Gazária | |||||
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| Colônia do(a)República de Gênova | |||||
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Colônias da Gazária da República de Gênova na Crimeia em vermelho; excluindo as colônias nas atuais Ucrânia, Bulgária e Romênia | |||||
| Capital | Cafa | ||||
| Atualmente parte de | |||||
| Líder | Cônsul | ||||
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Gazária foi o nome dado às possessões coloniais daRepública de Gênova naCrimeia e ao redor das costas doMar Negro nos territórios das atuais regiões daRússia,Ucrânia eRomênia, de meados do século XIII até o final do século XV. O domínio genovês era representado por umcônsul, e sua capital era a cidade deCafa (atual Teodósia) na península da Crimeia.[1]
O nomeGazária deriva deCazária, embora os cazares já tivessem deixado de governar a região muito antes da chegada dos genoveses.
A premissa política do estabelecimento das colônias da Gazária foi oTratado de Ninfeu em 1261, pelo qual oImperador de Niceia concedeu aos genoveses o direito exclusivo de comercializar no "Mare Maius" (Mar Negro). Consequentemente, em 1266, Cafa foi concedida aos genoveses, que se tornou a capital dos domínios da Gazária.[2]
Em 1308, os mongóis daHorda Dourada, comandados pelocãTocta, conquistaram Cafa após um longo cerco. Cinco anos depois, os genoveses conseguiram retomar a colônia do sucessor de Tocta,Usbeque Cã. Em 1313, tendo recuperado a posse da cidade, a República organizou a administração da colônia de forma mais estruturada. O poder legislativo foi atribuído aoOfficium Gazarie, composto por oito magistrados que permaneciam no cargo por seis meses e nomeavam seus sucessores. O poder executivo foi confiado ao Cônsul de Cafa, com mandato de um ano, auxiliado por um escrivão ou chanceler, ambos nomeados pelo governo genovês. O conselho eleito, composto por 24 membros, também com mandato de um ano, era formado por metade de nobres e metade de mercadores ou artesãos. Destes últimos, quatro podiam ser habitantes locais que haviam obtido a cidadania genovesa. Finalmente, o conselho elegia um conselho restrito de seis membros externos ao conselho de 24. As outras cidades da colônia tinham administrações semelhantes, subordinadas à de Cafa.[2][3]
Em 1341, as leis em vigor na Gazária genovesa foram compiladas noLiber Gazarie, agora guardado nos Arquivos do Estado de Gênova. A coleção foi posteriormente atualizada em 1441 com o nomeStatuta Gazarie.[2]
Em 1347, a Horda Dourada, desta vez liderada porJani Begue, sitiou novamente Cafa. Uma crônica anônima conta que os sitiantes lançavam os cadáveres dos defensores mortos dentro das muralhas da cidade com catapultas. Esses defensores haviam morrido de uma doença que se espalhava do Oriente, aPeste Negra. Os habitantes de Cafa jogavam os corpos no mar assim que podiam, mas a peste se espalhou mesmo assim. Uma vez em Cafa, a peste foi introduzida na vasta rede comercial dos genoveses, que se estendia por todo o Mediterrâneo. A bordo dos navios mercantes que partiram de Cafa no outono de 1347, a peste chegou aConstantinopla, a primeira cidade europeia infectada, e mais tarde chegou aMessina e se espalhou por toda a Europa.[4]
As receitas fiscais da Gazária tinham sido atribuídas àcompera di Gazaria, a associação de credores do Estado que adiantara as despesas para a defesa da colônia. Na verdade, acompera pertencia aoBanco de São Jorge, que por conseguinte geriu a tributação da Gazária.[5]
Após aqueda de Constantinopla em 1453, a República cedeu a soberania da Gazária ao Banco de São Jorge, acreditando que era a única entidade capaz de organizar a resistência contra os turcos. No entanto, esses domínios foram conquistados peloImpério Otomano em 1474.[5]

Além da Crimeia, Gênova possuía vários castelos na costa ocidental doMar Negro, como o castelo de Maurocastro (Bilhorod-Dnistrovsky) no estuário doRio Dniestre, o castelo de Ginestra perto deOdessa, o castelo de Licostomo (Kilia), a colônia de Costanza (Constança) e a colônia de Caladda (Galați).