André Franco Montoro (São Paulo,14 de julho de1916 – São Paulo,16 de julho de1999) foi umjurista epolíticobrasileiro. Entre outros cargos, foi o 52°governador de São Paulo (1983-1987), senador, deputado federal e ministro do Trabalho.[1]
Publicou diversas obras jurídicas e políticas, voltadas principalmente ao tema doparlamentarismo e dajustiça social.[2]
André Franco Montoro, nascido em São Paulo no ano de 1916, filho dotipógrafoitaliano Andrea Montoro, natural daCalábria, e daespanhola Tomasa Alijostes Zubia, natural doPaís Basco.[3] Fez o primário naEscola Normal Caetano de Campos e concluiu o secundário noColégio São Bento.
Em 1934 ingressou naFaculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), pela qual formou-se em 1938. No mesmo período cursouFilosofia ePedagogia na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de São Bento, posteriormente nomeada dePontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), obtendo licenciatura também em 1938.[4]
Foi professor universitário da PUC-SP nos dois anos seguintes a sua formatura. Também foi secretário-geral do Serviço Social da Secretaria de Justiça do estado de São Paulo e procurador do estado entre 1940 e 1950.
Durante a juventude colaborou em alguns periódicos, comoO Debate (do qual foi diretor),O Legionário,Folha da Manhã,A Noite eDiário de São Paulo.
Sua longa carreira política iniciou-se quando foi eleito vereador em São Paulo peloPDC, ao lado deJânio Quadros, em 1947. Foi eleito deputado estadual em 1950 e deputado federal em 1958, 1962 e 1966.
Foiministro do Trabalho e Previdência Social, durante o breve período parlamentarista do Brasil, compondo o gabinete do primeiro-ministroTancredo Neves de 8 de setembro de 1961 a 12 de julho de 1962.
Ingressou noMDB após a queda deJoão Goulart e a instauração doRegime Militar de 1964. Foi eleitosenador em 1970 e reeleito em 1978.[5] Em continuidade ao MDB, fundou oPMDB em 1980.[6]
Foi eleito governador deSão Paulo em 15 de novembro de 1982, na primeira eleição direta para o cargo após vinte anos, tendo vencido quatro concorrentes: o ex-prefeito paulistanoReinaldo de Barros (PDS), o ex-presidente Jânio Quadros (PTB), o sindicalistaLuiz Inácio Lula da Silva (PT) eRogê Ferreira (PDT). Tomou posse em 15 de março de 1983. Sua investida no Palácio dos Bandeirantes permitiu a efetivação de seu suplente, osociólogoFernando Henrique Cardoso, em sua vaga no Senado Federal.[7]
Durante o mandato de governador, foi um dos artífices da campanha dasDiretas Já e, a seguir, da eleição de Tancredo Neves à Presidência da República. Sua primazia sobre os peemedebistas de São Paulo refluiu a partir de 1985, quando Jânio Quadros derrotou Fernando Henrique na disputa pela prefeitura da capital. Após a vitória deOrestes Quércia na eleição para governador em 1986, Montoro foi um dos artífices da criação doPSDB, em 1988. Presidente nacional do PSDB, foi derrotado na eleição para senador em 1990, mas recompôs sua liderança política ao ser novamente eleitodeputado federal em 1994 e 1998.
Faleceu no dia 16 de julho de 1999, em São Paulo, dois dias após seu aniversário de 83 anos.[8]
Como governador, Montoro descentralizou a administração do estado em 42 regiões de governo. Na área da educação, municipalizou a merenda e as construções escolares, além de implantar o ciclo básico no extintoprimeiro grau.[9]
Construiu quatro mil quilômetros de estradas vicinais, ampliou as redes de água e esgoto e a quantidade de municípios atendidos pelaSabesp, expandiu a linha Leste-Oeste doMetrô (a atualLinha 3 - Vermelha) e reequipou as Polícias Civil e Militar, criando a Operação Polo e o Tático Móvel, como iniciativas para reduzir a criminalidade.
Seu governo herdou muitas dívidas da gestão dePaulo Maluf eJosé Maria Marin, o que não deu a Montoro a fama de tocador e inaugurador de grandes obras.
Montoro também enfrentou greves de professores e servidores públicos, atendendo às suas reivindicações logo após o início das manifestações, conquistando portanto, o respeito e a admiração do funcionalismo.
Curiosamente, alguns membros do secretariado de Montoro tornar-se-iam governadores de São Paulo anos mais tarde:José Serra, Secretário de Planejamento de Montoro, foi Governador do Estado entre 2007 e 2010;Orestes Quércia foi vice-governador durante a gestão de Montoro, e acabou por sucedê-lo, governando no período de 1987 a 1991;Mário Covas foi prefeito de São Paulo nomeado por Montoro em 1983 e foi Governador do Estado por duas vezes, de 1995 a 1999 e de 1999 até a sua morte em 2001. E Aloysio Nunes foi vice-governador de Fleury entre 1991 e 1994.
Montoro foi uma das principais lideranças na luta pela redemocratização do país e da campanha pelas eleições diretas para presidente da República. Ao lado deTancredo Neves eUlysses Guimarães, esteve em todos os discursos e comícios pró-diretas, em 1984.[8]
Em 1988, descontente com os rumos doPMDB, foi um dos fundadores e presidente doPSDB. Candidatou-se ao Senado em 1990, perdendo paraEduardo Suplicy. Voltou a atuar como deputado federal entre 1995 e 1999, ano em que morreu, vítima de infarto.[8]
Dois de seus filhos seguiram na carreira política do pai. José Ricardo Franco Montoro (Ricardo Montoro) elegeu-se vereador em 2000 com28.744 votos e foi reeleito em 2004 com57.600 votos. Eleitodeputado estadual em 2006 com81.181 votos, assumiu a Secretaria Municipal de Participação e Parceria na gestão do Prefeito Gilberto Kassab. Lançou-se candidato a deputado federal em 2010, ficando com a vaga de suplente com a votação de74.213 votos.
André Franco Montoro Filho foi secretário de estado no governo Covas e tentou uma cadeira na Câmara Federal em 2006 pelo PSDB. Teve 58 010 votos (equivalente a 0,28% dos votos válidos), tendo sido suplente, foi efetivado em 2011.
Ano | Eleição | Partido | Candidato a | Votos | Resultado |
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1950 | Municipal de São Paulo | PDC | Vereador | Eleito[10] | |
1954 | Eleição Estadual de São Paulo | PDC | Deputado Estadual | 8 863 | Eleito[10] |
1958 | Eleição Federal de São Paulo | PDC | Deputado Federal | 76 646 | Eleito[10] |
1962 | Eleição Federal de São Paulo | PDC | Deputado Federal | 62 463 | Eleito[10] |
1965 | Eleição Municipal de São Paulo | PDC/PSB | Prefeito | 52 026 | Não eleito[10] |
1966 | Eleição Federal de São Paulo | MDB | Deputado Federal | 80 315 | Eleito[10] |
1970 | Senado de São Paulo | MDB | Senador | 1 985 868 | Eleito[10] |
1978 | Senado de São Paulo | MDB | Senador | 4 517 456 | Eleito[10] |
1982 | Governo de São Paulo | PMDB | Governador | 5 441 583 | Eleito[10] |
1990 | Senado de São Paulo | PSDB | Senador | 1 065 420 | Não eleito[11] |
1994 | Eleição Federal de São Paulo | PSDB | Deputado Federal | 223 558 | Eleito[10] |
1998 | Eleição Federal de São Paulo | PSDB | Deputado Federal | 99 356 | Eleito[10] |
Desde 28/11/2001, conforme a Lei Federal n. 10.314, seu nome figura homenageado noAeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos. É, também, patrono do Centro Acadêmico do curso deDireito daUniversidade Estadual Paulista (UNESP), campus deFranca. Também é homenageado em Mogi Guaçu com seu nome em uma faculdade municipal, "Faculdade Municipal Professor Franco Montoro".
São os livros publicados por Franco Montoro, considerando-se o ano da primeira edição:
Precedido por José de Segadas Viana | Ministro do Trabalho e Previdência Social do Brasil 1961 — 1962 | Sucedido por Almino Monteiro Álvares Afonso |
Precedido por José Maria Marin | Governador de São Paulo 1983 — 1987 | Sucedido por Orestes Quércia |