Forte de São João das Maias | |
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![]() Forte de São João das Maias, Oeiras | |
Informações gerais | |
Construção | 1644-1653 |
Promotor | D. João IV |
Património de Portugal | |
SIPA | 6075 |
Geografia | |
País | Portugal |
Localização | Oeiras e São Julião da Barra |
Coordenadas | 38° 41′ 07″ N, 9° 18′ 16″ O |
Localização em mapa dinâmico | |
OForte de São João das Maias, também referido comoForte de Oeiras ouForte das Maias, localiza-se na margem direita doEstuário do Tejo, no extremo Leste da enseada daPraia de Santo Amaro, na vila deOeiras, freguesia deOeiras e São Julião da Barra, Paço de Arcos e Caxias, na Costa de Lisboa.
Foi edificado no contexto daGuerra da Restauração da independência portuguesa, integrante da 1ª linha de fortificações (marítimas e fluviais) da barra do Tejo erguidas à época, que se estendia docabo da Roca até àTorre de Belém, para defesa da cidade deLisboa.
Foi erguido por determinação do Conselho de Guerra deD. João IV (1640-1656), sob a supervisão de D.António Luís de Meneses (1596-1675), 3°conde de Cantanhede, na qualidade deGovernador das Armas da Praça de Cascais. Coadjuvava a defesa proporcionada peloForte de São Julião da Barra, a quem se subordinava.
Com traça possívelmente deCosmander,[1] as obras ficaram a cargo do capitãoÁlvaro de Souza, tendo se desenvolvido de1644 a1653, quando ficou guarnecido por vinte soldados, dez artilheiros e um condestável, e artilhado com cinco peças.
No alvorecer doséculo XVIII foi governado por D.Cristóvão Manuel, 2ºconde de Vila Flor, nomeado em1701 e falecido em1704. Em1728 o forte era governado pelo capitão Manuel de Brito Freire, até ao seu falecimento e, em1730, pelo sargento-mor José da Cruz da Silva, por falecimento do antecessor. Um pouco mais tarde, em1735, encontrava-se em bom estado de conservação, porém sua artilharia reduzia-se a duas peças debronze do calibre 24 montadas, e mais doze, de diversos calibres, fora de serviço. Em meados do século, necessitando de reparos, as suas obras eram orçadas em 1.200$000 réis (1751). É deste período a primeira aplicação de azulejos nas dependências daCapela, por iniciativa do seu governador, Roque Martins Ribeiro (1754), que entretanto, seria severamente danificado quando doterramoto de 1755. Reparada, a Capela foi reaberta ao culto, pelo mesmo governador, em1759.
Uma década mais tarde, efetuam-se obras de ampliação da estrutura, principiando-se a chamadaBateria Nova, externamente ao recinto fortificado. Essabateria ainda se encontrava sem a respectiva artilharia a18 de Agosto de1769. Obras de reparos prosseguiam em1793, quando a bateria foi reconstruída.
Ao se iniciar oséculo XIX, após aGuerra das Laranjas, o forte encontrava-se artilhado com vinte e quatro peças de diversos calibres, distribuidas doze naBateria Nova, oito naBateria Velha e mais quatro naBateria Elevada (no terraço da Casa-forte). Em1809 integrava a defesa constituída pelasLinhas de Torres. Mais tarde, à época dasGuerras Liberais encontrava-se sob o governo do tenente-coronel João da Guarda Cabreira (nomeado em9 de Novembro de1831), estando artilhada por quatorze peças de diversos calibres (1833). Anos mais tarde, a sua artilharia elevava-se a dezessete peças em serviço (1837). Em meados doséculo XIX, passou por obras de reedificação (1853), sendo governador do forte o major Inácio José Perdigão e governador do Forte de São Julião da Barra o generalbarão da Batalha, de acordo com placa epigráfica.
Em meados doséculo XX, alguns terrenos pertencente ao entorno do forte foram cedidos àJunta Autónoma das Estradas (13 de Janeiro de1940), com vistas à abertura da Av. Marginal. As dependências do forte abrigavam aColónia Balnear Infantil daBrigada Naval da Região de Lisboa (1963). Após aRevolução dos Cravos, a edificação foi cedida formalmente aosServiços Sociais das Forças Armadas para servir como colónia de férias (1976).
Pequena fortificação marítima de traçado abaluartado, emestilo maneirista. Erguida emalvenaria, apresentaplanta no formato pentagonal irregular, com merlões eguaritas com corpo cilindrico recobertas porcúpulas.
Sobre o portão principal em arco perfeito, emcantaria, uma lápide epigráfica encimada pelas armas reais informaAlvaro de Sousa o fez em 1644. Por ele se acede a Casa-forte com planta no formato de um trapézio, coberta por umeirado, onde se distribuem as dependências de serviço. Novestíbulo destaca-se olambri deazulejos monocromático e, no final do corredor, na Capela, coberta porabóbada de berço, osilhar deazulejos monocromático de meados doséculo XVIII, representandoSanta Rosália eSão Roque.