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Estado da Palestina

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
(Redirecionado deEstado Palestino)
 Nota: Para outros significados, vejaPalestina.
Estado da Palestina
دولة فلسطين
Dawlat Filasṭīn
Hino:Biladi
Localização do Estado da Palestina no Oriente Médio
Localização do Estado da Palestina noOriente Médio
CapitalJerusalém Oriental (disputada)
31°47'N 35°13'E

Ramala(Cisjordânia)
31°47′N 35°13′E

Gaza(Faixa de Gaza)
31°30'N 34°27'E
Maior cidadeGaza
Língua oficialárabe
Gentílicopalestiniano, palestino
GovernoDemocracia parlamentarista (de jure)[1]
República semipresidencialista (de facto)[1]
 • PresidenteMahmoud Abbas
 • Primeiro-ministroMohammad Mustafa
 • Presidente do ParlamentoAziz Dweik
População
 • Estimativa para 20235 483 450[2] hab. (121.º)
PIB (basePPC)Estimativa para 2023
 • TotalUS$ 36,391bilhões[3]
 • Per capitaUS$ 6,642[3]
IDH (2019)0,708 (115.º) – alto[4]
Fuso horário(UTC+1)
 • Verão (DST)(UTC+2)
Cód. Internet.ps
Cód. telef.+970
Estatuto:
Estado observador da ONU sobocupação israelense
Reconhecido por 146 estados membros da ONU
País no Oriente Médio

Palestina (emárabe:فلسطين,Filasṭīn), oficialmenteEstado da Palestina (emárabe:دولة فلسطين,Dawlat Filasṭīn),[5] é umEstado noOriente Médio, que reivindica soberania sobre osterritórios daCisjordânia e daFaixa de Gaza[6] e que designaJerusalém Oriental como sua capital, apesar de seu centro administrativo estar localizado na cidade deRamala. Asua independência foi declarada em 15 de novembro de 1988 pelaOrganização para a Libertação da Palestina (OLP) e por seugoverno no exílio emArgel, naArgélia. No entanto, a maioria das áreas reivindicadas pelospalestinosestão ocupadas porIsrael desde aGuerra dos Seis Dias, em 1967. Após a Segunda Guerra Mundial, em 1947, as Nações Unidas adotaram umPlano para Partilha da Palestina, recomendando a criação de dois estados árabe e judeu independentes, com uma Jerusalém internacionalizada. Em 1993, osAcordos de Oslo estabeleceram aAutoridade Nacional Palestina, que realiza a administração sociopolítica de áreas delimitadas dos territórios, enquanto oHamas controla aFaixa de Gaza.

Em outubro de 1974, a cúpula daLiga Árabe designou aOLP como o "único representante legítimo do povo palestino" e reafirmou "o seu direito de estabelecer um Estado independente com urgência".[7] Em novembro de 1974, a OLP foi reconhecida como competente em todos os aspectos referentes à questão Palestina e os palestinianos ganharam reconhecimento implícito de soberania pelaAssembleia Geral da ONU, que concedeu-lhe o estatuto de observador como uma "entidade não estatal" dentro da organização.[8][9] Depois da declaração de independência de 1988, a Assembleia Geral oficialmente "reconheceu" a proclamação e decidiu usar a designação "Palestina", ao invés de "Organização para a Libertação da Palestina".[10][11] Apesar desta decisão, a OLP não participa da ONU na qualidade de governo daPalestina.[12]

Em 1993, com osAcordos de Oslo, o governo israelense reconheceu a equipe negociadora da OLP como "representante do povo palestino", com a condição de que a OLP reconhecesse o direito do Estado de Israel de existir em paz, aceitasse as resoluções242 e 338 doConselho de Segurança da ONU e rejeitasse "a violência e oterrorismo".[13] Como resultado, em 1994 a OLP estabeleceu a administração territorial daAutoridade Nacional Palestina (ANP), que exerce algumas funções governamentais em partes daCisjordânia e daFaixa de Gaza.[14][15] Em 2007, oHamasassumiu o governo da Faixa de Gaza, o que dividiu os palestinos politicamente e territorialmente. OFatah, deMahmoud Abbas, ficou com o governo de grande parte da Cisjordânia, enquanto o Hamas obteve o controle da Faixa de Gaza.[16] Em abril de 2011, os partidos palestinos assinaram um acordo de reconciliação, mas sua implementação foi suspensa,[16] até que um governo de unidade foi formado no dia 2 de junho de 2014.[17]

Em 29 de novembro de 2012, aAssembleia Geral da ONU aprovou em uma votação a Resolução 67/19, que atualiza o estatuto da Palestina de uma "entidade observadora" para um "Estado observador não membro" dentro dosistema das Nações Unidas, o que foi descrito como o reconhecimentode facto da soberania da OLP sobre os territórios palestinos.[18][19][20][21] Em 17 de dezembro de 2012, a ONU declarou que "a designação de 'Estado da Palestina' será utilizada pelo secretariado em todos os documentos oficiais das Nações Unidas".[22] Em 27 de setembro de 2013, 137 dos 193países-membros das Nações Unidas reconheceram a existência do Estado da Palestina.[21][23][24][25] Muitos dos países que não reconheceram o Estado palestino, no entanto, reconhecem a OLP como "representante do povo palestino".[26]

Etimologia

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Palestina é uma denominação histórica da área geográfica que atualmente cobre oEstado de Israel, aCisjordânia e aFaixa de Gaza.[27] Até 1948, quando da fundação de Israel, Palestina era a denominação do mandato britânico, e antes disso já era a denominação da região durante a dominação doImpério Otomano, que durou mais de 800 anos.

O termo "Pelesete" (transliterados de hieroglifosP-r-s-t) foi encontrado em cinco inscrições que se referem a um povo ou terra vizinho dos egípcios a partir de1 150 a.C. durante a vigésimadinastia do Egito. A primeira menção conhecida foi encontrada no templo em Medinet Habu, que se refere aos Peleset entre os que lutaram com o Egito durante o reino deRamessés III.[28][29] Sete inscrições assírias se referem à região de "Palastu" ou "Pilistu", iniciando comAdadenirari III em800 a.C. e constando até em um tratado feito porAssaradão mais de um século depois.[30] Desta forma, o uso geral do termo "Palestina" para designar a região vem ocorrendo historicamente desde os tempos daGrécia Antiga, comHeródoto.[31][32]

História e Geografia

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Ver artigos principais:História da Palestina eGeografia do Estado da Palestina

Independência

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Ver artigo principal:Declaração de Independência da Palestina

Em 22 de novembro de 1974, a OLP obteve o estatuto de observador nas Nações Unidas (não de representante de um estado-membro), com direito de voz mas não de voto.[33] Após a Declaração de Independência, aAssembleia Geral das Nações Unidas reconheceu oficialmente a proclamação e passou a usar a denominação de "Palestina" em vez de "Organização para Libertação da Palestina" para se referir ao observador permanente palestino.[34][35][36] Apesar dessa decisão, a OLP não participa da ONU na qualidade degoverno do Estado da Palestina.

O Conselho Nacional da Palestina aprovou a Declaração de Independência em15 de novembro de1988, por 253 votos a favor, 46 votos contra e 10 abstenções. A declaração invocou oTratado de Lausanne (1923) e a resolução 181.SFR daAssembleia Geral das Nações Unidas para fundamentar a proclamação do "Estado da Palestina no nosso território palestiniano com a sua capital emJerusalém". Foi o esforço diplomático de maior sucesso no sentido da criar um Estado palestiniano, que todavia não tinha, na época, soberania sobre nenhum território - reivindicando aquele definido pelas fronteiras anteriores àGuerra dos Seis Dias e que permanecia sob ocupação israelense (Jerusalém inclusive).

Autoridade Nacional

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Ver artigo principal:Autoridade Nacional Palestiniana
Yitzhak Rabin eYasser Arafat dão as mãos, acompanhados porBill Clinton, quando ocorreu a assinatura dosAcordos de Oslo, em 13 de setembro de 1993.
Ver artigos principais:Autoridade Nacional Palestina eOrganização para a Libertação da Palestina

Em 1993, nosAcordos de paz de Oslo, Israel reconheceu a OLP como "representante do povo palestino", em troca do reconhecimento da existência de Israel pela OLP, bem como da aceitação dasresoluções do Conselho de Segurança n° 242 e n° 338[37] e da renúncia à "violência e ao terrorismo". Desde1994, aAutoridade Nacional Palestiniana é o ente estatal semiautônomo que governa nominalmente uma parte dos Territórios Palestinos.

Israel ainda manteve a ocupação daCisjordânia mas, como resultado dos acordos, passou a permitir que aAutoridade Nacional Palestina executasse algumas funções administrativas na Cisjordânia e, até daseleições de 2006, também naFaixa de Gaza.[38]

A partir de 2007, Israel impôs obloqueio à Faixa de Gaza (aéreo, marítimo,[39][40] e terrestre[41][42]).

Depois que oHamas venceu aseleições de 2006 eassumiu o controle da Faixa de Gaza, os territórios palestinos, que já haviam sido desconectados fisicamente, ficaram também divididos politicamente. OFatah deMahmoud Abbas ficou com a administração da Cisjordânia, sendo reconhecido internacionalmente como único representante daAutoridade Palestina. Em abril de2011, os doispartidos firmaram um acordo de reconciliação que todavia não foi implementado.[16]

Evolução doMandato da Palestina e dos Territórios Palestinos modernos
Propostas de 1916-22:As três propostas para a administração da Palestina após aPrimeira Guerra Mundial. A linha vermelha é a "Administração Internacional" proposta em 1916 noAcordo Sykes-Picot; a linha azul pontilhada foi proposta pelaOrganização Sionista Mundial durante aConferência de Paz de Paris em 1919 e a linha azul se refere às fronteiras finais doMandato Britânico da Palestina entre 1923-48.
Situação em 1947:Mandato da Palestina, mostrando em azul as áreas controladas porjudeus na Palestina em 1947, que constituíam 6% da área territorial do mandato, das quais mais da metade eram controladas pelo Fundo Nacional Judaico (FNJ) e pela Associação da Colonização Judaica da Palestina. A população de judeus cresceu de 83 790 pessoas em 1922 para 608 000 em 1946.
Proposta de 1947:Proposta doplano da ONU para a partilha da Palestina de 1947 (Assembleia Geral das Nações Unidas - Resolução 181 (II), 1947), antes daGuerra árabe-israelense de 1948. A proposta incluía ocorpus separatum deJerusalém, estradas extraterritoriais entre as áreas não contíguas e a consolidação deJafa como umaexclaveárabe.
Situação entre 1948-67:Ocupação da Cisjordânia pelaJordânia e ocupação daFaixa de Gaza peloEgito (observe a linha pontilhada entre os territórios palestinos e Jordânia/Egito) após aGuerra árabe-israelense de 1948, mostrando alinhas de armistício criadas em 1949 comIsrael (linha azul).
Situação atual:Em verde, a região restante que ainda é administrada pelaAutoridade Nacional Palestina (sobOslo 2). A linha azul demarca as fronteiras dos territórios controlados pelo governo israelense.

Demografia

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Ver também:Palestinos,Cisjordânia, eFaixa de Gaza
Gaza, a maior cidade dosterritórios palestinos

Em 2022, o Escritório Central de Estatísticas da Palestina estimou o número depalestinos em 14,3 milhões de pessoas, distribuídos da seguinte forma: 5,3 milhões nosterritórios palestinos (36,6%); 2 milhões (11,5%) emIsrael; 6 milhões empaíses árabes (46,2%) e mais de 600 mil em países estrangeiros (5,7%).[43]

De acordo com um artigo noThe Guardian (2008), os territórios palestinos têm uma das populações que mais crescem no mundo, com um crescimento de 30% na última década (2008). Havia 3,76 milhões de palestinos naCisjordânia, naFaixa de Gaza e emJerusalém Oriental, acima dos 2,89 milhões registrados 10 anos antes.[44]

De acordo com oUnited States Census Bureau, o crescimento da população palestina entre 1990 e 2008 em Gaza e na Cisjordânia foi de 106%, de 1,9 milhões (1990) para 3,9 milhões de pessoas.[45]

De acordo com a ONU (2010), a população palestina é de 4,4 milhões.[46] De acordo com estatísticas palestinas, adensidade populacional em 2009 era de 654 hab/km², sendo 433 hab/km² na Cisjordânia, incluindo Jerusalém, e 4 073 hab/km² na Faixa de Gaza. Em meados da década de 2009, a participação da população com menos de 15 anos de idade era de 41,9% e acima de 65 anos de 3%.[47]

Saúde

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De acordo com o Ministério da Saúde Palestino (MS), em 2017, havia 743 centros de saúde primários na Palestina (583 na Cisjordânia e 160 em Gaza) e 81 hospitais (51 na Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental, e 30 em Gaza).[48]

Operando sob os auspícios daOrganização Mundial da Saúde (OMS),[49] o Cluster de Saúde para o território palestino ocupado (oPt) foi estabelecido em 2009 e representa uma parceria de mais de 70 organizações não governamentais locais e internacionais e agências da ONU que fornecem uma estrutura para atores da saúde envolvidos na resposta humanitária para a oPt. O Cluster é copresidido pelo MS para garantir o alinhamento com as políticas e planos nacionais.[50] O relatório do Diretor-Geral da OMS de 1° de maio de 2019 descreve as condições do setor de saúde na oPt, identificando as prioridades estratégicas e os obstáculos atuais para sua realização,[51] de acordo com a estratégia de cooperação com o país para a OMS e o Território Palestino Ocupado 2017-2020.[52]

Educação

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A taxa de alfabetização da Palestina foi de 96,3%, de acordo com um relatório de 2014 doPrograma de Desenvolvimento das Nações Unidas, que é alto para os padrões internacionais. Há uma diferença de gênero na população acima de 15 anos, com 5,9% das mulheres consideradas analfabetas em comparação com 1,6% dos homens.[53] O analfabetismo entre as mulheres caiu de 20,3% em 1997 para menos de 6% em 2014.[53]

Religião

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93% dos palestinos são muçulmanos,[54] a grande maioria dos quais são seguidores do ramo sunita do Islã,[55] com uma pequena minoria de Ahmadiyya,[56] e 15% são muçulmanos não denominacionais.[57] Os cristãos palestinos representam uma minoria significativa de 6%, seguidos por comunidades religiosas muito menores, incluindo drusos e samaritanos.[58]

Governo

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Mahmoud Abbas,Presidente da Autoridade Nacional Palestina
Ver artigos principais:Organização para a Libertação da Palestina eAutoridade Nacional Palestina

O Estado da Palestina é composto pelas seguintes instituições que estão associadas com aOrganização para a Libertação da Palestina (OLP):

  • Presidente do Estado da Palestina[59] - nomeado pelo Conselho Central da Palestina;[60]
  • Conselho Nacional Palestina - alegislatura que estabeleceu o Estado da Palestina;
  • Comitê Executivo da Organização para a Libertação da Palestina - desempenha as funções de umgoverno no exílio,[61] com a manutenção de uma extensa rede de relações estrangeiras.

Estes devem ser distinguidos das seguintes instituições, que são associadas à Autoridade Nacional Palestina:Presidente da Autoridade Nacional Palestina e oConselho Legislativo da Palestina (CLP).

Divisões Administrativas

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Ver artigo principal:Territórios palestinianos

O Estado da Palestina é dividido em dezesseis territórios administrativos.

Divisão administrativaÁrea (km²)PopulaçãoDensidade (p/km²)Muhafaza ou capital
Jenim583311 231533,84Jenim
Tubas40264 719160,99Tubas
Tulcarém246182 053740,05Tulcarém
Nablus605380 961629,68Nablus
Calquília166110 800667,46Calquília
Salfit20470 727346,7Salfit
Ramala e al-Bireh855348 110407,14Ramala
Jericó59352 15487,94Jericó
Jerusalém345419 1081 214,8Jerusalém (de Jure, em disputa)
Belém659216 114927,94Belém
Hebrom997706 508708,63Hebrom
Gaza do Norte61362 7725 947,08Jabalia
Gaza74625 8248 457,08Gaza
Deir Al-Balah58264 4554 559,56Deir al-Balah
Khan Yunis108341 3933 161,04Khan Yunis
Rafá64225 5383 524,03Rafá

Segurança

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O Estado da Palestina possui várias forças de segurança, incluindo Força de Polícia Civil, Forças de Segurança Nacional e Serviços de Inteligência, com a função de manter a segurança e proteger os cidadãos palestinos e o Estado Palestino.[62][63]

Reconhecimento internacional

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Ver artigo principal:Reconhecimento internacional do Estado da Palestina

AAutoridade Nacional Palestiniana declara que ambiciona o estabelecimento de um Estado da Palestina, com um governo democrático e transparente na totalidade daCisjordânia,Faixa de Gaza eJerusalém Oriental, posição formalmente apoiada pelosEstados Unidos,União Europeia,UNASUL eLiga Árabe. Alguns países da União Europeia, como oReino Unido, mantêm relações com a Autoridade Nacional Palestiniana, desde osAcordos de paz de Oslo (1993). Entretanto, ao longo doconflito israelo-palestino, as reivindicações pela independência do Estado da Palestina têm sido ignoradas porIsrael,[carece de fontes?] mesmo após aretirada de Israel da Faixa de Gaza, em2005.

Resultado da votação para que a Palestina se torne um Estado observador daONU:
  A favor  Contra  Abstenções  Ausente  Não membros
Países que reconhecem o Estado da Palestina (em verde).Portugal é a única nação lusófona a não reconhecer a Palestina como estado soberano.

Em2010, o entãopresidente do BrasilLuiz Inácio Lula da Silva atendeu ao pedido de reconhecimento do presidente da Autoridade Nacional Palestina,Mahmoud Abbas.[64] Desde então, oBrasil reconhece a existência do Estado Palestino com asfronteiras de4 de junho de1967, anteriores àGuerra dos Seis Dias, que envolveu váriosestados árabes e Israel. Desde1975, o Brasil também reconhece aOrganização para a Libertação da Palestina (OLP) como a "legítima representante do povo palestino".

Até novembro de 2012, 132 (68%)[65] ou 133 (68,9%)[66] dos 193 estados membros das Nações Unidashaviam reconhecido o Estado da Palestina. Mesmo entre os países que ainda o reconhecem, muitos reconhecem a OLP como representante dopovo palestino.[67][68]

O Estado Palestino é reconhecido por quase todos os países domundo islâmico (com a exceção apenas daEritreia), além da grande maioria dos países daÁsia e daÁfrica, e de boa parte dos países daAmérica Latina e daEuropa Oriental. NaEuropa Ocidental, é reconhecido apenas pelaRepública de Malta e pelaIslândia.[69]

Em29 de novembro de2012, 65 anos depois da Resolução 181, que aprovou apartilha oficial da Palestina, aAssembleia Geral das Nações Unidas, numa votação histórica, reconheceu osterritórios palestinos -Cisjordânia,Gaza eJerusalém Oriental - como umEstado não membro da ONU,[70] comstatus político de observador, tal como oVaticano.[71] Para aprovar a resolução, eram necessários apenas 97 votos a favor. Afinal, votaram a favor 138 países, capitaneados, naEuropa, pelaFrança. Todos os países delíngua oficial portuguesa, ou seja, oBrasil,Angola,Portugal,Moçambique,Guiné-Bissau,Cabo Verde,São Tomé e Príncipe eTimor-Leste também votaram favoravelmente ao reconhecimento do Estado Palestino, que doravante poderá participar das reuniões da Organização como observador, sem direito a voto.

Com a mudança destatus, os palestinos poderão participar de agências dosistema ONU.[72] Além disso, a Palestina terá a possibilidade de recorrer aos organismos das Nações Unidas e àCorte Penal Internacional para protestar, pedir sanções internacionais ou mesmo solicitar uma intervenção militar contra aocupação do seu território por Israel.[73]

Em agosto de 2015, os representantes da Palestina na ONU apresentaram um projeto de resolução que permitiria que os países observadores não membros da Palestina e da Santa Sé levantassem suas bandeiras na sede das Nações Unidas. Inicialmente, os palestinos apresentaram sua iniciativa como um esforço conjunto com a Santa Sé, que a Santa Sé negou.[74] Há uma grande variedade de opiniões sobre o status do Estado da Palestina, tanto entre os estados da comunidade internacional quanto entre os juristas. Entretanto, essa existência, embora controversa, é uma realidade nas opiniões dos Estados que estabeleceram relações diplomáticas bilaterais.[75][76][77]

Em maio de 2024 81% dos países-membros da Assembleia Geral da ONU apoiaram a adesão do Estado Palestino à organização, da qual é membro observador desde 2012.[78] Na América Latina, há 19 países que reconheceram a existência do Estado palestino: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, República Dominicana, Equador, El Salvador, Guatemala, Haiti, Honduras, México, Nicarágua , Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela.[78]

O único país latino-americano que não reconhece o Estado palestino é o Panamá. Essa também foi a única nação da região a votar contra a obtenção do status de "Estado observador não-membro" pelos palestinos na ONU, em uma votação histórica que ocorreu no final de 2012.[78][79]

Em maio 2024 também, mais três paises europeus, Espanha, Irlanda e Noruega anunciaram a decisão de reconhecer a Palestina como Estado e esperam que outros países sigam o passo, diante do “perigo” que a solução de dois Estados enfrenta devido à guerra.[80] Em junho do mesmo ano foi a vez da Eslovênia, assim, até junho de 2024 o Estado da Palestina passa a ser reconhecido por 146 países dos 193 Estados-membros da ONU.[81]

Relações internacionais

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A representação do Estado da Palestina é realizada pela Organização para a Libertação da Palestina (OLP). Nos estados que reconhecem o Estado da Palestina, mantém embaixadas. A Organização para a Libertação da Palestina está representada em várias organizações internacionais como membro, associado ou observador. Por causa da inconclusão das fontes em alguns casos, é impossível distinguir se a participação é executada pela OLP como representante do Estado da Palestina, pela OLP como entidade não estatal ou pela ANP.[5]

Economia

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Turismo

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O turismo no território reivindicado pelo Estado da Palestina refere-se ao turismo em Jerusalém Oriental, Cisjordânia e Faixa de Gaza. Em 2010, 4,6 milhões de pessoas visitaram os territórios palestinos, em comparação com 2,6 milhões em 2009. Desse número, 2,2 milhões eram turistas estrangeiros, enquanto 2,7 milhões eram domésticos.[82] A maioria dos turistas vem por apenas algumas horas ou como parte de um roteiro de viagem de um dia. No último trimestre de 2012, mais de 150 000 hóspedes ficaram em hotéis na Cisjordânia; 40% eram europeus e 9% eram dos Estados Unidos e Canadá.[83] O guia de viagens Lonely Planet escreve que "a Cisjordânia não é o lugar mais fácil de se viajar, mas o esforço é ricamente recompensado".[84] Em 2013, a ministra do Turismo da Autoridade Palestina, Rula Ma'ay'a, afirmou que seu governo visa incentivar visitas à Palestina, mas a ocupação é o principal fator que impede o setor de turismo de se tornar uma importante fonte de renda para os palestinos.[85] Não há condições de visto impostas a cidadãos estrangeiros além das impostas pela política de vistos de Israel. O acesso a Jerusalém, Cisjordânia e Gaza é totalmente controlado pelo Governo de Israel. A entrada nos territórios palestinos ocupados requer apenas um passaporte internacional válido.[86]

Esportes

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O futebol é o esporte mais popular entre o povo palestino. O rugby também é um esporte popular. ASeleção Palestina de Futebol representa o país no futebol internacional.

Comunicações

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O Gabinete Central de Estatísticas Palestino (PCBS) e o Ministério de Telecomunicações e Tecnologia da Informação disseram que havia 4,2 milhões de assinantes de celular na Palestina, em comparação com 2,6 milhões no final de 2010, enquanto o número de assinantes de ADSL na Palestina aumentou para cerca de 363 mil em final de 2019 de 119 mil no mesmo período. 97% dos lares palestinos têm pelo menos uma linha de celular móvel, enquanto pelo menos um smartphone é propriedade de 86% dos lares (91% na Cisjordânia e 78% na Faixa de Gaza). Cerca de 80% das famílias palestinas têm acesso à Internet em suas casas e cerca de um terço tem um computador.[87] Em 12 de junho de 2020, o Banco Mundial aprovou uma doação de US$ 15 milhões para o Projeto Tecnologia para Jovens e Empregos (TechStart) com o objetivo de ajudar o setor palestino de TI a atualizar as capacidades das empresas e criar mais empregos de alta qualidade. Kanthan Shankar, Diretor do Banco Mundial para a Cisjordânia e Gaza disse: "O setor de TI tem o potencial de dar uma forte contribuição para o crescimento econômico. Pode oferecer oportunidades aos jovens palestinos, que constituem 30% da população e sofrem de desemprego agudo".[88]

Meios de comunicação

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Existem vários jornais, agências de notícias e estações de televisão por satélite no Estado da Palestina. As agências de notícias incluem Ma'an News Agency, Wafa, Palestine News Network e a televisão por satélite incluiAl-Aqsa TV, Al-Quds TV, Sanabel TV.

Abastecimento de água e saneamento

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O abastecimento de água e saneamento nos territórios palestinos são caracterizados por grave escassez de água e são altamente influenciados pela ocupação israelense. Os recursos hídricos da Palestina são totalmente controlados por Israel e a divisão das águas subterrâneas está sujeita às disposições do Acordo de Oslo II.

Geralmente, a qualidade da água é consideravelmente pior na faixa de Gaza em comparação com a Cisjordânia. Cerca de um terço a metade da água fornecida nos territórios palestinos se perde na rede de distribuição. O bloqueio duradouro da Faixa de Gaza e a Guerra de Gaza causaram graves danos à infraestrutura da Faixa de Gaza.[89][90] Com relação às águas residuais, as estações de tratamento existentes não têm capacidade para tratar todas as águas residuais produzidas, causando severa poluição da água.[91] O desenvolvimento do setor depende fortemente de financiamento externo.[92]

Ver também

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Referências

  1. ab«Is Israel a true democracy?» Jerusalem Post, LIOR AKERMAN, 15 DE MAIO DE 2014
  2. «Estimated Population in the Palestine Mid-Year by Governorate,1997-2026». Palestinian Central Bureau of Statistics. Consultado em 5 de fevereiro de 2024.Cópia arquivada em 7 de dezembro de 2022 
  3. ab«World Economic Outlook Database, October 2023 Edition. (Palestine)».IMF.org.International Monetary Fund. 10 de outubro de 2023. Consultado em 16 de outubro de 2023.Cópia arquivada em 23 de outubro de 2023 
  4. «Human Development Report 2019»(PDF) (em inglês). Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas. Consultado em 17 de dezembro de 2020 
  5. abBissio, Robert Remo, ed. (1995).The World: A Third World Guide 1995–96. Montevideo: Instituto del Tercer Mundo. p. 443.ISBN 978-0-85598-291-1 
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  7. al Madfai, Madiha Rashid (1993).Jordan, the United States and the Middle East Peace Process, 1974–1991. Col: Cambridge Middle East Library.28. [S.l.]:Cambridge University Press. p. 21.ISBN 978-0-521-41523-1 
  8. A/RES/3237(XXIX) A/RES/3237(XXIX)
  9. Geldenhuys, Deon (1990).Isolated States: A Comparative Analysis. Col: Cambridge Studies in International Relations.15. [S.l.]:Cambridge University Press. p. 155.ISBN 978-0-521-40268-2 
  10. A/RES/43/117 A/RES/43/117
  11. Hillier, Tim (1998).Sourcebook on Public International Law Cavendish Publishing sourcebook series ed. [S.l.]: Cavendish Publishing. 205 páginas.ISBN 978-1-84314-380-2. Consultado em 8 de junho de 2014 
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