Ogrupo de exércitos é a maiorunidade militar de campanha dasforças terrestres. Resulta do agrupamento, sob o mesmo comando, de dois ou maisexércitos e outras unidades especiais, com o objetivo de empreender uma ação militar em grande escala numa determinada região geográfica. O efetivo de um grupo de exércitos pode variar muito, indo dos 200 000soldados aos mais de um milhão. O seu comando é atribuído a umoficial general de alta patente, frequentemente com o posto demarechal.
A criação do grupo de exércitos ocorreu para facilitar a coordenação dos enormes exércitos de massas do início doséculo XX. Ao invés de dez ou mais exércitos em operações subordinados diretamente aoestado-maior central de umexército nacional, os mesmos são divididos por vários grupos de exércitos. O comando de cada grupo de exércitos passa a preocupar-se com as questões táticas operacionais, deixando essa preocupação de sobrecarregar o estado-maior central que passa assim a estar mais livre para dar atenção às questões logísticas e estratégicas.
Hoje em dia, o grupo de exércitos constitui uma grande unidade mais teórica do que real. A tendência dos exércitos reduzirem os seus efetivos fez com que os grupos de exércitos tendam a desaparecer. Atualmente, a maioria dasforças armadas do mundo tem um efetivo global inferior ao de um único grupo de exércitos de tamanho médio daPrimeira ouSegunda Guerra Mundial. Operações que, no passado, eram realizadas com um ou mais grupos de exércitos, são hoje realizadas com forças de efetivo muito menor. Um bom exemplo foi aInvasão do Iraque em 2003, na qual as forças terrestres empenhadas pela Coligação corresponderam aproximadamente às de pouco mais que um simplescorpo de exército.
Grupos de Exércitos Aliados (de cima para baixo: 21º Britânico, 12º Americano e 6º Americano) na Europa em dezembro de 1944Grupos de Exércitos Alemães (Norte, Centro e Sul) na Operação Barbarossa
Já em alguns grandes conflitos doséculo XIX, como foi o caso daGuerra Civil Americana, ocasionalmente foram agrupados vários exércitos separados sob o mesmo comando para a realização de grandes operações militares. Contudo, esses agrupamentos geralmente não foram referidos como "grupos de exércitos", bem como dispunham de efetivos muito menores que os dos grupos de exércitos que viriam a ser formados nos grandes conflitos do século XX.
O grupo de exércitos apareceu durante a Primeira Guerra Mundial, conflito em que os exércitos participantes atingiram as maiores dimensões de sempre, com milhões de efetivos mobilizados. OsAlemães criaram cinco grupos de exércitos naFrente Ocidental e oito naFrente Oriental. Cada grupo de exércitos alemão era designado pelo nome do seu comandante. Os grupos de exércitos foram também utilizados pelos Aliados na Frente Ocidental, bem como pelosRussos eOtomanos. Algumas grandes formações aliadas, como aForça Expedicionária Britânica e asForças Expedicionárias Americanas, apesar de nunca terem tido essa designação, acabaram por atingir o escalão de grupo de exércitos, com vários exércitos sob o seu controlo. Por sua vez, osJaponeses formaram os chamados "exércitos gerais", equivalentes aos grupos de exércitos ocidentais.
Durante aSegunda Guerra Mundial, o método de dividir as forças armadas em grupos de exércitos foi aplicado com sucesso pelos Alemães nainvasão da Polônia, em1939. Com os grupos de exércitos Norte e Sul, os Alemães foram capazes de articular melhor suas forças e derrotar as tropas polonesas em apenas três semanas. Nainvasão da França, os Alemães dividiram suas 150 divisões em três grupos de exércitos (A,B eC), cada um com uma região e com um objetivo determinado. Ao norte, o Grupo de Exércitos B combateria naBélgica; ao sul, o Grupo de Exércitos A, o maior de todos, teria por objetivo invadir aFrança pelasArdenas e cercar as forças aliadas estacionadas nosPaíses Baixos e o Grupo de Exércitos C teria por objetivo atacar aLinha Maginot. NaRússia deu-se a mesma divisão, com três grupos de exércitos (Norte, Centro e Sul), cada um com uma região definida. OsSoviéticos, por sua vez, também dividiam suas tropas em grupos de exércitos, mas com a denominação de "frentes".
OsAliados dividiram suas forças em grupos de exércitos, só que com a diferença de que eles não ficavam subordinados aoestado-maior de seus países e sim ao Supremo Quartel General das Forças Expedicionárias Aliadas (SHAEF, em inglês), que congregava representantes de todos os países combatentes e coordenava as forças francesas, polonesas, canadenses, britânicas norte-americanas. Ao todo, foram formados quatro grupos de exércitos (três na França e um naItália), que lutaram na libertação França e, depois, naAlemanha.
Durante aGuerra Fria, as forças terrestres daOTAN na designada "Região Central" (correspondendo à maioria do território daAlemanha Ocidental) deveriam ser comandadas, em caso de guerra, por dois grupos de exércitos designados "Grupo de Exércitos do Norte (NORTHAG)" e "Grupo de Exércitos Central (CENTAG)". Subordinadas ao AFCENT (Comando das Forças Aliadas naEuropa Central) e em conjunto com elementos dasforças aéreas, os dois grupos de exércitos seriam responsáveis pela defesa da Alemanha Ocidental contra uma invasão das forças doPacto de Varsóvia. Em tempo de paz, os comandantes dos grupos de exércitos tinham uma autoridade muito limitada, com os aspetos da instrução, doutrina,logística eregras de empenhamento a constituirem responsabilidades dos exércitos nacionais e não tanto da Aliança.
Por padrões das Primeira e Segunda Guerra Mundial, o NORTHAG e o CENTAG eram apenas unidades de escalão exército, uma vez que continham quatro corpos de exército cada um, sem nenhum escalão intermédio. Os dois grupos de exército incluiam um total de três corpos de exército alemães ocidentais, dois norte-americanos, um britânico, umbelga e umneerlandês. Na sequência do Novo Conceito Estratégico da OTAN lançado em novembro de1991, os dois grupos de exércitos foram desativados em1993.