Eva Ekeblad (Estocolmo,10 de julho de1724 –Lidköping,15 de maio de1786) foi umaagrónoma,cientista econdessasueca.
Sua maior descoberta foi a extração de álcool e a possibilidade de se fazer farinha a partir de batatas (1746). Foi a primeira mulher membro daAcademia Real das Ciências da Suécia[1]. Foi preciso esperar até 1970 até que a próxima mulher fosse eleita para a Academia.[2]
Eva De la Gardie nasceu na propriedade do condeMagnus Julius De la Gardie (1668–1741), general e estadista sueco, em 1724. Sua mãe era Hedvig Catharina Lilje, socialite envolvida em várias camadas da política sueca. Eva era irmã do capitão Carl Julius De la Gardie e de Hedvig Catharina De la Gardie, muito ativa na política e na nobreza. Era tia deHans Axel von Fersen,nobre e militar sueco, célebre por sua profunda amizade com a rainha deFrança,Maria Antonieta[1][2].
Em 1740, Eva casou-se aos 16 anos com o conde Claes Claesson Ekeblad, membro da nobreza e da elite política da Suécia, tendo seis filhas e um filho[1][3]. Devido à ocasião do casamento, seu pai lhe deu propriedades, como oPalácio de Mariedal e o Castelo de Lindholmen, naGotalândia Ocidental. Seu marido já possuía a propriedade de Stola, bem como a grande residência da família emEstocolmo.
Com a frequente ausência do marido devido aos seus negócios, Eva era a responsável pela administração das propriedades, incluindo a tarefa de supervisionar os oficiais de justiça e presidir às assembleias de condado, das paróquias e das propriedades[1][2]. Normalmente era descrita como uma mulher intimidadora, temperamental e de grande autoridade. Justa com os camponeses e funcionários das propriedades da família, era contra qualquer tipo de abuso físico contra eles em troca de fidelidade e obediência, mas que não hesitava em agir no caso de injustiças ou conflitos[1].
Depois da morte do marido em 1771, ela deixou a cidade e foi para o interior. O Palácio de Mariedal e o Castelo de Lindholmen foram seus dotes de casamento, tendo sido o primeiro sua residência pessoal. Seu filho morava em Stola, ficando várias semanas fora devido aos negócios da família[2][1].
Em 1746, Eva escreveu àAcademia Real das Ciências da Suécia sobre suas descobertas referentes às batatas[1][2]. As batatas são originárias daAmérica do Sul e foram introduzidas na Suécia em1658, mas eram cultivadas em estufas e consumidas apenas pela aristocracia e pela realeza. O trabalho de Eva tornou a batata um alimento básico no país, o que também aumentou a oferta detrigo,centeio ecevada disponível para fazerpão, uma vez que as batatas são ricas emamido e poderiam ser usadas para fazer álcool ao invés dos grãos[2][1][4].
Eva também desenvolveu um método de branqueamento dealgodão comsabão em 1751. Ela também substituiu os perigosos agentes químicos dos cosméticos da época, pela flor da batata (1752)[4].
Em 1748, Eva se tornou a primeira mulher eleita para a Academia Real das Ciências da Suécia, mas não há registros de que ela tenha participado dos eventos e reuniões da mesma. Em 1751, a academia lhe ofereceu uma membresia honorária ou invés de completa, algo destinado apenas para homens[1].
Eva morou em Estocolmo por dois anos, onde tinha posição favorecida na corte e foi testemunha do nascimento do futuro rei da Suécia,Gustavo IV, tendo atendido a rainha como dama de companhia. Foi também governanta real do príncipe herdeiro. Porém, devido sua saúde fragilizada, Eva precisou retornar para o interior, ficando vários anos acamada. Seus últimos anos foram noPalácio de Mariedal, onde continuava a receber a aristocracia local, até sua morte em 15 de maio de1786[4].
Referências