Herbert Selpin | |
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Nascimento | 29 de maio de1902 Berlim,Alemanha |
Nacionalidade | alemão |
Morte | 1 de agosto de1942 (40 anos) Berlim, Alemanha |
Ocupação | Diretor, roteirista |
Atividade | 1932-1942 |
Herbert Selpin (29 de maio de 1904 – 1 de agosto de 1942) foi umcineasta e roteirista alemão durante a década de 1930 e 1940. Selpin é melhor conhecido por seu filme final, o parcialmente suprimidoTitanic, que durante sua produção, foi preso peloMinistro da PropagandaJoseph Goebbels. Foi encontrado morto em sua cela no dia seguinte à sua detenção.
Herbert Selpin nasceu em 20 de maio de 1904 emBerlin. Após seus estudos de medicina na mesma cidade, Selpin trabalhou como dançarino, boxeador, bibliotecário e vendedor de arte antes de obter, em meados da década de 1920, um estágio no prestigiado estúdioUFA. Entre outras tarefas na UFA, trabalhou no set do filme deFriedrich Wilhelm MurnauFaust (1926). Selpin foi posteriormente empregado pela filial européia daFox Film Corporation, onde ocupou vários cargos, incluindo – em 1927 – o de assistente de diretor deWalther Ruttmann no set deBerlin: Sinfonie einer Großstadt.
Após diversos cargos como editor, Selpin recebeu a tarefa como diretor deChauffeur Antoinette, lançado em 1931 pela Excelsior Films. Nos dois anos seguintes, Selpin teve conflitos com oPartido Nazista por retratar os britânicos de maneira simpática em seus filmes. A partir de 1933 fez filmes de propaganda lançados pelos estúdios UFA, que estava sob o controle doMinistro da PropagandaJoseph Goebbels. Após diversos filmes de propaganda que não foram bem recebidos (Schwarzhemden em 1933,Die Reiter von Deutsch-Ostafrika em 1934 eAlarm in Peking em 1937), Selpin teve sucesso com o filme de 1941Carl Peters, um filme anti-Britânico. Este foi seguido por outro filme de propagandaGeheimakte W.B.1 em 1941–42.
Selpin foi escolhido por Goebbels para dirigirTitanic, planejado pelo Ministro para ser tanto um sucesso de público quanto uma efetiva propaganda anti-Britânica. A estória do navio condenado foi reescrita porWalter Zerlett-Olfenius colocando a culpa do acidente emJ. Bruce Ismay, presidente daWhite Star Line e seus apoiadores capitalistas britânicos e americanos que, de acordo com o roteiro, queriam que o navio fizesse a travessia atlântica o mais rápido possível, não importando qual fosse o perigo para os passageiros, a fim de obter vantagem na competição contra aCunard Line e assim, ganhar tanto dinheiro quanto pudessem. Um personagem alemão também foi apresentado, que alertou sobre o perigo do navio em viajar tão rapidamente.
Em 1942, no set deTitanic, depois de ter experimentado muitos problemas com atrasos causados por marinheiros alemães bêbados e soldados atuando como extras para o filme, Selpin fez várias observações críticas aosmilitares. Foi denunciado por estas afirmações por Zerlett-Olfenius, seu amigo pessoal e, após confirmar o que tinha dito durante encontro comJoseph Goebbels, foi preso em 31 de julho de 1942.[1]
No dia seguinte à sua detenção, Selpin foi encontrado morto em sua cela, tendo se enforcado com seus suspensórios de calças. Um rumor circulou de que ele havia sido assassinado por ordem de Goebbels, já que aGestapo havia se interessado pelo assunto e Goebbels considerou mais prudente sacrificar o diretor do que discutir com a Gestapo.[2] De acordo com o rumor, por volta da meia-noite de 31 de julho para 1º de agosto de 1942, dois guardas entraram na cela de Selpin:
e pendurado nas barras da janela no teto, usando os suspensórios da calça como um laço. Para os registros, Goebbels teve a cena da morte secretamente fotografada e arquivada. Ele então enviou uma carta concisa para a esposa de Selpin, notificando-a sobre o suicídio de seu marido.[2]
Apesar de Goebbels tentar esconder a verdade, a morte brutal de Selpin rapidamente se espalhou entre a comunidade cinematográfica de Berlim, que estava profundamente furiosa comWalter Zerlett-Olfenius.[2] Goebbels retaliou emitindo uma proclamação decretando que qualquer um que se afastasse do roteirista responderia pessoalmente a Goebbels. Também ordenou que o nome de Selpin não fosse mencionado no set deTitanic ou em outro lugar.[2]
A produção deTitanic foi subsequentemente completada porWerner Klingler, que não foi creditado. O próprio filme – que custou 4 milhões deReichsmarks, ou o equivalente a 180 milhões de dólares atualmente[3] –foi quase completamente suprimido por Goebbels, que temia que o desastre do navio desmoralizasse o público alemão. Foi mostrado algumas vezes em países ocupados, e mais tarde, em uma versão reeditada, naAlemanha Oriental. Quatro cenas do filme foram utilizadas em outro filme sobre oTitanic,A Night to Remember.[1][4][5]
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