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| Guanabara Estado da Guanabara | |||||
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| Hino nacional Cidade Maravilhosa | |||||
| Continente | América do Sul | ||||
| Região | Sudeste | ||||
| País | Brasil | ||||
| Capital | Rio de Janeiro | ||||
| Língua oficial | Português | ||||
| Governo | Governador | ||||
| Governador | |||||
| •1960 | José Sette Câmara Filho | ||||
| •1960 -1965 | Carlos Lacerda | ||||
| •1965 -1971 | Francisco Negrão de Lima | ||||
| •1971 -1975 | Antônio Chagas Freitas | ||||
| Vice-governador | |||||
| •1961 -1964 | Elói Dutra | ||||
| •1965 -1970 | Rubens Berardo | ||||
| •1971 -1975 | Erasmo Martins Pedro | ||||
| História | |||||
| • 1960 | Fundação | ||||
| • 1975 | Dissolução | ||||
| Área | |||||
| • 1975 | 1 356 km2 | ||||
| População | |||||
| • 1975 est. | 4 858 000 | ||||
| Dens. pop. | 3 582,6 hab./km² | ||||
AGuanabara foi umestado doBrasil de 1960 a 1975, que existiu no território correspondente à atual localização do município doRio de Janeiro.[1][2] Em sua área, esteve situado o antigoDistrito Federal.[1] A palavraguanabara tem sua origem notupiguaná-pará, que significaseio-mar. Sua sigla era GB e seu gentílico era guanabarino(a).

Em 1834, a cidade doRio de Janeiro, que em 1763 sucedeuSalvador como capital doBrasil colonial e depoisimperial, foi compreendida noMunicípio Neutro, permanecendo como capital doImpério do Brasil, enquanto queNiterói passou a ser a capital da província doRio de Janeiro. Em 1889, após aProclamação da República do Brasil, a cidade do Rio de Janeiro continuou sendo a capital do Brasil e a província homônima foi transformada emestado. No dia 24 de fevereiro de 1891, mediante a promulgação daprimeira constituição republicana do Brasil, o Município Neutro tornou-se oDistrito Federal. Com a mudança da capital do país paraBrasília, o antigoDistrito Federal tornou-se o estado da Guanabara, de acordo com as disposições transitórias da Constituição de 1946 e da Lei Número 3 752, de 14 de abril de 1960 (LeiSan Tiago Dantas).[3]
Com o término daEra Vargas e o vislumbrar de uma nova fase política com o presidenteJuscelino Kubitschek, iniciada em 1955, patrocinando a ocupação do interior doBrasil, que na prática eliminava o cenário político brasileiro das pressões sociopolíticas das grandes cidades e de setores políticos influentes, a construção de Brasília representava um baque nos interesses em jogo da elitecarioca, pois minimizava o seu tranquilostatus de centro das decisões políticas do país.
Diante dessa ameaça, com intensa mobilização entre os grupos políticos cariocas, ainda indecisa com os rumos que a cidade tomaria, optou-se pela criação do estado da Guanabara, com o estado do Rio de Janeiro que dá nome a capital, nas vizinhanças do jovem estado. Para alguns estudiosos, entretanto, o principal problema político não foi solucionado: a perda do poder político e econômico que os fluminenses possuíam até aProclamação da República do Brasil, avizinhando-se um possível esvaziamento da cidade do Rio de Janeiro no mesmo sentido.
Em plebiscito realizado em 21 de abril de 1963, a população decidiu pela continuidade da existência de um único município na unidade federativa, mantendo-se nessa condição. O primeiro governador,José Sette Câmara Filho, foi nomeado pelo presidente da República e exerceu o cargo até 5 de dezembro de 1960, quando o passou para o primeiro governador eleito,Carlos Lacerda, que exerceu o cargo por cinco anos.
O Governo Lacerda dinamizou mudanças radicais na Guanabara, ao promover a remoção defavelas para outras regiões (e a consequente criação daVila Kennedy,Vila Aliança e daCidade de Deus), a construção da adutora doRio Guandu para o abastecimento de água e uma série de modificações paisagísticas. Dentre as principais obras realizadas nesse período, destacam-se a abertura doTúnel Rebouças, o alargamento daPraia de Copacabana e a construção da maior parte doParque Eduardo Gomes.
Nesse período, também foi organizada aCompanhia Estadual de Telefones, cuja missão foi a de instalar serviço de telefones automáticos nos afastados subúrbios, comoIrajá,Bento Ribeiro,Bangu,Campo Grande eSanta Cruz, na baixada deJacarepaguá e naBarra da Tijuca, assim como naIlha do Governador e naIlha de Paquetá. Anos mais tarde a companhia estadual foi incorporada ao sistema telefônico fluminense, que, através daTELERJ, passou a atender o restante do estado após a fusão.
A pedido de Lacerda, foi efetuada a elaboração doPlano Doxiadis, conjunto de projetos ligados a área urbanística. ALinha Lilás foi a primeira a ser construída, entre as décadas de 1960/1970, e aLinha Verde foi apenas parcialmente construída. Já aLinha Vermelha e aLinha Amarela foram desengavetadas e concretizadas apenas na década de 1990; todas baseadas no plano que ainda previa as linhasAzul eMarrom.
Os outros governadores eleitos para exercer a chefia doPoder Executivo da Guanabara foramFrancisco Negrão de Lima (de 1965 a 1971) eAntônio de Pádua Chagas Freitas (1971 a 1975), em cujo governo foi construído o emissário submarino de esgotos deIpanema.
A condição desse estado permitiu que a Guanabara, mesmo depois de perder verbas federais com a transferência da capital federal para Brasília, desfrutasse de uma elevada receitaper capita de dupla arrecadação com os impostos municipais e estaduais, o que lhe possibilitou o financiamento do grande número de obras públicas realizadas durante a década de 1960. Era um estado rico, ao contrário do vizinho estado do Rio de Janeiro, que era pobre, com uma economia que se esvaziava desde 1927 mesmo com a industrialização ocorrendo noeixo Rio-São Paulo.
Os investimentos efetuados foram considerados instrumentos de estímulo à reinserção da Guanabara num novo cenário político e econômico brasileiro. O governo federal tirou da gaveta a antiga ideia de uma ligação entre as cidades do Rio de Janeiro e Niterói por uma ponte, a qual seria em meados da década de 1970 usada como um símbolo da fusão. Foi construída, então, aPonte Presidente Costa e Silva. Outros investimentos federais foram implementados no estado do Rio de Janeiro, como asusinas atômicas de Angra dos Reis. Porém, com a fusão, a cidade do Rio de Janeiro teve sua economia fortemente afetada pela fraca economia do estado do Rio de Janeiro.
Pelalei complementar número 20, de 1 de julho de 1974, durante a presidência do generalErnesto Geisel, decidiu-se realizar a fusão (termo usado na Lei) dos estados da Guanabara e doRio de Janeiro, a partir de 15 de março de 1975, mantendo a denominação de estado do Rio de Janeiro, voltando-se à situação territorial de antes da criação do Município Neutro, com a cidade do Rio de Janeiro também voltando a ser a capital fluminense.
Em 2004, às vésperas do aniversário de trinta anos da fusão, o políticoAlfredo Sirkis lançou um movimento pela recriação do estado da Guanabara, o "Autonomia Carioca", por considerar que a fusão dos dois estados foi prejudicial à cidade do Rio de Janeiro. O movimento propunha a realização de umreferendo para decidir o tema. Em seu site na internet, foram recolhidas 2 473 assinaturas.
Um dos fatores que prejudicaram o movimento pela desfusão (um estado se divide em dois novos e deixa de existir) ou desincorporação (uma parte do estado vira um novo, com o antigo ainda existindo, mas com menor tamanho) foi o fato de que, atualmente, essa proposta é extremamente impopular (e até desconhecida) entre a população, tanto da antiga cidade quanto do antigo estado do Rio de Janeiro, devido ao custo da desfusão ou desincorporação.
Em 2008, outro movimento, chamado "O Rio Decide", lançou uma nova campanha pela desincorporação.