Grande Prêmio da Hungria de Fórmula 1 de 1989 | |||
|---|---|---|---|
Quarto GP da Hungria em Hungaroring | |||
| Detalhes da corrida | |||
| Categoria | Fórmula 1 | ||
| Data | 13 de agosto de1989 | ||
| Nome oficial | V Pop 84Magyar Nagydíj[1] | ||
| Local | Hungaroring,Mogyoród,Condado de Peste,Hungria | ||
| Percurso | 3.968 km | ||
| Total | 77 voltas / 305.536 km | ||
| Condições do tempo | Ensolarado, quente, seco | ||
| Pole | |||
| Piloto |
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| Tempo | 1:19.726 | ||
| Volta mais rápida | |||
| Piloto |
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| Tempo | 1:22.637 (na volta 66) | ||
| Pódio | |||
| Primeiro |
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| Segundo |
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| Terceiro |
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Resultados doGrande Prêmio da Hungria deFórmula 1 realizado emHungaroring em13 de agosto de1989.[2] Décima etapa do campeonato, foi vencido pelo britânicoNigel Mansell, daFerrari, comAyrton Senna em segundo pelaMcLaren-Honda eThierry Boutsen em terceiro pelaWilliams-Renault.[3]
Sexta-feira foi um dia exitoso para Riccardo Patrese emHungaroring, pois suaWilliams FW12 fez valer a força do motor Renault e marcou o melhor tempo, mas o nome de Alex Caffi em segundo lugar chamou a atenção por seu carro adaptar-se tão bem ao lento e sinuoso circuito húngaro, mérito do acerto entre o chassisDallara F189 e os pneusPirelli, deixando para trás a McLaren de Alain Prost, a Ferrari de Gerhard Berger, a Benetton de Alessandro Nanini, com Ayrton Senna em sexto lugar na outra McLaren.[2] "O meu carro de corrida teve vazamentos no motor e no câmbio e por isso quase não treinei de manhã",[4] disse o brasileiro antes de apontar o tráfego como outro de seus infortúnios, embora estivesse otimista quanto ao seu desempenho no dia seguinte.
Quando o treino de sábado chegou ao fim, a Williams de Riccardo Patrese manteve-se como detentora dapole position para a etapa húngara, três décimos de segundo à frente de Ayrton Senna, tendo aDallara deAlex Caffi num surpreendente terceiro lugar, dividindo fila com Thierry Boutsen, o outro piloto da Williams. Embora em boa posição, a vida de Senna não foi fácil, pois o tempo que assegurou o primeiro lugar a Patrese vigia desde a sexta-feira e o brasileiro da McLaren não pôde superar o rival, mesmo gastando dois jogos de pneus de classificação durante o treino.[5] Debelada a grande ameaça ao seu triunfo, o italiano foi à pista numa exibição protocolar e confirmou a terceirapole de sua carreira, incluindo as obtidas noGrande Prêmio do Oeste dos Estados Unidos de 1981 e noGrande Prêmio da Itália de 1983.[6] Foi também a primeirapole da Renault desde oGrande Prêmio do México de 1986 e a primeira da Williams desde oGrande Prêmio do México de 1987.[7][8]
Ao comentar o treino de seu adversário, Senna rendeu-se aos fatos. "Ele mereceu. Foi um resultado realmente excepcional o que Patrese conseguiu na sexta-feira. Mesmo com duas voltas limpas no melhor que pude conseguir do carro, não ameacei a sua posição".[5] Tal reconhecimento, porém, foi seguido pelo otimismo do brasileiro quanto à corrida, ainda mais com a outra McLaren em quinto com Alain Prost e as máquinas da Ferrari em sexto com Gerhard Berger e em décimo segundo com Nigel Mansell.[9] Para quem estranhou os oito segundos de diferença entre apole de Patrese e a obtida por Senna em1988, cabe uma explicação: modificaram a curva em "S" existente logo depois da largada, reduzindo assim o tempo de uma volta.
Em sentido inverso, aLigier foi limada da competição quandoOlivier Grouillard destruiu o seu carro nos treinos de sexta-feira, forçando sua equipe a dividir o bólido restante entre ele eRené Arnoux, mas o duplo abandono não pôde ser evitado, tal como o fracasso noGrande Prêmio de San Marino de 1988 e noGrande Prêmio dos Estados Unidos de 1989.[10]
Riccardo Patrese e Ayrton Senna chegaram próximos um do outro na primeira freada, emulando a largada doGrande Prêmio do Brasil, todavia a ausência de um terceiro piloto ali e o recuo do brasileiro na disputa pelo primeiro lugar evitaram um novo acidente entre os contendores, afinal o piloto da Williams não cometeu erros ao defender sua posição, liderando a corrida húngara por cinquenta e duas voltas. Com o desenrolar da porfia, Patrese mantinha Senna a dois segundos de si, em média, enquanto o sonho de Alex Caffi desvaneceu à medida que seu carro foi ultrapassado por concorrentes mais fortes como Berger, Prost e Mansell, tendo o italiano da Dallara subsistido na zona de pontuação até ser ultrapassado pela Arrows deEddie Cheever na volta trinta e cinco.[9][11]
Quem parecia disputar uma corrida à parte era Nigel Mansell: décimo segundo nogrid, subiu para oitavo na volta inicial e chegou à zona de pontuação na vigésima passagem. Indômito, o britânico ganhou uma posição ao superar Caffi e outra quando Berger trocou os pneus. A essa altura, a vantagem de Patrese sobre Senna gravitava em torno de meio segundo, número similar à diferença entre Mansell e Prost, até que o "leão" superou o francês da McLaren na subida para as curvas quatro e cinco, ascendendo ao terceiro lugar ao final da volta quarenta.[3] Nos giros seguintes, o trio de líderes estava próximo entre si, com Mansell à caça de Senna e este espreitando Patrese, enquanto Prost, Berger e Cheever também duelavam no asfalto húngaro.[11] Nove pilotos estavam fora da corrida e nos boxes a imagem daOnyx parada por dez longos minutos antes de voltar à pista indicavamStefan Johansson como o próximo a capitular.[12]
Graças ao bom desempenho de seu motor nas saídas de curva, Patrese mantinha-se em primeiro lugar, mas tal esforço cobrou seu preço quando sua Williams perdeu rendimento ante o superaquecimento do motor, mas a distância que o separava de Senna quedou-se inalterada porque o brasileiro não tinha pneus e freios em bom estado, razão pela qual evitava sair do traçado com medo de acentuar o desgaste da McLaren,[13] contudo, na volta cinquenta e três, Senna tomou a liderança trazendo Mansell próximo de si enquanto o italiano da Williams abandonou pouco depois em razão de um vazamento d'água. Prost e Berger até ensaiam um duelo final, todavia ambos saem da pista: Prost por erro e Berger devido a uma quebra de câmbio.[12]
Com uma máquina em melhor estado, Mansell perseguiu Senna de forma indômita enquanto o brasileiro exauria ainda mais sua McLaren. Na volta cinquenta e oito, eles encontram a Onyx de Johansson em baixa velocidade na terceira curva do circuito e nesse instante Senna freou para evitar uma batida, momento que Mansell aproveitou magistralmente ao ultrapassar o brasileiro com autoridade e abrir vantagem na liderança.[14] "Eu achei que o Johansson ia tirar o pé e deixar a gente passar, já que ele estava com problemas desde umas duas curvas antes. Só que naquela hora ele insistiu em ficar no traçado mesmo indo devagar o suficiente para que eu quase batesse nele. Eu repito isso como falta de profissionalismo",[13] declarou Senna à imprensa depois da corrida. Por sua vez, o piloto sueco defendeu a própria atitude: "Eu percebi que eles, o Senna e o Mansell, estavam se aproximando e por isso tomei a atitude que julguei mais correta. Em vez de sair para a esquerda ou para a direita, o que obrigaria ambos a adivinharem o que eu ia fazer, preferi manter-me na linha normal e o máximo possível para atrapalhar o mínimo possível."[15]
Mansell liderava sem oposição, Johansson recolheu-se aos boxes depois do seu "protagonismo momentâneo" e Senna parecia conformado com o segundo lugar, sobretudo quando Prost trocou os pneus e caiu para quinto, atrás de Eddie Cheever e Thierry Boutsen.[12] Equilibrada, a Ferrari do "leão" marcou a melhor volta da corrida na sexagésima sexta passagem, chegando a abrir treze segundos de Senna, este muito à frente de Boutsen enquanto Cheever e Prost lutavam pelo quarto lugar. A três voltas do fim, Senna reclama das vibrações em seu maquinário e cede mais espaço para Mansell, que vence a corrida, rompendo a invencibilidade brasileira em solo húngaro.[16] Em segundo lugar chegou a McLaren de Ayrton Senna conquistando o centésimo pódio daHonda, enquanto a Williams deThierry Boutsen ficou em terceiro marcando as cento e cinquenta corridas daRenault. Na quarta posição cruzou Alain Prost com a outra McLaren, a curta distância daArrows deEddie Cheever, este com boa folga em relação àLotus deNelson Piquet.[9][2]
Após a corrida, Alain Prost mantinha a liderança do mundial de pilotos com 56 pontos, enquanto a vice-liderança da competição estava com Ayrton Senna e seus 42 pontos, cabendo a terceira posição a Nigel Mansell, com 34. Entre os construtores, a McLaren ponteia com 98 pontos, mais que a soma de Williams (42), Ferrari (34) e Benetton (17), ou seja, na Fórmula 1 predominam o vermelho e o branco, cores do time deRon Dennis. No entanto, para que Ayrton Senna ganhe o campeão mundial de 1989 sem depender de outros resultados, precisará vencer cinco das seis corridas restantes. Nada mudou quanto ao favoritismo de Alain Prost rumo ao tricampeonato.[1]
| Pos. | Nº | Piloto | Construtor | Tempo | Diferença |
|---|---|---|---|---|---|
| 1 | 36 | Onyx-Ford | 1:22.836 | — | |
| 2 | 18 | Osella-Ford | 1:24.086 | + 1.250 | |
| 3 | 29 | Lola-Lamborghini | 1:24.323 | + 1.487 | |
| 4 | 37 | Onyx-Ford | 1:24.412 | + 1.576 | |
| 5 | 17 | Osella-Ford | 1:24.601 | + 1.765 | |
| 6 | 30 | Lola-Lamborghini | 1:24.928 | + 2.092 | |
| 7 | 41 | AGS-Ford | 1:25.571 | + 2.735 | |
| 8 | 34 | Zakspeed-Yamaha | 1:25.613 | + 2.777 | |
| 9 | 40 | AGS-Ford | 1:25.685 | + 2.849 | |
| 10 | 31 | Coloni-Ford | 1:26.903 | + 4.067 | |
| 11 | 33 | EuroBrun-Judd | 1:27.478 | + 4.642 | |
| 12 | 35 | Zakspeed-Yamaha | 1:28.113 | + 5.277 | |
| 13 | 32 | Coloni-Ford | 1:45.971 | + 22.135 |
| Pos. | N.º | Piloto | Construtor | Q1 | Q2 | Grid |
|---|---|---|---|---|---|---|
| 1 | 6 | Williams-Renault | 1:19.726 | 1:20.644 | — | |
| 2 | 1 | McLaren-Honda | 1:21.576 | 1:20.039 | + 0.313 | |
| 3 | 21 | Dallara-Ford | 1:21.040 | 1:20.704 | + 0.978 | |
| 4 | 5 | Williams-Renault | 1:23.492 | 1:21.001 | + 1.275 | |
| 5 | 2 | McLaren-Honda | 1:21.076 | 1:22.267 | + 1.350 | |
| 6 | 28 | Ferrari | 1:21.304 | 1:21.270 | + 1.544 | |
| 7 | 19 | Benetton-Ford | 1:21.448 | 1:21.301 | + 1.575 | |
| 8 | 8 | Brabham-Judd | 1:23.090 | 1:21.472 | + 1.746 | |
| 9 | 9 | Arrows-Ford | 1:23.111 | 1:21.617 | + 1.891 | |
| 10 | 23 | Minardi-Ford | 1:21.746 | 1:32.546 | + 2.020 | |
| 11 | 4 | Tyrrell-Ford | 1:23.853 | 1:21.799 | + 2.073 | |
| 12 | 27 | Ferrari | 1:22.544 | 1:21.951 | + 2.225 | |
| 13 | 15 | March-Judd | 1:22.949 | 1:22.083 | + 2.357 | |
| 14 | 16 | March-Judd | 1:22.445 | 1:22.088 | + 2.362 | |
| 15 | 7 | Brabham-Judd | 1:22.970 | 1:22.296 | + 2.570 | |
| 16 | 10 | Arrows-Ford | 1:23.251 | 1:22.374 | + 2.648 | |
| 17 | 11 | Lotus-Judd | 1:22.837 | 1:22.406 | + 2.680 | |
| 18 | 22 | Dallara-Ford | 1:23.463 | 1:22.410 | + 2.684 | |
| 19 | 3 | Tyrrell-Ford | 1:24.670 | 1:22.578 | + 2.852 | |
| 20 | 12 | Lotus-Judd | 1:23.996 | 1:22.630 | + 2.904 | |
| 21 | 37 | Onyx-Ford | 1:22.634 | 1:23.720 | + 2.908 | |
| 22 | 18 | Osella-Ford | 1:23.091 | 1:22.763 | + 3.037 | |
| 23 | 24 | Minardi-Ford | 1:23.017 | 1:24.188 | + 3.291 | |
| 24 | 36 | Onyx-Ford | 1:23.372 | 1:23.148 | + 3.422 | |
| 25 | 20 | Benetton-Ford | 1:23.772 | 1:23.399 | + 3.673 | |
| 26 | 29 | Lola-Lamborghini | 1:23.733 | 1:25.660 | + 4.007 | |
| 27 | 25 | Ligier-Ford | 1:25.862 | 1:24.003 | + 4.277 | |
| 28 | 26 | Ligier-Ford | 1:24.702 | 1:25.169 | + 4.976 | |
| 29 | 38 | Rial-Ford | 1:26.485 | 1:25.017 | + 5.291 | |
| 30 | 39 | Rial-Ford | 1:28.112 | 1:26.320 | + 6.594 | |
| Fontes:[2] | ||||||
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| Precedido por Grande Prêmio da Alemanha de 1989 | FIACampeonato Mundial de Fórmula 1 Ano de 1989 | Sucedido por Grande Prêmio da Bélgica de 1989 |
| Precedido por Grande Prêmio da Hungria de 1988 | Grande Prêmio da Hungria 5ª edição | Sucedido por Grande Prêmio da Hungria de 1990 |