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Ermelino Matarazzo | |
|---|---|
| Área | 8,7 km² |
| População | (44°) 112.333 hab.(2022) |
| Densidade | 137,06 hab/ha |
| Renda média | R$ 822,70 |
| IDH | 0,801 - (72°) |
| Subprefeitura | Ermelino Matarazzo |
| Região Administrativa | Leste |
| Área Geográfica | 3Nordeste |
Ermelino Matarazzo é umdistrito situado nazona leste domunicípio brasileiro deSão Paulo, capital doestado homônimo. Possui 112.333 habitantes, de acordo com as informações docenso demográfico de 2022,[1] sendo que 97,3% dessas pessoas trabalham fora do distrito.
O distrito faz divisa com o município deGuarulhos ao norte, com os distritos deVila Jacuí a leste,Ponte Rasa a sul, eCangaíba a oeste.
O nome do bairro foi dado em homenagem ao filho do CondeFrancesco Matarazzo, nascido emSorocaba,Ermelino Matarazzo, no ano de1883. Foi o sucessor de seu pai, mas faleceu precocemente em um acidente de automóvel, emBruzolo,Turim, em1920.
O distrito de Ermelino Matarazzo totaliza uma área de 8,70 km² e integra em seu território a "Macrozona de Proteção Ambiental" e a "Macrozona de Estruturação e Qualificação Urbana" deSão Paulo. Ainda dentro do território de Ermelino Matarazzo encontra-se a sub-bacia docórrego Mongaguá, da qual fazem parte os córregos Ponte Rasa, Franquinho e o próprio Mongaguá, que deságua noRio Tietê. É classificado pelo CRECI como "Zona de Valor E", assim como outros distritos da capital:Campo Limpo,Brasilândia eItaim Paulista.[2]

O desenvolvimento do bairro de Ermelino está ligado ao processo inicial decolonização do país desde oséculo XVI.
A região, à época, era ocupada pelos índiosguaianá das aldeias Ururaí que viviam à margem esquerda doRio Tietê, mas há registros de terras doadas por cartas de sesmarias aosbandeirantes que aos poucos foram invadindo as terras indígenas, datadas de 1580. As antigas terras eram chamadas de "Jaguaporeruba".
Em meados doséculo XVIII há referência ao Sítio Piraquara (Toca do Peixe em Tupi), no Testamento do Capitão Paulo da Fonseca, o mesmo sítio aparece no Testamento de Baltazar Veiga Bueno, em1739. No século seguinte, o sítio em questão, está em posse do Padre Manuel de Souza, assim, as várzeas doTietê, foram sendo ocupadas, surgindo a Chácara Quindarussu e a Chácara Itapegica.
Com o processo deindustrialização emSão Paulo, no início doséculo XX, as grandes chácaras e sítios foram vendidos em lotes, iniciando o fenômeno daurbanização que trouxe centenas de moradores à região, migrantes eimigrantes, principalmente, portugueses,italianos eespanhóis que buscavam oportunidades de trabalho nas indústrias do centro da cidade e moradia mais barata na região periférica.[3]
Por volta de1913, afamília Matarazzo compra terras na região que virá a ser chamada de Ermelino Matarazzo.[3]
Em1913, asIndústrias Matarazzo, sob o comando deFrancesco Matarazzo, compraram de diferentes proprietários, extensas terras que estavam sendo loteadas, dando um novo nome à região,Jardim Matarazzo.

Alguns anos depois, dá-se início à construção da Estrada de Rodagem São Paulo - Rio e a Estrada de Ferro Variante Poá, cujaestação levou o nome do primeiro filho brasileiro do Conde nascido no Brasil,Ermelino Matarazzo, pois a estrada de ferro atravessava as terras da família.[4]
As melhorias com o transporte fez com que os Matarazzo vendessem 10% dos lotes adquiridos no início do século, surgindo uma pequena vila em torno da nova estação. Somente em1946, asIndústrias Matarazzo se estabeleceram na região, implantando a IRFM -Indústrias Reunidas Francisco Matarazzo.
No entanto, o processo de industrialização durou pouco, naquele período, devido às indústrias preferirem os bairros próximos às rodovias, o que alterou radicalmente o perfil da região que passou a oferecer terrenos mais baratos, sem infraestrutura, recebendo uma grande massa de trabalhadoresnordestinos e, posteriormente,italianos, atraídos pela Indústria dafamília Matarazzo, surgindo um bairro predominantemente residencial.[3]

Posteriormente, com a construção da Rodovia dos Trabalhadores, atualRodovia Ayrton Senna, e com a proximidade doAeroporto Internacional de Cumbica, o bairro voltou a receber algumas indústrias, sobretudo químicas, que continuam funcionando na região. No entanto, segue aumentando o número de estabelecimentos comerciais e de serviço, refletindo a tendência àterceirização que ocorre por toda a cidade.[3]
A primeira vila a surgir foi oJardim Matarazzo. Após 1940, novos bairros surgiram, como segue:[5][6]
O distrito de Ermelino esteve subordinado àSão Miguel Paulista até o ano de 1959 quando foi desmembrado através da Lei nº 5285 de 18 de fevereiro de 1959.
Em 29 de novembro de 2010 foi sancionada a Lei Municipal 15.342, de autoria dopolítico Chico Macena, que estabeleceu a data oficial de 7 de fevereiro como o dia de fundação de Ermelino Matarazzo, constando calendário municipal da cidade.
Entre as conquistas estão aUSP Leste, aFatec, aUNIFESP, entre muitos outros.[7]
Predominam como atividade econômica da região o comércio e os serviços, concentrados sobretudo nasavenidas São Miguel, Boturussu, Paranaguá e Olavo Egídio de Sousa Aranha, e na rua Prof. Antônio de Castro Lopes, entre outras.

O distrito é servido pelaLinha 12 do Trem Metropolitano de São Paulo e possui duas estações,USP Leste eComendador Ermelino. Abriga oParque Ecológico do Tietê, além da EACH - USP Leste, aEscola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo, inaugurada em2005.[4][3]
O bairro é conhecido pelas diversas mobilizações sociais, vinculadas àParóquia São Francisco de Assis, com o religioso e líder comunitárioPadre Antônio Luís Marchioni (Padre Ticão).

O distrito de Ermelino Matarazzo caracteriza-se por uma região relativamente carente da cidade (embora comIDH considerado muito elevado, acima de 0,800), mas com grande potencial de crescimento, principalmente devido ao estabelecimento em2005 daEscola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo e à proximidade doAeroporto Internacional de Guarulhos.
A principal carência da região é a de empregos, 97% da população (censo2010) não trabalha no distrito, o que faz com que haja grande necessidade de locomoção por parte desses trabalhadores, e deem ao bairro o aspecto delocalidade-dormitório.
Em termos de educação, as maiores necessidades são a decreches e de escolas deensino médio, cuja demanda pode chegar à 6000 vagas.

Em termos de saúde, embora a rede primária esteja em número suficiente,[9] a população reivindica cobertura de especialidades comoodontologia,psiquiatria,fonoaudiologia, entre outros. Também se faz necessária a ampliação do Hospital Ermelino Matarazzo, pois o mesmo atualmente atende grande parte da demanda dazona leste.
Quanto ao saneamento básico, 99,7% dos domicílios são conectados àrede pública de abastecimento de água. Quanto à rede de esgoto, apesar de cerca de 90% dos domicílios estarem conectados, somente 26% recebe tratamento. O restante é lançado nos córregos da região, sobretudo nas áreas do Jardim Keralux, nafavela Mungo Parke no Córrego Ponte Rasa. Deve se considerar ainda que muitas das ocupações ilegais da região estão sobre áreasnon aedificandi, que necessitariam ser removidas a fim de não prejudicar o sistema hídrico.
Outros pontos a serem observados incluem um aumento das conexões entre o bairro e oParque Ecológico do Tietê e a instalação detransporte público que faz a conexão direta entre este distrito e o distrito daPonte Rasa.
Apesar de todos os problemas, um aspecto da região que pode ser exaltado se refere aomovimento cultural intenso. Vários grupos civis, formais e informais, se organizam no bairro a fim de suprirem a carência da população com relação ao conteúdo cultural e artístico, que muitas vezes se concentram no centro da cidade. Grupos como "Periferia Invisível" , "Tenda Literária", "Os Mesquiteiros", "Grupo do Balaio", "Núcleo Filó", "Cultura ZL", "MQG", "La Escada", entre outros, tem promovido uma articulação cultural no bairro há alguns anos, transformando o bairro em um grande centro decultura, com enorme potencial de crescimento.
