Agrafiose oudoença holandesa do ulmeiro, é uma doença causada porfungos, cujo vetor é umescaravelho, que afeta osulmeiros. Crê-se que seja originária daÁsia, tendo sido acidentalmente introduzida naAmérica eEuropa, onde devastou as populações nativas de ulmeiros, que não tiveram oportunidade de desenvolver resistência à doença. A designaçãodoença holandesa do ulmeiro remete à sua identificação nosPaíses Baixos em 1921.[1][2]
Os agentes causadores da doença sãomicrofungosascomicetes. São atualmente reconhecidas três espécies causadoras:Ophiostoma ulmi, que atingiu a Europa em 1910, chegando à América do Norte em 1928 em madeira importada;Ophiostoma himal-ulmi[3], uma espécie endémica dosHimalaias ocidentais; e a espécie extremamente virulenta,Ophiostoma novo-ulmi, inicialmente descrita na Europa e América do Norte na década de 1940 e que devastou as populações de ulmeiros em ambas as regiões desde finais da década de 1960[4]. A origem deO. novo-ulmi permanece desconhecida mas pode ter resultado da hibridização entreO. ulmi eO. himal-ulmi[5]. Pensava-se que a nova espécie seria oriunda da China, mas um levantamento abrangente efetuado em 1986 não encontrou qualquer vestígio da doença, apesar de os escaravelhos vetores serem muito comuns[5].
Na América do Norte a doença é disseminada por duas espécies de escaravelhos da subfamíliaScolytinae:Hylurgopinus rufipes, eScolytus multistriatus. Na Europa sãovetores da doençaScolytus multistriatus eScolytus scolytus, sendo este último muito mais eficaz na sua transmissão.
Os esporos do fungo são introduzidos na árvore pelo escaravelho vetor. Numa tentativa de impedir o fungo de se espalhar, a árvore reage bloqueando o seu próprioxilema com goma etiloses, extensões daparede celular do xilema. Uma vez que o xilema transporta a água e os nutrientes ao resto da planta, os bloqueios evitam que estes se desloquem pelo tronco da árvore, acabando eventualmente por matá-la. O primeiro sintoma de infecção situa-se geralmente num ramo superior cujas folhas murcham e amarelecem no verão, meses antes da queda normal das folhas no outono. Este sintoma espalha-se progressivamente pela árvore, com morte de mais ramos. Eventualmente, as raízes morrem, privadas dos nutrientes provenientes das folhas.
Esta doença foi inicialmente detetada na Europa em 1910, e espalhou-se lentamente, atingindo aGrã-Bretanha em 1927. Esta primeira estirpe era relativamente moderada, matando apenas um reduzido número de ulmeiros, matando mais frequentemene apenas alguns ramos. Por volta de 1940 praticamente havia desaparecido devido à suscetibilidade do próprio fungo a vírus. O agente causador foi isolado nosPaíses Baixos em 1921, porBea Schwarz, umafitopatologista pioneira desse país.
Cerca de 1967, uma estirpe nova e muito mais virulenta chegou à Grã-Bretanha num carregamento de madeira deUlmus thomasii oriundo da América do Norte, vindo a revelar-se muito mais contagiosa e letal para os ulmeiros europeus; mais de 25 milhões de ulmeiros morreram, só no Reino Unido. Por volta de 1990, restavam muito poucos ulmeiros adultos na Europa.
O tratamento das árvores afetadas é possível, mas é muito oneroso e, quando muito, prolonga a vida da árvore por mais 5 a 10 anos. Geralmente justifica-se apenas quando uma árvore tem um valor simbólico incomum ou se ocupa um lugar particularmente relevante na paisagem.