Pesquisadores argumentam que sons como o "f" e "v" não faziam parte da linguagem humana até que a agricultura apareceu durante a era neolítica. A agricultura, dizem eles, permitia que os humanos comessem alimentos moles, o que mudou a maneira como suas mandíbulas se desenvolveram ao longo da vida, que os tipos de sons que suas bocas eram capazes de produzir.[1]
A letra F tem suas origens na letra feníciawaw, cuja forma acredita-se que representaria um prego ou gancho. Este mesmo sinal do sistema de escrita fenício deu origem a outras letras do alfabeto latino, comoU,V,W eY. Supõe-se que a letrawaw correspondia a uma consoanteaproximante labiovelar sonora, representada no alfabeto fonético internacional por [w].
Os gregos do período arcaico adotaram uma variante dessa letra (à qual deram o nome dedigama) provavelmente para representar o mesmo som.
No alfabeto grego clássico, o digama já não era mais encontrado, tendo permanecido apenas o seu uso na representação do valor numérico 6.[2]
O digama voltaria a ser usado como letra pelosetruscos,[3] tendo a partir daí passado aosromanos, com os quais ganhou a forma que conhecemos hoje.[4]
Na pronúncia restaurada do latim clássico, considera-se que a letra F representava a consoante fricativa labiodental surda [f], o mesmo som representado atualmente por esta letra no português e em outras línguas românicas, como o espanhol, o francês e o italiano.