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Fundação Cultural Ema Gordon Klabin | |
|---|---|
| Tipo | museu de arte, museu |
| Inauguração | 1978 (47 anos) |
| Administração | |
| Diretor(a) | Celso Lafer |
| Página oficial (Website) | |
| Geografia | |
| Coordenadas | 23° 34' 25" S46° 40' 32" O |
| Localização | São Paulo - Brasil |
| Homenageado | Ema Gordon Klabin |
AFundação Cultural Ema Gordon Klabin é ummuseubrasileiro, localizado na cidade deSão Paulo, no bairroJardim Europa. Criada em1978, é uma instituição particular sem fins lucrativos, declarada de utilidade pública federal, que tem por objetivo conservar e divulgar o acervo artístico, histórico e científico reunido ao longo de mais de 70 anos pela empresária, mecenas e colecionadoraEma Gordon Klabin, além de promover atividades culturais e educativas. Está aberta para visitação pública desde 2007.
A coleção possui mais de 1500 peças, oriundas de quatro continentes e diversas civilizações, com grande ênfase naarte europeia ebrasileira, importantes núcleos dearte asiática,arte africana eartes decorativas e obras daAntiguidade Clássica e do períodopré-colombiano, cobrindo um arco temporal de mais de 3500 anos.

Nascida noRio de Janeiro em1907,Ema Gordon Klabin era a segunda filha dos imigranteslituanos Fanny e Hessel Klabin. Seu pai foi um dos fundadores das indústrias de papel e celuloseKlabin – a maior produtora e exportadora de papéis doBrasil. Na infância, residiu com a família emSão Paulo, no bairro deSanta Cecília. Durante a juventude, Ema foi educada naEuropa, visitando frequentemente o Brasil. Sob tutela de professores particulares, tornou-se admiradora deartes plásticas,ópera emúsica. Demonstra desde cedo apreço pelocolecionismo, adquirindo serviços deporcelana eprataria,tapetes e objetos de arte oriental.
Em1946, Hessel Klabin falece, legando às filhas Ema eEva Klabin todos os seus bens e nomeando Ema como sua sucessora no conselho da empresa. Sem planos de constituir uma família, Ema passou a se dedicar à atividade empresarial e às atividades filantrópicas e culturais de São Paulo. De forma semelhante ao que fazia sua irmã Eva, radicada no Rio de Janeiro desde1933, dedicou-se também a ampliar sua coleção de arte, principalmente com aquisições feitas em suas freqüentes viagens à Europa e aosEstados Unidos.
Em1948, Ema encomendou estudosarquitetônicos para a construção de uma nova residência no terreno que herdara do pai noJardim Europa, com o objetivo de albergar sua crescente coleção. Dentre os vários estudos apresentados, escolheu o projeto de estilo eclético do engenheiro-arquitetoAlfredo Ernesto Becker, autor de diversas residências no mesmo bairro. Anos mais tarde, construiria ainda uma residência de veraneio emCampos do Jordão, quando não havia mais espaço em sua casa para abrigar as novas peças.
Ema teve uma ativa participação na vida cultural da cidade. Foi membro dos conselhos daFundação Bienal de São Paulo, doMASP, doMuseu de Arte Moderna de São Paulo. Colaborou na criação doMuseu Lasar Segall e da FundaçãoMagda Tagliaferro, foi sócia da Sociedade Cultura Artística e da Orquestra Filarmônica de São Paulo, entre outros. Sua casa converteu-se em um ativo ponto de encontro de importantes personalidades do mundo da política, dos negócios e das artes.
Nadécada de 70, sem ter herdeiros diretos e preocupada com o destino de sua coleção, Ema passou a consultar especialistas para auxiliá-la na escolha das instituições aptas a receber coleção. O trágico incêndio doMAM carioca em1978, no entanto, fez com que optasse por criar uma instituição destinada a preservar o acervo reunido e tornar sua casa um museu aberto à visitação pública, como sua irmã Eva faria mais tarde, no Rio de Janeiro.
Bastante abatida após a morte de sua irmã, em1991, Ema faleceu em sua casa em27 de janeiro de1994, aos 87 anos de idade.

A Fundação Cultural Ema Gordon Klabin foi instituída em1978, como desejo da colecionadora de perpetuar sua coleção. É uma instituição de jurisdição privada, declarada deutilidade pública federal, com o objetivo de promover e divulgar atividades de caráter artístico, científico e cultural; conservar, pesquisar e expor o acervo reunido por Ema Klabin e garantir o acesso público à coleção.
Após o falecimento de Ema Klabin, a casa permaneceu fechada por três anos, até que se iniciassem os trabalhos de catalogação e pesquisa do acervo, em 1997, sob coordenação do arquitetoPaulo de Freitas Costa,curador da instituição.
A Fundação pode ser definida como uma casa-museu, ou museu de colecionador, onde se preserva, além dos acervos reunidos, o caráter original da coleção, decorrente da personalidade de sua criadora, expresso na preservação dos cenários e na apresentação conjunta das peças - de forma semelhante aosMuseus Castro Maya, no Rio de Janeiro, e àFundação Maria Luisa e Oscar Americano, em São Paulo.
O imóvel-sede da Fundação Ema Klabin localiza-se à Rua Portugal, em São Paulo. A residência de 900 metros quadrados de área construída fica dentro de um terreno de 4.000 metros quadrados, localizado noJardim Europa. Foi cuidadosamente projetada e construída pelo engenheiro-arquitetoAlfredo Ernesto Becker nadécada de 50, com o objetivo de abrigar a coleção. Possui estilo eclético, inspirado nos pavilhões palacianos europeus, notadamente, no Palácio de Sanssouci, emPotsdam, naAlemanha, freqüentado por Ema em sua juventude.
A construção, com um único pavimento, organiza-se a partir de uma longa galeria semicircular, voltada para a face norte e para o amplo jardim, projetado porBurle Marx, e em torno da qual se distribuem todos os outros cômodos. Apesar da escala monumental, expressa nopé-direito de quase cinco metros, a residência possui poucos ambientes. A ala social engloba o vestíbulo e o hall de entrada; o salão e a sala de música anexa; abiblioteca e a sala de jantar. A ala íntima conta apenas com o amplo quarto principal e dois dormitórios para hóspedes.

A Fundação Ema Klabin conserva um acervo de 1545 peças reunidas por Ema Gordon Klabin ao longo de toda sua vida. As obras abrangem quase toda a história dacivilização ocidental, desde as civilizaçõesgrega eetrusca até os grandes mestres europeus, com importantes obras das escolasitaliana,francesa,holandesa eflamenga, além de expressivas telas de artistas da Escola de Paris. As culturasorientais estão presentes por meio das inúmeras peçaschinesas e de outras civilizações dosudeste asiático. Peças exóticas dearte africana e de artepré-colombiana completam o conjunto, que conta, ainda, com um núcleo numericamente bastante expressivo de peças dearte decorativa ouaplicada. A trajetória daarte brasileira também está delineada na coleção, que contém desde peças religiosas emobiliário doperíodo colonial até obras significativas de grandes expoentes domodernismo. Vale ainda destacar a coleção de livros raros, que engloba desdemanuscritos eiluminuras até exemplares dos primeiros livros impressos (incunábulos), brasiliana e edições de luxo.
A coleção de arte europeia da Fundação Ema Klabin caracteriza-se pela ênfase na produção artística das escolas italiana, francesa e holandesa. No segmento referente àarte italiana, oRenascimento encontra-se representado nas obras deRaffaellino del Garbo eGiacomo Francia; e oManeirismo noRetrato de dama florentina deAlessandro Allori. OBarroco e oRococó estão exemplificados em cenas religiosas, mitológicas e retratos executados por artistas comoGiovanni Battista Gaulli,Sebastiano Ricci ePompeo Batoni.

No núcleo referente àarte francesa,Paisagem pastoral deClaude Lorrain exemplifica o Barroco, ao passo que o Rococó se faz presente nas obras dePierre Gobert,Charles Eisen,Gabriel Briard eJean-Baptiste Greuze. Oacademicismooitocentista está documentado nas telas deBenjamin Fichel eNicolas-Antoine Taunay, e oImpressionismo naNatureza-morta deRenoir. Há um amplo grupo de obras da Escola de Paris, de artistas comoVlaminck,Soutine eMarc Chagall.
O núcleo referente àarte holandesa eflamenga apresenta um panorama abrangente dessas escolas, contando compinturas de gênero,paisagens,retratos enaturezas-mortas, datados doséculo XV aoXVII. Do Renascimento e Maneirismo, há pinturas deDirk Bouts eJan Brueghel, o Velho. O "Século de Ouro" está amplamente documentado nas obras deDavid Teniers,Abraham Brueghel,Jan Wyck,Adriaen van Ostade,Abraham Hondius,David Ryckaert, o Jovem ePhilips Wouwerman. Destacam-se ainda duas importantes telas deFrans Post, com destaque paraVista de Olinda.
Há ainda um amplo conjunto dedesenhos egravuras - executados por artistas do porte deRembrandt,Jan van Goyen,Albrecht Dürer,Goya,Pablo Picasso eMarc Chagall; além deiluminuras,ícones russos e estatuetas de caráter religioso.
No segmento referente àarte brasileira, sobressai um conjunto de imagens sacras emobiliário doperíodo colonial de grande importância, com destaque para peças de autoria doMestre Valentim, provenientes da demolição da Igreja de São Pedro dos Clérigos, noRio de Janeiro. Outro núcleo importante é formado por obras exponenciais de artistas das primeiras gerações domodernismo brasileiro, comoPortinari,Di Cavalcanti,Lasar Segall,Tarsila do Amaral,Bruno Giorgi eVictor Brecheret.
Merece destaque ainda uma ampla coleção degravuras, estudos para ilustrações,aquarelas edesenhos de artistas modernos e contemporâneos comoClóvis Graciano,Iberê Camargo,Maria Bonomi,Marcelo Grassmann ePoty Lazzarotto.
A Fundação Ema Klabin mantém um expressivo acervo deartes decorativas eaplicadas, abrangendo lustres,tapetes,tapeçarias,espelhos,porcelanas,cristais,móveis eprataria, capazes de apresentar a evolução dessas artes na história e revelar usos e costumes de gerações passadas. A maior parte das obras provém daEuropa e doBrasil, tendo sido produzidas entre osséculos XV eXX. Destacam-se as coleções de prataria, com cerca de 150 peças, originárias principalmente daInglaterra,Portugal e Brasil; e a de mobiliário europeu e brasileiro, com mais de 70 peças datadas doséculo XVI ao início do século XX; além demaiólicas, cofres-relicários e oratórios.
O núcleo referente àAntiguidade Clássica no acervo da Fundação Ema Klabin é composto por peças decerâmica,terracota,bronze emármore, oriundas das civilizaçõesetrusca,grega,romana efenícia, e datadas entre oséculo IX a.C. e oséculo II. Merecem destaque o mármore gregoCabeça de Zeus, datado doséculo V a.C., vasos (aríbalos),ânforas etânagras de origem greco-romana.
A coleção de artefatospré-colombianos da Fundação Ema Klabin é composta por estatuetas, vasos, recipientes e objetos religiosos e cerimoniais, oriundos de diversas civilizações, majoritariamente doMéxico e doPeru, e materiais variados, comoterracota,cerâmica,madeira elã. Entre as culturas representadas, merecem destaque as civilizaçõeszapoteca,maia,mochica,chavin,chimu enazca. Os objetos provêm de relevantessítios arqueológicos, comoTiwanaku,Chancay e Vale do Nazca.
O segmento referente àarte oriental abrange objetos procedentes de diversas civilizações asiáticas, datadas entre oséculo XIV a.C. até oXX d.C.. Sãoesculturas,pinturas, objetos de uso cerimonial e decorativo,mobiliário egravuras, de alto valor artístico e arqueológico. A maior parte das peças é de origemchinesa, incluindo um conjunto debronzes rituais das dinastiasShang(1766–1122 a.C.) eChou(1046–256 a.C.), peças de caráter votivo e funerário daDinastia Tangue(618–907) e estatuetas daDinastia Mingue(1368–1644). Há também importantes conjuntos relativos àarte japonesa (estatuetas doPeríodo Camacura(1185–1333),netsuquês eoquimonos) e àarte indiana (obras doImpério Mogol e artefatos religiosos), e outros objetos procedentes de culturas dosudeste asiático (Camboja eTailândia), daTurquia e doTibete.
A coleção dearte africana da Fundação Ema Klabin reúne peças de cunho religioso e ritual, executadas emmadeira,marfim,bronze eferro, de inúmeros grupos étnicos daÁfrica Ocidental (iorubás,congos,tabuás,cubas,baúles,axântis,mossis, etc), oriundos de países comoNigéria,República Democrática do Congo,Etiópia,Costa do Marfim,Gana eBurkina Faso, entre outros. Destacam-se os objetos cerimoniais ligados à fertilidade, figuras rituais, máscaras e adereços.
ABiblioteca da Fundação Ema Gordon Klabin conta[1]com um acervo de 3.000 volumes. Merece destaque a significativa coleção de livros raros, que engloba desdemanuscritos iluminados até os primeiros exemplares do livro impresso (incunábulos e edições Aldinas), bem como relatos de viajantes europeus pelo Brasil, datados do século XVI ao XIX, incluindo obras de Tevet, Montanus,Southey, Blaeu,Maria Graham,Spix eMartius. O acervo conta ainda com edições de luxo ilustradas por artistas de destaque, incluindo as edições realizadas pela "Sociedade dos Cem Bibliófilos do Brasil".