Halton Arp | |
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![]() Halton Arp emLondres, outubro de 2000 | |
Conhecido(a) por | Redshift intrínseco Atlas of Peculiar Galaxies |
Nascimento | 21 de março de1927 Nova Iorque,Estados Unidos |
Morte | 28 de dezembro de2013 (86 anos) Munique,Alemanha |
Nacionalidade | Americano |
Alma mater | Instituto de Tecnologia da Califórnia |
Orientador(es)(as) | Walter Baade |
Instituições | Observatório Palomar Instituto de Astrofísica Max Planck |
Campo(s) | Astronomia |
Halton Christian Arp foi umastrônomoamericano, conhecido pelo seuAtlas de Galáxias Peculiares, que cataloga muitasgaláxias em processo deinteração e de fusão. Também é conhecido por ser crítico da teoria doBig Bang e por defender umacosmologia não-linear que incorpora umredshift intrínseco.
Arp nasceu em 21 de março de 1927 emNova Iorque. Casou-se três vezes e tem quatro filhas e quatro netos. Obteve seubacharelado naUniversidade de Harvard em 1949 e seuPh.D. noInstituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech) em 1953. No mesmo ano, tornou-se membro noCarnegie Institute, realizando suas pesquisas noObservatório Palomar e noObservatório Monte Wilson. Tornou-se assistente naUniversidade de Indiana em 1955 e efetivou-se no Palomar dois anos depois, onde trabalhou por 29 anos. Em 1983, tornou-se membro da equipe doInstituto de Astrofísica Max Planck, naAlemanha.
Arp compilou um catálogo degaláxias incomuns intituladaAtlas de Galáxias Peculiares, primeiramente publicada em 1966.[1] Ele preocupava-se com o fato de os astrônomos de sua época entederem muito pouco a respeito da evolução das galáxias e o atlas tinha o intuito de prover imagens que poderia fornecer a esses astrônomos dados passíveis de estudos sobre a evolução das galáxias. Mais tarde, Arp usou seu atlas como evidência em seu debate sobre osobjetos quasi-estelares (quasares).
Atualmente o atlas tornou-se referência como uma excelente compilação de galáxias em processo deinteração e fusão. Muitas galáxias são referidas primariamente por sua 'numeração Arp'. Muitos desses objetos (como a galáxiaArp 220) são usados como referência para o estudo de galáxias com altosredshifts.
Durante adécada de 1950, várias fontes de rádio foram descobertos, embora suas contrapartidas ópticas não pudessem ser vistas. Em 1960, uma dessas fontes,3C 48, foi associada ao que parecia ser uma pequena estrela azul. Contudo, quando oespectro dessa estrela foi medido, continha váriaslinhas espectrais não identificadas.John Gatenby Bolton sugeriu que as linhas espectrais eram comuns, mas que tinham grandes redshifts, embora essa sugestão não tenha sido aceita pela comunidade científica à época.
Três anos mais tarde,Maarten Schmidt encontrou a contrapartida visível do objeto3C 273. Usando oTelescópio Hale, Bolton encontrou o mesmo espectro estranho, mas foi capaz de demonstrar que o espectro continha linhas espectrais comuns aohidrogênio, mas alteradas em 15,8% devido à velocidade de afastamento da "estrela" (efeito Doppler), calculada em 47000km/s, muito além da velocidade de qualquer outra estrela já vista.
Pelalei de Hubble, o universo está em contínua expansão e quando maior o redshift, mais longe está o objeto em relação àTerra e Schmidt concluiu que o objeto estudado realmente estaria muito distante, o que requeria que tal objeto emitisse muito mais radiação do que qualquer outro objeto conhecido à época.[2]
Vários objetos de seu atlas também estavam contidos na lista de quasares. Em algumas fotografias, um quasar é um objeto externo às galáxias já conhecidas e, em outras, aparece como "uma ponte" que liga duas nuvens dematéria interestelar. No segundo caso, essas duas nuvens devem estar fisicamente ligadas e, pela teoria da expansão do universo, tanto as duas nuvens quanto o quasar deveriam ter o mesmo redshift.
Mas, observa-se que as duas nuvens de matéria interestelar tem um redshift muito menor do que os quasares fisicamente ligados a elas. Arp argumentava que o redshift observado nos quasares não era devido à expansão do universo ou ao rapidíssimo afastamento do objeto em relação à Terra (causando o efeito Doppler), mas que devem ter uma origem cosmológicanão-linear, ou seja, devem ter umredshift intrínseco'.[3]
Desde então, a instrumentação astronômica tem avançado muito e o entendimento sobre quasares tem aumentado. Hoje em dia, os quasares são vistos comogaláxias ativas muito distantes. Além disso, foram encontradas 'galáxias normais' com grandes redshifts.[4] O aumento exponencial da quantidade de dados pode testar os postulados de Arp diretamente e vários trabalhos não conseguiram detectar um objeto com um redshift intrínseco.[5]
Mesmo assim, Arp continuou publicando artigos, em colaboração comGeoffrey Burbidge (até a sua morte em 2010) eMargaret Burbidge,[6] ainda mantendo sua posição contra a literatura científica e popular sobre oBig Bang.[7]
Arp foi agraciado com oPrêmio de Astronomia Helen B. Warner, dado pelaSociedade Astronômica Americana pelas significantes contribuições em Astronomia Observacional e Teórica nos cinco anos que precederam o prêmio.[8]
Também foi agraciado no mesmo ano com oPrêmio Newcomb Cleveland, pelo seu artigo"The Stellar Content of Galaxies (O Conteúdo Estelar de Galáxias), lido antes de uma reunião conjunta da Sociedade Astronômica Americana e daAssociação Americana para o Avanço da Ciência. Em 1984, foi agraciado com oPrêmio Humboldt.[9]