| Informações principais | |
|---|---|
| EF | EF-262 |
| Sigla ou acrônimo | EFVM |
| Área de operação | Minas Gerais eEspírito Santo |
| Tempo de operação | 1904–Presente |
| Operadora | Vale S.A. |
| Interconexão Ferroviária | Ferrovia Centro Atlântica Linha do Centro (Estrada de Ferro Central do Brasil) |
| Portos Atendidos | Porto de Vitória Porto de Tubarão |
| Sede | Vitória,ES,Brasil |
| Website | site oficial |
| Especificações da ferrovia | |
| Extensão | 905 km (562 mi) |
| Bitola | bitola métrica 1 000 mm (3,28 ft) |
| Diagrama e/ou Mapa da ferrovia | |
AEstrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) é umaferroviabrasileira que interliga aRegião Metropolitana deVitória, noEspírito Santo, aBelo Horizonte, capital do estado deMinas Gerais — trecho daEF-262. Sua locação se iniciou no final do século XIX e tinha como objetivo inicial otransporte ferroviário de passageiros e escoar aprodução cafeeira doVale do Rio Doce e Espírito Santo, no entanto seu foco foi alterado em 1908, passando a visarItabira e escoar ominério de ferro extraído no município até os complexos portuários capixabas.[1][2]
A partir da construção da via férrea, estruturaram-se povoados que deram origem a novos municípios, tais comoCoronel Fabriciano e posteriormente aoVale do Aço, cujo crescimento industrial só foi possível pela existência da EFVM, que também passou a servir como forma de escoamento da produção das indústrias locais.[3] Em 1991, a ferrovia alcançou a capital mineira, após a construção de um novo ramal de ligação.[4][5] Ao longo dos anos, configurou-se como a única no Brasil a fornecer trens de passageiros com saídas diárias a longas distâncias.[1][2][6]

A construção da Estrada de Ferro Vitória a Minas se iniciou no final doséculo XIX e contribuiu para o aculturamento e dissolução dos nativos indígenas que habitavam a região, entre os quais se destacam osKrenak.[8] Foi criada mediante decreto-lei aprovado em fevereiro de 1902 e o primeiro trecho ferroviário, ligando as cidades deVitória e Natividade, foi inaugurado em 13 de maio de 1904, com um total de 30 quilômetros e tendo três paradas.[1][2]
O projeto inicial, liderado por Pedro Augusto Nolasco Pereira da Cunha eJoão Teixeira Soares, objetivava escoar a produçãocafeeira do Espírito Santo eVale do Rio Doce e alcançariaPeçanha, de onde a ferrovia seria estendida aDiamantina e entãoAraxá, ao ser feita uma conexão com aEstrada de Ferro Central do Brasil (EFCB). Em 1911, após a via férrea alcançar a atual região deNaque, a partir de onde seguiria o curso dorio Santo Antônio rumo ao centro-norte mineiro, o foco foi alterado paraItabira devido ao desenvolvimento da mineração em função da extração deminério de ferro no município.[1][2][9] Isso foi possível após a obra ser comprada por empresários ingleses, que também estavam a atuar em Itabira.[10] Questões como aPrimeira Guerra Mundial e agripe espanhola de 1918 atrasaram as obras, paralisadas emBelo Oriente em 1914, no entanto, em 1919 o projeto foi adquirido pelo empresário americanoPercival Farquhar.[10]
No começo da década de 1920, as construções foram retomadas e originaram a embrionária cidade deCoronel Fabriciano (primeiramente distrito de Melo Viana, pertencente aAntônio Dias) e posteriormente aoVale do Aço. O crescimento industrial da região só foi possível pela existência da ferrovia, que passou a servir como forma de escoamento da produção das indústrias locais, como aAperam South America (Timóteo) eUsiminas (Ipatinga).[2][3][11] O traçado da ferrovia alcançouNova Era e Itabira entre as décadas de 30 e 40.[12]

ASegunda Guerra Mundial também provocou atrasos nas obras e em 1942, foi criada aCompanhia Vale do Rio Doce (atual Vale S.A.), a partir dos chamados Acordos de Washington. O decreto determinou que aInglaterra cederia ao Brasil o controle das minas de ferro, osEstados Unidos se tornariam compradores do minério e auxiliariam na siderurgia e o Brasil ficaria responsável pela manutenção da EFVM, encarregado do transporte do minério para exportação.[1] Com isso, várias modificações foram feitas no traçado, como a remodelação do trecho entre Vitória eColatina, no Espírito Santo, e a introdução das primeiras locomotivas a diesel, na década de 1950. As máquinas novas substituíram toda a frota de locomotivas a vapor até a década de 60. Entre 1971 e 1977 a linha foi duplicada e a ferrovia, que terminava no Ramal de Nova Era, pertencente àEFCB, alcançou acapital mineira em 1991, após a construção de uma variante.[1][2]
| Estações: | 30 | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
| Comprimento: | 664 km | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
| Velocidade máx.: | 70 km/h (43,5 mph) | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
| Estado: | em serviço | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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A EFVM é uma ferrovia de bitola métrica (1 000 milímetros) e possui raio mínimo de curva de 195 metros e rampa máxima de 1,5%, o que permite uma velocidade máxima de 67 quilômetros por hora.[14] Apresenta a maior média de acidentes dentre as ferrovias brasileiras, seguida pelaFerroeste eEstrada de Ferro Carajás, no entanto os índices ainda são relativamente baixos em comparação a países comoEstados Unidos.[15] Com 905 quilômetros de extensão, é uma das mais modernas e produtivas ferrovias do Brasil, sendo administrada pelaVale S.A., antiga CVRD (Companhia Vale do Rio Doce).[6] As operações são paralisadas em caso de cheias dorio Doce e afluentes, devido ao transbordamento em trechos da via férrea.[16][17] Durante asenchentes de 1979, a maior da história da região, houve paralisação de 35 dias, bloqueando o transporte de passageiros e o escoamento da produção dominério de ferro proveniente deItabira.[18]
Além de ser utilizada para escoar o minério, a ferrovia também é usada para o transporte deaço,carvão,calcário,granito, contêineres,ferro-gusa, produtos agrícolas, madeira,celulose,combustíveis e cargas diversas, de Minas Gerais até o Complexo Portuário de Tubarão, ao Terminal de Vila Velha, ao Cais de Paul, Codesa e ao Porto de Barra do Riacho, em Aracruz, no Espírito Santo. Em 2014, era transportada uma média anual de mais de 110 milhões de toneladas de produtos,[19] que representava 40% da carga ferroviária brasileira.[20] As locomotivas utilizadas, incluindo os modelos usados após a década de 90, sãoEMD BB40-2,EMD DDM45,EMD GT26CUM,EMD G16,GE BB40-9WM e G-12 números 535, 551, 540 e 556.[21]
A maior parte dos produtos transportados pela EFVM tem como destino oPorto de Tubarão, onde está situado o único pátio ferroviário totalmente sinalizado daAmérica Latina, onde os vagões são classificados por gravidade. O Centro de Controle Operacional (CCO) permite a supervisão de todas as operações da ferrovia,[19] que em 2008 possuía cerca de 300 clientes.[22]
Ao começo da década de 2000, a então Companhia Vale do Rio Doce foi a responsável pela coordenação de projetos voltados às comunidades vizinhas a ferrovias,[19] destacando-se: o Educação nos Trilhos, implantado primeiro na Estrada de Ferro Carajás e em dezembro de 2003 na EFVM, em parceria com oCanal Futura, ministrando palestras relacionadas à saúde, educação e meio ambiente nas estações ferroviárias ou nos vagões durante as viagens;[23][24] o Projeto Olha o Trem, visando à segurança ao redor da ferrovia; além do Trem da Cidadania.[19]

A EFVM é uma das duas ferrovias brasileiras a manter o transporte contínuo de passageiros,[22] com cerca de 3 mil usuários diariamente, o que lhe confere certa importância turística.[6] Juntamente com aEstrada de Ferro Carajás (Pará–Maranhão), é uma das últimas ferrovias a realizarem este serviço em longa distância,[22] mantendo um total de 30 estações de embarque e desembarque em 42 municípios atendidos ao longo dos 664 quilômetros percorridos pelo trem de passageiros, transportando uma média de cerca de 1 milhão de passageiros ao ano, segundo informações de 2014.[6]
O trem cruza uma região com significativa quantidade de montanhas e rios e que tem como vegetação típica alternância entreMata Atlântica eCerrado, estando grande parte de sua extensão às margens dorio Doce, até chegar às praias capixabas.[20] Durante a alta temporada, o comboio é composto por: 2 locomotivas (G12 e G16), 1 grupo gerador, 1 carro comando, 1 carro lanchonete, 4 carros executivos e 13 carros de classe econômica. Na baixa temporada, a formação fica a cargo de 2 locomotivas (G12 e G16), 1 grupo gerador, 1 carro comando, 1 carro lanchonete, 4 carros de classe executiva e 7 carros de classe econômica.[21] Em agosto de 2014, os carros foram substituídos por uma nova frota, comprada naRomênia, que passou a contar com vagão para cadeirantes, ar-condicionado em todos os compartimentos e portas com abertura automática e sensor de presença.[20][25][26] Em 2019, a frota que faz o transporte de passageiros no ramal entreItabira e Nova Era também foi substituída em uma frota idêntica a frota do trecho principal.[27]
Descrição sucinta das diversas fases de pintadas das locomotivas da EFVM:[28]
