isso foi então seguido pelo primeiro modelo conhecido do movimento planetário dado porKepler no início do século XVII, que propôs que os planetas seguiam órbitaselípticas, com o Sol sendo um dos focos da elipse. Galileu Galilei também fez uso de experimentos para validar teorias físicas, um elemento chave para o método científico.
Outro importante passo foi dado porAntoine Lavoisier (Pai da química moderna) através do reconhecimento dooxigênio e da lei daconservação da matéria, que refutou ateoria do flogisto. A teoria de que toda a matéria é feita por átomos, que são os menores constituintes da matéria que não podem ser subdivididos sem perder suas propriedades químicas e físicas da matéria, foram provadas porJohn Dalton em 1803, apesar da questão ter demorado cem anos para ser provada. Dalton também formulou a lei da relação das massas. Em 1869,Dmitri Mendeleev compôs atabela periódica dos elementos tomando como base as descobertas de Dalton.
A geologia existiu como uma nuvem isolada, desconectada de ideias sobre rochas, minerais, e acidentes geográficos muito antes de se tornar uma ciência coerente. O trabalho deTeofrasto sobre rochasPeri lithōn permaneceu uma autoridade por milênios: sua interpretação sobre fósseis não foi superada até depois do século XVII.
Aristarco de Samos publicoutrabalho no qual determinou o tamanho e a distância do Sol e da Lua, eEratóstenes usou esse trabalho para descobrir o tamanho da Terra. Mais tarde,Hiparco descobriu aprecessão da Terra.
Entre 1822 e 2022, a ciência desempenhou papel estratégico na construção do Estado brasileiro, contribuindo para a criação de universidades, formulação de políticas públicas de saúde e educação e consolidação de umaidentidade nacional científica.[65]
A historiografia da ciência no Brasil passou por uma renovação significativa a partir das décadas de 1970 e 1980. Até então, predominavam narrativas biográficas e celebrações de grandes cientistas, com pouca atenção à dimensão social e institucional da ciência. Obras coletivas, comoHistória das Ciências no Brasil[66], organizada por Mário Guimarães Ferri e Shozo Motoyama, e estudos pioneiros de Simon Schwartzman[67] sobre a formação da comunidade científica nacional, introduziram novas abordagens analíticas, integrando perspectivas sociológicas, políticas e históricas.
A partir dos anos 1990, destacaram-se pesquisas sobre a institucionalização da ciência, a criação de universidades, sociedades científicas e agências de fomento, além do papel das ciências na construção do Estado nacional e na modernização do país. Estudos mais recentes, como os organizados por Maria Amélia Dantes[68], ampliaram o olhar para espaços científicos, museus e coleções, articulando história da ciência com história cultural e história das ideias.
ASociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), fundada em 1948, e aAcademia Brasileira de Ciências (ABC), criada em 1916, foram decisivas para a consolidação da pesquisa científica no Brasil. Ambas promoveram encontros, publicações e articulações políticas que favoreceram o desenvolvimento científico e a autonomia acadêmica no país.
O programaCiência é Tudo[69], veiculado pela TV Brasil em 2020, destacou cientistas pioneiros no país, como Bertha Lutz, Elisa Frota Pessoa, Gleb Wataghin e Cesare Lattes, ressaltando suas contribuições para a física, a biologia e a institucionalização da pesquisa científica no Brasil.
Durante a pandemia de covid-19, a Fundação Biblioteca Nacional organizou o dossiêHistória da Ciência no Brasil, reunindo artigos e documentos históricos digitalizados para ampliar o acesso público a essa produção.[70]
Suas descobertas durante o século XVII guiaram os estudos da física pelos 200 anos seguintes;
Os trabalhos mais significativos de Newton estão no campo da mecânica. Ele elaborou a chamadaSegunda Lei da Física, a qual estabelece que a aceleração de um objeto é resultado da força aplicada sobre ele, dividida pela sua massa (expressa matematicamente como F=ma). Além disso, Newton desenvolveu a Terceira Lei, que postula que, para cada força física, há uma reação igual e oposta. Por fim, contribuiu com a formulação daLei da Gravitação Universal[71]. Essas leis desempenham um papel crucial ao unificar um sistema. Hart destaca: "Ele encontrou a ciência como uma mistura de fatos e leis isolados, capazes de descrever alguns fenômenos, mas que só conseguiram abranger uns poucos. Newton deixou-nos um sistema unificado de leis aplicáveis a uma enorme gama de fenômenos físicos, proporcionando a capacidade de realizar previsões precisas"[72].
Por trás de fenômenos aparentemente banais, construiu a base de teorias revolucionárias;
Em1661, com 18 anos, ingressa na universidade deCambridge, estudou matemática e filosofia;
Em1668, apesar de já ter desenvolvimento outras teorias, o seu primeiro trabalho a ser publicado é sobre a natureza da luz. Neste, o físico aponta que a luz branca é uma mistura das outras cores do arco-íris, além de desenvolver teorias sobre a reflexão e refração da luz. Assim, depois de idealizar as leis de reflexão e refração de luz, construiu o primeiro telescópio reflexivo;
Em1669, assume o cargo de professor de matemática na universidade de Cambridge;
Em1672, é convidado para a Real Sociedade Britânica;
Em1687, publica "Princípios Matemáticos da Filosofia Natural", o famosoPrincipia, em que descreve as leis da gravidade e dos movimentos;
Em1705, ele recebe um título de nobreza da rainha Anne e passa a se chamarSir Isaac Newton;
Em1727, ele morre, no dia 20 de março e é enterrado na abadia londrina deWestminster, naInglaterra. Ele é o primeiro cientista a receber tal honraria[73].Galileu Galilei (1564 — 1642)
O método científico de Galileu está contido especialmente em duas obras: em “O ensaiador”, que dedicou a seu admirador e amigo opapa Urbano VIII, de 1623, e em “Discursos e demonstrações matemáticas sobre duas novas ciências”, de 1638.
A partir de Galilei, há uma revaloração da empiria no método científico. As indagações afastam-se daessência ousubstância das coisas, e voltam-se para sua função prática. A pergunta não é mais “o que é?”, mas “como e por que se manifesta?”;
Embora já houvesse uma mescla de teoria e prática nas Universidades medievais, a aplicação de um método empírico e, por excelência, pautado na experimentação tem grande influência de Galilei.
CriticavaAristóteles dizendo que "a tradição e a autoridade dos antigos sábios não são fontes de conhecimento científico" e que a única maneira de compreender a natureza é experimentando;
Através da experiência empírica, refutou a ideia atribuída a Aristóteles de que um objeto mais pesado cairia com maior velocidade do que um mais leve. Em seguida, por meio de cálculos, determinou a velocidade da queda como o quadrado do tempo de queda, formalizando assim a descoberta em uma fórmula matemática;
Afísica em Aristóteles tem um sentido muito diferente do que se entende pelo conceito atualmente. O sentido hoje hegemônico está próximo do dado por Galileu, isto é, entendida quantitativamente que pode ser mensurável e traduzida em leis matemáticas. Enquanto, para Aristóteles a física é qualitativa e teórica;
Dizia que "o livro da natureza é escrito em caracteres matemáticos";
Suas descobertas mais polêmicas ocorreram no campo da astronomia. Ao observar o céu através de um telescópio, uma invenção então recente, Galileu fundamentou a hipótese do heliocentrismo de Copérnico.
Foi acusado, pelas autoridades, de ser inimigo da fé. Foi julgado pelo tribunal doSanto Ofício e obrigado a abjurar de suas teorias publicamente. Entretanto, segundo a lenda, ele disse baixo:"Eppur si muove" ("mas ela se move"), ou seja, que a Terra não é um ponto fixo no centro do universo;
Mesmo em prisão domiciliar emVilla Il Gioiello em Arcetri,Florença, Galileu continuou a produzir até o momento de sua morte[71];
Sua obra mais famosa chama-se "discurso sobre o método" (1636). Nela, Descartes procura nos convencer que o raciocínio matemático deveria servir de modelo para o pensamento filosófico e para todas as ciências;
Uma das frases mais célebres da história do pensamento filosófico é: "Penso, logo existo." Ele acreditava que dessa verdade ninguém poderia duvidar.
O raciocínio matemático é baseado, principalmente, na lógica dedutiva, em que nós partimos de uma verdade para encontrarmos outras verdades, ou seja, que uma verdade é conseqüência da outra.
Francis Bacon (1561 — 1626)
Político e filósofo,Francis Bacon nasceu em uma família de altos funcionários públicos durante o períodoelisabetano. Ele foi eleito para aCâmara dos Comuns aos 23 anos, mas inicialmente manteve distância da monarquia. No entanto, com a morte daRainha Elizabeth em 1603, Bacon tornou-se conselheiro do seu sucessor, o rei James I. Após uma ascensão rápida, foi preso naTorre de Londres e proibido de exercer qualquer atividade pública. Nesse ínterim, dedicou-se à produção de obras sobre filosofia da ciência;
Mostrou a importância da experimentação para a aquisição dos conhecimentos científicos;
Em 1605, publica "O Progresso do Conhecimento". Posteriormente, em 1620, lançou "Novo Instrumento" (Novum Organum). Este último representa uma defesa da empiria e do questionamento, enfatizando a necessidade de uma lógica indutiva, ou seja, a dedução de conclusões a partir de observações dos fatos. Esse método contrastava com a abordagem dedutiva defendida pela tradiçãoaristotélica.
A influência significativa de Bacon pode ser percebida na formulação de enciclopédias por pensadores comoDiderot ed'Alembert, que incorporaram suas ideias em seus trabalhos[71].
Nicolau Copérnico (1473 — 1543)
Nicolau Copérnico mostrou que osol fica no centro do sistema, mas, achava que a órbita daTerra era uma circunferência perfeita, o que não é exato, mas,Kepler (1571–1630) o corrigiu, mostrando que a distância da terra e do sol é variável, em forma deelipse.
Francesco Redi (1626 — 1698)
Francesco Redi foi um médico italiano e demonstrou que não existia ageração espontânea, uma ideiaaristotélica. Ele fez uma experiência: Colocou carne em vários vidros. Deixou alguns abertos e cobriu outros com um tecido fino de algodão, que permitisse a entrada de ar. Este tecido era importante, pois para os defensores da geração espontânea, o ar era fundamental para que o fenômeno acontecesse. Se a teoria da geração espontânea fosse verdadeira, as larvas de moscas deveriam aparecer tanto nos vidros abertos quanto nos vidros cobertos com gaze, mas, após alguns dias, surgiram larvas só nos vidros abertos. Redi mostrou, então, que as larvas surgiam das moscas, e não por geração espontânea. As moscas podiam entrar nos vidros abertos e depositar seus ovos sobre a carne, mas não conseguiam entrar naqueles cobertos pelo tecido.
Como um campo científico, a história da ciência começou com a publicação deHistory of the Inductive Sciences deWilliam Whewell (publicado em 1837). Um estudo mais formal da história da ciência como uma disciplina independente foi lançado na publicação deGeorge Sarton,Introduction to the History of Science (1927) e ojornalIsis (fundado em 1912). Sarton exemplificou a visão do início do século XX da história da ciência como uma história de grandes homens e grandes ideias. Ele compartilhou com muitos de seus contemporâneos uma crença da história como uma gravação dos avanços e retrocessos na marcha pelo progresso. A história da ciência não era reconhecida como um subcampo da história da América nesse período, e a maior parte de seus trabalho foi levado por cientistas e físicos interessados ao invés de historiadores profissionais.[74] Com o trabalho deI. Bernard Cohen emHarvard, a história da ciência se tornou uma subdisciplina da história após 1945.[75]
Em 1967, o historiadorGeorge Basalla publicouThe Spread of Western Science,[76] uma obra muito influente nos estudos sobre a história das ciências. Segundo Basalla, a ciência teria se originado como um fenômeno essencialmenteeuropeu, expandindo-se posteriormente para as regiões periféricas do mundo por meio de um processo de difusão unilateral. Nesse modelo, o conhecimento científico europeu seria transmitido aos povos não europeus em etapas sucessivas, culminando, eventualmente, na emergência de tradições científicas locais. No entanto, essas tradições, embora independentes, permaneceriam como herdeiras dos moldes europeus de produção científica.[77]
A partir da metade dos anos 1980, a disciplina História das Ciências passou por uma significativa renovação, cujas origens remontam a trabalhos da década de 1970, e compreendeu uma iniciativa de expandir os horizontes de estudos das produções científicas ao longo da história. Um dos primeiros marcos dessa inflexão foi o trabalho deDavid Bloor, que propôs uma abordagemhistoriográfica que buscava se desvincular de perspectivasanacrônicas eteleológicas, frequentes na História das Ciências. Para Bloor, o historiador das ciências deve adotar uma postura simétrica e imparcial, isto é, olhar igualmente para todos os atores, e sempre procurar contextualizar ao máximo as práticas científicas.[78]
Na segunda metade da década de 1970, autores comoSteven Shapin,Barry Barnes eDonald Mackenzie marcam um novo momento dessa inflexão historiográfica. Influenciados pelos trabalhos de Bloor, e também por análisessociológicas eantropológicas, esses estudiosos passaram a entender as produções científicas como cosmologias locais. Ademais, se propõem a considerar os elementosculturais,sociais epolíticos que influenciam a construção do conhecimento científico.[79]
Outro momento ocorre com o trabalho do britânicoHarryCollins, que direciona sua atenção para a escala local da produção científica e sua abordagem tem um caráter mais sociológico do quehistórico. Seu trabalho se volta, por exemplo, a estudar como os cientistas negociam cotidianamente os “fatos científicos” e de que forma nos contextos locais os saberes científicos são validados. Destaca, portanto, a flexibilidade e a multiplicidade de considerações envolvidas na construção de consensos científicos. Esses movimentos culminam, no início da década de 1980, na chamada “análise decontrovérsias”, cujas raízes se dão nosestudos de casos. Desse modo, com um enfoque voltado para o cotidiano das comunidades cientificas e seus debates ordinários, essa corrente historiográfica também rejeita a o julgamento anacrônico do passado.[80]
Outro nome de destaque nesse processo de inflexão é o deBruno Latour. Em seus trabalhos, o autor enfatiza a inseparabilidade entre a produção científica e os aspectos socioculturais. Para Latour, aciência impacta acultura e, simultaneamente, é por ela impactada. O corpo científico e o corpo social se constroem e se reconstroem mutuamente. Latour também propõe a expansão das análisesmicro e locais para redes complexas de comunicação.[48]
Desse modo, a historiografiapós-colonial do final do século XX e início do século XXI tem contribuído ao tentar descentralizar a ciência como um fenômeno exclusivamente europeu. Ela busca se afastar das “Grandes Narrativas” — aquelas que destacam grandes nomes e “grandes inovações científicas” — para dar atenção a atores antes ignorados. Um expoente dessa abordagem é o trabalho deKapilRaj, que propõe entender a produção científica como resultado de processos de acumulação, circulação e intercâmbio entre diversos agentes. Nesse modelo, a ciência é vista como um processo circulatório, no qual todos os participantes têm agência própria.[81] Além disso, parte dessa historiografia, como o trabalho deJosé Augusto Pádua, tem procurado dialogar com as questões daHistóriaAmbiental, investigando como a produção científica impacta omeio ambiente e, reciprocamente, como o meio ambiente influencia o desenvolvimento da ciência.[82]
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