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| Henry Every | |
|---|---|
Xilogravura de um mouro escoltando Every | |
| Outros nomes | Benjamin Bridgeman |
| Nascimento | |
| Morte | 1699 (40 anos) |
| Progenitores | Mãe: Anne Every Pai: John Every |
| Cônjuge | Dorothy Arther |
| Serviço militar | |
| Serviço | Marinha Real Britânica |
| Anos de serviço | c. 1688–1690 |
| Patente | Companheiro do mestre |
| Unidades | HMSRupert HMSAlbemarle |
| Conflitos | Guerra dos Nove Anos |
| Carreira pirata | |
| Tipo | Pirata |
| Apelido | "Long Ben" "O Arqui Pirata" "O Rei dos Piratas" |
| Atividade | 1694–1696 |
| Área | Oceano Atlântico Oceano Índico |
| Navio | Fancy |
| Bandeiras | |
Henry Every (Newton Ferrers,20 de agosto de1659 –1699), também conhecido comoHenry Avery, foi um piratainglês. Conhecido na história por ser um dos poucos piratas que se aposentou com seus saques; Every fez o maior roubo pirata de todos os tempos, quando saqueou o navioGanj-i-sawai, mesmo atuando apenas dois anos como pirata. Possuiu vários pseudônimos, comoJohn Avery,Long Ben eBenjamin Bridgeman.[1][2]

Henry Every tornou-se marinheiro ainda muito jovem, trabalhando inicialmente em navios mercantes. Alguns documentos afirmam a sua presença a bordo de um navio inglês em1671, tendo assim cerca de 12 anos somente; por conta das guerras contra os franceses, Every ingressa naMarinha Real Britânica por volta de 1688, onde serviu como suboficial a bordo do HMSRupert e do HMSAlbemarle e participado de batalhas em ambas embarcações.
Ele estava insatisfeito com o tratamento que os marinheiros daMarinha Real Britânica recebiam, pois eram espancados e humilhados por seus superiores, comiam comida estragada e não recebiam seus pagamentos como deviam. Além de ver que seus companheiros quando adoeciam, se acidentavam no serviço ou em batalhas, acabavam se tornando inválidos e passavam a viver como mendigos, já que a marinha não lhes dava nenhum apoio.
Em 1693 surgiu a grande oportunidade de Avery mudar de vida. Comerciantes estavam montando uma esquadra de quatro navios emLondres, com o objetivo de saquear plantações e navios franceses naAmérica, além de negociar com os colonos espanhóis, os comerciantes pagariam bem e com mais garantias que a Marinha Real. Avery tinha esperança também de comer e beber melhor que nela - o salário do primeiro mês sairia antes dos navios saírem do porto. Com seu currículo de primeira linha, Avery foi contratado para ser primeiro oficial da capitâniaCharles II, que possuía 46 canhões e ficaria sob o comando do capitão Charles Gibson. Os outros três navios da esquadra seriamJames,Dove eSeventh Son.
Em agosto de 1693 os homens partiram deLondres rumo aCorunha, onde receberiam mapas e documentos para navegar noCaribe. Eles receberam um mês de salário adiantado como prometido. O titular da esquadra era sir James Houblon, um rico comerciante que fundou e foi diretor doBanco da Inglaterra. Mais tarde se tornaria o prefeito deLondres - ele prometeu um salário semestral que seria entregue aos tripulantes ou às suas famílias.
A viagem atéLa Corunha deveria demorar duas semanas, mas durou cinco meses. Após sua chegada descobriram que a documentação ainda estava emMadrid, e passado um mês esperando naEspanha a tripulação começou a questionar o salário prometido. Eles enviaram uma petição a Houblon pelo pagamento de seus salários a eles ou para suas esposas. Em resposta, o titular da esquadra mandou seu agente prender os homens que fizeram as petições nas prisões dos navios. Alguns marinheiros então mandaram escondidas algumas cartas em navios ingleses que passavam pelo porto de La Corunha, nelas pediam a suas esposas para pressionar Houblon. A resposta dele a isso foi que seus navios e seus homens estavam agora a mando do rei da Espanha e ele poderia "paga-los ou enforcá-los, se quisesse".
Com a chegada da resposta de Houblon os tripulantes entraram em desespero, a notícia que ele os havia "vendido" para a coroa daEspanha criou pânico entre os homens. Eis que Avery teve uma solução, em maio de 1694 ele e alguns homens remaram até a cidade e se encontraram com marinheiros dos outros navios, ele tinha um plano para conquistar suas liberdades.
Na noite do dia seguinte recrutas doCharles II foram até oJames, um dos recrutas então saudou o marinheiro que estava no convés com a senha, que não entendeu, eles então foram mais claros e revelaram que estavam ali pra leva-los para tomar o controle doCharles II, porém o homem não fazia parte da conspiração e foi correndo para alertar seu capitão, antes deste soar o alarme geral vinte e cinco conspiradores doJames lançaram a pinaça, maior de seus barcos, ao mar e seguiram seus colegas em direção aoCharles II.
DoCharles II Avery ouviu o som do alarme doJames, ele então sabia que tinha que ser naquele momento, eles se amotinaram, capturaram o vigia, tomaram o convés e o leme do navio, quando o restante dos conspiradores subiram a bordo doCharles II, os tripulantes doJames abriram fogo contra o navio rebelde, os espanhóis da fortaleza deLa Corunha vendo isso abriram fogo contra oCharles II também. Avery dava as ordens, os homens cortaram a âncora do navio, soltaram as velas e o vento a favor tirou os amotinados do porto deCorunha rumo ao alto-mar.
Alguns quilômetros deLa Corunha, Avery foi falar com o Charles Gibson, que estava muito doente e de cama, ele ofereceu a Gibson o posto de capitão, que este não aceitou, Avery então prometeu a ele que o deixaria ir para terra firme junto dos homens que desejassem ir embora, Gibson e outros dezesseis homens pegaram um bote remaram até o continente na manhã seguinte.
Mais tarde naquele mesmo dia Avery reuniu a tripulação, ele propôs que aos homens uma forma de manterem a si e suas famílias, eles iriam saquear navios e assentamentos como previsto, porém por conta própria e não mais noCaribe, eles navegariam para oOceano Índico, os tripulantes então fizeram de Henry Avery seu capitão.
Avery e sua tripulação então estabeleceram um sistema muito "democrático" para a época e que seria copiado pelos piratas no auge daEra de Ouro da Pirataria alguns anos depois noCaribe, enquanto capitães de corso sob as ordens daInglaterra ganhavam até quatorze partes a mais que marinheiros comuns, seu capitão receberia apenas uma parte a mais e seu imediato meia parte a mais dos demais marujos. Todas as decisões seriam tomadas mediante a uma votação, exceto em combate onde as ordens do capitão deveriam ser absolutas. Eles votaram pela troca do nome do navioCharles II, que passou a ser chamado deFancy.

Foi nas ilhas deCabo Verde que Henry Avery "pirateou" pela primeira vez ao roubar três comerciantes ingleses, ele aproveitou que eles pararam naIlha do Maio para retirar sal das salinas da ilha, na época o sal era o principal conservante dos alimentos. Com os quarenta e seis canhões do monstroFancy, os comerciantes não mostraram resistência, Avery roubou alguns mantimentos e a âncora de um dos navios já que oFancy havia perdido a sua na fuga do porto deLa Corunha, ele também fez com que nove homens desses navios se tornassem membros de sua tripulação.
Após o ataque aos três navios ingleses, Avery parece ter se arrependido de ter atacado companheiros britânicos em meio a guerra, ele escreveu uma carta aberta onde dizia que nenhuma embarcação de bandeira britânica ou holandesa deveria temer oFancy, assinando com um "amigo inglês".
NasIlhas Comores, ele fez algumas transformações em seu navio, tornando-o num dos mais rápidos a navegar noOceano Índico. Para mostrar esta velocidade capturou um navio corsário francês, tendo parte da tripulação deste navio se juntado a Avery, um grupo de quatorze marujos de um navio mercante dinamarquês também se juntou a tripulação do capitão Henry Avery.
Com alguns prisioneiros de um saque, Avery ficou sabendo que uma frota com muitas riquezas sairia deMocha, no atualIêmen, em direção aoImpério Mongol, atualÍndia, saindo deMadagáscar oFancy foi em direção a saída doMar Vermelho esperar o grande ataque de sua história, na frota estavam milhares de muçulmanos voltando de sua peregrinação aMeca e comerciantes com os frutos das negociações entreArábia eÍndia. Entre a frota estavam os navios de tesouro do Grão-Mongol da Índia, esses navios possuíam o que tinha de mais valioso noOceano Índico. No caminho eles descobriram que não foram os únicos a terem essa ideia, encontraram com dois navios corsários ingleses e três navios piratas americanos, todos com seis canhões cada, com o mesmo objetivo doFancy, entre eles estava o famoso capitão pirataThomas Tew deNova Iorque, eles decidiram se unir e dividir o saque.
Resolveram então se esconder atrás de uma pequena ilha no caminho e esperar a aparição dos navios, porém numa noite a frota do tesouro composta por 25 navios, passou pelo canal silenciosamente e com as luzes apagadas, os piratas não os viram passar, mas um brigue lento ficou para trás e foi capturado, após o interrogatório de sua tripulação os piratas e corsários foram atrás do resto da frota, navegaram ao longo doGolfo de Áden e doMar da Arábia, dois navios tiveram problemas, um eles abandonaram e atearam fogo para não os atrasarem o outro ficou para trás e desapareceu.
Já próximo a costa indiana eles avistaram um navio grande próximo aorio Indo, avistaram e se apoderaram dele, oFath Mahmamadi apesar de maior que oFancy, possuía apenas seis canhões, o capitão do navio até tentou resistir, mas em vão. Avery se apossou doFath Mahamamadi que possuía uma grande fortuna para a época, ele tinha algo entre cinquenta e sessenta mil libras em ouro, o que compraria cinquenta vezes oFancy, para se ter uma ideia um marinheiro comum ganhava de 11,5 a 15 libras anuais naMarinha Real Britânica no início do século XVIII. Porém Avery, por ser ambicioso, deixou então o navio recém capturado sob o comando de seus homens e foi atrás do restante da frota com os capitães dos outros navios.

Dois dias depois, navegando pela costa daÍndia, um vigia avistou um grande navio indo em direção aSurate, o navio possante de bandeira mongol era oGanj-i-sawai, também conhecido pelo seu nome anglicizadoGunsway, pertencia ao Grão-MogolAurangzeb e tinha 80 canhões, 400 mosquete e 800 homens a bordo, tendo assim uma superioridade imensa contra oFancy e os outros navios piratas. Além de riquezas incalculáveis o navio transportava a filha do Grão Mogol em peregrinação aMeca.
Durante a batalha marítima oGunsway teve diversos problemas, um canhão pesado explodiu e os fragmentos feriram vários tripulantes, uma bala de canhão atingiu a parte inferior do mastro central do navio fazendo ele desabar e o navio perdeu muita velocidade, a tripulação civil estava em desespero. A quantidade de homens dentro doGunsway era mais que o dobro da tripulação doFancy e dos três navios que o acompanhavam, sendo assim poderiam combate-los, porém o capitão Muhammad Ibrahim doGanj-i-sawai entrou em pânico, ele se escondeu com as concubinas, que ele haviam comprado naTurquia, embaixo do convés do navio. Com isso os piratas tomaram o eGanj-i-sawai e suas riquezas que valiam cerca de cento e cinquenta mil libras ou mais, após um tempo Avery liberou o navio e sua tripulação que retornou paraSurate.
Os espólios da batalha deram um lucro de cerca de mil libras pra cada homem, os navios dos outros capitães seguiram seus caminhos separados. Avery e sua tripulação esperavam que o Grão-Mogol ficasse sabendo do assalto ao navio de sua filha e os caçassem peloOceano Índico, então eles fugiram paraMadagascar, Avery propôs aos homens que fossem paraNassau, onde ficariam seguros com seus saques, a tripulação aceitou e eles foram em direção a ilha deNova Providência.
Chegando emNassau em 1696, o capitão Avery se apresentou comoBenjamin Bridgeman, um suposto traficante de escravos que não possuía a autorização daCia. Real da África e por isso queria se desfazer de seu navio, esse era um delito pequeno comparado ao que Avery e seus homens cometeram, a proposta era que ele daria o navio para o governadorNicholas Trott deNova Providência, em troca eles queriam poder ficar em Nassau sem serem incomodados, o governador estava interessado em melhorar a defesa da ilha, um navio como oFancy para poder se proteger dos corsários franceses que rondavam oCaribe naquela época seria perfeito, ele então aceitou Avery e seus piratas sem perguntas, além do navio o governador recebeu propina de novecentas libras da tripulação doFancy para assegurar a estadia deles lá, isso era o triplo do salário anual de Trott. Depois da estadia emNassau os tripulantes passaram a buscar seus caminhos, alguns ficaram em Nassau mesmo, outros foram para as colônias inglesas no norte, principalmente para as cidades deCharleston, naCarolina do Sul eFiladélfia, naPensilvânia, outros voltaram para aInglaterra, um deles foi Avery.
Avery e outros vinte homens de sua tripulação compraram umsaveiro de longo curso com quatro canhões chamadoSea Flower e rumaram paraDunfanaghy no nordeste daIrlanda, chegando lá foram em direção aDublin onde se separam seguindo cada um seu caminho, Avery teria dito ir em direção aEscócia e depois iria para casa, emDevonshire, depois disso nunca mais se soube nada de concreto sobre o paradeiro do capitão pirata Henry Avery.

Algumas lendas nasceram sobre Henry Avery e sua tripulação, muitas delas nasceram do livro de ficçãoThe Life and Adventure of Captain John Avery, de 1709, uma clara referência a Henry Avery. Nesse livro estariam os relatos do diário de um holandês chamadoAdrian van Broeck que teria escapado do suposto reino de Avery emMadagáscar, lá ele teria feito uma cidade com as pilhagens que fez nos mares e seria seu próprio "reino pirata", ele seria dono de mais de quarenta navios de guerra e teria mais de quinze mil homens a seu serviço. Avery nesse reino teria se casado com a neta do Grão-Mogol após o saque doGunsway e teria vivido o resta da vida em seu refúgio emMadagáscar naIlha Sainte-Marie.
Outra lenda sobre Avery nasceu de um livro, esse feito no fim daEra de Ouro da Pirataria, seu nome éHistória geral dos roubos e assassínios dos maios notáveis piratas, foi publicado emLondres no ano de 1724, esse livro conta que Avery estaria em posse de um saco de diamantes, encontrado na cabine do navio da filha do Grão-Mogol. Avery teria retornado àInglaterra e tentou vender os diamantes emBristol para mercadores, mas foi enganado por eles, recebendo só uma pequena parte do valor acordado. Quando acabou o dinheiro, rumou trabalhando atéPlymouth e morreu na miséria emBiddeford em 1699.
Uma lenda que mostraria o lado cruel de Avery foi que num lance de ousadia após o saque doGunsway , o capitão solicitou que grande número de sua própria tripulação desembarcasse emchalupas na costa deMadagáscar, para procurar por água e comida. Sem esperar pelo retorno, levantou âncora e rumou para oCaribe, aumentando em muito a sua própria parte (e dos restantes da tripulação) do tesouro doGunsway. O destino escolhido foiNova Providência, pois tal navio chamaria muita atenção naNova Inglaterra.
Dizem também que quando Avery viajou para aIrlanda, foi deixado um tesouro com quantidade estimada de 400 milhões de dólares, todavia, ninguém mais sabe a localização exata.
Segundo os registros históricos de sua época naInglaterra, a grafia original do nome do pirata eraHenry Avery, nome pelo qual ele próprio teria assinado por toda a sua vida. Após a publicação do livroThe Life and Adventure of Captain John Avery, retratando a vida da tripulação de um barco pirata inspirado na história de Henry em 1709, essa versão de seu nome popularizou-se.[3][4][5][6]
OOxford Dictionary of National Biography, publicado em setembro de 2004, usa a grafiaHenry Avery para mencionar o pirata.[7]
O apelido Long Ben nunca foi bem explicado, a tripulação o chamava assim já em 1693 antes dele se tornar um capitão pirata. O pseudônimo Benjamin Bridgeman foi usado por Avery para se esconder emNassau e na sua volta para aInglaterra, não se sabe o nome que ele adotou quando voltou para sua terra natal.