Enquanto o tradicionalItihasa-Purana e sua cronologia épico-purânica derivada apresentam o hinduísmo como uma tradição existente há milhares de anos, os estudiosos consideram o hinduísmo como uma fusão ou síntese[34] daortopraxia bramânica com várias culturas indianas, tendo raízes diversas e nenhum fundador específico.[35] Esta síntese hindu surgiu após o período védico, entrec. 500[1] a 200[2]a.C. e 300d.C.,[1] no período dasegunda urbanização e do início do período clássico do hinduísmo, quando os épicos e os primeirosPuranas foram compostos.[1][2] Floresceu no período medieval, com o declínio dobudismo na Índia.[36] Desde o século XIX, o hinduísmo moderno, influenciado pelacultura ocidental, adquiriu grande apelo noOcidente, refletido principalmente na popularização do ioga e de várias seitas, como ameditação transcendental e omovimento Hare Krishna.
O termo persa (persa médioHindūk, persa modernoHindū) entrou na Índia peloSultanato de Déli e aparece nos textos do sul da Índia, bem como daCaxemira, a partir de 1323 d.C.,[39] e a partir daí é cada vez mais utilizado, especialmente durante o período daÍndia britânica (Raj britânico). Desde o fim doséculo XVIII a palavra passou a ser usada noOcidente como um termo que abrange a maioria das tradiçõesreligiosas,espirituais eculturais do subcontinente, com a exceção dosiquismo,budismo ejainismo que são religiões distintas.[40]
O hinduísmo não tem um "sistema unificado de crenças, codificado numa declaração de fé ou umcredo",[41] mas sim é um termo abrangente, que engloba a pluralidade de fenômenos religiosos que se originaram e são baseados nastradições védicas.[42][43][44][45]
Hindu é originalmente um termopersa, em uso desde os tempos doSultanato de Déli, e que se referia a qualquer tradição nativa daÍndia, em contraste com oislã.Hindu é usado noinglês no sentido de "pagão indiano" desde oséculo XVII,[46] porém a noção dohinduísmo como uma tradição religiosa identificável, qualificando uma dasreligiões do mundo, surgiu apenas durante o século XIX.
A característica da tolerância compreensiva às diferenças de credo e a abertura dogmática do hinduísmo o torna difícil de ser definido como uma religião de acordo com o conceito ocidental tradicional.[47] Muitas pessoas manifestam algum tipo de problema ao tentar chegar a uma definição do termo, principalmente devido à ampla gama de tradições e ideias incorporadas ou cobertas por ele.[41] Embora seja descrito como uma religião, o hinduísmo costuma ser definido com mais frequência como uma 'tradição religiosa'.[48] É descrito como a mais antiga das religiões mundiais, e mais diversa em tradições religiosas.[49][50][51][52]
A maior parte dastradições hindus reverenciam um corpo deliteratura sagrada ou religiosa, osVedas, embora existem exceções; algumas tradições religiosas acreditam que certos rituais específicos sejam essenciais para a salvação, mas diversos pontos de vista sobre o assunto podem coexistir. Algumasfilosofias hindus postulam umaontologiateística da criação, sustento e destruição douniverso, enquanto outros hindus sãoateus. O hinduísmo por vezes é caracterizado pela crença nareencarnação (samsara), determinada pela lei dokarma (karma), e que a salvação é a liberdade deste ciclo de sucessivos nascimentos e mortes; outras religiões da região, no entanto, como obudismo e ojainismo, também acreditam nisto, mesmo estando fora do escopo do hinduísmo.[41] O hinduísmo é visto como a mais complexa de todas as religiões históricas vivas do mundo,[53] porém a despeito desta complexidade é não apenas numericamente a maior delas, como também a mais antiga tradição em existência naTerra, com raízes que se estendem até apré-história.[54]
Uma definição do hinduísmo dada pelo primeiro vice-presidente daÍndia, o reputadoteólogoSarvepalli Radhakrishnan, diz que ele não é "apenas uma fé", mas que, por estar ele próprio relacionado à união darazão eintuição, não pode ser definido, apenas experimentado.[55] De maneira similar, alguns acadêmicos sugerem que o hinduísmo pode ser visto como uma categoria com seus limites pouco definidos, e não uma entidade rígida e bem-definida. Algumas formas de expressão religiosa são centrais ao hinduísmo, enquanto outras não são tão centrais, porém ainda enquadram-se dentro da categoria; com base nisto desenvolveram-se algumas teorias acerca da definição do hinduísmo, como a 'teoria dos protótipos'.[56]
Os problemas com uma única definição do que realmente se quer dizer pelo termo 'hinduísmo' frequentemente são atribuídas ao fato de que o hinduísmo não tem um fundador histórico único ou comum. O hinduísmo ou, como alguns dizem, 'hinduísmos', não tem um sistema único de salvação, e apresenta diferentes metas de acordo com a seita ou denominação. As formas dareligião vêdica são vistos não como uma alternativa ao hinduísmo, mas como a sua forma mais antiga, e praticamente não há justificativa para as divisões estabelecidas pela maior parte dos acadêmicos ocidentais entre ovedismo, obramanismo e o próprio hinduísmo.[57]
Uma possível definição de hinduísmo é ainda mais complicada pelo uso frequente do termo "fé" como sinônimo para "religião".[41] Alguns acadêmicos[58] e diversos praticantes se referem ao hinduísmo com uma definição nativa, como 'Sanātana Dharma', uma frase emsânscrito que significa "a eternalei" ou "eterno caminho".[59] Num sentido mais abrangente, o hinduísmo engloba obramanismo, isto é, a crença na "Alma Universal",Brâman; num sentido mais específico, o termo é empregado para designar apenas o sistema cultural e religioso daÍndia medieval e posterior. De acordo com o livro História das Grandes Religiões, "o hinduísmo é um estado de espírito, uma atitude mental dentro de seu quadro peculiar, socialmente dividido, teologicamente sem crença, desprovido de veneração em conjunto e de formalidades eclesiásticas ou de congregação: e ainda substitui o nacionalismo".[60][61]
O hinduísmo é uma corrente religiosa que evoluiu organicamente através de um grande território marcado por uma diversidadeétnica ecultural significativa. Esta corrente evoluiu tanto através da inovação interior quanto pela assimilação de tradições ou cultos externos ao próprio hinduísmo. O resultado foi uma variedade enorme de tradições religiosas, que vai de cultos pequenos e pouco sofisticados aos principais movimentos da religião, que contam com milhões de aderentes espalhados por todo o subcontinente indiano e outras regiões do mundo. A identificação do hinduísmo como uma religião independente, separada dobudismo e dojainismo, depende muitas vezes da afirmação dos próprios fiéis de que ela o é.[62]
Temas proeminentes nas (porém não restritos às) crenças hinduístas incluem odarma (dharma,ética hindu),samsara (samsāra, o contínuo ciclo do nascimento, morte e renascimento),carma (karma, ação e consequente reação),mocsa (moksha, libertação dosamsara), e as diversasiogas (caminhos ou práticas).
O hinduísmo é um sistema diversificado de pensamento, com crenças que abrangem omonoteísmo,politeísmo,[63]panenteísmo,panteísmo,monismo eateísmo, e o seu conceito de Deus é complexo, e está vinculado a cada uma das suas tradições e filosofias. Por vezes é tido como uma religiãohenoteísta (isto é, que envolve a devoção a um único deus, embora aceite a existência de outros), porém o termo é visto, da mesma maneira que os outros, como uma generalização excessiva.[64]
A maior parte dos hindus acredita que oespírito ou aalma - o "eu" verdadeiro de cada pessoa, chamado deātman — é eterno.[65] De acordo com as teologias monistas/panteístas do hinduísmo (tais como a escolaAdvaita Vedânta), esteAtman não pode ser distinguido, em última instância, doBrâman, o espírito supremo; estas escolas são, portanto, chamadas denão dualistas.[66] A meta da vida, de acordo com a escola Advaita, é chegar à conclusão que o seuātman é idêntico ao Brâman, a alma suprema.[67] OsUpanixades afirmam que quem que tome consciência doātman como o âmago de si próprio estabelece uma identidade com Brâman, atingindo assim omoksha ("liberação" ou "liberdade").[65][68]
Escolasdualísticas (VerDvaita eBhakti) compreendem Brâman como um Ser Supremo que possui personalidade, e o/a veneram comoVixnu,Brama,Xiva ouShákti, dependendo da seita. Oātman é dependente de Deus, enquanto omoksha depende do amor a Deus e da graça de Deus.[69] Quando Deus é visto como um ser supremo pessoal (em lugar do princípio infinito), Deus é chamado deIshvara ("O Senhor"[70]),Bhagavan ("O Auspicioso"[70]) ouParameshwara ("O Senhor Supremo"[70]).[66] As interpretações deIshvara variam, no entanto, da não crença noIshvara dos seguidores doMimamsakas, até a sua identificação com Brâman, pelo Advaita.[66] Na maior parte das tradições dovixenuísmo Deus é Vixnu, e o texto das escrituras desta denominação identifica este Ser comoKrishna, por vezes chamado desvayam bhagavan. Também existem escolas, como oSânquia, que têm tendênciasateias.[71]
As escrituras hindus se referem a entidades celestiais chamadasdevas (oudevī, na sua forma feminina;devatā é usado como sinônimo deDeva emhindi), "os brilhantes", que pode ser traduzido como "deuses" ou "seres celestiais".[72] Osdevas são uma parte integrante da cultura hindu, e foram retratados na suaarte,arquitetura, e através deícones, e históriasmitológicas sobre eles foram relatadas nas escrituras da religião, particularmente napoesia épica indiana e nosPuranas. Frequentemente são, no entanto, dissociados deIshvara, um deus pessoal supremo que muitos hindus veneram de uma forma particular, como seuiṣṭa devatā, ou "ideal escolhido".[73][74] A escolha é uma questão de preferência individual[75] e tradições regionais e familiares.[75]
Os épicos hindus e os Puranas relatam diversos episódios da descida de Deus à Terra em sua forma corpórea para restaurar odarma da sociedade e guiar os humanos aomoksha. Tal encarnação é chamada deavatar. Os avatares mais são os deVixnu, e incluemRama (protagonista doRamáyana) eKrishna (figura central do épicoMahabárata).
Karma pode ser traduzido literalmente como "ação", "obra" ou "feito"[76] e pode ser descrito como a "lei moral de causa e efeito".[77] De acordo com osUpanixades um indivíduo, conhecido como ojiva-atma, desenvolvesamskaras (impressões) a partir das ações, sejam elas físicas ou mentais. Olinga sharira, um corpo mais sutil que o físico, porém menos sutil que a alma, armazena as impressões, e lhes carrega à vida seguinte, estabelecendo uma trajetória única para o indivíduo.[78] Assim, o conceito de um carma infalível, neutro e universal, relaciona-se intrinsecamente àreencarnação, assim como à personalidade, característica e família de cada um. O carma une os conceitos delivre-arbítrio edestino.
O ciclo deação, reação, nascimento, morte e renascimento é um contínuo, chamado desamsara. A noção de reencarnação e carma é uma premissa forte do pensamento hindu. OBagavadguitá afirma que:
“
Assim como uma pessoa veste roupas novas e joga fora as roupas antigas e rasgadas, uma alma encarnada entra em novos corpos materiais, abandonando os antigos. (B.G. 2:22)[79]
”
Asamsara dá prazeres efêmeros, que levam as pessoas a desejarem o renascimento para gozar dos prazeres de um corpo perecível. No entanto, acredita-se que escapar do mundo dasamsara através domoksha assegura felicidade e paz duradouras.[80][81] Acredita-se que depois de diversas reencarnações umatman eventualmente procura a união com o espírito cósmico (Brâman/Paramatman).
A meta final da vida, referida comomoksha,nirvana ousamādhi, é compreendida de diversas maneiras diferentes: como uma realização da união de alguém com Deus; como a realização da relação eterna de alguém com Deus; realização da unidade de toda a existência; abnegação total e conhecimento perfeito do próprio Eu; como o alcance de uma paz mental perfeita; e como o desprendimento dos desejos mundanos. Tal realização libera o indivíduo dasamsara e termina com o ciclo de renascimentos.[82][83]
A conceitualização domoksha difere entre as várias escolas de pensamento hindu. OAdvaita Vedanta, por exemplo, sustenta que após alcançar omoksha umatman não mais identifica a si próprio como um indivíduo, mas sim como sendo idêntico a Brâman em todos os aspectos. Os seguidores das escolasDvaita (dualísticas) se identificam como parte de Brâman, e, após atingir omoksha, esperam passar a eternidade numloka (céu),[84] na companhia de sua forma escolhida deIshvara. Assim, diz-se os seguidores doDvaita desejam "provar o açúcar", enquanto os seguidores doAdvaita querem "se tornar açúcar".[85]
O pensamento hindu clássico aceita os seguintes objetivos da vida humana, conhecidos como ospuruṣārthas ou "quatro objetivos da vida":darma "retidão", "ethikos",artha "sustento", "riqueza",kāma "prazer sensual",mokṣa "liberação", "liberdade" [dosamsara]".[86][87]
Qualquer que seja a maneira na qual o hindu defina a meta de sua vida, existem diversos métodos (yôgas) que os sábios ensinaram para se atingir aquela meta. Textos dedicados aoioga incluem oBagavadgitá (Bhagavad Gita), osIoga Sutras, oHatha Yoga Pradipika, aGheranda Samhita, entre outros, e, como sua base filosófico-histórica, osUpanixades. Os caminhos que um indivíduo pode seguir para atingir a meta espiritual da vida (moksha ousamadhi) incluem, entre outros:Bacti-ioga (o caminho do amor e da devoção);Carma-ioga (o caminho da ação correta);Raja-ioga (o caminho da meditação);Jnana-ioga (o caminho da sabedoria)[88] eRaja-ioga (o caminho da união real). Um indivíduo pode preferir um ou alguns iogas sobre os outros, de acordo com a sua inclinação e entendimento. Algumas escolas devocionais ensinam que obhakti é, para a maior parte das pessoas, a único caminho prático para se alcançar a perfeição espiritual, com base em sua crença de que o mundo atualmente estaria noKali Yuga (uma das quatro épocas que formam o cicloYuga).[89] A prática de um ioga não exclui as outras, e muitos estudiosos acreditam que os diferentes yogas se misturam naturalmente e auxiliam na prática das outros yogas. Por exemplo, acredita-se que a prática da Jñana Yoga inevitavelmente leve ao amor puro (a meta do bacti-ioga), e vice-versa.[90] Alguém que pratica a meditação profunda (como no raja-ioga) deve incorporar os princípios centrais do karma-ioga, do jnana-ioga e do bacti-ioga, seja direta ou indiretamente.[88][91]
A cerimôniavisarjan do SenhorGanexa, durante o festivalChaturthi
As práticas hinduístas geralmente envolvem a procura da consciência de Deus, e por vezes também a procura de bênçãos dosdevas. Assim, o hinduísmo desenvolveu muitas destas práticas como forma de ajudar o indivíduo a pensar na divindade em meio à vida cotidiana. Os hindus podem praticar apūjā (culto ou veneração)[70] tanto em casa como num templo. Em seus próprios lares os hindus frequentemente costumam criar um altar, com ícones dedicados às suas formas escolhidas de Deus. Os templos costumam ser dedicados a uma divindade primária e às divindades subordinadas que lhe são associadas, embora alguns templos sejam dedicados a mais de uma divindade. A visita a templos não é obrigatória,[92] e muitos os visitam apenas durante os festivais religiosos. Os hindus realizam seu culto através dosmurtis, ícones; o ícone serve como uma ligação tangível entre o fiel e Deus.[93] A imagem costuma ser considerada uma manifestação de Deus, já que Ele é imanente. OPadma Purana afirma que omūrti não deve ser visto como apenas pedra ou madeira, mas sim como uma forma manifesta da Divindade.[94]
Tradicionaisdiyas e outros itens usados em orações durante uma cerimônia decasamento hindu
A imensa maioria dos hindus praticam rituais religiosos diariamente,[95] porém a observância destes rituais varia enormemente de acordo com as regiões, cidades ou aldeias e indivíduos. A maior parte dos hindus segue estes rituais religiosos em seus lares.[96] Os hindus mais devotos também executam tarefas diárias, como venerar durante a alvorada, depois de se banhar (normalmente num santuário familiar, num ritual que também envolve o acendimento de uma lâmpada e a colocação de oferendas de alimentos diante de imagens das divindades), recitar os escritos religiosos, cantarhinos devocionais,meditar, cantarmantras, entre outros.[96] Um fator de destaque nos rituais religiosos é a divisão entre o puro e o impuro (ou poluído). Atos religiosos pressupõem algum grau de impureza ou poluição para o seu praticamente, que devem ser anulados ou neutralizados antes ou durante o decorrer do ritual. A purificação, feita geralmente comágua, é portanto um aspecto típico da maior parte dos atos religiosos do hinduísmo.[96] Outras características incluem a crença na eficácia do sacrifício e do conceito de mérito, ganho através da realização da caridade ou de bons atos, que acumulam com o tempo e reduzem o sofrimento no próximo mundo.[96] Os ritos védicos da oblação pelo fogo (yajna) são atualmente apenas práticas ocasionais, embora sejam altamente reverenciadas na teoria. Nas cerimônias de casamentos e funerais hindus, no entanto, oyajña e o entoamento de mantras védicos ainda são a norma.[97]
Ocasiões como nascimentos, casamentos e mortes envolvem o que são frequentemente conjuntos elaborados de costumes religiosos. No hinduísmo, os rituais que tratam do ciclo da vida incluem oAnnaprashan (a primeira ingestão de comida sólida por umbebê),Upanayanam ("cerimônia do fio sagrado" pela qual passam as crianças decastas elevadas em sua iniciação na educação formal) eShraadh (ritual de conceder banquetes em nome dos falecidos).[98][99] Para a maior parte das pessoas na Índia, o noivado de um jovem casal e a data e hora exatas do casamento são questões decididas pelos pais, em consultas comastrólogos.[98]
O hinduísmo baseia-se no "tesouro acumulado de leis espirituais descobertas por diferentes pessoas em diferentes tempos".[100][101] As escrituras foram transmitidas oralmente, na forma de versos - para auxiliar na sua memorização, muitos séculos antes de serem escritos.[102] Ao longo dos séculos diversos sábios refinaram estes ensinamentos e expandiram o cânone. Na crença hindu pós-védica e moderna a maior parte das escrituras não costuma ser interpretadas literalmente; dá-se mais importância aos significados éticos e metafóricos derivados deles.[103]
Shruti (lit: "aquilo que é ouvido")[104] refere-se primordialmente aosVedas, que compõem o mais antigo registro das escrituras hindus. Enquanto muitos hindus veneram os Vedas como verdades eternas reveladas aos antigos sábios (Ṛṣis),[101] alguns devotos não associam a criação deles com qualquer divindade ou pessoa, acreditando serem leis do mundo espiritual, que existiriam mesmo se não tivessem sido reveladas aos sábios.[100][105][106] Os hindus acreditam que, como as verdades espirituais dos Vedas são eternas, eles estão sendo expressos continuamente, de diferentes maneiras.[107]
OsVedas são os textos mais antigos do hinduísmo, e também influenciaram o budismo, o jainismo e o siquismo. Os Vedas contêm hinos, encantamentos e rituais da Índia antiga. Juntamente com oLivro dos Mortos, com oEnuma Elish,I Ching e oAvestá, eles estão entre os mais antigos textos religiosos existentes. Além de seu valor espiritual, eles também oferecem uma visão única da vida cotidiana na Índia antiga. Enquanto a maioria dos hindus provavelmente nunca leram os Vedas, a reverência por mais uma noção abstrata de conhecimento (Veda significa "conhecimento" emsânscrito) está profundamente impregnada no coração daqueles que seguem oVeda Darma. Existem quatro Vedas:Rig Veda,Sama Veda,Yajur Veda,Atarvaveda. ORig Veda é o primeiro e mais importante deles.[108] Cada Veda se divide em quatro partes: a primeira, o Veda propriamente dito, é oSaṃhitā, que contémmantras sagrados. As outras três partes formam um conjunto em três camadas de comentários, costumeiramente emprosa, tidos como feitos numa data um pouco posterior aoSaṃhitā. São osBrâmanas (Brāhmaṇas),Āraṇyakas e osUpanixades. As primeiras duas partes foram chamadas posteriormente deKarmakāṇḍa (parte ritualística), enquanto as últimas duas formam aJñānakāṇḍa (parte do conhecimento).[109] Embora os Vedas tenham como foco os rituais, osUpanixades se concentram numa abordagem espiritual e em ensinamentos filosóficos, discutindoBrâman e areencarnação.[103][110][111]
OsUpanixades são denominadosVedanta, porque eles contêm uma exposição da essência espiritual dos Vedas. Entretanto é importante observar que os Upanixades são textos e Vedanta é umafilosofia. A palavraUpanishad significa "sentar-se próximo ou perto", pois os estudantes costumavam sentar-se no solo, próximos a seus mestres. Os Upanixades organizaram mais precisamente a doutrina védica de auto-realização,ioga, emeditação,karma ereencarnação, que eram veladas no simbolismo da antiga religião de mistérios. Os mais antigos Upanixades são geralmente associados a um Veda em particular, através da exposição de umabrâmana ouAranyaka, enquanto os mais recentes não. Formando o coração da Vedanta (Final dos Vedas), eles contêm a técnica de adoração aos deuses védicos e capturam a essência do dito doRig Veda "A Verdade é Uma". Eles colocam a filosofia hindu separada e acolhendo uma única e transcendente força imanente e inata na alma de cada ser humano, identificando omicrocosmo e omacrocosmo como Um. Podemos dizer que enquanto o hinduísmo primitivo é fundamentado nos quatro Vedas, o hinduísmo clássico, a ioga e vedanta, e correntes tântricas doBhakti foram modelados com base nos Upanixades.[carece de fontes?]
Textos hindus além dosshrutis são chamados coletivamente desmritis ("memória"). Os mais célebres dentre ossmritis são ospoemas épicos, que consistem noMaabárata (Mahābhārata) e doRamáiana (Rāmāyaṇa). OBagavadguitá (Bhagavad Gītā), parte integral doMaabárata, e um dos mais populares textos sacros do hinduísmo, contém ensinamentosfilosóficos de Krishna, uma encarnação de Vixnu, narradas ao príncipeArjuna às vésperas de uma grande guerra. OBhagavad Gītā, narrado por Krishna, é descrito como a essência dos Vedas.[112] OGītā, no entanto, por vezes também chamado deGitopanishad ("Guitopanixade"), costuma ser categorizado com maior frequência entre osshrutis, por ter um conteúdo de natureza upanixádica.[113] Ossmritis também incluem osPuranas (Purāṇas), que ilustram ideias hindus através de narrativas vívidas. Também existem textos de natureza sectária, como oDevi Mahatmya (Devī Mahātmya), osTantras, osYoga Sutras,Tirumantiram,Shiva Sutras eAgamas (Āgamas). Um texto mais controverso, oManusmriti, é o livro deleis que epitomiza os códigos sociais dosistema de castas.[carece de fontes?]
OsPuranas são consideradossmriti; ensinamentos não escritos passados oralmente de uma geração a outra. Eles são distintos dosshrutis ou ensinamentos em escritos tradicionais. Existem um total de 18 Puranas maiores, todos escritos em forma de versos. Acredita-se que estes textos foram escritos muito anteriormente aoRamayana e aoMahabarata. Acredita-se que o mais antigo Purana provém de cerca de300 a.C., e os mais recentes de 1300-1400. Apesar de terem sido compostos em diferentes períodos, todos os Puranas parecem ter sido revisados. Tal pode ser notado quando se observa que todos eles comentam que o número dePuranas é 18. Os Puranas variam muito: oSkanda Purana é o mais longo com 81 000 versos, enquanto oBrahma Purana e oVamana Purana são os mais curtos com 10 000 versos cada. O número total de versos em todos os 18Puranas é 400 000.[carece de fontes?]
ORamayana e oMahabarata são os livrosépicos nacionais daÍndia. São provavelmente ospoemas mais longos escritos em todo o mundo. A obra conta a história de um príncipe,Rama deAyodhya, cuja esposaSita é abduzida pelo demônioRāvana, rei deLanka. OMahabarata é atribuído ao sábioVyasa, e foi escrito no período entre 540 e300 a.C.. A obra, que conta a lenda dosbáratas, uma das tribosarianas, discute otri-varga ou as três metas da vida humana:kama ou desfrute sensorial,artha ou desenvolvimento econômico edarma a religiosidade mundana que se resume em códigos de conduta moral e ritual. ORamayana é atribuído ao poetaValmiki, e foi escrito noséculo I, apesar de ser baseado em tradições orais que datam de seis ou sete séculos antes de Cristo.[carece de fontes?]
ABagavadguitá é considerada parte doMaabárata (escrito em400 a.C. ou300 a.C., é um texto central do hinduísmo, um diálogo filosófico entre o deusKrishna e o guerreiroArjuna. Este é um dos mais populares e acessíveis textos do hinduísmo, e é de essencial importância para a religião. OGita discute altruísmo, dever, devoção, meditação, integrando diferentes partes da filosofia hindu.[carece de fontes?]
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↑OOED cita J. Davies, trad. Mandelslo's Trav. 74 (1662)The King of Cambaya, who was a Hindou, or Indian, that is, a Pagan. ("O rei de Cambaya, que era um hindu, ou indiano, isto é, um pagão.") esir T. Roe, emVoy. E. Ind. P. della Valle's Trav. E. Ind. 374 (1665)The Inhabitants in general of Indostan were all anciently Gentiles, called in general Hindoes. ("Geralmente os habitantes do Indostão eram todos gentis desde os tempos antigos, e chamados em geral de hindus.")
↑Turner, Bryan S.Essays on the Sociology of Fate, p. 275
↑O hinduísmo é definido de diversas maneiras, como "religião", "grupo de crenças e práticas religiosas", "tradição religiosa" etc. O tópico é discutido emEstablishing the boundaries, de Gavin Flood (2003), pgs. 1-17.
↑Eastman, R. (1999).The Ways of Religion: An Introduction to the Major Traditions. [S.l.]: Oxford University Press, USA
↑Joel Beversluis (2000).Sourcebook of the World's Religions: An Interfaith Guide to Religion and Spirituality (Sourcebook of the World's Religions, 3ª ed). Novato, Calif: New World Library. 50 páginas.ISBN1-57731-121-3
↑Bhagavad Gita, Sarvepalli Radhakrishnan: "Hinduism is not just a faith. It is the union of reason and intuition that can not be defined but is only to be experienced."
↑Ferro-Luzzi,(1991)The Polythetic-Prototype Approach to Hinduism in G.D. Sontheimer and H. Kulke (ed.)Hinduism Reconsidered. Déli: Manohar. pp. 187-95
↑Knott, Kim.Hinduism in Britain (2000) "The South Asian Religious Diaspora in Britain, Canada, and a United States".
↑The Concise Oxford Dictionary of World Religions. ed. John Bowker. Oxford University Press, 2000; o uso moderno do termo remonta aosmovimentos de reforma do hinduísmo do fim doséculo XIX (J. Zavos,Defending Hindu Tradition: Sanatana Dharma as a Symbol of Orthodoxy in Colonial India, Religion (Academic Press), Volume 31, Número 2, abril de 2001, pgs. 109-123; ver também R. D. Baird, "Swami Bhaktivedanta and the Encounter with Religions,"Modern Indian Responses to Religious Pluralism, editado por Harold Coward, State University of New York Press, 1987); pode ser traduzido também, de maneira menos literal, como "caminho eterno" (Harvey, Andrew (2001).Teachings of the Hindu Mystics. Boulder: Shambhala. pp. xiii.ISBN1-57062-449-6). Ver tambémRené Guénon,Introduction to the Study of the Hindu Doctrines (1921 ed.), Sophia Perennis,ISBN 0-900588-74-8, parte III, capítulo 5 "The Law of Manu", p. 146. Sobre o significado da palavra"Dharma", ver também Guénon,Studies in Hinduism, Sophia Perennis,ISBN 0-900588-69-3, cap. 5, p. 45
↑Harvey, Andrew (2001).Teachings of the Hindu Mystics. Boulder: Shambhala. xiii.ISBN1-57062-449-6
↑Weightman 1998, pp. 262–264 "It is Hindu self-awareness and self-identity that affirm Hinduism to be one single religious universe, no matter how richly varied its contents, and make it a significant and potent force alongside the other religions of the world."
↑Para uma tradução dedeva na sua forma singular como "uma divindade, deus", e em sua forma plural como "os deuses" ou "os celestiais e brilhantes", ver:Monier-Williams 2001, p. 492. Na realidade existem diferentes escalões entre osdevas; os mais importantes são osmahadevas[desambiguação necessária] imortais, como Xiva, Vixnu, etc.; logo a seguir vêm osdevas de segundo escalão, comoGanexa, descritos como seus descendentes: eles "nasceram" e seu "tempo de vida" é um tanto limitado (noMovimento Hare Krishna a palavra é traduzida como "semideuses", embora este termo também possa se referir a outros ambientes celestiais, comogandharvas; ver:«Vedic cosmology».Vedic Knowledge Online. VEDA - Bhaktivedanta Book Trust. Consultado em 25 de junho de 2007). Para uma tradução dedevatā como "divindade", ver:Monier-Williams 2001, p. 495.
↑*Apte, Vaman S(1997), escrito(a) em Déli,«The Student's English-Sanskrit Dictionary» (em inglês)Em falta ou vazio|url= (ajuda)(New ed.), Motilal Banarsidas,ISBN 8120803000
↑Os conceitoscristãos deCéu eInferno não podem ser traduzidos diretamente para o hinduísmo; reinos espirituais como oVaikunta (residência de Vixnu) ouloka são as analogias mais próximas a um eterno Reino de Deus.
↑como discutido noMaabárata (Mahābhārata) 12.161; Bilimoria et al. (eds.),Indian Ethics: Classical Traditions and Contemporary Challenges (2007), p. 103; ver tambémWerner 1994,Bhaskarananda 1994, p. 7
↑The Philosophy of Hinduism : Four Objectives of Human Life ; Dharma (Right Conduct), Artha (iRght Wealth), Kama (Rght Desire), Moksha (Right Exit (Liberation)). [S.l.]: Pustak Mahal. 2006.ISBN81-223-0945-3
↑Ver, por exemplo, a tradução do Bagavadguitá 11.54:"My dear Arjuna, only by undivided devotional service can I be understood as I am, standing before you, and can thus be seen directly. Only in this way can you enter into the mysteries of My understanding.",Bhaktivedanta 1997, ch.11.54 ("Meu caro Arjuna, apenas através do serviço devocional pleno posso ser compreendido como sou, diante de você, e assim ser visto diretamente. Apenas desta maneira você poderá entrar nos mistérios da Minha compreensão.")
↑"One who knows that the position reached by means of analytical study can also be attained by devotional service, and who therefore sees analytical study and devotional service to be on the same level, sees things as they are.",Bhaktivedanta 1997, ch.5.5. ("Aquele que sabe que a posição alcançada através do estudo analítico também pode ser atingido pelo serviço devocional, e que portanto vê o estudo analítico e o serviço devocional no mesmo patamar, vê as coisas como elas são.")
↑Ver, por exemplo,René GuénonMan and His Becoming According to the Vedanta (1925 ed.), Sophia Perennis,ISBN 0-900588-62-4, chapter 1, "General remarks on the Vedanta, p.7.
↑Obs.: Nyaya-Vaisheshika acredita que os Vedas foram criados por Deus, e não são eternos.
↑Harshananda, Swami(1989), escrito(a) em Mylapore,«A Bird's Eye View of the Vedas, in "Holy Scriptures: A Symposium on the Great Scriptures of the World"» (em inglês)Em falta ou vazio|url= (ajuda)(2ª ed.), Sri Ramakrishna Math,ISBN 81-7120-121-0
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