Nome local | Farim |
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País | |
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Província | Província Norte (en) |
Região | |
Sede | Sector de Farim |
Capital de | |
Área | 1 531,5 km2 |
Altitude | 2 m |
Coordenadas |
População | 46 268 hab. () |
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Densidade | 30,2 hab./km2 () |
Gentílico | farinense |
Geminação |
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Fundação |
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Farim é uma cidade daGuiné-Bissau pertencente aosector de mesmo nome, capital da região deOio. Localiza-se na margem norte dorio Cacheu.
Segundo o censo demográfico de 2009 o sector possuía uma população de 48 264 habitantes,[1] sendo que 8 661 habitantes somente na zona urbana da cidade de Farim, distribuídos numa área territorial de 1 531,5 km².[2][3][4]
O nome da cidade e do sector deriva de da palavra "farim", que era o título dado ao rei local dosmandingas. Por sua vez, os mandingas e sonincas chamaram o assentamento de "Tubabodaga", que significa "aldeia dos brancos".[5]
O primeiro estabelecimento português na região foiCacheu, povoação fundada no contexto daDinastia Filipina em1588, mas sujeita administrativamente ao arquipélago deCabo Verde. Após aRestauração Portuguesa (1640), retomou-se o povoamento da região, irradiando-se então a partir da foz dos riosCasamansa,Cacheu,Geba eBuda, centrada no comércio deescravos.[6]
Farim foi fundada por volta de 1641 pelo capitão-mor de Cacheu, que recrutoulançados deGeba para se mudarem para um local menos vulnerável ao ataque de tribos africanas.[6] Em sua fundação, estava bem situada como porto, uma vez que o rio era continuamente navegável por navios à vela de Cacheu. Como as demais, afeitoria em Farim destinava-se a implementar ocomércio de escravos com oReino de Gabu, que englobava, além daCasamansa, aGuiné-Bissau e aGâmbia, compreendendo váriasetnias, como osjolas (majoritária até aos nossos dias), osfulas, osbantos e osmanjacos.[5]
Tornou-se umpresídio e guarnição colonial através de uma ordem datada de10 de novembro1696, em reação a um ataque de nativos das proximidades da actual vila-secção de Caniço ocorrida em março daquele ano.[6] Já guarnecida, no ano seguinte as tropas de Caniço tentam novamente tomar a localidade, porém sem sucesso.[6] A despeito desses acontecimentos e dado que otráfico de escravos concentrou-se no litoral, a distância de tais centros fez com que a área permanecesse geralmente pacífica, o que fez com que as defesas gradualmente enfraquecessem.[6]
O segundo conflito sério que ocorreu no vilarejo deu-se em 1 de dezembro de 1846, quandoHonório Barreto precisou dirigir uma expedição contra osgrumetes de Farim que ameaçavam a guarnição local. Após este conflito, os portugueses procuraram garantir a segurança da localidade, construindo reforços na fortificação em 1875, além de celebrar um importante tratado de paz com Dembel, rei do reino de Fuladú.[6]
Foi uma base de operações contra osbalantas dorio Mansoa na primeira (1897) e na segunda (1902) grande investida colonial, como tentativa de obrigá-los a pagar oimposto de palhota; as tropas lusitanas sofreram desmoralizantes derrotas.[6]
Por intermédio de um diploma real de 1906, o território guineense foi dividido num concelho (Bolama) e seis residências:Bissau,Cacheu, Farim,Geba,Cacine eBuba.[6] Cacheu continuava como capital do distrito de Cacheu, porém perdeu mais da metade de suas terras para a formação dos distritos de Farim (actualOio) e Geba (actualBafatá). Farim torna-se capital do distrito de mesmo nome.[5]
Em 4 de agosto de 1913 Farim recebe o título de vila. O estatuto de vila ainda não era o mais próprio para capitais de subdivisões de primeiro nível, mas era mais adequado do que o de vilarejo.[6]
Farim começou a crescer seriamente entre as décadas de 1910 e 1930, quando mais de vinte firmas comerciais instalam-se na vila, experimentando um influxo de comercianteslibaneses esírios, que concentravam-se basicamente nos negócios deamendoim emadeira.[5]
Na década de 1960 ascende finalmente a categoria de cidade.[5]
Sua economia foi duramente atingida pelaGuerra de Independência da Guiné-Bissau nas décadas de 1960 e 1970. Algumas das principais e mais organizadas bases do PAIGC estavam nas proximidades de Farim.[6]
Localizada pouco abaixo da junção dos rios Jumbembem e Canjambari que formam orio Cacheu, fica numa zona altiplana, sendo somente uma das duas capitais regionais da Guiné fora de zonas de planície.[5]
Farim dista cerca de 135 milhas rio acima a partir deCacheu, a cerca de 115 quilómetros de Bissau e junto da fronteira com o Senegal.
Os grupos étnicos de mais expressão na cidade-sector são osmandingas efulas, muito embora possua representação de todas as origens guineenses.[5]
Farim é ligada ao território nacional pela Estrada Nacional nº 3 (N3), que a liga àBigene, ao oeste, e a Cuntima, ao leste. Outra rodovia importante é a Estrada Regional nº 2 (R2), que a liga a vila-secção Saliquinhedim e a cidade deMansabá, ao sul, e a vila-secção de Dungal, ao norte.[7]
Farim também possui um pequeno porto fluvial, que conecta-se ao porto da margem oposta do rio Cacheu, na vila-secção Saliquinhedim, localidade do sector deMansabá. O porto de Farim é especializado em embarque e desembarque de pescados, além de transportes de passageiros e cargas.
Entre as operadoras de rádio, há transmissões daRadiodifusão Nacional da Guiné-Bissau. Osserviços postais, de encomendas e de cargas da cidade e do sector são geridos pelosCorreios da Guiné-Bissau.[8]
Na cidade há muitos monumentos histórico-arquitetónicos importantes, em sua maioria ainda herança do período colonial, tais como: Monumento evocativo da morte doInfante D. Henrique, Capela Católica de Farim, Piscina olímpica de Farim (1958), Monumento do Largo dos Mártires do Terrorismo e o Mercado de Farim.
Uma cratera em Marte leva o nome da cidade.[9]
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