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Estilete (ou estilo) é o nome usada embotânica para designar o órgão, de comprimento variável, que liga oovário (parte inferior) aoestigma (parte superior) nogineceu dasflores. Do ponto de vistaanatómico, o estilete é o prolongamento superior daestrutura carpelar dopistilo.[1][2]
Embotânica, o estilete de umaflor dasangiospermas é o prolongamento doovário no final de qual se insere oestigma. O estilete não contémóvulos, estando estes restritos à região dogineceu denominadaovário. Anatomicamente o estilete é a parte docarpelo (ou dopistilo, quando considerado como unidade constitutiva dogineceu) que suporta oestigma.
O termo, na forma latinastilus, significando originalmentecaneta, foi introduzida na morfologia descritiva das plantas porCharles de l'Écluse. o famososClusius, e generalizada apos a adopção do termo porMarcellus Malpighi eJoachim Jungius.[3]
Um estilete, na acepção botânica do termo, só pode ocorrer como parte do carpelo emplantas com flor. Mesmo no caso decarpelos não fundidos (apocárpicos), a porção superior do carpelo, que não contémóvulos, pode ser considerada como um estilete, embora o termo estilete seja em geral apenas usado para carpelos fundidos (cenocárpicos). Dependendo de quanto os carpelos estão fundidos, vários estiletes podem estar presentes num mesmo gineceu. Podem ser parcialmente fundidos e formar ramificações de estiletes livres na extremidade superior (estilódios), ou podem ser fundidos num único estilete, na extremidade do qual existem tantos estigmas quanto carpelos, ou também podem ser apenas umtecido estigmático uniforme.
O estilete é formado por um tecido diferenciado chamado "tecido de transmissão", sujeito a ser degradado porenzimas secretadas pelotubo polínico, que cresce pelo estilete até alcançar o ovário. Embora tenha importância nareprodução dasAngiospermas, não está presente em algumas espécies.
O estilo emangiospermas pode ser sólido ou oco. Nas plantas com estilete oco, o tecido transmissor (onde crescem os tubos polínicos para realizar afecundação) é constituído por uma camada de células epidérmicas altamente diferenciadas que envolvem um canal oco (o chamadocanal estilar).
Os tubos polínicos crescem doestigma em direção ao ovário ao longo da superfície desse canal, geralmente através de uma fina camada demucilagem. Em plantas com estilos sólidos, por outro lado, as células epidérmicas estão intimamente fundidas e não deixam nenhum espaço entre elas. Os tubos polínicos, neste caso, crescem entre as células do tecido transmissor (como no caso dePetunia,[4]) ou através das paredes celulares (como emGossypium).[5]
O tecido de transmissão em estiletes sólidos inclui uma substância intercelular contendopectina, comparável àmucilagem encontrada no canal estilar de estiletes ocos.[6]Do ponto de vista da distribuição de ambos os tipos de estiletes entre as diferentes famílias de angiospermas, os estiletes sólidos são típicos daseudicotiledóneas e são raros nasmonocotiledóneas.[7][8]
Nasapiáceas, a base do estilete é engrossada e nectarífera, sendo denominadaestilopódio.
O estilete é uma extensão estreita e ascendente do ovário, conectando o ovário àspapilas estigmáticas. Pode estar ausente em algumas plantas, caso em que falamos de estigmaséssil. Os estiletes assemelham-se geralmente a tubos mais ou menos longos.[9] O estilete pode ser aberto (poucas ou nenhuma células ocupando a parte central), apresentando um canal central que pode ser preenchido pormucilagem. Caso contrário, o estilo pode ser fechado (completamente preenchido por células). A maioria das plantas pistilo-sincarpos (monocotiledóneas e algumaseudicotiledóneas) têm estiletes abertos, enquanto muitas eudicotiledóneas egramíneas têm estiletes fechados (completos), contendo tecidos secretores especializados, que conectam o estigma com o centro do ovário. Esses tecidos formam um cordão rico em nutrientes destinado a facilitar o crescimento dotubo polínico.[10]
Quando o pistilo é composto por várioscarpelos, cada um deles pode ter umestilódio (um pseudo-estilete) distinto, ou compartilhar um estilete comum. Nas espécies do géneroIris, e em muitas outras espécies da família dasIridaceae, o estilete é ramificado em três estruturas petaloides (semelhantes a pétalas), por vezes também designados porestilódios.[11] A ramificação ocorre quase na base do estilete, o qual por essa razão é dito sertribraquiado.[12]
Nesta última família, as Iridaceae, as ramificações do estilete são abas de tecido que emergem do tubo doperianto, logo acima de cadasépala. O estigma é um rebordo ou saliência na parte inferior da ramificação, perto da região terminal dos lóbulos.[13]
Estiletes ramificados também ocorrem nos génerosDietes,Pardanthopsis e na maior parte das espécies do géneroMoraea.[14]
Nas espécies do géneroCrocus, o estilete é divido em três «ramos», formando um tubo.[15] As plantas do géneroHesperantha apresentam um estilete profundamente ramificado. O estilete também pode ser lobado em vez de ramificado. As plantas do géneroGladiolus têm um estilete bilobado. Nos génerosFreesia,Lapeirousia,Romulea,Savannosiphon eWatsonia o estilete tem ramos bifurcados e curvos.[14][16]
Nasangiospérmicas, as papilas estigmáticas são as célulasepidérmicas doestigma. Durante a maturação dopistilo, as papilas estigmáticas expandem-se para formar células alongadas receptivas àpolinização. São o local de captura do grão depólen, onde este é hidratado, germina e produz otubo polínico que se alonga até alcançar oóvulo.[2]
A inserção no ovário pode serterminal (também designada porapical),subapical ,lateral,ginobásica ousubginobásica. Uma posição de estilete terminal (ou apical) refere-se a uma inserção no ápice do ovário; este é o tipo mais comum. No tipo subapical, o estilete está do lado um pouco abaixo do ápice. Um estilo lateral insere-se no lado do ovário e é encontrado nasRosaceae. O estilete ginobásico é fixado na base do ovário ou entre os lobos do ovário e é característico dasBoraginaceae. Estiletes sub-ginobásicos caracterizam espécies do géneroAllium.[17]
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Quando a flor exibe umdisco nectarífero epíginico, resultante de um espessamento da base dos estiletes, diz-se que apresenta umetilopódio (oustylopodium, literalmentepé-de-estilete). Essas estrutura nectaríferas são típicas dasUmbelliferae e persistentes sobre osfrutos, mesmo após a maturação.[18]
Osestilódios (stylodium) são ramificações do estilete,[19] Anatomicamente, sãoestigmas alongados que se assemelham a ramificações do estilete. Aparentam ser falsos estiletes, surgindo mesmo em situações em que ocorrempistilódios reduzidos com apenas os ramos (reduzidos) do estilete. Por vezes são simples prolongamentos carpelares, especialmente no caso de cada carpelo ter o seu estilete.[20]
Num gineceu apocárpico, em que os carpelos não são concrescenetes e onde cada um forma umpistilo independente, o número de estilódios corresponde ao número de carpelos. Por exemplo, o géneroRanunculus apresenta múltiplos estilódios e os membros da famíliaLeguminosae apenas um. Num gineceu sincárpico, em que os carpelos concrescem apenas na região do ovário, há dois ou mais estilódios como, por exemplo, nasCaryophyllaceae. Quando os carpelos se unem acima do ovário, forma-se um único estilete em vez de vários estilódios. A função do estilódio é a mesma do estilete.[20]
Otubo polínico cresce ao longo do estilete para atingir osóvulos, mas em alguns casosreações de auto-incompatibilidade no estilete impedem o crescimento completo do tubo polínico. Em algumas espécies, como por exemplo no géneroGasteria, o tubo polínico é direcionado para omicrópilo do óvulo pelo estilete.[21]
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