Castro era uma figura mundial controversa e divisiva. Foi condecorado com vários prêmios internacionais[12] e seus partidários o elogiam por ter sido um defensor dosocialismo, do anti-imperialismo e dohumanitarismo, cujo regime revolucionário garantiu a independência de Cuba doimperialismo estadunidense. Por outro lado, aHuman Rights Watch acusa-o de ter liderado um regime cuja administração cometeu múltiplas violações dedireitos humanos relacionadas com a dissidência,[13][14] levouêxodo de mais de um milhão de cubanos, e ao empobrecimento da economia do país durante operíodo especial. Através de suas ações e seus escritos, ele influenciou significativamente a política de vários indivíduos e grupos em todo o mundo.
Castro nasceu num relacionamento extramatrimonial, na quinta do seu pai, a 13 de agosto de 1926.[15] O seu pai,Ángel Castro y Argiz, um veterano daGuerra Hispano-Americana,[16] era um migrante daGaliza, no noroeste deEspanha.[17] Tinha-se tornado financeiramente bem-sucedido ao cultivar cana-de-açúcar na quinta de Las Manacas emBirán,província de Oriente.[18] Após o colapso do seu primeiro casamento, levou a sua empregada doméstica, Lina Ruz González — de ascendênciacanária — como sua amante e mais tarde segunda esposa; juntos tiveram sete filhos, entre eles Fidel.[19] Aos seis anos, Castro foi enviado para viver com o seu professor emSantiago de Cuba,[20] antes de serbatizado na Igreja Católica Romana aos oito anos.[21] Ser batizado permitiu a Castro frequentar o internato de La Salle em Santiago, onde se comportava regularmente mal; foi enviado a seguir para a Escola Dolores, gerida porJesuítas, em Santiago, com financiamento privado.[22]
Castro, segundo da esquerda, noColegio de Belén 1943, Havana, Cuba
Em 1945, Castro transferiu-se para oEl Colegio de Belén, dirigido pelos Jesuítas, emHavana.[23] Embora Castro se interessasse pelahistória,geografia edebate em Belén, não se distinguia academicamente, dedicando grande parte do seu tempo à prática de desporto.[24] Em 1945, Castro começou a estudar Direito naUniversidade de Havana.[25] Admitindo ser "politicamente analfabeto", Castro envolveu-se nomovimento estudantil[26] e na violenta cultura dogangsterismo dentro da universidade.[27] Após se ter apaixonado peloanti-imperialismo e se ter oposto àintervenção dos EUA nas Caraíbas,[28] fez campanha sem sucesso pela presidência da Federação de Estudantes Universitários numa plataforma de "honestidade, decência e justiça".[29] Castro tornou-se crítico da corrupção e violência do governo do PresidenteRamón Grau, proferindo um discurso público sobre o assunto em novembro de 1946, que recebeu cobertura na primeira página de vários jornais.[30]
Em 1947, Castro aderiu ao Partido do Povo Cubano (ouPartido Ortodoxo), fundado pelo político veteranoEduardo Chibás. Figura carismática, Chibás defendia a justiça social, um governo honesto, e a liberdade política, enquanto o seu partido expunha a corrupção e exigia reformas. Embora Chibás tenha ficado em terceiro lugar naseleições gerais de 1948, Castro continuou empenhado em trabalhar em seu nome.[31] A violência estudantil aumentou após Grau empregar líderes de gangues como agentes da polícia, e Castro recebeu rapidamente uma ameaça de morte, exortando-o a abandonar a universidade. Contudo, recusou-se a fazê-lo e começou a carregar uma arma e a rodear-se de amigos armados.[32] Em anos posteriores, dissidentes antiCastro acusaram-no de cometer assassinatos relacionados com gangues na altura, mas estas acusações continuam sem fundamento.[33]
"Juntei-me ao povo; agarrei-me a uma espingarda numa esquadra de polícia que caiu quando foi abalroada por uma multidão. Testemunhei o espetáculo de uma revolução totalmente espontânea... [E]ssa experiência levou-me a identificar-me ainda mais com a causa do povo. As minhas ainda incipientes ideias marxistas nada tiveram a ver com a nossa conduta - foi uma reação espontânea da nossa parte, como jovens com ideiasMartíanas, anti-imperialistas, anticolonialistas e pró-democráticas".
Em junho de 1947, Castro tomou conhecimento de umaexpedição planeada para derrubar o governo de direita deRafael Trujillo, um aliado dos EUA, naRepública Dominicana.[35] Sendo Presidente do Comité Universitário para a Democracia na República Dominicana, Castro juntou-se à expedição.[36] A força militar consistia em cerca de 1.200 soldados, na sua maioria cubanos e dominicanos exilados, que pretendiam navegar a partir de Cuba em julho de 1947. O governo de Grau impediu a invasão sob pressão dos EUA, embora Castro e muitos dos seus camaradas tenham evitado a prisão.[37] De regresso a Havana, Castro assumiu um papel de liderança nos protestos estudantis contra a morte de um aluno do ensino secundário por guarda-costas do governo.[38] Os protestos, acompanhados por uma repressão contra os considerados comunistas, levaram a violentos confrontos entre ativistas e polícias em fevereiro de 1948, nos quais Castro foi severamente espancado.[39] Nesta altura, os seus discursos públicos assumiram uma inclinação explicitamente deesquerda, condenando adesigualdade sociale económica em Cuba. Em contraste, as suas anteriores críticas públicas tinham-se centrado na condenação da corrupção e doimperialismo americano.[39]
Em abril de 1948, Castro viajou paraBogotá,Colômbia, liderando um grupo estudantil cubano patrocinado pelo governo argentino do PresidenteJuan Perón. Ali, o assassinato do líder popular de esquerdaJorge Eliécer Gaitán Ayala levou a tumultos e confrontos generalizados entre osconservadores governantes — apoiados pelo exército — e osliberais de esquerda.[40] Castro juntou-se à causa Liberal roubando armas a uma esquadra de polícia, mas as investigações policiais subsequentes concluíram que ele não esteve envolvido em quaisquer assassinatos.[40] Em abril de 1948, aOrganização dos Estados Americanos foi fundada numa cimeira em Bogotá, conduzindo a protestos, aos quais Castro aderiu.[41]
De regresso a Cuba, Castro tornou-se uma figura proeminente nos protestos contra as tentativas do governo para aumentar as tarifas dos autocarros.[42] Nesse ano, casou-se comMirta Díaz-Balart, uma estudante de uma família rica, através da qual foi exposto ao estilo de vida da elite cubana. A relação foi um encontro amoroso, desaprovado por ambas as famílias, mas o pai de Díaz Balart deu-lhes dezenas de milhares dedólares, juntamente com Batista,[43] para passarem numa lua de mel de três meses em Nova Iorque.[44]
"O marxismo ensinou-me o que era a sociedade. Eu era como um homem de olhos vendados numa floresta, que nem sabe onde fica o norte ou o sul. Se não se chega a compreender verdadeiramente a história daluta de classes, ou pelo menos a ter uma ideia clara de que a sociedade está dividida entre ricos e pobres e que algumas pessoas subjugam e exploram outras pessoas, está-se perdido numa floresta, sem saber nada".
– Fidel Castro sobre a descoberta do Marxismo, 2009[45]
Nesse mesmo ano, Grau decidiu não se candidatar à reeleição, a qual foi ganha pelo novo candidato do seuPartido Auténtico,Carlos Prío Socarrás.[46] Prío enfrentou protestos generalizados quando membros do MSR, agora aliado à força policial, assassinaram Justo Fuentes, um amigo socialista de Castro. Em resposta, Prío concordou em reprimir as gangues, mas considerou-as demasiado poderosas para as controlar.[47] Castro tinha-se deslocado mais para a esquerda, influenciado pelos escritosmarxistas deKarl Marx,Friedrich Engels, eVladimir Lenin. Passou a interpretar os problemas de Cuba como parte integrante dasociedade capitalista, ou aditadura da burguesia, em vez de falhas de políticos corruptos, e adotou a visão marxista de que uma mudança política significativa só poderia ser provocada pelarevolução proletária. Visitando os bairros mais pobres de Havana, tornou-se ativo na campanha estudantilantirracista.[48] Em setembro de 1949, Mirta deu à luz um filho, Fidelito, pelo que o casal mudou-se para um apartamento maior em Havana.[49] Castro continuou a colocar-se em risco, mantendo-se ativo na política da cidade e aderindo ao Movimento 30 de Setembro, que continha dentro dele tanto comunistas como membros doPartido Ortodoxo. O objetivo do grupo era opor-se à influência das gangues violentas dentro da universidade; apesar das suas promessas, Prío não conseguira controlar a situação, e ofereceu, em vez disso, a muitos dos seus membros superiores cargos nos ministérios do governo.[50] Castro ofereceu-se para proferir um discurso para o Movimento a 13 de novembro, expondo os negócios secretos do governo com as gangues e identificando membros-chave. Atraindo a atenção da imprensa nacional, o discurso enfureceu as gangues e Castro escondeu-se, primeiro no campo e depois nos EUA.[51] Regressando a Havana várias semanas mais tarde, Castro passou a agir de forma discreta e concentrou-se nos seus estudos universitários, graduando-se comoDoutor emDireito em setembro de 1950.[52]
Castro foi cofundador de uma parceria legal que atendia principalmente aos cubanos pobres, embora tenha provado ser um fracasso financeiro.[53] Preocupando-se pouco sobre dinheiro ou bens materiais, Castro falhou no pagamento das suas contas; os seus móveis foram reapoderada e a eletricidade cortada, angustiando a sua esposa.[54] Participou num protesto numa escola secundária emCienfuegos em novembro de 1950, lutando com a polícia para protestar contra a proibição das associações estudantis pelo Ministério da Educação; foi preso e acusado de conduta violenta, mas o magistrado retirou as acusações.[55] As suas esperanças para Cuba ainda se centravam em Chibás e noPartido Ortodoxo, e esteve presente no suicídio de Chibás por motivos políticos, em 1951.[56] Vendo-se herdeiro de Chibás, Castro quis candidatar-se ao Congresso nas eleições de junho de 1952, embora os membros seniores doOrtodoxo temessem a sua reputação radical e recusaram-se a nomeá-lo.[57] Em vez disso, foi nomeado como candidato à Câmara dos Representantes por membros do partido nos distritos mais pobres de Havana, e começou a fazer campanha.[57] OOrtodoxo teve um apoio considerável e previa-se que se saísse bem nas eleições.[58]
Durante a sua campanha, Castro encontrou-se com o GeneralFulgencio Batista, o ex-presidente que tinha regressado à política com oPartido da Ação Unitária. Batista ofereceu-lhe um lugar na sua administração se tivesse êxito; embora ambos se opusessem à administração de Prío, a sua reunião nunca passou de generalidades formais.[59] A 10 de março de 1952, Batista tomou o poder num golpe militar, com Prío a fugir para o México. Declarando-se presidente, Batista cancelou as eleições presidenciais planeadas, descrevendo o seu novo sistema como "democracia disciplinada"; Castro foi privado de ser eleito na sua candidatura pelo movimento de Batista, e como muitos outros, considerou-o uma ditadura de um só homem.[60] Batista moveu-se para a direita, solidificando laços tanto com a elite rica como com os Estados Unidos, cortando relações diplomáticas com aUnião Soviética, suprimindo os sindicatos e perseguindo os grupos socialistas cubanos.[61] Com a intenção de se opor a Batista, Castro intentou vários processos legais contra o governo, mas estes não deram em nada, e Castro começou a pensar em formas alternativas de derrubar o regime.[62]
Depois de graduado, dedicou-se de modo especial à defesa dos opositores ao governo, trabalhadores e sindicatos, denunciou as corrupções e atos ilegais do governo de Carlos Prío através do diárioAlerta e das emissoras Radio Álvarez e COCO e se vinculou estreitamente ao Partido do Povo Cubano (Ortodoxo) que era liderado por Eduardo Chibás, partido pelo qual seria candidato a Representante nas eleições de 1952. O golpe de estado em 10 de março de 1952 porFulgencio Batista, ao qual Fidel condenou no diárioLa Palabra e pretendeu levar aos tribunais, o convenceu da necessidade de buscar novas formas de ação para transformar a sociedade cubana.[carece de fontes?]
Nos dias que se seguiram ao golpe, imprimiu emmimeógrafo e distribuiu clandestinamente sua denúncia. Uniu-se a jovens que editavam o periódico mimeografado clandestino,Son los Mismos, sugeriu a troca de seu nome pelo deEl Acusador e foi coeditor desse novo órgão, onde assinou seus trabalhos apenas com seu segundo nome, Alejandro. Este mesmo pseudônimo utilizaria mais tarde em suas correspondências e mensagens.[carece de fontes?]
No julgamento que se seguiu pelas ações, assumiu sua própria defesa e defendeu o direito dos povos de lutarem contra a tirania. Condenado a quinze anos de prisão, começou a cumprir a pena na prisão de Boniato (Santiago de Cuba) e depois foi transferido aoPresídio Modelo (Isla de Pinos), onde reelaborou sua autodefesa que levou o nome deA História me Absolverá, e teve sua primeira publicação e distribuição clandestinas em 1954 e desde então foi editada numerosas vezes emCuba, como em muitos outros países e traduzido nos mais diversos idiomas.[carece de fontes?]
Após ser anistiado em maio de 1955 graças a um amplo movimento popular, ocorreu uma intensa tarefa periodística de caráter político através do diárioLa Calle e do semanárioBohemia e em aparições radio-auditivas e televisivas enquanto estruturava o movimento 26 de julho em escala nacional e internacional.[carece de fontes?]
Porém, ao começarem a censurar seus artigos e cerrar as vias e meios legais de expressão de suas ideias, decidiu seguir, apenas dois meses depois ao seu exílio noMéxico onde trabalhou na preparação dos homens que o acompanhariam em seu intento de iniciar a luta insurrecional emCuba, participou em atividades políticas, escreveu o Manifesto número um doMovimento 26 de Julho ao povo de Cuba que circulou clandestinamente na Ilha e firmou, com José Antonio Echeverría, presidente da FEU, o Pacto do México a favor da unidade das forças que se opunham à ditadura deFulgencio Batista.[carece de fontes?]
Neste ínterim, desenhou e guiou a tática e a estratégia da luta contra a ditadura batistiana, financiada e apoiada pela unidade de ação das forças opositoras revolucionárias. Comandou diversos combates que culminaram em vitórias de suas tropas, orientou a criação de novas frentes guerrilheiras em Oriente e Las Villas, trabalhou na preparação de leis fundamentais que deveriam promulgar-se uma vez alcançada a vitória e divulgou suas ideias nacional e internacionalmente, através de meios improvisados na própria Sierra Maestra como o periódicoEl Cubano Libre, a emissora Radio Rebelde - ainda atuante - e mediante entrevistas realizadas por periodistas cubanos e estrangeiros.[carece de fontes?]
Fidel Castro assina o termo de posse como Primeiro Ministro de Cuba em 16 de fevereiro de 1959
Depois do desmonte do regime ditatorial pela fuga de Batista em 1 de janeiro de 1959, convocou generais para consolidar a vitória da Revolução e marchou atéHavana, onde entrou em 8 de janeiro. O Governo revolucionário instaurado o designou primeiramente Comandante em Chefe de todas as forças armadas e depois, em meados de fevereiro, Primeiro Ministro.[carece de fontes?]
Nuestro pueblo heroico ha luchado 44 años desde una pequeña isla del Caribe a pocas millas de la más poderosa potencia imperial que ha conocido la humanidad. Con ello ha escrito una página sin precedentes en la historia. Nunca el mundo vio tan desigual lucha.
Nosso povo heroico lutou 44 anos desde uma pequena ilha do Caribe, a poucas milhas da mais poderosa potência imperial que a humanidade já conheceu. Com ele escreveu uma página sem precedentes na história. Nunca o mundo viu uma luta tão desigual.
Imediatamente começou a impulsionar a criação de um novo aparato estatal, escreveu leis a favor dos setores mais desfavorecidos, entre essas leis encontra-se a lei deReforma Agrária, que firmou ainda emSierra Maestra em 17 de maio. Também fundou órgãos de novo tipo como o Instituto Nacional de Reforma Agrária (INRA, do qual foi seu primeiro presidente) e instituições culturais como a Imprensa Nacional de Cuba e o Instituto Cubano de Arte e Indústria Cinematográfica (ICAIC). O anúncio de sua renúncia ao cargo de primeiro-ministro em meados de julho de 1959 pelos obstáculos colocados pelo presidente Manuel Urrutia às leis e medidas revolucionárias, motivou uma massiva exigência popular para que se reincorporasse ao mesmo e forçou a renúncia do presidente.[carece de fontes?]
Em 26 de julho retomou o cargo. A partir de então pode levar adiante, desde os primeiros anos posteriores ao triunfo da Revolução, medidas e atividades de grandeenvergadura para o desenvolvimento ulterior do pais em todas as ordens, como a nacionalização de empresas estrangeiras, a Reforma Urbana, o desenvolvimento da indústria nacional e a diversificação agrícola, a campanha de alfabetização, a nacionalização e gratuidade do ensino em todos os níveis, a eliminação da saúde pública privada e do desporte profissional, a melhoria das condições de vida dos setores mais populares, o estabelecimento de vínculos com nações de todo o mundo e todos os sistemas sociais de governo, a incorporação deCuba aoMovimento de Países Não Alinhados, a definição de uma política exterior independente, e a declaração do caráter socialista da revolução em abril de 1961.[carece de fontes?]
Conseguiu, ademais, a unidade das forças revolucionárias e anti-imperialistas do país em organizações massivas como a Associação de Jovens Rebeldes (ARJ), os Comitês de Defesa da Revolução (CDR), as Milícias Nacionais Revolucionárias (MRN), a União de Pioneiros de Cuba (UCP), a Federação de Mulheres Cubanas (FMC) e outras de caráter mais seletivo e político. Escreveu textos fundamentais da história contemporânea deCuba e daAmérica Latina como os da Primeira (1960) e Segunda (1962) Declaração de Havana. Em abril de 1961 dirigiu pessoalmente as tropas que derrotaram a invasão mercenária em Playa Girón, financiada e organizada pelosEstados Unidos.[carece de fontes?]
Fidel Castro discursando em Havana, 1978. Imagem por Marcelo Montecino
Sua intervenção em uma reunião com escritores e artistas na Biblioteca Nacional José Martí em junho de 1961, publicada depois sob o título Palavras aos Intelectuais, definiu aspectos da política cultural da Revolução ainda vigentes e facilitou a realização, em agosto deste mesmo ano, do Primeiro Congresso Nacional de Escritores e Artistas de Cuba.[carece de fontes?] Foi membro do conselho de direção de Cuba Socialista (1961-1967). Desde outubro de 1965, quando o PURCS tomou o nome dePartido Comunista de Cuba, (PCC), têm sido membro de seu Comitê Central e seu Primeiro Ministro.[carece de fontes?]
Assim mesmo, ao constituir-se aAssembleia Nacional do Poder Popular em 1977, esta o elegeu Presidente dos Conselhos de Estado e Ministros, cargos nos quais tem sido ratificado desde então. Por suas responsabilidades a frente do PCC, o Estado e o Governo cubanos tem sido o principal orientador e impulsor das estratégias de desenvolvimento do país em todos os sentidos, assim como o arquiteto da política internacional daRevolução Cubana.[carece de fontes?]
A partir de 1959 viajou a uma infinidade de países daAmérica Latina,Europa,África eAmérica do Norte, para representarCuba em congressos e conferências dos mais diversos tipos e organizações, assim como em outras atividades oficiais e visitas amistosas. Em 1959 foi aoBrasil, onde foi recebido pelo presidenteJuscelino Kubitschek. Anteriormente já havia se encontrado com o deputadoJânio Quadros (que depois viria a ser presidente do Brasil).[carece de fontes?]
Em 2012, o jornal alemãoDie Welt noticiou que, no contexto naCrise dos Mísseis de Cuba, diante dos riscos de uma possível invasão à ilha, Fidel Castro teria contratado antigos soldados nazis das SS para treinar os militares cubanos. A partir da repercussão da matéria, oJornal de Noticias informa que os serviços secretos alemães teriam como certa a presença em Cuba de pelo menos dois dos quatro membros das SS convidados pelo regime de Fidel Castro, que teriam ido para Cuba ganhar salários quatro vezes superiores ao que um alemão médio auferia naquela época.[67] Ainda, segundo a mesma fonte, no mesmo ano Fidel Castro teria tentado comprar armamento belga através de intermediários da extrema-direita alemã.[carece de fontes?]
Em 13 de março de 1995, Fidel faz sua primeira visita à França, a uma potência ocidental desde arevolução de 1959. Na ocasião, Fidel declarou que a visita significava o fim doapartheid imposto a Cuba pelo Ocidente e atacou o bloqueio comercial imposto pelos Estados Unidos há mais de três décadas.[68]
Castro e o presidente doBrasil, na época,Lula da Silva (na esquerda) em 2003
De especial significado foi sua presença nas cúpulas doMovimento de Países Não-Alinhados. Documentos políticos, discursos, intervenções, artigos e entrevistas suas têm sido difundidos em livros próprios ou compilações, em filmes e nos mais importantes órgãos de imprensa escrita e emissoras de rádio e televisão deCuba e de todo o mundo. Em 1961 foi-lhe atribuído oPrêmio Lênin da Paz.[carece de fontes?]
Várias universidades daEuropa eAmérica Latina lhe conferiram o título deDoctor Honoris Causa. Recebeu também múltiplas condecorações por seu labor em prol das relações com outros países, assim como o Prêmio Mijail Sholojov outorgado pela União de Escritores da Rússia em 1995.[carece de fontes?]
Fidel estevePortugal, pela primeira vez, em outubro de 1998 durante a VIIICimeira Ibero-Americana, realizada noPorto, e rapidamente se tornaria a personagem central do encontro. EmMatosinhos, num comício-festa de solidariedade com o povo cubano, Fidel terá feito "o mais longo discurso político algumas vez proferido" em terras portuguesas: foi um improviso que durou duas horas e meia. E ouviu deJosé Saramago, que acabava de ser galardoado com o Prémio Nobel da Literatura, as seguintes palavras: "Cuba dá-nos todos os dias uma lição de coragem. Cuba vive mais firme do que uma rocha, porque uma rocha desgasta-se, mas, até agora, a vontade do povo cubano não se desgastou." A presença de Fidel no Porto daria mais força ao protesto de rua contra o bloqueio norte-americano à ilha, num dos dias da cimeira. À frente da manifestação seguiam, entre outros,Vasco Gonçalves,António Rosa Coutinho eMário Tomé. Em maio de 2001, o presidente cubano voltou a Portugal, mas a visita resume-se a uma passagem discreta porLisboa.[69]
Em 26 de julho de 2006, Fidel Castro ia a bordo de um avião que fazia a viagem entre as cidades cubanas de Holguín e Havana quando teve uma primeira hemorragia relacionada com a doença nos intestinos que o afastou da vida pública.[carece de fontes?]
Não havia nenhum médico a bordo do avião, por isso o aparelho aterrou de emergência para que Fidel Castro fosse hospitalizado. A doença do líder histórico cubano foi então considerada segredo de Estado, mas foram mobilizados os melhores médicos e quatro meses depois, o médico espanhol José Luis Garcia Sabrido, chefe de cirurgia do hospital Gregório Marañón em Madrid, viajou até Cuba para acompanhar a situação.[70]
Fidel Castro diante da estátua deJosé Martí, em Havana, 2003. Fidel Castro se retirou do poder em 2008 por problemas de saúde.
Em 1 de agosto de 2006, Fidel Castro delegou em caráter provisório, por conta de uma doença intestinal que, segundo o próprio, seria grave,[71] suas funções de comandante supremo das Forças Armadas, secretário-geral do Partido Comunista de Cuba e de presidente do Conselho de Estado (cargo máximo da República Cubana) ao seu irmãoRaúl Castro, Ministro da Defesa. Inúmeras críticas surgiram, e em outubro de 2006 aimprensa mundial afirmou que ele teriacâncer,[72] fato não confirmado.[carece de fontes?]
Em 19 de fevereiro de 2008, Castro anunciou ao jornal doPartido Comunista, oGranma, que não se recandidataria ao cargo de presidente deCuba, cinco dias antes de o seu mandato terminar.[1]
O poder passou em definitivo para as mãos de seu irmão Raúl Castro após Fidel Castro decidir retirar-se do poder em 24 de fevereiro de 2008, após o parlamento definir a nova cúpula governamental.[1] Cinco dias depois, Fidel anunciou que não aceitaria novamente, se eleito, o cargo de Chefe de Estado. Em uma mensagem publicada no jornal oficialGranma, ele escreveu e assinou:
“
Não aspirarei nem aceitarei - repito - não aspirarei nem aceitarei o cargo de Presidente do Conselho de Estado e Comandante-em-Chefe.[73]
”
Também escreveu que estaria traindo sua consciência ocupando uma responsabilidade que requer uma mobilidade que não estaria mais em condições físicas de exercer. Mesmo com a renúncia de Castro, opresidente americano,George Bush, não retirou as sanções americanas impostas aCuba. Fidel Castro disse que continuará escrevendo sua coluna no jornal cubano e não pode continuar no poder por insuficiência em sua saúde. Ele permaneceu como membro do parlamento após a sua eleição como um dos 31 membros do Conselho de Estado. Também manteve o cargo de primeiro-secretário doPartido Comunista de Cuba.[carece de fontes?]
Castro proclamou ser "umsocialista,marxista eleninista"[74] e se identificou publicamente como um iniciante marxista-leninista em dezembro de 1961.[75] Como um marxista, Castro procurou transformar Cuba, que era um estado capitalista dominado pelo imperialismo estrangeiro, em uma sociedade socialista e consequentemente uma sociedade comunista. Influenciado porGuevara, sugeriu que Cuba poderia ultrapassar a maioria dos estágios do socialismo e progredir diretamente para o comunismo.[76] O governo de Castro também eranacionalista, com Castro declarando: "Não somos apenas marxista-leninistas, mas também nacionalistas epatriotas".[77] O historiadorRichard Gott observou que uma das chaves do sucesso de Castro era sua capacidade de utilizar os "temas gêmeos do socialismo e do nacionalismo" e os manter "intermináveis no jogo".[78] Castro descreveuKarl Marx e o nacionalista cubanoJosé Martí como suas principais influências políticas,[79] embora Gott acreditasse que Martí, em última instância, permaneceu mais importante do que Marx na política de Castro.[78] Castro descreveu as ideias políticas de Martí como "uma filosofia da independência e uma filosofia humanista excepcional",[80] e seus partidários e apologistas repetidamente alegaram que havia grandes semelhanças entre as duas figuras.[81]
O biógrafo Volka Skierka descreveu o governo de Castro como um "sistema socialista-nacionalistafidelista, altamente individualista",[82] com Theodore Draper denominando seu enfoque de "castrismo", o encarando como uma mescla do socialismo europeu com a tradição revolucionária latino-americana.[83] O cientista político Paul C. Sondrol descreveu a abordagem de Castro à política como "utopismo totalitário",[84] com um estilo de liderança que se baseava no fenômeno latino-americano mais amplo doCaudilhismo.[85] Castro assumiu uma posição relativamenteconservadora em muitas questões sociais, opondo-se ao uso de drogas, jogos de azar e prostituição, que ele considerava males morais. Em vez disso, defendeu o trabalho árduo, os valores familiares, a integridade e a autodisciplina.[86]
Com sua primeira esposa,Mirta Díaz Balart, Fidel Castro teve um filho chamado Fidel "Fidelito" Castro Díaz-Balart em 1 de setembro de 1949. Mirta e Fideldivorciaram-se em 1955, tendo ela se casado novamente e, após uma temporada emMadrid, teria voltado a residir em Havana para viver com Fidelito e sua família.[87] Fidelito cresceu emCuba e por um período dirigiu a comissão para aenergia atômica do país, tendo sido retirado do posto por seu pai. Em 1 de fevereiro de 2018, com 69 anos suicidou-se.[88][89]
Fidel tem outros cinco filhos com sua segunda esposa, Dalia Soto del Valle: Alexis, Alexander, Alejandro, Antonio e Ángel.[88]
Durante seu casamento com Mirta, Fidel teve uma amante, Naty Revuelta, que lhe deu uma filha,Alina Fernández-Revuelta,[88] que deixou Cuba em 1993 fazendo-se passar por umaturistaespanhola[90] e pediuasilo nosEstados Unidos, onde foi uma ferrenha crítica das ações políticas de seu pai.
Uma irmã de Fidel,Juanita Castro, vive nos Estados Unidos desde o início da década de 1960, tendo sido retratada num documentário deAndy Warhol em 1965.[91] Juanita disse, em Outubro de 2009, que trabalhou para aCIA de 1961 até sua saída de Cuba.[92][93][94]
No total, pelo menos seis membros de sua família vivem nos Estados Unidos, no bairro dePequena Havana, emMiami: sua irmã,[92] duas filhas[95] e três de seus netos, que levam, em geral, uma vida longe damídia.
Em julho de 2014 foi publicado o livro "A vida Secreta de Fidel", escrito por Juan Reinaldo Sanchez um ex-guarda-costas de Fidel. Sanchez, que fora preso em Cuba e acusado de traição exilou-se nos Estados Unidos em 2008, onde conheceu o jornalista francês Axel Gyldén que o ajudaria a escrever o livro.[96] O autor afirma que Fidel nunca abandonou o capitalismo e cita entre seus bens algumas extravagâncias como a posse de uma ilha particular, uma reserva pessoal de caça, uma marina com quatro iates de alto luxo, um barco de pesca e pelo menos 20 residências igualmente recheadas de conforto. O livro ainda afirma que Fidel teria um enorme aquário cheio de golfinhos e tartarugas, que gosta de exibir a familiares e a amigos mais próximos.[97]
Fidel Castro em 2009
Em 2005 a revistaForbes especulou que o patrimônio de Fidel Castro atingiria aproximadamente 550 milhões de dólares. A Forbes chegou a esse número pela soma do patrimônio das empresas estatais do governo de Cuba.[98] Com essa fortuna acumulada, especulou a revista, ele teria alcançado o décimo lugar na categoria "governantes e membros da realeza mais ricos do mundo".[99][100] Em 2006, a revista Forbes listou Fidel entre as dez maiores fortunas do mundo. Sánchez afirma que é impossível determinar a verdadeira extensão de sua riqueza, mas é indiscutível que se tratava de bilhões de dólares.[98] Castro governou Cuba como um monarca absoluto, controlando e dispondo de todos os recursos da nação como bem entendesse.[100][101]
O líder cubano possuía uma ilha privada, Cayo Piedra, que contava com várias amenidades, como um delfinário, criadouro de tartarugas, uma piscina de água doce e até um refúgio em caso de ataque.[98] Sua dieta era rica e variada, com pratos frescos preparados diariamente por um chef particular. Entre seus gostos estavam o whiskyChivas Regal e apesca submarina, a qual praticava a bordo de um de seus quatro iates.[100][101] Durante uma enfermidade em 1983, o regime cubano chegou a usar um sósia, Silvino Álvarez, para evitar que a população soubesse de seu estado de saúde.[100][101]
A única área onde Fidel manteve sua austeridade foi no vestuário. Era comum vê-lo em uniforme militar, independentemente do evento ou hora.[98] Entretanto, após uma cirurgia em 2006, ele foi visto usando um agasalho daAdidas, o que gerou críticas e comentários mundialmente. Desde então, esse tipo de roupa tornou-se uma espécie de uniforme em seus últimos anos, sendo visto com modelos de diferentes cores e marcas, comoNike,Puma eFila.[100][101]
AForbes disse àBBC que, para estimar a presumível fortuna de Fidel, calculou o valor de mercado de várias empresas estatais cubanas, e atribuiu um percentual do valor assim obtido ao patrimônio pessoal de Fidel Castro. Um porta-voz da revista confirmou à BBC que a revista não tem nenhuma prova de que Fidel Castro tenha contas bancárias no exterior, embora a revista mantenha que Fidel teria "uma fortuna".[102]
Tais dados foram negados por Fidel no ano seguinte, ao considerar a notícia como uma infâmia com o objetivo de desprestigiar a revolução cubana "anular Cuba e pintar Castro como um ladrão".[103] Na oportunidade, Fidel Castro desafiou:
“
Se eles provarem que tenho um conta no exterior de 900 milhões, de um milhão, de 500 mil, de 100 mil ou de um dólar, eu renuncio a meu cargo e às funções que desempenho.
”
Fidel ainda alegou que a revista estaria ligada aos serviços de inteligência dos Estados Unidos, e afirmou que o próprio presidenteRonald Reagan teria nomeado o editor da revista para o cargo de coordenador das transmissões derádio daVoz da América dirigidas àUnião Soviética durante aGuerra Fria.[102]
Fidel Castro morreu emHavana na noite de 25 de novembro de 2016, aos 90 anos.[2] A morte do líder cubano foi anunciada pelaTV estatal cubana. Castro morreu às 22h29 e o corpo do ex-presidente de Cuba serácremado, "atendendo a seus pedidos", informouRaúl Castro, na TV estatal. A última vez que Fidel havia sido visto publicamente foi em 15 de novembro, quando recebeu o presidente doVietnã,Tran Dai Quang.[104] O governo de Cuba decretou nove dias deluto nacional pela morte do líder da Revolução Cubana e anunciou que ofuneral de Fidel ocorreria no dia 4 de dezembro, no cemitério Santa Ifigenia, na cidade deSantiago de Cuba.[105]
A notícia da morte de Fidel Castro gerou reações variadas de personalidades e líderes mundiais.[106]
O presidenteRaúl Castro anunciou na televisão estatal: "O comandante-em-chefe da revolução cubana morreu esta noite às 22h29."[107] E no final de seu pronunciamento disse: "¡Hasta la victoria siempre!"[108] A opositoraYoani Sánchez afirmou que Castro deixou "um país em ruínas onde os jovens não desejam viver".[109]
O presidente russoVladimir Putin descreveu Fidel como o "símbolo de uma era" e afirmou que o líder cubano estaria sempre "no coração do povo russo".[110]
Em nota,Michel Temer, presidente doBrasil, afirmou que "Fidel Castro foi um líder de convicções. Marcou a segunda metade do século XX com a defesa firme das ideias em que acreditava".[111] Ainda no Brasil, políticos de centro e de esquerda celebraram o legado do líder cubano. O senadorCristovam Buarque declarou que "ele foi o herói da minha geração na América Latina: tanto como líder de revolução, quanto como líder da resistência às forças imperialistas, e sobretudo como líder de um governo comprometido com a justiça social, sem perder o vigor transformador".[carece de fontes?]
O presidente eleito dosEstados Unidos,Donald Trump, escreveu numa rede social: "Fidel Castro está morto!"[112] e posteriormente o classificou como "um ditador brutal".[113]Barack Obama, presidente dos Estados Unidos nos momentos finais de seu mandato, foi neutro ao comunicar que "a história registrará e julgará o enorme impacto dessa figura singular no povo e no mundo ao seu redor".[114]
O presidente francês,François Hollande, relembrou as alegações de abusos de direitos humanos em Cuba, mas também destacou a defesa de Fidel Castro contrapressões externas, em especial oembargo econômico norte-americano, classificado como “inaceitável”.[115]
O presidente sul-africanoJacob Zuma saudou Cuba e agradeceu a Fidel pela “ajuda na luta contra o apartheid”, regime que imperou naÁfrica do Sul por décadas e que tratava negros como cidadãos de segunda classe.[115]
OPapa Francisco, chefe de estado doVaticano que mais se empenhou em apaziguar as relações de Cuba com os Estados Unidos, fez um pronunciamento sentido em telegrama enviado ao irmão de Fidel, Raúl Castro: "ao receber a triste notícia do falecimento do seu querido irmão, (...) expresso os meus sentimentos de pesar".[116]
Garry Kasparov, presidente do Human Rights Foundation, afirmou: "Fidel Castro foi um dos muitos monstros do século XX".[117]
Logo após o anúncio da morte, exilados cubanos e cubano-americanos, contrários ao regime de Castro em Cuba comemoraram a morte do ex-presidente nas ruas do bairro dePEquena Havana emMiami.[118] Em Cuba, centenas de milhares de pessoas criaram um corredor humano de 900 km que saudou o ex-presidente com gritos de "Yo soy Fidel" até o leito onde o seu corpo foi enterrado, em Santiago, cidade berço da revolução liderada por Fidel em 1959.[119]
What you need, man, is a revolution like mine. ("O que você precisa, cara, é de uma revolução como a minha."): Castro aconselhando oBrasil, enquanto conduzCuba acorrentada.Charge deEdmund S. Valtman, publicada em 31 de agosto de 1961 e ganhadora doPrêmio Pulitzer no ano seguinte.[120]
Milhares de cubanos deixaram o país durante e depois da revolução que levou Fidel Castro ao poder, fosse por razões políticas ou econômicas. Após 35 anos da instalação do governo revolucionário, estima-se que cerca de 32 mil cubanos deixaram a ilha em direção aosEstados Unidos.[121] De acordo com o jornal francêsL'Humanité, a cada ano, 20 mil cubanos solicitam vistos de permanência em solo norte-americano.[122] Milhares deles envolveram-se em menor ou maior grau em organizações apoiadas pelo governo dos EUA, a fim de derrubar ou pelo menos para desafiar o seu governo mas, as ações violentas dos anos 1960 falharam. Jacobo Machover estima em várias centenas de milhares o número de adversários de Fidel Castro.[123]
Em 23 de abril de 2003, membros do grupoRepórteres sem Fronteiras (RSF), acompanhados por umrepórter dojornal20 minutes, docineasta Romain Goupil, da escritoraZoé Valdés e dofilósofo ecolunista Pascal Bruckner manifestaram-se em frente daembaixada de Cuba emParis contra a condenação de 78 cubanos acusados de "conspiração". Eles bloquearam as entradas com correntes e cadeados e confrontaram o pessoal da embaixada.[124][125][126][127]
Opositores afirmam que presos políticos morrem em prisões cubanas,[128] dentre os quais o mais famoso é opoetacatólicoPedro Luis Boitel. Muitos escritores também foram perseguidos durante suas vidas sem poder sair livremente de Cuba como ohomossexualReinaldo Arenas (que conseguiu fugir de Cuba, massuicidou-se nos Estados Unidos),José Lezama Lima e Virgilio Piñera. No entanto, segundo aAnistia Internacional, a repressão continua a ser muito forte: "Durante 2006, houve um aumento do assédio do público e intimidação dos críticos do regime e dissidentes políticos por grupos semioficiais em operações chamado de "repúdio". Atos de repúdio ou manifestações de partidários do governo contra de dissidentes políticos ou críticos do regime aumentaram.[129]
Alegadamente muitas prisões são feitas fundamentadas em uma suposta "periculosidade social", definida como uma "propensão a cometer um delito". Nestas medidas de prisão preventiva os termos embriaguez, toxicodependência seriam frequentemente aplicados aos opositores[130] podendo resultar em condenações criminais.[carece de fontes?]
De acordo com um relatório publicado em 10 de janeiro de 2005 por a Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional, ainda existem 294 presos políticos em Cuba, contra 317 no início de 2004. De acordo com o relatório, em 2004, pelo menos 21 pessoas foram presas por razões políticas. Também lembrou que o governo cubano continua a negar o acesso a prisões aoComitê Internacional da Cruz Vermelha e aComissão das Nações Unidas para os Direitos Humanos.[carece de fontes?]
Muitos adversários do regime foram presos, e um dos mais famosos é Armando Valladares que relatou suas experiências em "Against All Hope", condenado pelo uso de explosivos emHavana em 1960.Régis Debray, que foi enviado porFrançois Mitterrand para a sua libertação, em 1980, escreveu mais tarde, que Armando Valladares tinha se passado porparalítico quando, na realidade, estava com a saúde perfeita.[131] Este último também ganhou mais tarde a cidadania americana e tornou-seembaixador deRonald Reagan naONU.[132]
Fidel admitiu que seu governo perseguiu homossexuais nas décadas de 1960 e 1970. Na época, gays e lésbicas foram exonerados de cargos públicos, presos ou enviados a campos de trabalho forçado. Questionado sobre se o Partido Comunista ou alguma entidade específica foi responsável pela injustiça, Fidel negou, e se assumiu como único responsável.[133][134]
↑Bardach, Ann Louise:Cuba Confidential. p. 67. "One knowledgable source claims that Mirta returned to Cuba in early 2002 and is now living with Fidelito and his family." ("Uma fonte com conhecimento alega que Mirta retornou a Cuba no início de 2002 e está vivendo atualmente com Fidelito e sua família.")
↑abcAnderson, Jon Lee. "Castro's Last Battle: Can the revolution outlive its leader?"The New Yorker, 31 de julho de 2006.
↑The Washington Times - Fidel Castro’s death spurs mixed reactions from world leaders. Andrew Blake, 26 de Novembro de 2016, (em inglês) Acessado em 26/11/2016.
↑Presstv - Cuba’s Fidel Castro dies. 26 de Novembro de 2016, (em inglês) Acessado em 26/11/2016.
↑The Telegraph - Fidel Castro, Cuba's communist revolutionary, dead aged 90 - latest news, world's reaction, and what his death means for the county. 26 de Novembro de 2016, (em inglês) Acessado em 26/11/2016.
↑La Capital - Yoani Sánchez afirmó que Fidel dejó "un país en ruina donde los jóvenes no quieren vivir." 26 de Novembro de 2016, (em castelhano) Acessado em 26/11/2016.
↑Politico.eu - Jean-Claude Juncker: Castro "a hero for many." Silvia Sciorilli Borrelli, 26 de Novembro de 2016, (em inglês) Acessado em 26/11/2016.
↑RedeTV - Líderes mundiais comentam morte de Fidel Castro. 26 de Novembro de 2016. Acessado em 26/11/2016.
↑The Guardian - Fidel Castro death: Donald Trump hopes for a free Cuba – as it happened. 26 de Novembro de 2016, (em inglês) Acessado em 26/11/2016.
↑Pulitzer -1962 Winners. Editorial Cartooning,Edmund S. Valtman of The Hartford Times For "What You Need, Man, Is a Revolution Like Mine." (em inglês) Acessado em 28/06/2017.