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José Sarney

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José Sarney
Retrato oficial, 1985
31.ºPresidente do Brasil
Período15 de março de 1985 até
15 de março de 1990[nota 1]
Vice-presidenteCargo vago
Antecessor(a)João Figueiredo[nota 2]
Sucessor(a)Fernando Collor
20.ºVice-presidente do Brasil
Período15 de março de 1985 até
21 de abril de 1985
PresidenteTancredo Neves
Antecessor(a)Aureliano Chaves
Sucessor(a)Itamar Franco
56.º, 60.º e 63.º Presidente doSenado Federal do Brasil
Período1.º- 2 de fevereiro de 1995 até 4 de fevereiro de 1997
2.º- 1.º de fevereiro de 2003 até 14 de fevereiro de 2005
3.º- 2 de fevereiro de 2009 até 1.º de fevereiro de 2013
Antecessor(a)1.º-Humberto Lucena
2.º-Ramez Tebet
3.º-Garibaldi Alves Filho
Sucessor(a)1.º-Antônio Carlos Magalhães
2.º-Renan Calheiros
3.º-Renan Calheiros
Senador peloAmapá
Período1 de fevereiro de 1991
a 1 de fevereiro de 2015
(3 mandatos consecutivos)
Senador peloMaranhão
Período1 de fevereiro de 1971
a 15 de março de 1985
(2 mandatos consecutivos)
48.ºGovernador do Maranhão
Período31 de janeiro de 1966
a 14 de maio de 1970
Vice-governadorAntônio Jorge Dino
Antecessor(a)Newton de Barros Belo
Sucessor(a)Antônio Jorge Dino
Dados pessoais
Nome completoJosé Ribamar Ferreira de Araújo Costa
Nascimento24 de abril de1930 (95 anos)
Pinheiro,Maranhão
Nacionalidadebrasileiro
ProgenitoresMãe: Kyola Ferreira de Araújo Costa
Pai: Sarney Araújo Costa
Alma materUniversidade Federal do Maranhão
CônjugeMarly Sarney(1952–presente)
Filhos(as)Roseana
Fernando
José Sarney Filho
ParentescoAdriano Sarney(neto)
Jorge Murad(genro)
PartidoPSD(1954–1958)
UDN(1958–1965)
ARENA(1966–1979)
PDS(1980–1984)
MDB(1984–presente)
ReligiãoCatólico
ProfissãoAdvogado
Jornalista
Escritor
Político
AssinaturaAssinatura de José Sarney

José Sarney de Araújo Costa,[2] nascidoJosé Ribamar Ferreira de Araújo Costa[nota 3]GCCGColSEGCIH (Pinheiro,24 de abril de1930), é umadvogado,jornalista,político eescritorbrasileiro, filiado aoMovimento Democrático Brasileiro. Serviu como o 20.ºVice-presidente do Brasil durante 1985 e como o 31.ºPresidente do Brasil de 1985 a 1990.

Nascido emPinheiro, noMaranhão, Sarney formou-se emdireito pelaUniversidade Federal do Maranhão em 1953, mesmo ano em que ingressou na Academia Maranhense de Letras.[4] No ano seguinte, Sarney concorreu ao cargo deDeputado Federal pelo Maranhão; mesmo não conseguindo ser eleito, assumiu como suplente em 1955, dando início à sua carreira política.[5]Durante aditadura militar brasileira, foi eleito governador do Maranhão pelaUnião Democrática Nacional (UDN), posteriormente se filiando àARENA. Em 1984, sai do partido e, junto com outros ex-membros, funda aFrente Liberal.[6] Naeleição presidencial de 1985, Sarney é escolhido como candidato a vice-presidente na chapa encabeçada porTancredo Neves. Tancredo vence a eleição contra o situacionistaPaulo Maluf, porém tem problemas de saúde pouco antes de tomar posse emorre em seguida. Desta forma, Sarney acabou assumindo a presidência de maneira definitiva.

Em seu governo, Sarney fez planos ambiciosos para tentar reverter a forteinflação herdada do governo deJoão Figueiredo. Junto com oministro da fazendaDilson Funaro, realizou os planosCruzado eCruzado II, que congelaram preços com o intuito de conter o aumento dos preços. Mesmo ambos os planos tendo falhado, Sarney tentou novamente congelar os preços com oplano Bresser e oplano Verão, que igualmente não surtiram efeito. Na política externa, assinou adeclaração do Iguaçu, que iniciou o projeto de implantação doMercado Comum do Sul. Além disso, em seu governo asrelações entre Brasil e Cuba, suspensas desde o início da ditadura militar, foram restabelecidas. Sarney convocou aAssembleia Nacional Constituinte de 1987, que redigiu aConstituição brasileira de 1988, substituindo a constituição ditatorial de1967. Três meses antes de deixar a presidência, Sarney registrou uma taxa de reprovação 60% dentre os brasileiros, atribuída principalmente à falha nas suas políticas para conter ahiperinflação.[7]

Em 1990 Sarney foi eleito novamente senador, desta vez pelo estado doAmapá. Exerceu três mandatos consecutivos, de 1991 até 2015. Neste período, presidiu oSenado Federal do Brasil em três ocasiões. Em 2014, anunciou que iria se aposentar da política no ano seguinte, encerrando assim sua carreira de mais de sessenta anos de vida pública.

Em 2022 apoiouLuiz Inácio Lula da Silva como candidato ao seu terceiro mandato. Lula foi eleito com 50,90% dos votos e Sarney esteve presente em suaposse no ano seguinte.[8]

Primeiros anos

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Sarney aos 14 anos, quando ingressou no Centro Liceísta

Nascido emPinheiro em 24 de abril de 1930, José Ribamar Ferreira de Araújo Costa é filho do casal Sarney de Araújo Costa e Kyola Ferreira de Araújo Costa.[nota 4] Seu pai foi membro doTribunal de Justiça do Maranhão, inicialmente comopromotor público, depoisdesembargador, que por motivos políticos, foi removido sucessivamente para várias comarcas do interior maranhense.[9] Com isso, o filho fez seus estudos primários no Colégio Mota Junior, emSão Bento, e no Colégio de Professor Joca Rego, na cidade deSanto Antônio de Balsas. Em janeiro de 1942, quando tinha 12 anos de idade, José Ribamar prestou e foi aprovado em primeiro lugar no exame de admissão noLiceu Maranhense, emSão Luís, e aos 14 anos, iniciou sua militância política estudantil como presidente do Centro Liceísta e editava o jornal "O Liceu".[10] Como líder estudantil, participou em 1945 de manifestações pela queda daditadura getulista e chegou a ser detido junto com um grupo de colegas após um ato no Teatro Artur Azevedo contra o interventorPaulo Ramos.

Início de carreira

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Sarney bacharelou-se emdireito naUniversidade Federal do Maranhão em 1953, época em que ingressou na Academia Maranhense de Letras e fazia parte de um movimento de poetas maranhenses que lançou o pós-modernismo no estado. Ao lado deLago Burnett, Lucy Teixeira eFerreira Gullar, o movimento literário foi difundido por meio da revistaA Ilha, da qual Sarney foi um dos fundadores.[4] Ingressou na carreira política filiando-se aoPartido Social Democrático (PSD). Candidatou-se adeputado federal em1954, não se elegendo, mas assumiu pela primeira vez vaga um mandato Câmara dos Deputados em 1955.[11] Migrou para aUDN em 1958, partido pelo qual foi eleito deputado federal em eleiçõesnaquele mesmo ano e em1962 e governador do Maranhão em 1965. Em 27 de outubro de 1965, com a instituição doAI-2, os partidos políticos são extintos, com a imposição do bipartidarismo. Sarney então ingressa naAliança Renovadora Nacional (ARENA), onde ficaria por quase vinte anos.[12] Foieleito ereeleito senador pelaARENA nadécada de 1970 e ficou no cargo até 1985. Presidiu a legenda a partir de 1979, que se tornariaPDS no início de 1980, mas deixou o partido e ingressou noPMDB em 1984, onde se tornou candidato a vice-presidente na chapa deTancredo Neves para aeleição presidencial de 1985. Eleitos indiretamente por um Colégio Eleitoral, deveriam assumir a posse em março daquele ano; contudo, o presidente Tancredo Neves, adoeceu gravemente e morreu pouco antes de tomar posse do cargo. Assim, Sarney assumiu apresidência da República em abril.

Durante seu mandato, foram restabelecidas aseleições diretas para presidente, prefeito e governador. Foi aprovado pelo Congresso o direito de voto dos analfabetos[13] e foi promulgada aConstituição brasileira de 1988 por umaAssembleia Nacional Constituinte.

Por outro lado, seu governo também notabilizou-se por acusações decorrupção, com acusações desuperfaturamento e irregularidades emconcorrências públicas e de favorecimento político nasconcessões públicas de emissoras de rádio e TV. No campo econômico, foram implementados diversos planos de combate àhiperinflação (Plano Cruzado I eII,Plano Bresser,Plano Verão), mas todos fracassaram, e ao fim do governo Sarney o país estava mergulhado narecessão.[14]

Na política externa, o Brasil reaproximou-se de países comunistas (comoChina e a antigaUnião Soviética), reatou relações comCuba e estreitou laços comArgentina eUruguai, com a assinatura do protocolo doMercosul. Após deixar a presidência, Sarney foi eleito senador peloAmapá em 1990, cargo que ocupou por três mandatos.

Como escritor, Sarney é autor de obras comoO Norte das Águas,O Dono do Mar eSaraminda, membro daAcademia Brasileira de Letras e membro correspondente daAcademia das Ciências de Lisboa.

Família

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Em 1946, José Ribamar conhece Marly Macieira. Dois anos mais jovem, ela é prima de um amigo, Murilo Ferreira, e filha do cirurgião, clínico e diretor de hospital, Carlos Macieira. No ano seguinte, Marly o convida para sua festa de quinze anos, e Ribamar torna-se o seu primeiro e único namorado. Após cumprir o prazo tradicional de noivado, casam-se em 12 de julho de 1952. Em 1953, nasce sua filha,Roseana. Dois anos depois, nasceFernando, e, em 1957, chega mais um filho,Zequinha.[15]

Em 2009, o patrimônio da família Sarney era estimado em 250 milhões de reais, incluindo imóveis, emissoras de rádio e televisão, jornais e empresas de ramos diversos.[16]

Ramificações familiares

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Família Coelho Rodrigues

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José Sarney faz parte da tradicional família Coelho Rodrigues dePaulistana, estado doPiauí, com raízesgenealógicas naFreguesia de Paço de Sousa, noDistrito do Porto, emPortugal, visto que é hexaneto de Anna Rodrigues de Santana e Manuel de Souza Martins (primeiro do nome), e heptaneto de Domiciana Vieira de Carvalho eValério Coelho Rodrigues.[17]

Seu heptavô, Valério Coelho Rodrigues, nasceu emPortugal e morou a maior parte de sua vida na Fazenda do Paulista, atualmente município de Paulistana. Valério foi um personagem importante no processo de colonização portuguesa no Piauí, em virtude de ter ter sido um dos desbravadores do interior do Estado ao longo do Século XVIII, tendo firmado importantes raízes históricas e sociais na Região e gerado uma vasta família comdescendência que se projeta napolítica nacional do Brasil até os dias de hoje.[18]

Valério Coelho Rodrigues atuou como político, sendo eleito de pelouros diversas vezes para o senado da câmara de Oeiras. Entre 1754 e 1756, ele também ocupou o cargo de juiz ordinário na antiga capital da Capitania do Piauí. Em 1769, exerceu novamente o cargo de juiz ordinário de Oeiras. Em seguida, até o ano de 1771, ocupou os cargos reunidos de ouvidor-geral, provedor da real fazenda e dos defuntos e ausentes, capelas e resíduos da capitania, tendo sido indicado para mestre-de-campo do terço de infantaria auxiliar da guarnição do Piauí.[18]

Carreira profissional

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Em 1947 participou do concurso de reportagem lançado pelo jornal "O Imparcial", dosDiários Associados, usando o pseudônimo de "Zé da Ilha", e produziu a melhor reportagem, sendo em seguida contratado como repórter do jornal. No ano seguinte, passou a colaborar, também, com o "Diário de Pernambuco" e no "Correio da macumba".[10]

Em 1950, aos 20 anos, ingressou na faculdade dedireito e passou a exercer o cargo de chefia do suplemento "Letras e Artes" do jornalO Imparcial.[19] Começa na reportagem policial, mas logo é promovido e, depois de algum tempo, cria um suplemento literário. À época já era respeitado nos meios intelectuais de São Luís. Durante a faculdade, ingressou na União Maranhense dos Estudantes (UME).[20] Em um congresso daUnião Nacional dos Estudantes, realizado emSão Paulo, fez amizade com Álvaro Americano,Célio Borja,Paulo Egydio Martins e Roberto Gusmão.[21]

Em 1953 bacharelou-se pela Faculdade de Direito do Maranhão, época em que ingressou naAcademia Maranhense de Letras. Ao lado de Bandeira Tribuzzi, Luci Teixeira, Lago Burnet, Bello Parga, José Bento e outros escritores, fez parte de um movimento literário difundido por meio da revista que lançou o pós-modernismo noMaranhão, A Ilha, da qual foi um dos fundadores.[22]

Em 1955 passou a lecionar a disciplina de Noções de Direito, na Faculdade de Serviço Social da Universidade Católica do Maranhão, mas depois abandonou a carreira pela política.[10]

Carreira política

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José Sarney é o político brasileiro com mais longa carreira (59 anos) no plano nacional, superando o senadorLimpo de Abreu (53 anos de carreira política e 36 como senador vitalício).Ruy Barbosa, o mais duradouro político no período republicano, foi senador por 31 anos contra os 36 de Sarney e Limpo de Abreu.[23][24][nota 5] Durante sua vida pública José Sarney atuou sob quatro constituições (1946, 1967, 1969 e 1988, esta última convocada por ele, no exercício da Presidência da República) e quatro governos sob aConstituição de 1946, seis nogovernos militares e, depois de seu mandato presidencial, cinco sob aConstituição de 1988 — 15 governos. Como parlamentar integrou 13 legislaturas, quatro como deputado federal e seis como senador. Era parte da oposição ao governo antes de 1964 e, a partir daí, parte das forças de apoio ao regime militar. Paradoxalmente, acabou sendo o primeiro presidente civil após o regime militar, em razão damorte de Tancredo Neves.

Deputado federal

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A carreira política de José Sarney teve início em 1954. Nesse ano, marcado pelosuicídio de Getúlio Vargas, Sarney disputou sua primeira eleição pelo Partido Social Democrata (PSD).[5] Sem dinheiro e sem tradição, conseguiu chegar apenas à terceira suplência. Mas ainda no primeiro ano da legislatura, em 1955, aos 25 anos, pode assumir provisoriamente o mandato de deputado federal. Com a volta deVitorino Freire — o político pernambucano que fora para o Maranhão durante a década de 1930 e controlava o estado com mão de ferro — ao PSD, que havia transitoriamente abandonado pelo PST, Sarney transfere-se para aUnião Democrática Nacional (UDN). O mandato interino se repetiu várias vezes nos anos seguintes. Na época, aproximou-se, na bancada da UDN, da famosabanda de música, composta porCarlos Lacerda,Afonso Arinos de Melo Franco,Adauto Lúcio Cardoso,Olavo Bilac Pinto,José Bonifácio Lafayette de Andrada,Aliomar Baleeiro e Prado Kelly, entre outros,[25] e começou a ganhar prestígio nacional. José Sarney chefiou, como presidente do diretório regional daUDN, a campanha de 1958, quando a Oposição Coligada — bloco dos partidos de oposição aovitorinismo — conseguiu eleger quatro dos dez deputados federais. Sarney foi o mais votado na chapa da oposição, devido, sobretudo, a sua atuação como deputado, que repercutira fortemente no Maranhão. Recebeu a indicação de Afonso Arinos, aprovada pela maioria do partido, para que ocupasse uma de suas vice-lideranças. Em 1959, em Curitiba, Sarney foi eleito vice-presidente da UDN.[26] Representava na direção do partido o grupo renovador que ficou conhecido comoBossa Nova[27] — de que fizeram parte Ferro Costa, José Aparecido, Edílson Távora, Seixas Dória — e que tinha como objetivo introduzir o componente social na política daUDN.

Com seu partido, fez oposição ao governo Juscelino Kubitschek.[28] Foi vice-líder dogoverno Jânio Quadros, de quem chefiara a campanha no Maranhão. Com a renúncia de Jânio e a ascensão de João Goulart, voltou para a oposição. Procurou até o fim uma saída política para a crise que se estabeleceu em fins de 1963 e terminaria com o golpe militar de 1964.[29] Foi dos poucos que se manifestou contra a cassação sumária de parlamentares, sustentando que as cassações só podiam ser feitas dentro das regras constitucionais.

Governador do Maranhão

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José Sarney comemora com os braços abertos
José Sarney após tomar posse comogovernador do Maranhão, em 1966

Em1965 José Sarney lançou-se candidato a governador do Maranhão. Antes do pleito, a Justiça Eleitoral fez uma revisão, que resultou na eliminação de dois quintos do eleitorado.[30] Ovitorinismo entrou na disputa dividido — com os candidatosRenato Archer, pela coligaçãoPTB/PSD, e Costa Rodrigues, prefeito de São Luís, peloPDC, apoiado governador Newton Bello. A eleição se travou sob a proteção de tropas federais. José Sarney percorreu o Maranhão de ponta a ponta e teve uma vitória esmagadora: recebeu 120 mil votos ou mais que a soma dos votos dados aos dois outros candidatos (103 mil).[31] Para fazer um registro de sua campanha, convocou o então jovem cineastaGlauber Rocha, que realizou o filmeMaranhão 66.[32] Sarney acabou não usando o filme, por não servir a propósitos de propaganda. Em compensação, Glauber usaria dois planos deMaranhão 66 emTerra em Transe. As cenas foram usadas no comício do personagem Filipe Vieira (vivido porJosé Lewgoy), um político demagogo que se elege à custa do voto dos camponeses e operários e, após assumir o governo, ordena o fuzilamento dos líderes populares.

Durante o Governo Sarney os investimentos foram aumentados em 2 000%. A oferta de energia elétrica no Maranhão, que era de 7 500 kW,[33] menor que a do edifício Avenida Central, no Rio de Janeiro, passou para 237 500 kW. As estradas passaram de 13 km pavimentados para centenas de quilômetros, que incluíam a BR-135, São Luís – Teresina.[34] Foi aberto oPorto do Itaqui e rompidas as amarras do crescimento urbano de São Luís, impedido a nordeste e sudoeste pelas rias Anil e Bacanga, com a construção da ponte do São Francisco, que abria caminho para as praias do norte da ilha, e a barragem que permitia o acesso à ponta do Itaqui.

Sarney na Alemanha, por volta da década de 1970.

O programa de educação João de Barro[35] permitiu a criação de uma escola por dia, um ginásio por mês, uma faculdade por ano. Com a combinação de adaptações do método Paulo Freire com a introdução de uma TV Educativa — a primeira do Brasil — foi possível formar rapidamente professores e monitores que estenderam a educação a todo o Estado, que só tinha um ginásio. Ainda no governo Sarney foi instalada aUniversidade Federal do Maranhão, e preparado o caminho para aUniversidade Estadual do Maranhão. Na área da saúde foi construído o Hospital Geral, emSão Luís, e criado um grande número de postos médicos no interior maranhense.

Em 1968, o ex-presidenteJuscelino Kubitschek viajou a São Luís como homenageado da primeira turma de economistas da Universidade Federal do Maranhão, da qual Sarney era paraninfo. Enfrentando as cautelas que o aconselhavam a se ausentar da solenidade de formatura, Sarney não somente dela participou, mas, como governador, fez questão de homenagear o ex-presidente com um jantar, realizado no dia 12 de dezembro de 1968. No dia seguinte, uma sexta-feira, oPresidente Costa e Silva baixou oAto Institucional nº 5.[36] Sarney e Juscelino viajaram no mesmo avião; Sarney desceu no Recife e Juscelino seguiu para o Rio de Janeiro, onde foi preso ao desembarcar. De volta a São Luís, Sarney fez um pronunciamento por rádio e televisão: "Meu mandato é um mandato livre, que me foi outorgado pela vontade popular, tenho procurado exercê-lo com absoluta independência e no dia em que não puder mais fazê-lo não poderei prestar serviços ao Maranhão. Nessa hora, o meu caminho é o caminho da minha casa, de cabeça erguida, mas respeitado e sendo digno do nome e do povo desta terra. Não posso parecer nunca subalterno, omisso ou açodado. Tenho noção da grandeza do cargo que ocupo e das minhas responsabilidades com o passado, com o presente e com o futuro do Maranhão".[37]

Senador pelo Maranhão

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Sarney como Senador do Maranhão

Em maio de 1970, Sarney deixou o governo para ser candidato a senador.[38] AUDN e os demais partidos políticos haviam sido extintos peloAto Institucional n.° 2, em outubro de 1965, e foi implantado obipartidarismo. Formaram-se dois partidos: aAliança Renovadora Nacional (ARENA), o partido de apoio ao regime militar, e oMovimento Democrático Brasileiro (MDB), que reunia a oposição. Sarney inscreveu-se na ARENA e foi eleito senador pelo Maranhão em chapa que teve mais que o dobro dos votos dados a seus adversários.

Parece ter apoiado discretamente o senadorDaniel Krieger, da ARENA doRio Grande do Sul, quando este liderou um grupo de senadores contrários aoAto Institucional Número Cinco.[39] Com o Congresso Nacional ainda fechado por força do AI-5, o grupo enviou carta a Costa e Silva, criticando o Ato — carta que, Sarney, cautelosamente, não assinou.[nota 6] Alguns anos depois, já com o Congresso aberto, Sarney limitava-se a produzir discursos beletristas acerca da transitoriedade das coisas - incluindo o AI-5 e o próprio regime militar.[41][42]

Trabalhou no sentido de preparar o Senado Federal para novas tecnologias e nova forma de fazer política. Participou da criação do Instituto de Pesquisa e Assessoria do Congresso (IPEAC) e da informatização do Senado, no que seria o futuro Prodasen. Em dezembro de 1978, o senador José Sarney relatou a Emenda Constitucional n.°11,[43] que revogou todos os atos institucionais e complementares impostos pelos militares. Em seu parecer, Sarney advertia que o fim doAI-5 era apenas um início de jornada, e que não esgotava o processo político autoritário.

Eleição presidencial

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Ver artigo principal:Eleição presidencial no Brasil em 1985
Sarney e Tancredo se abraçam, ao redor de outros políticos que os aplaudem.
Sarney eTancredo Neves comemorando o resultado da eleição presidencial

Em janeiro de 1979, já reeleito para o Senado pelo Maranhão, José Sarney assume a presidência daARENA.[44] Em dezembro de 1979, extintos novamente os partidos políticos existentes e terminado o bipartidarismo, Sarney é o primeiro presidente doPartido Democrático Social (PDS). O programa do PDS, elaborado por Sarney,[45] refletia sua preocupação social, dominante desde o tempo da Bossa Nova. A abertura promovida porErnesto Geisel eGolbery do Couto e Silva avança no começo da década com a volta da eleição direta de governadores, em 1982. Em abril de 1984 aemenda propondo eleição direta para presidente da República, reivindicação do grande movimento dasDiretas Já, foi derrotada naCâmara dos Deputados.[46] No PDS a discussão sobre as eleições presidenciais de 1985 começaram prematuramente, com campanha agressiva dePaulo Maluf para ser indicado candidato do partido, que tinha maioria no Colégio Eleitoral. O presidente da República,João Figueiredo, aceita a proposta de Sarney de fazer prévias no partido, o que poderia viabilizar as candidaturas deMário Andreazza ouAureliano Chaves. Surpreendido por uma mudança da posição de Figueiredo, que, pressionado por Maluf, desautorizou as prévias, Sarney deixou o PDS em 11 de junho de 1984.[47] Em seguida, com outros dissidentes do partido, criou aFrente Liberal. Articulações políticas lideradas pelo governador de Minas, Tancredo Neves,Ulisses Guimarães, presidente do PMDB, Aureliano Chaves,Marco Maciel eAntônio Carlos Magalhães resultaram na formação da Aliança Democrática, que, unindo a Frente Liberal com o PMDB, inverteu as posições no Colégio Eleitoral. A chapa da Aliança Democrática formou-se com Tancredo Neves e José Sarney.[6] No dia 15 de janeiro de 1985 o Colégio Eleitoral se reuniu e elegeu a chapa Tancredo Neves/José Sarney por 480 votos contra 180 dados aPaulo Maluf/Flávio Marcílio.[48]

Presidência da República

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Ver artigo principal:Governo Sarney
Sarney toma posse como vice-presidente do Brasil em 15 de março de 1985 como presidente interino

Na semana da posse presidencial,Tancredo Neves apresentou quadro inflamatório com dores abdominais, diagnosticado como apendicite. Tancredo descartou qualquer internação ou intervenção cirúrgica antes da posse. Na noite do dia14 de março o agravamento do quadro clínico exigiu uma cirurgia de urgência. Duas correntes formaram-se sobre o quadro político: um grupo desejava que a presidência fosse assumida porUlysses Guimarães, então presidente da Câmara dos Deputados; outro grupo defendia a solução constitucional, que era a posse do vice-presidente, de acordo com o artigo 76 da Constituição. Sarney tomou posse como vice-presidente, assumindo aPresidência da República interinamente em 15 de março de 1985. O general Figueiredo, sinalizando para a história a ruptura institucional com o regime militar, não passa o cargo e a faixa presidencial a Sarney.

A saúde de Tancredo tornou-se uma tragédia com as sucessivas cirurgias e o quadro de infecção generalizada que acabaram por levá-lo a falecer. Com o falecimento de Tancredo no dia 21 de abril de 1985, Sarney assumiu oficialmente o cargo.[49] O processo que devia acontecer, segundo o plano da Aliança Democrática, sem traumas, iniciava-se com o trauma da doença e a sombra do desastre. O primeiro desafio de Sarney foi resgatar as esperanças. Sua estratégia foi legitimar-se pela ação. ÀsForças Armadas deu o espaço institucional que resgatou a ideia da volta aos quartéis como uma conquista. Aospartidos políticos na clandestinidade, deu o reconhecimento; àimprensa, a liberdade de expressão; aossindicatos, a liberdade de manifestação; convocou eleições e convocou a Constituinte. Retomou a ideia de uma política externa independente, abrindo o diálogo com aAmérica Latina, voltando-se para aArgentina. Na ação administrativa, abriu espaço para as questões até então marginalizadas: a reforma agrária, a cultura, a política urbana, o meio ambiente; avançou na desburocratização, criou na Fazenda a Secretaria do Tesouro o SIAFI, unificando o orçamento da União e acabando com a conta-movimento noBanco do Brasil.

Em 1985, no entanto, o combate econômico encontrava seu desafio na inflação e na recessão econômica herdadas do governo militar. A população tem expectativas de transformação da economia que não se alcançava com as políticas tradicionais. Sarney muda o ministro da Fazenda e, em fevereiro de 1986, lança oPlano Cruzado.

Plano Cruzado

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Apesar de um crescimento de 8,5% doPIB, ainflação persistia na entrada de 1986, provocando uma quebra da confiança, elemento essencial na política econômica. Recusando a receita recessiva convencional, Sarney autoriza o ministro do Planejamento,João Sayad, a promover uma saída heterodoxa. O economistaPérsio Arida é enviado a Israel para estudar os planos que ali haviam sido implantados. Em28 de fevereiro de 1986 Sarney lança oPlano Cruzado. Entre as medidas de maior destaque do Cruzado estavam o congelamento geral de preços por doze meses e a adoção do "gatilho salarial", isto é, o reajuste automático de salários sempre que a inflação atingisse ou ultrapassasse os 20%. Os economistas temiam que o plano tivesse caráter recessivo, e Sarney resolveu conceder um abono de 12% sobre o valor real dos salários. Houve uma explosão de consumo e a incorporação dos consumidores à ação de cidadania: eles passaram a fiscalizar os preços e a denunciar as remarcações, ficando conhecidos como "fiscais do Sarney". O novo ministro da Fazenda,Dilson Funaro, se tornou uma das figuras mais populares do país. Entretanto o congelamento, distorcendo as margens de lucro das empresas, levou ao desinvestimento e à queda de produção, o que resultou numa grave crise de abastecimento, na cobrança de ágio disseminada e finalmente na volta da inflação.

Moratória e novos planos econômicos

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Em novembro de 1986 foi lançado oPlano Cruzado II, que ainda não resolveu o problema dainflação. As reservas internacionais atingiram um nível crítico, levando a decretação de moratória unilateral em 20 de janeiro de 1987. A medida, reclamada por amplos setores políticos e sociais, foi surpreendentemente mal acolhida. Em abril de 1987 assumiu oMinistério da Fazenda o economistaLuiz Carlos Bresser Pereira, que lançou em junhonovo plano econômico, que levou seu nome e também teve sucesso moderado. O ano de 1988 iniciou com novo ministro da Fazenda,Maílson da Nóbrega, que adotou a política ‘feijão com arroz’, de condução pontual dos problemas econômicos. Em janeiro de 1989 lançou oPlano Verão. Inicialmente bem sucedido, o plano perdeu o controle da inflação. O combate à inflação acabou submetido ao processo de expectativas inflacionárias ligadas ao processo eleitoral, no que ficou conhecido como o ‘estelionato eleitoral’ (congelamento mantido até o dia das eleições) e, a partir da vitória deFernando Collor, aos planos do futuro governo.

No plano econômico, apesar da inflação (em geral acompanhada de correção monetária que evitava a corrosão dos salários), oGoverno Sarney alcançou resultados relevantes. A própria inflação, dolarizada, teve uma média anual de 17,3%, segundo estudo da Consultoria Tendências. O Brasil teve o 3º saldo exportador no mundo. Os resultados de balança de serviços, balança comercial e transações correntes só vieram a ser superados nogoverno Lula. A dívida externa caiu de 54% para 28% do PIB. O déficit primário de 2,58% do PIB em 1984 foi substituído por um superávit de 0,8% do PIB em 1989. O Brasil passou a ser a sétima economia mundial. O PIB, medido em dólares (variação cambial) cresceu 119%. O PIB per capita cresceu 99%. A média do índice dedesemprego foi de 3,89%, chegando a 2,16% durante oPlano Cruzado e 2,36% em fins de 1989.

Eleições e Constituinte

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Sarney assina a novaConstituição

Sarney notabilizou-se pela sua condução do processo deredemocratização do país. Ainda em 1985 foram legalizados os partidos políticos até então clandestinos, e o presidente recebeu noPalácio do Planalto líderes históricos da esquerda comoJoão Amazonas eGiocondo Dias. No fim do ano realizaram-se as primeiras eleições diretas para prefeito das capitais em vinte anos. Em junho, Sarney envia mensagem aoCongresso convocando umaAssembleia Nacional Constituinte, a ser composta por deputados e senadores que seriam eleitos em novembro de 1986 e pelos senadores no exercício do mandato. Resgatando a iniciativa deTancredo Neves, que havia convidadoAfonso Arinos para presidir uma comissão de alto nível encarregada de redigir um anteprojeto de constituição, nos moldes da que o chancelerAfrânio de Mello Franco, seu pai, havia presidido em1933, em setembro Sarney criou comissão especial para fornecer subsídios aos constituintes, composta por 50 membros. O anteprojeto não foi aproveitado por decisão deUlysses Guimarães. O sucesso doPlano Cruzado deu aoPMDB ampla vitória naseleições de 1986, elegendo governador em 22 dos 23 estados brasileiros. Em 1° de fevereiro de 1987, a Constituinte, formada por 559 congressistas e presidida pelo deputado Ulysses Guimarães, foi instalada. Anova Carta Constitucional, promulgada em 5 de outubro de 1988, tem uma excelente parte de direitos individuais, coletivos, sociais e difusos, mas uma estrutura do Estado confusa e com dificuldades de governabilidade. Sarney destacou essas características em discurso antes do segundo turno das votações, mas passada a votação, fez tudo para viabilizá-la, como primeira pessoa a fazer o juramento de segui-la. Ainda em 1988 ocorrerameleições municipais. Em 1989 foram realizadaseleições diretas para presidente da República — as primeiras em 29 anos. José Sarney foi sucedido na Presidência por Fernando Collor de Mello, que baseou sua campanha em ataques violentos a seu antecessor.

Secretaria do Tesouro e Siafi

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Manifestantes com faixa "Fora Sarney" em frente ao Congresso Nacional.

Durante o seu governo, Sarney criou aSecretaria do Tesouro Nacional, que absorveu as funções de execução orçamentária, até então a cargo de um departamento doBanco do Brasil. Foi extinta a conta movimento doBanco Central no Banco do Brasil, unificado o orçamento geral da União, com a inclusão de todas as despesas de natureza fiscal, inclusive as realizadas pelo Banco Central e pelo Banco do Brasil, como as operações de crédito rural. Foi criado oSistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal – Siafi, primeiro passo para a transparência das contas públicas no país.

Meios de comunicação como barganha política

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Durante seu governo, no qual teveAntonio Carlos Magalhães comoministro das Comunicações, foram distribuídos mais de milconcessões públicas de rádio e TV, basicamente comerciais e sem licitação.[50] No total, a administração Sarney distribuiu 1.028 concessões de emissoras de rádio (AM e FM) e de televisão (30,9% dos canais existentes na época)[51] - sendo que em apenas um mandato, José Sarney assinou um número de concessões superado apenas pela soma das permissões autorizadas por todos os presidentes brasileiros entre 1934 e 1979.[nota 7] A grande distribuição de concessões deradiodifusão foi uma política adotada em troca de apoio noCongresso,[52][53] inclusive para Sarney obter um ano a mais na presidência.[54][55] A própria família Sarney detém concessões do tipo por todo oMaranhão, além de jornais impressos.[56][57]

Política externa

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José Sarney comPelé eRonald Reagan,presidente dos Estados Unidos em uma cerimônia naCasa Branca, em1986

Com uma pauta que não abria controvérsias com suas bases partidárias, Sarney atuou com desenvoltura na política externa. Retomando a tradição de independência estabelecida desde oBarão do Rio Branco e mais especialmente por Afonso Arinos, o Brasil estendeu seu diálogo a todo o mundo, desvinculando-se das posições dosEstados Unidos. Em seu novo enfoque já em setembro de 1985, abrindo a 40.ªAssembleia Geral das Nações Unidas, denuncia o tratamento dado à dívida dos países pobres, especialmente daAmérica Latina: o problema em questão não era apenas econômico e financeiro, e a dívida não poderia ser paga com o sacrifício do povo.

Rompendo também com o crescente distanciamento e competição com aArgentina, Sarney buscou uma aproximação que teve ampla receptividade de parte deRaúl Alfonsín. A partir de um encontro em novembro de 1985, emFoz de Iguaçu, quando o presidente argentino quebrou o mito de queItaipu era uma arma contra seu país ao visitar a usina, Sarney e Alfonsín iniciaram um processo de entendimento e integração, ampliado com o apoio do presidenteJulio Maria Sanguinetti, doUruguai. A relação de confiança é selada com a visita de José Sarney à usina atômica de Pilcaniyeu e com a visita de Raúl Alfonsín à usina da Marinha em Aramar, encerrando a disputa nuclear e afirmando a exclusividade do uso pacífico da energia atômica. Os dois presidentes lançaram as bases do que seria concretizado comoMercosul, estabelecendo a cláusula democrática de que só seriam aceitos como membros países com pleno funcionamento de suas instituições.

Sarney dialogou ainda com os presidentes daVenezuela,Jaime Lusinchi eCarlos Andrés Pérez; daColômbia,Belisário Betancur eVirgilio Barco; doEquador,Rodrigo Borja Cevallos; do Peru,Alan Garcia; da Bolívia, Paz Estenssoro ePaz Zamora; do Paraguai,Andrés Rodriguez; e do México,Miguel De La Madrid. O Brasil se empenhou na formação do Grupo de Apoio a Contadora — depoisGrupo do Rio — que teve papel importante na solução dos conflitos na região do Caribe. Sarney também reatou relações comCuba, rompidas durante o regime militar.

José Sarney(à direita) recebe o então presidente dePortugalMário Soares, em 1988

As relações com os Estados Unidos foram marcadas pelos contenciosos comerciais e pela discordância sobre o tratamento dadívida externa do Brasil. Embora tenha estado pessoalmente com os presidentes americanosRonald Reagan e George Bush, predominou a tentativa americana de impor uma posição de força, com constrangimentos tais como o que estabeleceu sanções comerciais ao Brasil durante as comemorações deSete de Setembro. Sarney não se dobrou a estas pressões.

Com o chefe do Governo da Espanha,Felipe González, Sarney estabeleceu, além do intercâmbio diplomático, fortes relações pessoais. O processo de redemocratizaçãoespanhola, com ospactos de Moncloa, era um exemplo que tentava implantar no Brasil. Também comPortugal cria relações privilegiadas, ligando-se ao presidenteMário Soares. Sarney ainda lança as bases daComunidade dos Países de Língua Portuguesa, em reunião emSão Luís do Maranhão de que participam representantes de Brasil, Portugal,Angola,Moçambique,Cabo Verde,Guiné Bissau eSão Tomé e Príncipe.

Em retribuição à visita do presidenteFrançois Mitterrand, que foi o primeiro chefe de Estado europeu a visitar o Brasil redemocratizado, Sarney visita aFrança em 1988, e retorna em 1989, quando participa das celebrações dos 200 anos daRevolução Francesa. Sarney também visita aURSS, que vivia os anos deglasnost, abertura promovida porMikhail Gorbachev, e que se tornara importante parceira comercial. Também foi muito importante a visita àChina, quando Sarney encontra-se comDeng Xiaoping, inclusive pelos acordos de cooperação tecnológica, especial no lançamento de satélites.

Em 1986, Sarney visita Cabo Verde, onde condena mais uma vez oapartheid e defende a soberania e integridade territorial de Angola e a desmilitarização doAtlântico Sul. No mesmo ano recebe o bispoDesmond Tutu como parte de uma estratégia de aproximação com a oposição ao regime dePretória. Em várias oportunidades manifesta o apoio a Angola no seu conflito com aÁfrica do Sul, e, em 1989 visita o país, demonstrando a disposição brasileira de auxiliar na sua reconstrução.

Atentado

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Em 29 de setembro de 1988, o maranhenseRaimundo Nonato Alves da Conceição, então com 28 anos, sequestrou ovoo VASP 375 planejando atingir oPalácio do Planalto com a intenção de punir o então presidente da república, a quem atribuía a culpa pela perda de seu emprego e pela situação econômica do país. A operação não obteve êxito e após o avião pousar emGoiânia, Raimundo foi baleado por policiais federais, morrendo três dias depois.[58]

Senador pelo Amapá

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O então senador Sarney com opresidente da RússiaVladimir Putin em novembro de 2004

Em 1990, Sarney transferiu seu domicílio eleitoral para o recém-criado estado doAmapá, antigo território federal, candidatou-se e foi eleito senador no mesmo ano. Em seu mandato se destaca pela defesa da Área de Livre Comércio de Macapá e Santana, pelo projeto do Estatuto da Micro e Pequena Empresa e pelo projeto que garantiu a distribuição gratuita de medicamentos aos portadores deHIV, cujo pioneirismo teve repercussão internacional. Em 1995 foi eleito presidente do Senado, quando renovou a estrutura administrativa e colocou em dia o funcionamento legislativo, com pendências de vários anos. Criou também a estrutura de comunicações da casa, com rádio,televisão e jornal, tornando transparentes as atividades parlamentares. No ano seguinte, Sarney escolheu os representantes da sociedade civil no Conselho de Comunicação Social, criticada tanto pelo jornalistaAlberto Dines, do veículo jornalísticoObservatório da Imprensa, como pelos próprios líderes do senadoPedro Simon,Epitácio Cafeteira eJosé Eduardo Dutra.[59] Segundo o jornalista, Sarney havia indicado representantes de todos os interesses e corporações, menos dos destinatários da mídia.[60]

Em 1998, Sarney foi reeleito senador pelo Amapá. Entre outras medidas a favor do estado, defendeu a extensão dos benefícios doporto de Manaus. No ano seguinte apresentou o primeiro projeto de lei instituindocotas raciais. Sua proposta previa cota mínima de 20% para o preenchimento de vagas nos concursos a cargos públicos, nas instituições de ensino nos três níveis de governo — federal, estadual e municipal — e nos contratos doFundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies). O projeto foi aprovado no Senado, mas, anexado ao Estatuto da Igualdade Racial, desapareceu naCâmara dos Deputados. Foi, no entanto, o elemento que introduziu o uso de cotas nas instituições de ensino, que se tornaram um marco nas relações raciais no Brasil. Propôs também a criação da Política Nacional do Livro, a criação de um Fundo Nacional de Assistência à Vítimas de Violência, o Plano de Desenvolvimento Regional dos Municípios do Entorno do Parque do Tumucumaque, entre outros.

Da esquerda para direita: presidenteLuiz Inácio Lula da Silva e senador Sarney com os presidentesNéstor Kirchner eRaúl Alfonsín da Argentina, 2005

Em 2002 apoiou, discordando da posição doPMDB, a candidatura deLuiz Inácio Lula da Silva a presidente da República. Em 2003 foi novamente eleitopresidente do Senado Federal. Em 2006 foi eleito pela terceira vez senador pelo Amapá. Em 2009 e 2011 foi eleito pela terceira e pela quarta vez presidente do Senado. Em seguida à eleição de 2009, tendo contratado aFundação Getúlio Vargas para estudar a reforma administrativa da casa, foi descoberto que um grande número de atos administrativos não tinha sido publicado no BAP — Boletim Administrativo Eletrônico de Pessoal. Os atos foram chamados pela imprensa de “atos secretos”. Mais tarde foi constatado que muitos destes atos haviam sido publicados em outros meios, comoDiário Oficial. Dos atos que realmente não tinham sido publicados, 1,68% foram durante Presidência de Sarney. Foram propostas 11 representações contra Sarney no Conselho de Ética, todas rejeitadas liminarmente por estarem embasadas apenas em notícia do jornal e a jurisprudência doSTF recusar a abertura de processos com essa fundamentação. Suas últimas gestões têm se caracterizado por avanços administrativos e na transparência do Senado, com a criação de um Portal da Transparência, a ampliação da rede de comunicação, a instalação da Ouvidoria do Senado, entre outras iniciativas.

Aposentadoria

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Sarney durante entrevista em fevereiro de 2015

Desde o final do ano de 2013, rumores indicavam a vontade do senador e ex-presidente José Sarney de se aposentar da vida política e se dedicar exclusivamente à carreira literária. A decisão só foi confirmada por Sarney no dia 23 de junho de 2014 à presidenteDilma Rousseff, durante uma viagem para o Amapá. Conforme informações da analista política Cristiana Lôbo, a razão da aposentadoria seriam problemas de saúde de sua mulher, a ex-primeira-dama Marly Sarney. Mas a jornalista apurou, nos bastidores do Senado Federal, que o maranhense estava com receio de sofrer uma derrota nas urnas.[61] Ele ocupava o cargo de senador desde 1991, após deixar a presidência da República e transferir seu domicílio eleitoral para o Amapá.[62]

José Sarney eLuiz Inácio Lula da Silva em 2024.

No dia23 de junho de 2014, o senador José Sarney, por meio de sua assessoria, divulgou que não será candidato à reeleição. Na convenção estadual do PMDB-AP, no dia27 do mesmo mês, o ex-presidente chancelou sua desistência e declarou que "a política está muito desestimulante".[63][64]

José Sarney durante cerimônia especial doSenado Federal do Brasil, em comemoração dos 40 anos da Redemocratização do Brasil.

Carreira literária

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Ao lado de sua vida política, José Sarney desenvolveu uma extensa carreiraliterária, como autor decontos,crônicas,ensaios eromances. Criador do Suplemento Literário deO Imparcial, participou de um grupo de escritores e artistas que se reunia na Movelaria Guanabara, em São Luís. Nesta época — começo dadécada de 1950 — edita com Luiz Carlos de Bello Parga e Bandeira Tribuzzi a revista A Ilha, porta voz do pós-modernismo no Maranhão, e par de revistas lançadas por todo o Brasil. A influência dominante no grupo é de Bandeira Tribuzzi, que estudara em Portugal e de lá trouxera a apreciação deFernando Pessoa e dos poetas portugueses do segundo quarto doséculo XX. Sua colaboração esparsa lhe valeu a eleição precoce para aAcademia Maranhense, em 1952, aos 22 anos. No ano seguinte lança um estudo antropológico, Pesquisa sobre a Pesca de Curral, e logo depois o primeiro livro de poesia,A Canção Inicial. Com a intensa atividade política dos anos seguintes, só voltaria a publicar literatura depois de um longo intervalo, justamente, no entanto, quando vivia a efervescência do governo do Maranhão. Trata-se de um livro de contos,Norte das Águas, escrito com uma linguagem de grande riqueza vocabular e domínio formal, saudado em todo o Brasil. Em1978 voltou àpoesia, comOs Maribondos de Fogo. Depois de um intervalo em que publica um grande volume de discursos, retorna à literatura em 1995 com O Dono do Mar, romance em que renovaria as experiências formais de Norte das Águas, em um contexto de tempo múltiplo e forteerotismo. Em 2000 lança um novo romance,Saraminda, que o confirmaria como mestre do gênero, com uma escrita despojada e poética, ambientado na região fronteiriça entre o Amapá e aGuiana Francesa. Num terceiro romance,A Duquesa Vale uma Missa, de 2007, Sarney transfere o cenário literário para oeixo Rio-São Paulo. Sarney é autor de uma vasta colaboração na imprensa, onde se destaca a crônica semanal naFolha de S.Paulo, que retomada em 1991, publicou ininterruptamente durante mais de 20 anos. Estas crônicas foram recolhidas em oito volumes, e aAcademia Brasileira de Letras publicou uma antologia,Tempo de Pacotilha.

DeJoão Gaspar Simões, crítico literário português que foi o primeiro editor de Fernando Pessoa, sobreMaribondos de Fogo:

Com os olhos e os sentidos postos na terra doMaranhão, a sua terra, a terra da sua infância, eis como José Sarney imprime aos poemas que formam o seu livro, romanceadamente estruturado, algo que é parte integrante, já hoje, de uma tradição do lirismo brasílico, qual seja, a faculdade de o poeta do Brasil, ao contrário do de Portugal, preferir o que vê ao que sente e, no que sente, nunca deixar esquecer o que vê graças a essa ancestral forma narrativa, o romance ou rimance, maiscastelhana, afinal, do que portuguesa ougalego-portuguesa

José Sarney, quanto a nós, figura entre os poetas modernos do Brasil em cujo estro vemos o que de mais castiço se nos afigura de considerar numa maneira poética que principia a impor-se como legitimamente brasílica.

— João Gaspar Simões

O que José Sarney nos faz tão maravilhosamente ver é o duplo aspecto sobre o qual pode nos aparecer o mundo sobrenatural: muito distante no espaço ou muito distante no tempo. Frequentemente, disse e escrevi que para nós, modernos, a história faz as vezes da mitologia. Em seu livro, amitologia popular floresce em evocação do passado, relativamente próximo para os homens ignorantes da história, mas que, na pena do narrador, assume dimensões muito mais vastas e torna presente, para nós, a epopeia marítima da nação portuguesa inteira que se perpetua diante de nossos olhos, graças a Sarney, através da vida laboriosa de humildes pescadores dolitoral brasileiro

— Claude Levi-Strauss, criador do estruturalismo, sobreO Dono do Mar

A história, a lenda, odia-a-dia, o amor, afamília, a paixão desvairada, aguerra, o que está acontecendo e o que sucedeu séculos antes, aquilo que se sabe por ouvir dizer. De começo os tempos do romance são linhas paralelas, acontecidos diversos e distantes, mas no decorrer da narrativa essas linhas se aproximam e se misturam, fundindo-se na realidade de um tempo maior que contém o ontem e o hoje. Tarefa difícil que José Sarney resolveu na perfeição da arquitetura de seu romance. As histórias dos navios naufragados no passado, da canoa e da pescaria de Cristório. O romancista conhece, com um conhecimento vivido, a vida de seu povo e a história do mar do Maranhão.

— Jorge Amado, sobreO Dono do Mar

Sarney chegou ao Senado numa hora difícil, em 1971, quando as instituições sofriam o interregno dos atos de exceção. A matéria deste livro tem suas origens mergulhadas a partir de1964 no movimento que pretendeu renovar os costumes políticos do País. Desse regime não foi beneficiário, pois os mandatos que obteve a partir de 1965, como governador, e depois em dois mandatos de senador, lhe foram dados pelo voto livre do Maranhão. Mas Sarney, que teve funções de lideranças, não fugiu às suas responsabilidades seja para com a democracia da sua crença seja para o regime de exceção que estima estar sendo o veículo da modernização das instituições nacionais. A sua primeira fé — a democrática — expressa-se no próprio título dessa coletânea de discursos — “O Parlamento Necessário” — e a sua interpretação do papel do movimento de março aprofunda-se em que, a pretexto de identificar o formalismo jurídico da oposição, acentua a transitoriedade e a instrumentalidade dos atos de emergência mediante os quais os governos militares procuram balizar a marcha para a implantação do regime democrático. […] Estudioso das instituições parlamentares e dos partidos, Sarney aprofunda suas observações em dois discursos sobre modernização, assessoramento e função de umas e de outros. São peças importantes e que certamente influíram no que se fez no Congresso e do que se faz na recomposição dos quadros partidários. […] O Senador José Sarney está na metade do seu segundo mandato. Sua carreira está numa encruzilhada. Ele hesita entre o apelo dos romances por escrever, dos quadros por pintar, e da vida pública por continuar no nível a que o destino o conduziu. Sua opção, de homem de talento limitado politicamente apenas pelas contingências históricas da sua região, surgirá naturalmente, sem esforço, da própria trama da sua vida, tão rica e tão complexa. Naliteratura e napolítica ele está no ponto alto e, numa e na outra, horizonte se abre à sua frente.

— Carlos Castelo Branco, mais importante jornalista político da segunda metade doséculo XX no Brasil, sobreO Parlamento Necessário

Obras

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Incluem-se entre as principais obras do autor José Sarney:

  • A Canção Inicial (1952), poesia
  • A pesca do curral (ensaio), 1953
  • A canção inicial (poesia), 1954
  • Norte das águas (contos), 1969
  • Marimbondos de fogo (poesia), 1978
  • O parlamento necessário, 1982 (discursos, 2 volumes)
  • Falas de bem-querer, 1983 (discursos)
  • Dez contos escolhidos, 1985
  • Brejal dos Guajas e outras histórias, 1985
  • A palavra do presidente, 1985-1990 (discursos, 6 volumes)
  • Sexta-feira, Folha, 1994 (crônica)
  • O dono do mar (romance), 1995
  • Mercosul, o perigo está chegando, 1997 (geopolítica)
  • Amapá, a Terra onde o Brasil começa, 1998 (história)
  • A onda liberal na hora da verdade, 1999 (crônica)
  • Saraminda (romance), 2000
  • Saudades mortas (poesia), 2002
  • Canto de página, 2002 (crônica)
  • Crônicas do Brasil contemporâneo, 2004, 2 volumes
  • Tempo de pacotilha, 2004
  • 20 anos de democracia, 2005 (discursos, 2 volumes)
  • 20 anos do Plano Cruzado, 2006 (discursos)
  • Semana sim, outra também, 2006 (crônica)
  • A duquesa vale uma missa (romance), 2007
  • Maranhão - sonhos e realidades (romance), 2010
  • Galope à beira-mar: Casos e acasos da política e outras histórias (memórias), 2018

Academia Brasileira de Letras

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Marly Sarney, José Sarney e sua mãe Kyola, na cerimônia de posse na Academia Brasileira de Letras, em novembro de 1980.

Sarney foi eleito em 17 de julho de 1980 para ocupar a cadeira 38 daAcademia Brasileira de Letras, na sucessão deJosé Américo de Almeida, que tem como patrono o poetaTobias Barreto. Foi recebido em 6 de novembro de 1980 pelo acadêmicoJosué Montello, recebendo os acadêmicosMarcos Vinicios Vilaça eAffonso Arinos de Mello Franco. É o decano (o membro eleito há mais tempo) da agremiação. Também é presidente de Honra da Academia Pinheirense de Letras, Artes e Ciências – Aplac.

Montello, em seu discurso de recepção, proferiu:

Para quem alcançou na vida pública os cimos que já conquistastes, como deputado federal, como Governador do Maranhão, como senador da República, como presidente de um grande partido político, a glória da Academia poderia parecer um título a mais, para adorno ou enfeite da vossa biografia.

Ora, o primoroso discurso que acabais de proferir, e que este salão aplaudiu com as suas palmas efusivas, já é, por si mesmo, a resposta à minha pergunta. Acabastes de ser laureado na prova oral do ingresso na Academia. Sois incontestavelmente um escritor, por vocação e aplicação, com o perfeito sentido da palavra esteticamente concebida.[65]

Academia Maranhense de Letras

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Sarney foi eleito em 19 de março de 1952 para ocupar a cadeira 22 daAcademia Maranhense de Letras, na sucessão deCorreia da Silva, que tem como patrono o escritorHumberto de Campos. Foi recebido em 17 de junho de 1952 pelo acadêmico Professor Mata Roma, recebendo posteriormente a acadêmicaLucy Teixeira e os acadêmicosOdilo Costa Filho,Bernardo Almeida eJoaquim Campelo Marques. É o decano (o membro eleito há mais tempo) da agremiação. Também fora presidente da Academia de 11 de abril de 1966 a 31 de dezembro de 1969.[66]

Patrimônio

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A família de Sarney detém uma das maiores fortunas doMaranhão, com dezenas deimóveis emeios de comunicação. As propriedades mais ricas são uma fazenda naIlha de Curupu e uma mansão na Praia do Calhau, que Sarney incluiu em sua declaração bens quando se candidatou a senador peloAmapá, em 1990.[67]

Ex-jornalista dosDiários Associados, Sarney começou a construir seu império de comunicação durante aDitadura militar brasileira, quando adquiriu em 1973 o então Jornal do Dia, que transformou no atualO Estado do Maranhão.[68] O diário foi a base doSistema Mirante de Comunicação montado por Sarney, que seria ampliada nadécada de 1980 (sob sua própria gestão comopresidente da República) aTV Mirante (geradora, e atual retransmissora daRede Globo) e as rádios Mirante (AM eFM).[67] Os filhosFernando,Roseana eSarney Filho aparecem no cadastro do Ministério das Comunicações como sócios de dezenas emissoras de rádio ou de televisão no Maranhão.[56][69]

Controvérsias

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Separar controvérsias numa se(c)ção específica pode não ser a melhor maneira de se estruturar um artigo,especialmente se este for sobre umapessoa viva, pois pode gerarpeso indevido para pontos de vista negativos. Se possível,integre o conteúdo ao corpo do texto.

Envolvido na cena política do Brasil desde meados dadécada de 1950, Sarney é visto por diversos estudiosos e setores da sociedade brasileira como membro de umaoligarquia.[70][71] Durante seu mandato presidencial, o governo sofreu denúncias decorrupção, tendo o próprio presidente Sarney sido denunciado, embora as acusações não tenham sido investigadas peloCongresso Nacional. Foram citadas suspeitas desuperfaturamento e irregularidades emconcorrências públicas, como a dalicitação daFerrovia Norte-Sul, além de favorecimento nasconcessões públicas deradiodifusão em troca de apoio político - como para obter um ano a mais na presidência da república.[57][57]

Em 1988 a CPI da corrupção apontou o ex-presidente como um dos responsáveis do esquema, por ter liberado dinheiro de fundos controlados pela Presidência a municípios, sem critérios. Assim que a verba acabava, Sarney utilizava a chamada reserva de contingência e contava com a ajuda do ministro do Planejamento, Aníbal Teixeira.[72]

Em 2009 aPolícia Federal descobriu que Sarney usou jornal e TV para atacar grupo do rival políticoJackson Lago.[73]

José Sarney já foi alvo decríticas afiadas de alguns intelectuais, entre os quais se destacamPaulo Francis eMillôr Fernandes. A respeito deBrejal dos Guajas, Millôr disse que se tratava de "uma obra-prima sem similar na literatura de todos os tempos, pois só umgênio poderia fazer um livro errado da primeira à última frase".[74] Afirmou ainda que "em qualquer país civilizadoBrejal dos Guajas seria motivo paraimpeachment".

"Hashtag" Fora Sarney! (#forasarney)

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#forasarney[75] é uma expressão originada nas ruas, por movimentos sociais opostos à política do então Presidente da República, e sua utilização remonta pelo menos a julho de 1987, quando era escrita separadamente (Fora Sarney!).[76]

Em junho de 2009, a expressão foi retomada nainternet em forma de hashtag, que tornou-se ummeme virtual e que designa ummovimento social, cujos simpatizantes exigiam a saída do senadorJosé Sarney de suas funções noCongresso Nacional do Brasil após sequência de denúncias contra o parlamentar.[77]

Em 29 de junho, coordenado com um evento contra Sarney na capital de seu estado de origem (São Luís, noMaranhão), o volume de mensagens que continham ahashtag #forasarney superou a marca de dez mil mensagens por hora.[75]Em 30 de junho e 1 de julho, foram marcadas manifestações públicas em várias grandes cidades brasileiras que, apesar do apoio de celebridades e de partidos de esquerda, reuniram poucas pessoas[77] e, emFlorianópolis ePorto Alegre, nenhuma.[78] Num dos eventos, marcado em Brasília, a presença do humoristaDanilo Gentili — apoiador do movimento e colega de Bastos no programaCuste o que Custar — foi vetada por sua emissora, aBand.[79]

Após nova acusação contra Sarney, a respeito de desvio de verbas, no dia 15 de julho, alguns dentre os 5 800 usuários contra Sarney propuseramspamming às contas dee-mail dos senadores[80] como forma de atrair a atenção dos parlamentares para a causa.

A assessoria do senador José Sarney declarou, em reportagem, que "lamentava, mas respeitava" o movimento.[81]

Condecorações

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José Sarney foi agraciado com as seguintes condecorações:[82]

Ver também

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Notas e referências

Notas

  1. Assumiu interinamente a Presidência da República, na condição de vice-presidente, em 15 de março de 1985, em virtude do estado de saúde de Tancredo Neves. Devido à morte do presidente eleito, em 21 de abril, foi efetivado no cargo.[1]
  2. Tancredo Neves deve figurar na galeria dos Presidentes pelaLei nº 7.465, de 21 de abril de 1986, mas não é considerado antecessor no cargo, já que não o exerceu efetivamente.
  3. José Ribamar adotou o nome de "Sarney" oficialmente em 1965, em homenagem ao pai, Sarney de Araújo Costa,[3] mas, muito antes disso, ele já era conhecido como "Zé de Sarney", isto é, José, filho de Sarney, e desde 1958 vinha se utilizando do nome para fins eleitorais (v.CPDOC, verbete:SARNEY, José, por Sônia Dias e Renato Lemos). Já o nome do pai, Sarney, fora achado pelo avô paterno noAlmanaque de Bristol (v. D'Elboux, 2003).
  4. Quando criança, o filho de Kiola e Sarney de Araújo, seguindo o costume do Nordeste de associar o nome do filho ao do pai, era conhecido como José “do Sarney”.
  5. Dados extrapolados do site do Senado Federal.
  6. Assinaram a carta os senadoresGilberto Marinho,Daniel Krieger,Milton Campos,Carvalho Pinto,Eurico Resende, Manoel Villaça,Wilson Gonçalves, Aloisio de Carvalho Filho, Antonio Carlos Konder Reis,Ney Braga,Mem de Azambuja Sá ,Rui Palmeira,Teotônio Vilela,José Cândido Ferraz,Leandro Maciel,Vitorino Freire,Arnon de Melo,Clodomir Millet, José Guiomard,Valdemar Alcântara e Júlio Leite.[40]
  7. Ao longo desses 45 anos, haviam sido outorgados 1.483 canais de rádio e TV, ou 44,5% das emissoras que estavam no ar em 1989.[51]

Referências

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Bibliografia

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  • SARNEY, José,A onda liberal na hora da verdade, Editora Siciliano, 1999.
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Ligações externas

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25 (Junqueira Freire)
26 (Laurindo Rabelo)
27 (Maciel Monteiro)
28 (Manuel Antônio de Almeida)
29 (Martins Pena)
30 (Pardal Mallet)
Cadeiras 31 a 40
31 (Pedro Luís)
32 (Manuel de Araújo Porto-Alegre)
33 (Raul Pompeia)
34 (Sousa Caldas)
35 (Tavares Bastos)
36 (Teófilo Dias)
37 (Tomás António Gonzaga)
38 (Tobias Barreto)
39 (Visconde de Porto Seguro)
40 (Visconde do Rio Branco)
Lista de titulares
e períodos de governo
  1. Floriano Peixoto(1891)
  2. Manuel Vitorino(1894–98)
  3. Francisco Rosa e Silva(1898–02)
  4. Afonso Pena(1903–06)
  5. Nilo Peçanha(1906–09)
  6. Venceslau Brás(1910–14)
  7. Urbano Santos(1914–18)
  8. Delfim Moreira(1918–20)
  9. Bueno de Paiva(1920–22)
  10. Estácio Coimbra(1922–26)
  11. Melo Viana(1926–30)
  12. Nereu Ramos(1946–51)
  13. Café Filho(1951–54)
  14. João Goulart(1956–61)
  15. José Maria Alkmin(1964–67)
  16. Pedro Aleixo(1967–69)
  17. Augusto Rademaker(1969–74)
  18. Adalberto Pereira dos Santos(1974–79)
  19. Aureliano Chaves(1979–85)
  20. José Sarney(1985)
  21. Itamar Franco(1990–92)
  22. Marco Maciel(1995–03)
  23. José Alencar(2003–11)
  24. Michel Temer(2011–16)
  25. Hamilton Mourão(2019–23)
  26. Geraldo Alckmin(2023–presente)

Residência
Temas gerais
Presidentes do Brasil (1889–2025)
Lista de titulares
e períodos de governo
  1. Deodoro da Fonseca(1889–91)
  2. Floriano Peixoto(1891–94)
  3. Prudente de Morais(1894–98)
  4. Campos Sales(1898–02)
  5. Rodrigues Alves(1902–06)
  6. Afonso Pena(1906–09)
  7. Nilo Peçanha(1909–10)
  8. Hermes da Fonseca(1910–14)
  9. Venceslau Brás(1914–18)
  10. Delfim Moreira(1918–19)
  11. Epitácio Pessoa(1919–22)
  12. Artur Bernardes(1922–26)
  13. Washington Luís(1926–30)
  14. Getúlio Vargas(1930–45)
  15. José Linhares(1945–46)
  16. Eurico Gaspar Dutra(1946–51)
  17. Getúlio Vargas(1951–54)
  18. Café Filho(1954–55)
  19. Carlos Luz(1955)
  20. Nereu Ramos(1955–56)
  21. Juscelino Kubitschek(1956–61)
  22. Jânio Quadros(1961)
  23. Ranieri Mazzilli(1961)
  24. João Goulart(1961–64)
  25. Ranieri Mazzilli(1964)
  26. Castelo Branco(1964–67)
  27. Costa e Silva(1967–69)
  28. Emílio Garrastazu Médici(1969–74)
  29. Ernesto Geisel(1974–79)
  30. João Figueiredo(1979–85)
  31. José Sarney(1985–90)
  32. Fernando Collor(1990–92)
  33. Itamar Franco(1992–95)
  34. Fernando Henrique Cardoso(1995–03)
  35. Luiz Inácio Lula da Silva(2003–11)
  36. Dilma Rousseff(2011–16)
  37. Michel Temer(2016–19)
  38. Jair Bolsonaro(2019–23)
  39. Luiz Inácio Lula da Silva(2023–presente)

Bandeira do Presidente do Brasil.
Bandeira do Presidente do Brasil.
Sedes e residências
Temas gerais
BrasilPrimeiro reinado
(D. Pedro I)
Período regencial
BrasilSegundo reinado
(D. Pedro II)
BrasilRepública Velha
(1.ª República)
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(2.ª e3.ª Repúblicas)
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(4.ª República)
BrasilDitadura militar
(5.ª República)
BrasilNova República
(6.ª República)
Gabinete deJosé Sarney (1985–1990)
Vice-presidente
Nenhum (1985–1990)
Ministérios
Administração
Aluízio Alves (1985-1986)
Aeronáutica
Agricultura
Pedro Simon (1985-1986) •Iris Rezende (1986-1990)
Ciência e Tecnologia
Renato Archer (1985–1987) •Luiz Henrique da Silveira (1987–1988) •Luiz André Rico Vicente (1988) •Ralph Biasi (1988-1989) •Roberto Cardoso Alves (1989) •Décio Leal (1989)
Comunicações
Cultura
Desburocratização
Paulo Lustosa (1985-1986)
Desenvolvimento Agrário
Nélson de Figueiredo Ribeiro (1985–1986) •Dante de Oliveira (1986–1987) •Marcos Freire (1987) •Jader Barbalho (1987-1988) •Leopoldo Pacheco Bessone (1988-1989)
Educação
Marco Maciel (1985–1986) •Jorge Bornhausen (1986–1987) •Aloísio Guimarães Sotero (1987) •Hugo Napoleão do Rego Neto (1987–1989) •Carlos Corrêa de Menezes Sant'anna (1989–1990)
Exército
Fazenda
Francisco Dornelles (1985) •Dilson Funaro (1985–1987) •Luiz Carlos Bresser-Pereira (1987) •Maílson da Nóbrega (1987–1990)
Indústria e Comércio
Interior
Ronaldo Costa Couto (1985–1987) •Joaquim Francisco (1987) •João Alves Filho (1987–1990)
Justiça
Fernando Lyra (1985-1986) •Paulo Brossard (1986-1989) •Oscar Dias Correia (1989) •Saulo Ramos (1989-1990)
Marinha
Henrique Saboia (1985–1990)
Minas e Energia
Aureliano Chaves (1985–1988) •Iris Rezende (1988–1989) •Vicente Fialho (1989-1990)
Planejamento
João Sayad (1985–1987) •Aníbal Teixeira de Souza (1987–1988) •João Batista de Abreu (1988-1990)
Previdência Social
Waldir Pires (1985-1986) •Raphael de Almeida Magalhães (1986-1987) •Renato Archer (1987-1988) •Jader Barbalho (1988-1990)
Relações Exteriores
Olavo Setúbal (1985-1986) •Abreu Sodré (1986–1990)
Saúde
Carlos Corrêa de Menezes Sant'anna (1985–1986) •Roberto Santos (1986-1987) •Luiz Carlos Borges da Silveira (1987-1989) •Seigo Tsuzuki (1989-1990)
Trabalho
Almir Pazzianotto Pinto (1985–1988) •Erós Antônio de Almeida (1988) •Ronaldo Costa Couto (1988–1989) •Dorothea Werneck (1989–1990)
Transportes
Affonso Camargo Neto (1985-1986) •José Reinaldo Tavares (1986-1990)
Secretarias
(ligadas à
Presidência da
República)
Meio Ambiente
Flávio Rios Peixoto da Silveira (1985-1986) •Deni Lineu Schwartz (1986-1987) •Prisco Viana (1987-1988) •Ben-hur Luttembarck Batalha (1988–1989)
Órgãos
(ligados à
Presidência da
República)
Casa Civil
José Hugo Castelo Branco (1985–1986) •Marco Maciel (1986–1987) •Ronaldo Costa Couto (1987–1989) •Luís Roberto Andrade Ponte (1989–1990)
Consultoria Geral da República
Darci Bessone (1985) •Paulo Brossard (1985-1986) •Saulo Ramos (1986-1989) •Sebastião Baptista Affonso (1989) •Clóvis Ferro Costa (1989-1990)
Estado Maior das Forças Armadas
Gabinete Militar
Rubens Bayma Denys (1985–1990)
Gabinete de João Figueiredo (1979–1985) •Gabinete de Fernando Collor (1990–1992) →
1.ª geração
2.ª geração
3.ª geração
Membros daAcademia das Ciências de Lisboa — Classe de Letras
1.ª Secção — Literatura e
Estudos Literários
Efetivos
Correspondentes
2.ª Secção — Filologia e Linguística
Efetivos
Correspondentes
3.ª Secção — Filosofia, Psicologia
e Ciências da Educação
Efetivos
Correspondentes
4.ª Secção — História
Efetivos
Correspondentes
5.ª Secção — Direito
Efetivos
Correspondentes
6.ª Secção — Economia e Finanças
Efetivos
Correspondentes
7.ª Secção — Ciências
Sociais e Políticas
Efetivos
Correspondentes
8.ª Secção — Geografia e
Ordenamento do Território
Efetivos
Correspondentes
9.ª Secção — Comunicação e Artes
Efetivos
Correspondentes
Correspondentes estrangeiros
Arthur Lee-Francis AskinsPedro Manuel CátedraFrancisco Rico ManriqueAugustin RedondoFrançois TerréPatrick MastersonIevguéni TchélichevDaniel-Henri PageauxJulián Martín AbadHeliodoro Carpintero CapellKarim Aga KhanBeatrix HeintzeMongi BousninaDieter MessnerOlivier Jean BlanchardPaul KrugmanHipólito de la TorreThomas EarleRolf NagelLei Heong IokMaha Chakri SirindhornSultan bin Mohammad Al-QasimiGerhard DodererHervé HasquinJacques PaviotMarc Mayer OlivéPaolo FedeliChoi Wai HaoJosé Remesal RodríguezMasashi HayashidaMarie-Hélène PiwnikJosé Ângelo Cristóvão AngueiraJosé-Martinho Monteiro SantalhaXu YixingIsaac Alonso EstravisJürgen Schmidt-RadefeldtRolf KemmlerMichel ZinkDriss GuerraouiWu ZhiliangMarcelino Agis VillaverdeOlivier PellegrinoSylvie Deswarte-RosaFrançoise ChandernagorVito TanziNelsys Fusco ZambetoglirisJosé Luís Peset ReigHoracio Capel SáezRoberto VecchiMichel DupuisAllan WilliamsMarc FlandreauJames GalbraithEttore Finazzi-AgròNajat El Mekkaoui de FreitasLeandro Prados de la EscosuraNancy BermeoJosé Ramón MonteroRussell KingJordi Savall
PALOP e Timor-Leste:PepetelaCarlos LopesGermano AlmeidaGraça MachelInocência MataJosé Ramos-HortaMia CoutoJorge Luís M.A. FerrãoTeresa Maria Cruz e SilvaVirgílio CoelhoLourenço do RosárioManuel José Alves da RochaAntónio Correia e SilvaFátima RoqueBoaventura Silva CardosoVera Duarte PinaFrancisco Noa
Brasileiros:José SarneyMarcos VilaçaGilberto Mendonça TelesArnaldo NiskierArno WehlingEvanildo BecharaFernando Henrique CardosoAna Maria MachadoGeraldo Holanda CavalcantiDomício Proença FilhoJosé Carlos GentiliCelso Augusto Nunes da ConceiçãoRenato Galvão Flôres JúniorMerval PereiraDeonísio da SilvaAntônio Carlos SecchinMarco LucchesiAntônio TorresTarcízio Dinóa MedeirosCarlos Tasso de Saxe-Coburgo e BragançaRaquel NaveiraCarlos NejarAna Paula ArendtCarlos Francisco MouraJosé Paulo CavalcantiMaria Encarnação Beltrão SpositoRicardo CavaliereLaura de Mello e SouzaCelso Lafer
Eméritos
Supranumerários
Controle de autoridade
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