| Informações principais | |
|---|---|
| Sigla ou acrônimo | Ferroeste |
| Área de operação | Paraná |
| Tempo de operação | 1988–Atualmente |
| Operadora | Estrada de Ferro Paraná Oeste S/A |
| Frota | 15 locomotivas 426 vagões |
| Interconexão Ferroviária | Rumo Logística |
| Portos Atendidos | Porto Seco de Cascavel |
| Sede | Curitiba,Paraná,Brasil |
| Website | www.ferroeste.pr.gov.br |
| Especificações da ferrovia | |
| Extensão | 248,6 km (154 mi) |
| Diagrama e/ou Mapa da ferrovia | |
AEstrada de Ferro Paraná Oeste S/A, ouFerroeste, é umaempresa ferroviária estatalbrasileira criada em 15 de março de 1988, que tem como principal acionista oestado do Paraná. Está no ranking das 500 maiores empresas do Sul do Brasil e entre as 100 maiores do Paraná.[1][2]
Seu centro de operações está localizado emCascavel, nas margens da rodoviaBR-277, e comporta vários terminais privados, como o daCotriguaçu, bem como oPorto Seco de Cascavel
Sua linha férrea liga os municípios deCascavel aGuarapuava, onde se une à malha ferroviária daRumo Logística, por meio da qual faz a conexão aoPorto de Paranaguá, no litoral do Estado do Paraná.
Em 2020, a Ferroeste foi qualificada para o Programa de Parcerias do Governo Federal, tendo em vista sua desestatização. O plano é conceder a empresa para a iniciativa privada e construir um trecho entre Guarapuava e Paranaguá e outro entre Cascavel eMaracaju, além de trêsramais entre Cascavel eFoz do Iguaçu, Cascavel eChapecó e Maracaju eDourados, autorizados em 2021 pelaANTT. A previsão é de um investimento de 29 bilhões de reais.[3][4]

Os primeiros estudos para a implantação da ferrovia datam do século XIX, já prevendo a ligação ferroviária do litoral até Foz do Iguaçu, no extremo oeste do estado, porém sua criação se deu apenas em 1988, entre Guarapuava e Cascavel.
Trata-se de uma empresa de economia mista, vinculada à Secretaria de Infraestrutura e Logística, com o controle acionário do estado doParaná. A Ferroeste detém a concessão, conforme Decreto do Governo Federal nº 96.913/88, para construir, manter e operar a ferrovia.[5]
Por meio de um leilão público realizado em 10 de dezembro de 1996, a empresa privadaFerrovia Paraná S.A. - Ferropar, adquiriu uma subconcessão da Ferroeste por trinta anos, comprometendo-se a investir na ampliação da frota e atender a demanda detransporte.[6]
OGoverno do Estado do Paraná reavaliou o contrato, alegando que"jamais foi cumprido pela referida empresa privada" e, através da falência da Ferropar, retomou o controle da ferrovia em 18 de dezembro de 2006.[7][8]
Atualmente a empresa passa por um período de consolidação. ACotriguaçu já investiu R$ 105 milhões em um terminal junto ao Porto Seco de Cascavel, constituído por um armazém de cargas frigorificadas e uma estrutura graneleira. Com o projeto ainda a ser concluído, o investimento total será de aproximadamente R$ 200 milhões.[9][10]
Em 2014, ampliou sua frota ao adquirir duas locomotivasEMAQ MX620 de 2.000 HPs, o que impactou seu desempenho, com um aumento de 26% no volume transportado em relação ao período anterior,[11] fechando o ano com 770 mil toneladas úteis (TUS) movimentadas, das quais 39,7% destinadas ao mercado externo, principalmente congelados e grãos.[12]
Em dezembro de 2015 foram entregues cinco locomotivas e quatrocentos vagões, com a meta de dobrar a capacidade de tração, em 2016.[13]
Além dos novos equipamentos – primeira compra desse porte na empresa – a otimização dos processos ferroviários foi outra grande responsável por alavancar o desempenho. Também foi implantado um sistema de fluxos ferroviários, a redução do ciclo de vagões e a prospecção de operações comerciais mais rentáveis.
Em janeiro de 2016 a Ferroeste anunciou que no ano de 2015, houve um aumento de 143% do volume transportado. Já em janeiro de 2017, o acréscimo foi de 35,1%, o que representou 831 mil toneladas transportadas no ano de 2016.[14][15]
Em 2020, a Ferroeste bateu recorde de lucro e volume transportado, com 1,38 milhão de toneladas de produtos, 21,3% a mais que em 2019, com a soja representando 56% de toda a movimentação da ferrovia, com 778 mil toneladas. Um setor da economia que está aumentando o uso da ferrovia é o de carnes congeladas.[16]
Em 28 de agosto de 2024, o governador Ratinho Junior sancionou a lei n° 22.129/2024 autorizando a privatização da Ferroeste. O governo deve contratar estudos para apontar a melhor modelagem do processo, e a privatização deve ser concretizada em leilão naB3, em São Paulo.[17]
Em 2020, foi realizada uma reestruturação dos trilhos, a primeira de sua história, o que possibilitou um incremento na velocidade e na segurança das operações. Somado a isso, novas locomotivas e vagões foram importados, fazendo com que a ferrovia obtenha recordes sucessivos na movimentação de cargas.[18]
Essa nova extensão da Ferroeste está prevista para ser interligada com aFerrovia Norte-Sul.[19]
Todos os requisitos para aprivatização e consequente extensão da ferrovia, que ligará Maracaju, no Mato Grosso do Sul, ao Porto de Paranaguá, além de ramais de Cascavel até Foz do Iguaçu, na fronteira comParaguai eArgentina, naTríplice Fronteira, de Cascavel para Chapecó, em Santa Catarina, e Maracaju a Dourados, no Mato Grosso do Sul, já foram preenchidos e autorizados. A expectativa é levar o empreendimento a leilão naBolsa de Valores.[20]
O projeto aproveita o traçado atual e operante, entre Cascavel e Guarapuava, que será modernizado. A partir de cada extremo será construído uma nova linha. Partindo de Guarapuava até o Porto de Paranaguá, substituindo a problemática descida daSerra do Mar, cujo trecho operado pela Rumo foi construído no século XIX. De Cascavel até Maracaju, incluindo uma ponte emGuaíra, atravessando o Lago de Itaipu, na divisa entre os estados. A previsão é movimentar, de início, 40 milhões de toneladas por ano, no chamado "Corredor Oeste de Exportação".
Caso o empreendimento se concretize, serão 1 285 quilômetros de trilhos e nove terminais de transbordo distribuídos em pontos estratégicos entre três estados, a saber: Maracaju eAmambai, no Mato Grosso do Sul; Guaíra, Cascavel, Foz do Iguaçu, Guarapuava,Balsa Nova e o Porto de Paranaguá, no Paraná, e Chapecó, em Santa Catarina.[21][22][23]
Em 2022, diante do processo para a implementação de um ramal entre Cascave e o estado de Santa Catarina, representantes do setor produtivo dePasso Fundo, noRio Grande do Sul, pediram um estudo para uma ligação ferroviária entre aquele município e Chapecó, de modo a integrar o estado gaúcho à malha da Ferroeste.[24]
Os atuais 248,6 km da Ferroeste são construídos embitola métrica. O raio mínimo é de 312 metros, mantendo-se rampas máximas compensadas de 1,5%, no sentido das cargas de exportação e 1,8%, no sentido da importação. Outras características: superestrutura com trilhos TR45 soldados em barras de 270 m a 324 m, dormentes monoblocos de concreto na linha tronco e de madeira nos pátios, tendo fixação elástica com as respectivas placas Deenik. Carga máxima de 20 toneladas por eixo.
Ao longo de seu trajeto, a estrada de ferro corta os municípios deCandói,Goioxim,Cantagalo,Marquinho,Laranjeiras do Sul,Nova Laranjeiras,Guaraniaçu,Ibema eCampo Bonito.[25]
AFerroeste opera com quinze locomotivas, sendo seteG12, umaGL8 e seteMX-620.