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Guerra de Troia

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Guerra de Troia


CílicecomAquiles cuidando dos ferimentos dePátroclo;c. 500 a.C.

A guerra

Ambiente:Troia (modernaHisarlik,Turquia)
Período:Idade do Bronze
Data tradicional:ca.1 194–1 184 a.C.
Data moderna: entre1 260 e 1 240 a.C.
Resultado: vitória grega, destruição de Troia

Fontes literárias

Ilíada · Ciclo épico · Eneida, Livro 2 ·
Ifigênia em Áulis · Filoctetes ·
Ájax · As Troianas · Posthomerica

Episódios

Julgamento de Páris · Sedução deHelena ·
Cavalo de Troia · O Saque de Troia · Regressos ·
Andanças de Odisseu ·
Eneias e a fundação de Roma

Gregos e aliados

Agamemnon · Aquiles · Helena · Menelau · Nestor · Odisseu · Ájax · Diomedes · Pátroclo · Térsites · Aqueus · Mirmidões

Troianos e aliados

Príamo · Hécuba · Heitor · Páris · Cassandra · Andrómaca · Eneias · Mêmnon  · Troilo · Pentesileia e asAmazonas · Sarpedão

Tópicos relacionados

Homero · Arqueologia de Troia · Micenas

Troia em Chamas(c. 1759–1762), deJohann Georg Trautmann; coleção dosgrão-duques de Baden,Karlsruhe

AGuerra de Troia foi, de acordo com amitologia grega, um grande conflito bélico entre osaqueus dascidades-estado daGrécia eTroia, possivelmente ocorrendo entre1 300 a.C. e1 200 a.C. (fim daIdade do Bronze noMediterrâneo).

Segundo a lenda, a guerra teria se originado a partir de uma disputa entre as deusasHera,Atena eAfrodite, apósÉris, a deusa da discórdia, dar a elas opomo de ouro, também conhecido como "pomo da discórdia", marcado para "a mais bela".Zeus mandou as deusas paraPáris, que julgou Afrodite como a mais bela. Em troca, Afrodite fezHelena, a mais bonita de todas as mulheres e esposa do rei gregoMenelau, se apaixonar por Páris, que então a levou para Troia.Agamenão, rei deMicenas e irmão de Menelau, reuniu os aqueus (gregos), liderou uma expedição contra Troia e cercou a cidade por dez anos, como uma represália pelo insulto de Páris. Após a morte de muitos heróis, incluindoAquiles eÁjax (entre os gregos) eHeitor e Páris (entre os troianos), a cidade caiu após a introdução do "Cavalo de Troia". Os aqueus massacraram os troianos (exceto as mulheres e crianças, tomados como escravos) e dessacraram seus templos, invocando assim a fúria dos deuses. Poucos dos aqueus conseguiram retornar para casa e muitos tiveram que achar novos lares, fundando novas colônias. Osromanos afirmavam traçar suas origens aEneias, um troiano filho de Afrodite, que teria levado os sobreviventes de Troia até àpenínsula Itálica.[1]

Osgregos antigos acreditavam que Troia se localizava próxima doHelesponto (Dardanelos) e que a guerra troiana era um evento histórico datado dentre os séculos XIII eXII a.C., mas até meados doséculo XIX d.C. a cidade e os acontecimentos do conflito eram considerados "não históricos". Em 1868, contudo, o arqueólogo britânicoFrank Calvert convenceu o arqueólogo alemãoHeinrich Schliemann de que Troia era uma cidade real que estava localizada emHisarlik, na atualTurquia.[2] Baseado nas escavações de Schliemann e outros estudiosos, os acadêmicos agora acreditam na veracidade histórica de uma cidade-estado grega chamada Troia, mas ainda levantam dúvidas sobre a guerra em si.[3][4]

Se os eventos narrados porHomero e a lenda envolta a respeito da "Guerra de Troia" têm algum fundamento histórico, ainda é motivo de debates entre acadêmicos. Muitos estudiosos e historiadores acreditam que há uma base histórica para a guerra, com os contos Homéricos sendo, na verdade, uma coletânea de cercos e expedições militares feitas pelosgregos micênicos durante aIdade do Bronze. Historiadores indicam que a guerra, se ocorreu, teria acontecido entre os séculos XII e XIa.C., fazendo referência às datas dadas porEratóstenes, 1194–1184 a.C., que corresponde às evidências arqueológicas encontradas nas ruínas de Troia VII.[5]

Causa da guerra e a lenda

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Ver artigos principais:Julgamento de Páris,Aqueus (Homero),Ilíada, eTroia
Sarcófago de Aquiles com cenas da Guerra de Troia, no Museu Arqueológico deAdana, Turquia

Tradicionalmente, a Guerra de Troia surgiu de uma sequência de eventos que começou com uma disputa entre as deusasHera,Atena eAfrodite.Éris, a deusa da discórdia, não foi convidada para o casamento dePeleu eTétis, e então chegou trazendo um presente: umamaçã dourada, com uma escritura gravada nela que diz "para a mais bela". Cada uma das deusas reivindicou ser a "mais bela" e a dona legítima da maçã. Elas submeteram o julgamento a um pastor que encontraram cuidando de seu rebanho. Cada deusa prometeu ao jovem uma recompensa em troca de seu favor: poder, sabedoria ou amor. O jovem — na verdade,Páris, um príncipe troiano que havia sido criado no campo — escolheu o amor e deu a maçã a Afrodite. Como recompensa, Afrodite fez com queHelena, a rainha deEsparta e a mais bela de todas asmulheres, se apaixonasse por Páris. Ojulgamento de Páris lhe rendeu a ira tanto de Hera quanto de Atena.[6] Helena, uma das filhas deZeus, havia sido sequestrada porTeseu na sua juventude. Uma competição entre os pretendentes por sua mão em casamento acabou com ela sendo entregue aMenelau, o rei espartano. Todos os outros pretendentes foram obrigados a fazer um juramento (conhecido como "Juramento deTíndaro") prometendo fornecer assistência militar ao pretendente vencedor, se Helena fosse roubada dele. Assim, quando Helena partiu (raptada ou por boa vontade) com Páris deTroia (filho do reiPríamo), Menelau convocou todos os reis e príncipes da Grécia para que honrassem seu juramento e declarassem guerra aos troinanos.[7]

O irmão de Menelau,Agamenão, rei deMicenas, liderou uma expedição de tropasaqueias (osgregos) a Troia e sitiou a cidade por dez anos por causa do insulto de Páris. Após as mortes de muitos heróis, incluindo os aqueusAquiles eAjax, e os troianosHeitor e Páris, a cidade caiu na armadilha doCavalo de Troia. Os aqueus massacraram os troianos, exceto algumas das mulheres e crianças que eles mantiveram ou venderam como escravos e profanaram os templos, ganhando assim a ira dos deuses.[8] Poucos aqueus retornaram em segurança para suas casas e muitos fundaram colônias em praias distantes.[9] Osromanos mais tarde traçaram sua origem atéEneias, filho de Afrodite e um dos troianos, que teria liderado os troianos sobreviventes para aItália.[10]

Historicidade

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A maioria dos gregos antigos dizia que a Guerra de Troia era um evento histórico, embora muitos entendessem que os poemas homéricos continham vários exageros. Por exemplo, o historiadorTucídides, conhecido por seuespírito crítico, considerava-a um evento real, mas duvidava que os gregos houvessem mobilizado a quantidade de navios (mais de mil) mencionada por Homero para atacar os troianos.[11]

Por volta de 1870, na Europa, os estudiosos daAntiguidade eram concordes em considerar as narrativas homéricas absolutamente lendárias. Segundo eles, a guerra jamais ocorrera. Quando oarqueólogo alemãoHeinrich Schliemann, um apaixonado pelas obras de Homero, descobriu asruínas deTroia um grande entusiasmo cercou a descoberta e levou muitos autores a rever a historicidade da guerra.[11]

Ao longo doséculo XX, tentou-se tirar conclusões baseadas em textoshititas eegípcios, que datam da provável época da guerra. Arquivos hititas, como asCartas de Tauagalaua, mencionam o reino deAiaua (Acaia, a modernaGrécia), que se localizava "além do mar" (Egeu) e controlava a cidade de Miliuanda, identificada comoMileto. Igualmente é mencionada, nesses e em outros documentos, aConfederação de Assua, uma liga composta por 22 cidades, uma das quais, Uilussa (Ílio), podendo ter sido Troia. Em um tratado datado de1 280 a.C., o rei de Uilussa é chamado de Alexandre ou Alaquesandu, que é o outro nome pelo qualPáris é referido naIlíada.[11]

As descobertas de Schliemann continuam, porém, cercadas de dúvidas. No mundo antigo existia uma cidade chamada Troia que é historicamente registrada na região deDardanelos desde o período de Homero até a época da romana. Essa cidade, que foi visitada por personagens históricos importantes comoAlexandre, o Grande eJúlio César, teve o nome grego de Ilion e o nome romano de Nova Troia e segundo a tradição ficava no lugar em que estariam localizadas as ruínas da Troia/Ilion descrita por Homero. Essa cidade, completamente real e histórica, entrou em ruínas e foi abandonada no início da Idade Média de modo que sua localização exata se perdeu. O que Schliemann conseguiu ao escavar Hisarlik foi localizar a antiga cidade grega/ romana, disso não resta dúvida, mas o que nunca foi realmente provado e se as ruínas mais antigas sob as cidades gregas e romanas chamadas em tempos históricos de Troia são realmente da cidade descrita por Homero. Até hoje não há nenhuma prova conclusiva a esse respeito.[12]

Inicialmente, Schliemann identificou como Troia uma cidade que na realidade era mil anos mais antiga do que o período em que guerra de Troia teria acontecido. Seria a chamada Troia II. O famoso 'tesouro de Príamo" foi descoberto nesse extrato. Mais tarde o próprio Schliemann admitiu seu erro, mas ao escavar apressadamente o sitio de Hisarlik ele destruiu boa parte da camadas superiores da cidade entre elas as que deveriam corresponder a cidade da época da guerra. Foi o assistente de Schliemann e segundo arqueólogo a se ocupar do sitio, Dorpfeld, a descrever as diferentes camadas do sitio que teria 9 cidades sobrepostas. As que corresponderiam ao período descrito por Homero seriam a VI e a VII e não a II escavada inicialmente por Schliemann.[12] .[11]

O historiador inglêsMoses Finley esteve entre os mais céticos quanto a historicidade da guerra de Tróia. Em um texto dedicado a guerra, ele explica que todo texto de Homero contradiz o que se conhece da sociedade micênica que e a Troia de Homero " apesar de localizada no lugar certo não tem que uma distante semelhança com a dos arqueólogos". Ele compara o épico homérico com obras como ACanção dos Nibelungos ou A Canção de Roland, obras de grande valor literário, mas que em termos históricos são incorretas. Diante disso, ele termina o seu ensaio dizendo que se deve encarar a historicidade da guerra de Troia do mesmo modo que outros épicos, como os Nibelungos ou a Eneida, isto é, como uma obra de poesia e não de história.[13]

Outros, como Barry Strauss,[11]acreditam na historicidade da guerra e à associam a conflitos entre os hititas e os povos gregos que são atestados em documentos sendo Troia, nesse caso, o reino vassalo dos hititas Wilusa. Mesmo assim, Strauss supõe como outros estudiosos, que o conflito deve ter sido diferente da guerra descrita por Homero e provavelmente foi o resultado de diversos conflitos pequenos ao longo dos anos.Céticos quanto à veracidade da guerra glorificada por Homero apoiam-se na ausência de qualquer registro hitita de uma invasão daAnatólia (onde se localizava Troia) por povos vindos do mar.[11]

Em resumo, embora Schliemann tenha encontrado as ruínas da cidade de Troia (aliás, várias cidades, uma sobre a outra) no sítio mencionado por Homero, a questão da historicidade da guerra continua dividindo a opinião dos estudiosos.[11]

Fontes

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Os eventos da Guerra de Troia são encontrados em muitas obras daliteratura grega e retratados em numerosas obras de arte grega. Não há um texto único e autoritário que conte todos os acontecimentos da guerra. Em vez disso, a história é montada a partir de uma variedade de fontes, algumas das quais relatam versões contraditórias dos eventos. As fontes literárias mais importantes são os doispoemas épicos tradicionalmente creditados aHomero, aIlíada e aOdisseia, compostos em algum momento entre os séculos IX eVI a.C. Cada poema narra apenas uma parte da guerra. AIlíada cobre um curto período no último ano do cerco de Troia, enquanto aOdisseia diz respeito ao retorno deUlisses à sua ilha natal deÍtaca após o saque de Troia e contém vários flashbacks de episódios particulares da guerra.[14]

Outras partes da Guerra de Troia foram contadas nos poemas doCiclo Épico, também conhecido como os Épicos Cíclicos: osCantos Cípricos,Etiópida, aPequena Ilíada,O Saque de Troia,Nostoi eTelegonia. Embora esses poemas sobrevivam apenas em fragmentos, seu conteúdo é conhecido a partir de um resumo incluído nacrestomatia deEutíquio Proclo. A autoria dos épicos cíclicos é incerta. Pensa-se geralmente que os poemas foram escritos nos séculos VII eVI a.C., após a composição dos poemas homéricos, embora se acredite que eles foram baseados em tradições anteriores.[14]

Tanto os épicos homéricos quanto o Ciclo Épico têm origem na tradição oral. Mesmo após a composição daIlíada,Odisseia e Épicos Cíclicos, os mitos da Guerra de Troia foram transmitidos oralmente em muitos gêneros de poesia e através de narrativas não poéticas. Eventos e detalhes da história que só são encontrados em autores posteriores podem ter sido transmitidos através da tradição oral e podem ser tão antigos quanto os poemas homéricos. A arte visual, como a pintura em vasos, foi outro meio em que os mitos da Guerra de Troia circularam.[15]

Em épocas posteriores,dramaturgos, historiadores e outros intelectuais criariam obras inspiradas na Guerra de Troia. Os três grandes autores trágicos deAtenas,Ésquilo,Sófocles eEurípides, escreveram uma série de dramas que retratam episódios da Guerra de Troia. Entre os escritores romanos, o mais importante é o poeta doséculo I a.C.Virgílio; no Livro 2 de suaEneida, Eneias narra o saque de Troia.[16]

Mitologia

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Helena e Páris, deJacques-Louis David,Museu do Louvre

A versão mitológica da guerra estava contida nos poemas doCiclo Épico, formado por oito poemas: osCantos Cípricos (ouCípria) deEstasino,[a] aIlíada e aOdisseia deHomero, aEtiópida eO Saque de Troia deArctino deMileto, aPequena Ilíada deLesques de Pirra,Nostoi (Retornos) deHágias de Trezena,[b] eTelegonia deEugamão de Cirene.[c] Destas obras só chegaram à atualidade na sua totalidade os poemas de Homero; dos restante só há fragmentos e informações de fontes secundárias da Antiguidade. Segundo essas versões, a guerra se deu quando osaqueus (os gregos da época micênica) atacaram Troia, para recuperar Helena, raptada por Páris.[11]

A lenda conta que a (ninfa) domar de Tétis era desejada como esposa porZeus e porPosidão. PorémPrometeu fez uma profecia que o filho da deusa seria maior que seu pai, então os deuses resolveram dá-la em casamento aPeleu, um mortal já idoso, tencionando enfraquecer o filho, que seria apenas um humano. O filho de ambos foiAquiles, e sua mãe, visando fortalecer sua natureza mortal, o mergulhou quando ainda bebê nas águas do mitológico e sombrio rioEstige. As águas tornaram o herói invulnerável, exceto no calcanhar, por onde a mãe o segurou para mergulhá-lo no rio (daí a expressão "calcanhar de Aquiles", significando ponto vulnerável). Aquiles se torna o mais poderoso dos guerreiros, porém, ainda é mortal. Mais tarde, sua mãe profetiza que ele poderá escolher entre dois destinos: lutar em Troia e alcançar a glória eterna, mas morrer jovem, ou permanecer em sua terra natal e ter uma longa vida, porém ser logo esquecido. Aquiles escolhe a glória.[11]

Para o casamento de Peleu e Tétis todos os deuses foram convidados, menosÉris (ou Discórdia). Ofendida, a deusa compareceu invisível e deixou à mesa umpomo de ouro com a inscrição "À mais bela". As deusasHera,Atena eAfrodite disputaram o título de mais bela e o pomo. Zeus não quis ser o juiz, para não descontentar duas das deusas, então ordenou que o príncipe troiano Páris, à época sendo criado como umpastor ali perto, resolvesse a disputa. Para ganhar o título de "mais bela", Atena ofereceu a Páris poder na batalha e sabedoria, Hera ofereceu riqueza e poder e Afrodite, o amor da mulher mais bela do mundo. Páris deu o pomo a Afrodite, ganhando sua proteção e o ódio das outras duas deusas contra si e contra Troia.[11]

A mulher mais bela do mundo eraHelena, filha de Zeus e deLeda, esposa deMenelau, rei deEsparta, que a conquistara disputando contra vários outros reis pretendentes com a ajuda de Ulisses (Odisseu) rei deÍtaca e Agamenão rei supremo de Micenas e de toda a Grécia, tendo todos jurado lealdade ao marido de Helena e sempre protegê-la, qualquer que fosse o vencedor da disputa.[11]

Quando Páris foi a Esparta em missão diplomática, apaixonou-se por Helena e ambos fugiram para Troia, enfurecendo Menelau. Este foi pedir ajuda a seu irmão que, a conselho deNestor (rei dePilos), um de seus conselheiros, apelou aos antigos pretendentes de Helena, lembrando o juramento que haviam feito. Agamenão então assumiu o comando de um exército de mil navios e atravessou omar Egeu para atacar Troia com o auxílio de Ulisses (que fingiu-se de louco para não ir a guerra sabendo que se partisse passaria 20 anos sem regressar a seu reino), levando consigo grandes guerreiros como Aquiles,Ájax,Ájax, o Menor, Diomedes, Idomeneu entre outros. As naus gregas desembarcaram na praia próxima a Troia e iniciaram um cerco que iria durar dez anos e custaria a vida a muitos heróis de ambos os lados. Dois dos mais notáveis heróis a perderem a vida na guerra de Troia foram Aquiles eHeitor (que foi morto por Aquiles por vingança por ter matadoPátroclo).[d]

A Procissão do Cavalo de Troia,c. 1870,Giovanni Domenico Tiepolo;National Gallery (Londres)

Finalmente, a cidade foi tomada graças ao artifício concebido por Odisseu (Ulisses) inspirado por Atena: fingindo terem desistido da guerra, os gregos embarcaram em seus navios, deixando na praia um enormecavalo de madeira. O cavalo pareceu aos troianos uma oferenda aos deuses e, para não ofende-los, eles o levam para a cidade, apesar das advertências deCassandra e deLaocoonte. À noite, quando todos dormiam, os soldados gregos, que se escondiam dentro da estrutura oca de madeira do cavalo, saíram e abriram os portões para que todo o exército (cujos navios haviam retornado, secretamente, à praia) invadisse a cidade.[11]

Apanhados de surpresa, os troianos foram vencidos e a cidade incendiada. As mulheres (inclusive a rainhaHécuba, a princesa Cassandra eAndrômaca, viúva de Heitor) foram escravizadas.O filho de Heitor,Astíanax, ainda pequeno foi morto pelos gregos e a princesa troianaPolixena sacrificada no túmulo de Aquiles. O reiPríamo e a maioria dos homens foram mortos (um dos poucos sobreviventes foiEneias, príncipe de Dardania, que fugiu de Troia carregando seu paiAnquises, já idoso, sobre os ombros).[11]

E assim, Menelau recuperou sua esposa, Helena (tendo matadoDêifobo, com quem ela se casara, após a morte de Páris), e levou-a de volta a Esparta.

O retorno dos guerreiros gregos foi muito atribulado. Como Ajax Locrian atacou Cassandra no templo de Atena, a deusa, em acordo com Poseidon, enviou uma tempestade que matou Ajax e boa parte da frota grega.

Agamemnon volta a Grécia, mas logo será assassinado por sua esposa revoltada ainda pela morte de filha do casalIfigénia. A profetisa Cassandra, que seguia escravizada ao lado de Agamemnon, tentou avisá-lo em vão e terminou sendo assassinada junto com ele. Em seguida o trono de Micenas foi ocupado pela rainhaClitemnestra e porEgisto, primo e rival de Agamemnon, que se tornaria amante da rainha. O assassinato de Agamemnon e sua posterior vingança é o tema daOresteia de Esquílo. Outros, como Idomeneu e Diomedes, também tiveram problemas ou foram expulsos de seus reinos.

Odisseu, como profetizado, passou mais dez anos vagando pelo mar até chegar a Ítaca vestido de mendigo para provar a fidelidade dePenélope, sua esposa, que estava cheia de pretendentes ao casamento e consequentemente ao trono. O retorno dos guerreiros gregos deu origem a um épico hoje perdido Nostoi ( Retornos) enquanto as aventuras de Odisseu e seu retorno para casa são o tema daOdisseia.[11]

Datas da Guerra de Troia

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Uma vez que esta guerra foi considerada entre os gregos antigos como o último evento da era mítica ou o primeiro evento da era histórica, várias datas são dadas para a queda de Troia. Eles geralmente derivam de genealogias de reis.Éforo aponta1 135 a.C.,[17] Sósíbio[vago]1 172 a.C.,[18]Eratóstenes1 184 / 1 183 a.C.,[19] Timeu[necessário esclarecer]1 193 a.C.,[20] o mármore de Paros[vago]1 209 / 1 208 a.C.,[21]Dicearco1 212 a.C.,[22] Heródoto por volta de1 250 a.C.,[23] Eretes[vago]1 291 a.C.,[24] enquantoDuris de Samos refere1 334 a.C.[25] Quanto ao dia exato, Éforo dá 23/24Thargelion (6 ou 7 de maio),Helânico 12 Thargelion (26 de maio) enquanto outros dão o 23 de Sciroforion (7 de julho) ou o 23 de Ponamos (7 de outubro).[26]

A gloriosa e rica cidade descrita porHomero foi considerada Troia VI por muitos autores doséculo XX d.C., e destruída por volta de1 275 a.C., provavelmente por umsismo. Sua sucessora, Troia VIIa, foi destruída por volta de1 180 a.C. Foi por muito tempo considerada uma cidade mais pobre, e descartada como candidata a Troia homérica, mas desde a campanha deescavação de 1988, passou a ser considerada como a candidata mais provável.[27][28][29]

A Guerra de Troia no cinema e televisão

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Ver também a categoria:Filmes sobre a Guerra de Troia

Entre as obras cinematográficas e televisivas podem referir-se as seguintes:

Filmes
Séries de televisão

Notas

  1. Não há certeza sobre a autoria dosCantos Cípricos; além de Estasino, são também apontados como possíveis autores Hegésias de Salamina e Cíprias de Halicarnasso.
  2. A autoria deNostoi é controversa, havendo alguns estudiosos que apontamEumelo ou Homero como possíveis autores.
  3. Outro autor possível daTelegonia éCinaethon de Esparta.
  4. Dependendo das fontes, Pátroclo era primo ou amigo de infância de Aquiles.

Referências

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  2. Bryce, Trevor (2005),The Trojans and their neighbours,ISBN 978-0-415-34959-8, Taylor & Francis, p. 37 
  3. Rutter, Jeremy B.«Troy VII and the Historicity of the Trojan War». Consultado em 17 de julho de 2018. Arquivado dooriginal em 22 de julho de 2006 [falta página]
  4. Wood, Michael (1998), «Preface»,In Search of the Trojan War,ISBN 0-520-21599-0 2 ed. , Berkeley, CA: University of California Press, p. 4 
  5. Wood, Michael.In Search of the Trojan War. Berkeley: University of California Press, 1998 (paperback,ISBN 0-520-21599-0); Londres: BBC Books, 1985 (ISBN 0-563-20161-4).
  6. Simpson, Michael.Gods & Heroes of the Greeks:The Library of Apollodorus, aUniversity of Massachusetts Press, (1976).ISBN 0-87023-205-3.
  7. Apollodorus,Gods & Heroes of the Greeks: The Library of Apollodorus, traduzido em inglês por Michael Simpson, a University of Massachusetts Press, (1976).ISBN 0-87023-205-3.
  8. Quinto de Esmirna,Posthomerica, inQuintus Smyrnaeus: The Fall of TroyArquivado em 2019-12-01 noWayback Machine, Arthur Sanders Way (Ed. & Trans.), Loeb Classics #19; Harvard University Press, Cambridge MA. (1913). (edição de 1962:ISBN 0-674-99022-6).
  9. Cyrino, Monica S. (2006).«Helen of Troy». In: Winkler, Martin M.Troy: from Homer's Iliad to Hollywood. [S.l.]: Cambridge University Press.ISBN 1-4051-3182-9 
  10. Grillo, L. "Leaving Troy and Creusa: Reflections on Aeneas' Flight." The Classical Journal, vol. 106, no. 1, 2010, pp. 43–68.doi:10.5184/classicalj.106.1.0043.JSTOR 10.5184/classicalj.106.1.0043.
  11. abcdefghijklmnStrauss, Barry.The Trojan War: A New History. New York: Simon & Schuster, 2006 (ISBN 0-7432-6441-X).
  12. abMac Sweeney, Naoise (2018).Troy: myth, city, icon. Londres: Bloomsbury. pp. 30–60.ISBN 9781472529374 
  13. Finley, Moses I (1989).On a perdu la guerre de Troie. Paris: Hachette. pp. 30–44.ISBN 9782012793422 
  14. abBurgess, pp. 10–12; cf. W. Kullmann (1960),Die Quellen der Ilias.
  15. Burgess, Jonathan S. 2004.The Tradition of the Trojan War in Homer and the Epic Cycle (Johns Hopkins)ISBN 0-8018-7890-X[falta página]
  16. Gleeson-White, Jane (2009).50 Clássicos que não podem faltar na sua biblioteca.1, 1.ª ed. Campinas: Verus. 276 páginas.ISBN 978-85-7686-061-7, 978-85-7686-061-7[falta página]
  17. FGrHist 70 F 223[ref. deficiente]
  18. FGrHist 595 F 1[ref. deficiente]
  19. Chronographiai FGrHist 241 F 1d[ref. deficiente]
  20. FGrHist 566 F 125[ref. deficiente]
  21. FGrHist 239, §24[ref. deficiente]
  22. Bios Hellados[ref. deficiente]
  23. Histories 2,145[ref. deficiente]
  24. FGrHist 242 F 1[ref. deficiente]
  25. FGrHist 76 F 41[ref. deficiente]
  26. FGrHist 4 F 152[ref. deficiente]
  27. Latacz,Troy and Homer, p. 286.
  28. Strauss 2006, p. 10.
  29. Wood,In Search of the Trojan War, pp. 114–116.

Bibliografia

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OCommons possui umacategoria com imagens e outros ficheiros sobre aGuerra de Troia
  • Bowder, Diana -Quem foi quem na Grécia Antiga, São Paulo, Art Editora/Círculo do Livro S/A, s/d.
  • Homero,Ilíada, tradução do grego de Frederico Lourenço (ISBN 972-795-118-X).
Deuses(as) primordiais
Titãs
Segunda geração de titãs
Deuses(as) olímpicos(as)
Deuses(as) menores
Deuses(as) aquáticos(as)
Outros(as) imortais
Semideuses(as)
Raças
Mortais
Heróis
Musas
Amazonas
Oceânides
Lugares
Pitonisas eSibilas
Episódios
Reino de Hades
Controle de autoridade
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