O período imperial prolongou-se por cerca de 500 anos. Os primeiros dois séculos foram marcados por um período de prosperidade e estabilidade política sem precedentes denominadoPax Romana. Na sequência da vitória de Augusto e da posterior anexação doEgito, a dimensão do império aumentou consideravelmente. Após oassassinato deCalígula em41 d.C., o senado considerou restaurar a república, o que levou aguarda pretoriana a proclamarCláudio imperador. Durante este período, assistiu-se ao maior alargamento do império desde a época de Augusto. Após o suicídio deNero em 68, teve início um breveperíodo de guerra civil, durante o qual foram proclamados imperadores quatro generais. Em 69,Vespasiano triunfou sobre os restantes, estabelecendo adinastia flaviana. O seu filho,Tito, inaugurou oColiseu de Roma, pouco após aerupção do Vesúvio. Após o assassinato deDomiciano, o senado nomeou o primeiro doscinco bons imperadores, período durante o qual o império atingiu o seu apogeu territorial no reinado deTrajano.
O assassinato deCómodo em 192 desencadeou um período de conflito e declínio denominadoano dos cinco imperadores, do qualSeptímio Severo saiu triunfante. O assassinato deAlexandre Severo, em 235, levou àcrise do terceiro século, durante a qual o senado proclamou 26 imperadores ao longo de cinquenta anos. A imposição de umaTetrarquia proporcionou um breve período de estabilidade, embora no final tenha desencadeado uma guerra civil que só terminou com o triunfo deConstantino em relação aos rivais. Agora único governante do império, Constantino mudou a capital paraBizâncio, rebatizadaConstantinopla em sua honra, a qual permaneceu capital dooriente até 1453. Constantino também adotou ocristianismo, que mais tarde se tornaria a religião oficial do império. A seguir à morte deTeodósio, o domínio imperial entrou em declínio como consequência de abusos de poder, guerras civis, migrações e invasões bárbaras, reformas militares e depressão económica. A deposição deRómulo Augusto porOdoacro é o evento geralmente aceite para assinalar o fim doimpério ocidental. No entanto, oImpério Romano do Oriente prolongou-se por mais um milénio, tendo sidoconquistado pelo Império Otomano em 1453.
O Império Romano foi uma das mais fortes potências económicas, políticas e militares do seu tempo. Foi o maior império daantiguidade Clássica e um dosmaiores da História. No apogeu da sua extensão territorial exercia autoridade sobre mais de cinco milhões de quilómetros quadrados e uma população de mais de 70 milhões de pessoas, à época 21% da população mundial. A longevidade e extensão do império proporcionaram uma vasta influência na língua, cultura, religião, técnicas, arquitetura,filosofia, lei e formas de governo dos estados que lhe sucederam. Ao longo daIdade Média, foram feitas diversas tentativas de estabelecer sucessores do Império Romano, entre as quais oImpério Latino e oSacro Império Romano-Germânico. Aexpansão colonial europeia, entre os séculos XV e XX, difundiu a cultura romana a uma escala mundial, desempenhando um papel significativo na construção do mundo contemporâneo.
A expansão romana teve início noséculo VI a.C., pouco após a fundação darepública. No entanto, só noséculo III a.C. é que Roma iniciou aanexação deprovíncias fora dapenínsula Itálica, quatro séculos antes de alcançar a sua maior extensão territorial e, nesse sentido, constituía já um "império", apesar de ainda ser governado enquanto república.[12][13][14] A República Romana não era um estado-nação no sentido contemporâneo do termo, mas antes uma rede de cidades, cada uma com diferente grau de autonomia em relação aosenado romano. As províncias republicanas eram administradas por antigoscônsules epretores, eleitos para um mandato de um ano.[15] O poder militar dos cônsules tinha como base a noção jurídica deimperium, ou comando militar.[16] Ocasionalmente, os cônsules bem-sucedidos eram agraciados com o títuloimperator (comandante), o qual está na origem do termo "imperador".[17]
Augusto, o primeiro imperador, naestátua da Prima Porta. O imperador era a máxima autoridade política e religiosa do império
A partir do final doséculo II a.C., ao mesmo tempo que Roma vivia uma série de conflitos internos, conspirações e guerras civis, a sua influência alargou-se para além de Itália. Oséculo I a.C. foi um período de instabilidade, marcado pordiversas revoltas políticas e militares que abriram caminho para a implementação de um regime imperial.[18][19][20] Em44 a.C.,Júlio César foi aclamadoditador perpétuo antes deser assassinado.[21] No ano seguinte,Otávio (futuro Augusto), sobrinho-neto e filho adotivo de César e um dos mais destacados generais republicanos, tornou-se um dos três membros doSegundo Triunvirato — uma aliança política comLépido eMarco António.[22] A divisão do império entre António e Otávio foi efémera. As tensões entre ambos no período que se seguiu àBatalha de Filipos (42 a.C.) levaram à dissolução do triunvirato em32 a.C. e ao confronto naBatalha de Áccio (31 a.C.), da qual Marco António e a rainhaCleópatra saíram derrotados. O subsequenteconfronto emAlexandria (30 a.C.) proporcionou a anexação doReino Ptolemaico por Otávio.[21]
Em27 a.C., oSenado e Povo de Roma proclamaram Otavianopríncipe (emlatim:princeps;romaniz.:lit. "primeiro [cidadão]") comimperiumproconsular e o títuloAugusto (emlatim:augustus; lit. "o venerado"). Este evento assinala o início doPrincipado, a primeira época do período imperial entre27 a.C. e284 d.C.. O governo de Augusto pôs fim a um século de guerra civil, dando início a uma época sem precedentes de estabilidade social, prosperidade económica ePax Romana ("paz romana"), que se prolongou durante os dois séculos seguintes. As revoltas nas províncias eram pouco frequentes e rapidamente controladas.[23] Sendo agora o único governador de Roma, Augusto iniciou uma série de reformas militares, políticas e económicas em larga escala. Osenado atribuiu-lhe o poder de nomear os próprios senadores e autoridade sobre os governadores de província, criandode facto o cargo que mais tarde seria denominadoimperador.[24]
Diocleciano(r. 284–305) renunciou ao papel de príncipe e adotou o títulodomine (mestre ou lorde), marcando a transição doprincipado para odominato — um estado demonarquia absoluta que se prolongaria desde 284 até à queda doImpério Romano do Ocidente em 476.[26] Diocleciano impediu o colapso do império, embora o seu reinado tenha sido marcado pelaperseguição ao cristianismo. Durante o seu reinado, o império foi dividido numaTetrarquia de quatro regiões, cada uma governada por um imperador distinto.[27] Em 313, a tetrarquia entrou em colapso. Após uma série deguerras de sucessão,Constantino(r. 306–337) emergiu como único imperador e o primeiro a converter-se ao cristianismo, estabelecendoConstantinopla como capital do Império do Oriente. Ao longo dasdinastias constantina e valentiniana, o império encontrava-se dividido numa metade ocidental e outra oriental, sendo o poder partilhado por Roma e por Constantinopla. A sucessão de imperadores cristãos foi brevemente interrompida porJuliano(r. 361–363), que tentou restaurar as religiões romana ehelenística.Teodósio(r. 378–395), o último imperador a governar o império oriental e ocidental, morreu em 395, após ter decretado o cristianismo areligião oficial do império.[28]
A partir do início doséculo V o Império Romano começou a fragmentar-se, uma vez que o elevado número demigrações dos povos germânicos era superior à capacidade do império em assimilar os migrantes. Embora o exército romano fosse eficaz a repelir os invasores, o mais notável dos quaisÁtila, o Huno(r. 434–453), o império tinha assimilado de tal formapovos germânicos com lealdade duvidosa a Roma que o império se começou a desmembrar a partir de si próprio. A maior parte dos historiadores data aQueda do Império Romano do Ocidente em 476, ano em queRómulo Augusto(r. 475–476) foi deposto pelolíder héruloOdoacro(r. 476–493).[29] No entanto, em vez de assumir para si o título de imperador, Odoacro submeteu-se ao domínio do Império Romano do Oriente, terminando assim a linha de imperadores ocidentais. Ao longo do século seguinte, o império oriental, conhecido atualmente comoImpério Bizantino,[nt 4] foi perdendo progressivamente o domínio da parte ocidental. O Império Bizantino terminou em 1453, com a morte deConstantino XI(r. 1449–1453) e aconquista de Constantinopla peloImpério Otomano.[30]
O Império Romano foium dos maiores da História e dominava uma extensão territorial contínua ao longo daEuropa,Norte de África eMédio Oriente,[31] desde amuralha de Adriano na chuvosaInglaterra até às margens soalheiras dorio Eufrates naSíria, desde as planícies férteis da Europa Central até às luxuriantes margens dovale do Nilo no Egito.[32] A noção deimperium sine fine ("império sem fim") manifestava a ideologia romana de que o seu império não era limitado no espaço e no tempo.[33] A maior parte daexpansão romana ocorreu durante arepública, embora algumas partes do norte e centro da Europa tenham sido conquistadas noséculo I d.C., período que corresponde à consolidação do poder romano nas províncias.[34] ARes Gestae, narrativa das conquistas de Augusto, destacava o número de povos eregiões do império.[35] A administração imperial realizava frequentementecensos e mantinha registos geográficos meticulosos.[36]
Amuralha de Adriano no norte deInglaterra, que dividia o império romano da constante ameaça dosbárbaros, é o principal testemunho sobrevivente da política de consolidação do território e controlo de fronteiras.[37]
O império atingiu a sua maior extensão territorial durante o reinado deTrajano(r. 98–117),[38] correspondente a uma área de cerca de cinco milhões de quilómetros quadrados e atualmente repartida por quarenta países.[39] A população deste período é tradicionalmente estimada entre 55 e 60 milhões de habitantes,[32] o que correspondia a entre 1/6 e 1/4 da população mundial[40] e à maior população de qualquer unidade política do Ocidente até meados doséculo XIX.[41] No entanto, estudos mais recentes têm estimado um pico demográfico entre 70 e 100 milhões de habitantes.[42] Cada uma das três maiores cidades do império — Roma,Alexandria eAntioquia — tinham o dobro do tamanho de qualquer cidade europeia durante o início doséculo XVII.[43]Adriano, o sucessor de Trajano, abandonou a política expansionista e optou por uma política de consolidação do território, definindo, fortificando e patrulhando asregiões de fronteira.[44]
A língua dos romanos era olatim, queVirgílio destacou como fonte da unidade etradição romanas.[45] Embora o latim fosse a língua corrente nos tribunais e administração pública no Império do Ocidente e no exército de todo o império, não era imposto de forma oficial aos povos sob domínio romano.[46] Ao conquistar novos territórios, os romanos preservavam as tradições e línguas locais, introduzindo gradualmente o latim através da administração pública e documentos oficiais.[47] Esta política contrasta com a deAlexandre, o Grande, que impôs ogrego helenístico como língua oficial do seu império.[48] Isto fez com que ogrego antigo viesse a ser alíngua franca da metade oriental do Império Romano, ao longo de todo o mediterrâneo oriental e daÁsia Menor.[49][50] No ocidente, olatim vulgar substituiu progressivamente aslínguas celtas eitálicas, relativamente às quais partilha a mesmaraiz indo-europeia, o que facilitou a sua adoção.[51]
Embora os imperadoresjúlio-claudianos incentivassem o uso de latim na realização de negócios oficiais em todo o império, o grego continuou a ser alíngua literária entre a elite cultural romana, e a maior parte dos governantes era fluente em grego.Cláudio tentou limitar o uso de grego, chegando a revogar a cidadania para aqueles que não soubessem latim, embora no próprio senado houvesse embaixadores nativos em grego.[52] No Império do Oriente, as leis e os documentos oficiais eram regularmente traduzidos de latim para grego.[53] A utilização simultânea de ambas as línguas pode ser observada em inscrições bilíngues em grego e latim.[54][55] Em 212, quando foi concedida cidadania a todos os homens livres do império, era esperado que os cidadãos que não soubessem latim adquirissem algumas noções básicas da língua.[56] No início doséculo V,Justiniano esforçou-se por promover o latim enquanto língua do Direito no oriente, embora o latim tenha perdido progressivamente influência e existência enquanto língua viva.[57]
A constante referência a intérpretes na literatura e nos documentos oficiais indica a vulgaridade e prevalência no Império Romano de uma grande quantidade de línguas locais. Os próprios juristas romanos preocupavam-se em assegurar que as leis e os juramentos eram corretamente traduzidos e compreendidos nas línguas locais, como alíngua púnica,gaulesa,aramaica, ou ainda alíngua copta, predominante no Egito, ou as línguas germânicas, predominantes nas regiões doReno e doDanúbio.[58] Em algumas regiões, como naprovíncia de África, o púnico era usado em moedas e inscrições nos edifícios públicos, algumas bilíngues com o latim. No entanto, a predominância do latim entre as elites e como língua oficial de documentos escritos comprometeu a continuidade de diversas línguas locais, uma vez que todas as culturas no interior do império eram de tradição predominantemente oral.[59]
Os três principais elementos do estado imperial romano foram o governo central, as forças armadas e os governos provinciais.[60] As forças militares impunham o domínio sobre um território através de campanhas militares. No entanto, depois de uma cidade ou povo assinarem tratados de cooperação, as missões militares convertiam-se em missões de policiamento, protegendo cidadãos romanos e, a partir de 212, todos os homens livres do império, os campos de cultivo e locais religiosos.[61] Sem recursos modernos de comunicação ou destruição em massa, os romanos não dispunham de capital humano suficiente para impor o seu domínio apenas através da força. Era necessária a cooperação com as elites locais para manter a ordem, recolher informações e cobrar impostos. Os romanos muitas vezes exploravam divisões políticas internas entre os povos assimilados, apoiando uma facção contra outra.[62][63] As comunidades que demonstrassem a sua lealdade perante Roma podiam manter as suas próprias leis, cobrar os seus próprios impostos e, em casos excecionais, estavam isentas dos impostos centrais. Os privilégios jurídicos e a relativa independência constituíam um incentivo a que fosse do interesse da população manter a sua reputação perante Roma.[64] Assim, o poder do governo central romano era limitado, embora eficiente no uso dos recursos disponíveis.[65]
Coroação deNero como imperador pela sua mãe, aimperatrizAgripina, em 54. O imperador era a autoridade política e religiosa máxima do Império Romano, tendo autoridade sobre o próprio senado. Ao longo do tempo, o poder do imperador foi-se afastando do modeloconstitucional doprincipado e aproximando do modelodespótico dodominato
O imperador era a suprema autoridadereligiosa e política do império, reservando para si competências que durante a república eram atribuição do senado, como o direito de declarar guerra, ratificar tratados e negociar com líderes estrangeiros.[66] A autoridade do imperador baseou-se na concentração dos poderes de vários cargos republicanos, entre os quais a inviolabilidade e autoridade sobre o poder civil dostribunos da plebe, a autoridade sobre o exército dosprocônsules e a autoridade doscensores para manipular a hierarquia da sociedade romana e controlar o senado.[67] Embora as funções do imperador tenham sido definidas durante oprincipado, ao longo do tempo o poder do imperador foi se afastando do modeloconstitucional e aproximando-se progressivamente do modelo dodespotismo característico dodominato.[68] A morte de um imperador provocava um período de incerteza e crise. A maior parte dos imperadores indicava o seu sucessor, geralmente um membro familiar chegado ou herdeiroadotivo. O novo imperador deveria garantir a lealdade do aparelho de estado para estabilizar o cenário político.[69]
Os imperadores da dinastia júlio-claudiana eram assistidos por um corpo informal de conselheiros, que incluía não só senadores e equestres, como também escravos e libertos de confiança.[70] Após o reinado de Nero, a influência deste conselho era vista com desconfiança e o consílio (consilium) passou a ser escolhido por indicação oficial.[71] Embora até ao fim dadinastia antonina os senadores assumissem o papel de destaque nas decisões políticas, a influência dos equestres no conselho foi aumentando progressivamente.[72] As mulheres da família do imperador intervinham frequentemente nas suas decisões.[73] Fora do seu círculo reservado, o acesso ao imperador tinha lugar durante uma recepção diária (salutatio), inspirada na tradição romana da homenagem diária dos clientes aos seus patronos, e durante a qual se realizavam no palácio cerimónias religiosas e banquetes públicos. Os cidadãos comuns sem acesso a estas recepções podiam manifestar-se em grupo durante os jogos realizados nos grandes recintos.[74] Por volta doséculo IV, à medida que os centros urbanos entravam em declínio, os imperadores cristãos tornaram-se figuras resguardadas do público, promulgando decretos generalistas e deixando de responder a petições individuais.[75]
Osenado sobreviveu à restauração de Augusto e ao turbulentoano dos quatro imperadores, conservando durante o principado o prestígio político que detinha na república, embora não tivesse suficiente poder político para se opor à vontade do imperador.[76] Era o senado que legitimava o domínio do imperador, e o imperador necessitava da experiência dos senadores enquantolegados para as funções de generais, diplomatas e administradores.[76][69] O exército era a fonte pragmática do poder e autoridade do imperador. Os legionários eram pagos pelo tesouro imperial e todos os anos juravam lealdade ao imperador durante osacramentum.[77] Nenhum imperador conseguia reinar sem o apoio daguarda pretoriana e das legiões, pelo que era comum o pagamento de umdonativum para garantir o seu apoio. Em teoria, o senado era livre para escolher o novo imperador, embora na prática o fizesse de acordo com o desejo dos pretorianos.[69]
Províncias do Império Romano em 117 A rosa, asprovíncias senatoriais governadas por magistrados eleitos em Roma pelo senado. A verde, asprovíncias imperiais em que o governador era nomeado pelo imperador
Para que um território anexado se tornasse uma província era necessária a realização de um inventário das cidades, de um censo da população e de um levantamento topográfico.[78] A administração passava então a manter diversos registos, entre os quais dos nascimentos e mortes, das transações de propriedade e dos procedimentos jurídicos. As províncias eram administradas porgovernadores romanos. Asprovíncias senatoriais eram governadas pormagistrados eleitos em Roma em nome dopovo romano. Asprovíncias imperiais, excluídas do controlo do senado, eram governadas por membros da ordem equestre que administravam oimperium em nome do imperador. Um governador devia ser acessível à população governada, embora pudesse delegar várias tarefas, para as quais dispunha de um quadro de funcionários públicos:aparitores (apparitores; assessores), entre os quais se incluíamlictores, mensageiros,escribas e guarda-costas;legados civis e militares, geralmente da ordem equestre; e um conselho não oficial de pessoas de confiança.[79]
As finanças públicas eram supervisionadas por funcionários nomeados para o cargo. Durante o império, procedeu-se a uma reforma do sistema fiscal, separando-o dos tribunais e da administração pública, já que durante a república era comum a exploração da população local.[80] Osprocuradores, cuja autoridade era extra-judicial e extra-constitucional, geriam não só a propriedade do Estado, como a vasta propriedade do imperador (res privata). Dado que existiam poucos funcionários nos governos locais, caso um administrador de província necessitasse de apoio para uma disputa jurídica ou caso criminal podia convocar qualquer cidadão romano com alguma competência administrativa, como um procurador ou um oficial militar, desde umcenturião até às patentes inferiores.[81][82]
Os legionários do exército imperial romano eram profissionais de carreira que se voluntariavam para vinte anos de serviço ativo e cinco nareserva, cujos salários eram pagos através doerário militar. A profissionalização do exército teve início no final doperíodo republicano e substituiu oserviço militar obrigatório, pelo qual se convocavam os habitantes para combater uma ameaça específica.[83] Serviam no exército imperial cerca de 300 mil soldados noséculo I e menos de 400 mil noséculo II, um número significativamente menor do que o conjunto das forças armadas dos territórios conquistados e que corresponde a cerca de 2% dos homens adultos residentes no império.[84]
As três principais divisões militares eram a guarnição de Roma, incluindo aguarda pretoriana e osvigiles (polícia e bombeiros); o exército provincial, incluindo aslegiões e astropas auxiliares romanas; e amarinha romana. A omnipresença de guarnições militares em todo o império foi uma das principais influências no processo deromanização.[85] Cada legião organizava-se em dezcoortes, cada uma com seiscentúrias, que por sua vez eram divididas em dezcontubérnios. Estima-se que cada legião tivesse, em média, cinco mil soldados.[86] Durante e após aSegunda Guerra Civil da República Romana,Augusto reduziu o número de legiões, superior a 60, para apenas 28.[87] Durante os três séculos seguintes, o número total de legiões manteve-se em trinta.[88]
Augusto criou também a guarda pretoriana, nove coortes ostensivas guarnecidas emItália e com a função de manter aordem pública. Os pretorianos eram melhor remunerados e serviam menos tempo do que os legionários, retirando-se ao fim de dezasseis anos de serviço militar.[89] Astropas auxiliares (auxilia) eram recrutadas entre os não cidadãos e organizavam-se em pequenas unidades com aproximadamente o tamanho de uma coorte. Os soldados recebiam menos do que os legionários, embora ao fim de 25 anos de serviço lhes fosse oferecida e aos filhos acidadania romana. As tropas auxiliares tinham cerca de 125 mil homens, distribuídos por aproximadamente 250 regimentos auxiliares.[90] Durante o início do império, a cavalaria romana era proveniente principalmente deHispânia e das regiões celtas e germânicas, influenciando alguns aspetos do treino e do equipamento romanos.[91]
Amarinha romana (classis) abastecia e transportava as legiões, auxiliava a proteção dasfronteiras ao longo dos rios, protegia as rotas de comércio marítimo contra os ataques de piratas e patrulhava o Mediterrâneo, partes da costaatlântica e omar Negro. No entanto, o exército era considerado o ramo mais prestigiado.[92] Durante o início do principado, a marinha organizava-se de forma semelhante a umacentúria. Os voluntários podiam se inscrever nainfantaria naval ou como remadores, marinheiros ou artesãos, embora todos fossem consideradosmilites (soldados). A maior parte da tripulação era formada pelos remadores (remiges), que durante o império eram na sua maioriaperegrinos (peregrini) das províncias de tradição marítima[93] A centúria era liderada por umcenturião, assistido por umoptio e um beneficiário (beneficiarius), que supervisionava os funcionários administrativos, aspirantes e especialistas. Cada navio era comandado por umtrierarca e cada esquadrão de dez navios liderado por umnavarco.[93][94] O termo genérico para um navio de guerra a remos eranavis longa, distinguindo-o dos veleiros mercantes (navis oneraria) ou das pequenas embarcações (navigia minora).[95] A marinha possuía diversos tipos de embarcações, desde pequenas barcaças de reconhecimento, como asliburnas, até grandes navios de guerra, como ohexarreme.[96][97] A principal arma do navio era orostro (rostrum), usado para afundar ou imobilizar os navios inimigos perfurando o seu casco. No convés eram também montadasbalistas ecatapultas.[98]
Cidadão de Emona, estátua em bronze doséculo II. Odireito romano aplicava-se apenas aos cidadãos. Para aqueles que não possuíam cidadania, a administração romana respeitava as leis e as tradições locais (mos regionis)
Os tribunais romanos possuíamjurisdição para deliberar sobre processos que envolvessem cidadãos romanos em todo o império, embora houvesse poucos funcionários para fazer cumprir a lei de forma uniforme entre as províncias. Para os que não tinham cidadania romana, a política do império consistia em respeitar amos regionis, a "tradição local" ou "leis da terra" dos povos romanizados, vendo-as como fonte de precedentes jurídicos e de estabilidade social.[99][100] A compatibilidade entre o direito romano e o direito local era vista como reflexo daIus gentium, a lei das gentes oudireito internacional comum entre todas as comunidades humanas.[101] Quando determinados aspetos das leis provinciais entravam em conflito com as leis ou costumes romanos, podiam ser feitosapelos aos tribunais romanos, tendo o imperador autoridade para promulgar uma decisão final.[nt 5][99][102]
A maior parte dos territórios da parte oriental do império tinha implementados códigos de direito e procedimentos jurídicos. A ocidente, o direito tinha sido administrado numa base tribal e o direito à propriedade privada pode ter constituído uma novidade da era romana, sobretudo entre ospovos celtas. O direito romano facilitava a aquisição de riqueza por parte da elite pró-romana, a qual via vantagens nos seus novos privilégios enquanto cidadãos do império.[103] O alargamento da cidadania de forma universal a todos os habitantes do império em 212 exigiu a aplicação uniforme do direito romano, substituindo os códigos de direito locais que eram aplicados a não cidadãos. A tentativa deDiocleciano em estabilizar o império após acrise do terceiro século incluiu duas compilações jurídicas notáveis em apenas quatro anos, oCódigo Gregoriano e oCódigo Hermogeniano, destinadas a auxiliar os administradores de província a implementar padrões jurídicos consistentes.[104]
Personificação dorio Nilo e da sua prole.século I d.C.
Odireito fiscal era confuso e contraditório e determinava um sistema complexo de impostosdiretos eindiretos, alguns pagos em dinheiro e outros em géneros. Os impostos podiam ser específicos de determinada província, podiam incidir apenas sobre determinado tipo de propriedades, como apesca ousalinas ou podiam ainda ser aplicados apenas durante determinado intervalo de tempo.[105] Em regiões pouco monetarizadas eram aceites pagamentos em género, sobretudo nas que produziam cereais ou bens para abastecer os campos militares.[106] Os impostos também financiavam o exército, pelo que os contribuintes tinham direito a reembolso quando o exército capturava despojos ou excedentes.[40][107]
O valor de impostos cobrados no império correspondia a 5% doproduto interno bruto romano.[39] A taxa de imposto sobre rendimentos individuais variava entre 2 e 5%.[108] Os cidadãos pagavam impostosper capita e pelos seus terrenos, com base na sua produção ou na capacidade produtiva.[108] O código previa exceções; por exemplo, os agricultores egípcios estavam isentos quando o ciclo de cheias dorio Nilo não era favorável. As obrigações fiscais eram determinadas pelos censos, os quais exigiam que cada chefe de família se apresentasse perante o administrador encarregado e indicasse a constituição da sua família e as propriedades que possuía adequadas a agricultura ou habitação.[109]
Uma das principais fontes de impostos indiretos era aportoria, obtida emalfândegas eportagens sobre importações e exportações, inclusive entre províncias. Existiam também impostos especiais sobre o comércio de escravos. Um proprietário que libertasse um escravo pagava uma taxa de liberdade, calculada em 5% do seu valor (vicesima libertatis). Era ainda cobrado um imposto de 5% a todos os cidadãos romanos acima de determinadas posses que deixassem uma herança a outras pessoas que não a sua família próxima. Os impostos sobre bens do estado e 1% dos valores deleilão revertiam a favor dofundo de pensões militar.[108] As reduzidas taxas de imposto permitiram à aristocracia romana acumular riqueza, a qual igualava ou excedia a receita do próprio governo central. Por vezes, um imperador repunha o tesouro do estado através da apreensão das propriedades dos imensamente ricos. A recusa no pagamento de impostos por parte dos mais abastados foi um dos factores que contribuiu para o colapso do império.[40]
O Império Romano era uma sociedade multicultural, com uma surpreendente capacidade de coesão, capaz de criar uma noção de identidade comum ao mesmo tempo que assimilou os mais diversos povos no seu sistema político.[110] A preocupação romana em criar monumentos e espaços comunitários abertos ao público, como osfóruns,anfiteatros,circos ou astermas, ajudou a estabelecer o sentimento de romanidade.[111] A sociedade romana possuía um sistema complexo de múltiplas hierarquias, que o conceito contemporâneo declasse social não define de forma precisa.[112]
As duas décadas de guerra civil anteriores ao governo de Augusto deixaram a sociedade tradicional romana num estado de confusão e sobressalto.[113] No entanto, a diluição da hierarquia rígida da república levou a uma cada vez maiormobilidade social entre os romanos,[114][115] tanto ascendente como descendente, e mais expressiva do que em qualquer outra sociedade da Antiguidade documentada.[116] As mulheres, oslibertos e os escravos tinham agora oportunidades económicas e de exercício de influência através de meios que anteriormente lhes estavam vedados.[117] A vida em sociedade do império, particularmente para os que tinham recursos limitados, foi ainda impulsionada pela proliferação de associações voluntárias econfrarias (collegia esodalitates) formadas com diversas finalidades: guildas profissionais e comerciais, grupos de veteranos, associações religiosas, clubes gastronómicos[118] e trupes artísticas.[119] No governo de Nero não era invulgar encontrar um escravo que fosse mais rico do que um cidadão nascido livre, ou umequestre (eques) mais influente do que umsenador.[120]
De acordo com ojurista Gaio, a principal distinção entre pessoas nodireito romano dava-se entre cidadãos livres (liberi) e escravos (servi).[121] O estatuto jurídico dos cidadãos livres podia ainda ser precisado de acordo com a sua cidadania. Durante o início do império, só um número limitado de homens é que tinha pleno direito à cidadania romana, a qual lhes permitia votar, candidatar-se a eleições e serem ordenados sacerdotes. A maior parte dos cidadãos tinha apenas direitos limitados, tendo, no entanto, direito a proteção jurídica e outros privilégios que eram vedados àqueles que não tinham cidadania. Os homens livres que viviam no interior do império, mas que não eram considerados cidadãos, tinham o estatuto deperegrinos (peregrini, ou não romanos).[122] Em 212, através doÉdito de Caracala, o imperadorCaracala alargou o direito de cidadania a todos os habitantes do império, revogando todas as leis que distinguiam cidadãos de não cidadãos.[123]
Mosaico deDuga, Tunísia (século II). Os dois escravos que carregam jarros de vinho ostentam o vestuário comum entre escravos e trazem ao pescoço umamuleto contra omau-olhado. O rapaz da esquerda segura em água e toalhas e o da direita um ramo e um cesto de flores
Na época de Augusto, cerca de 35% dos habitantes da província de Itália eram escravos.[124] A escravatura era uma instituição complexa e de utilidade económica que sustentava a estrutura social romana.[125] A indústria e a agricultura dependiam da mão de obra escrava. Nas cidades, os escravos podiam exercer diversas profissões, entre as quais professores, médicos, cozinheiros e contabilistas, embora a maioria realizasse apenas tarefas pouco qualificadas. Fora de Itália, os escravos constituíam em média entre 10 a 20% da população.[126] Embora a escravatura tenha diminuído nos séculos III e IV, permaneceu parte integrante da sociedade romana até aoséculo V, até desaparecer gradualmente ao longo dos séculos VI e VII, a par do declínio dos centros urbanos a da desintegração do complexo sistema económico que criava a procura.[127]
A escravatura romana não tinha por base adiscriminação racial.[128][129] Durante a expansão republicana, período em que se deu a generalização da escravatura, a principal fonte de escravos eram prisioneiros de guerra das mais diversas etnias. Aconquista da Grécia levou para Roma um grande número de escravos extremamente qualificados e instruídos. Os escravos podiam também ser vendidos em mercados e, ocasionalmente, por piratas. Entre outras fontes de escravos estavam o abandono infantil e a auto-escravização entre os mais pobres.[130] Os vernas (vernae) eram escravos filhos de uma mãe escrava que tivessem nascido e crescido na casa dos seus proprietários. Embora não tivessem qualquer proteção jurídica particular, o dono que maltratasse ou não cuidasse dos seus vernas era malvisto pela sociedade, já que estes eram considerados parte da suafamília, podendo até ser filhos dos homens livres da família.[131][132][133]
A legislação sobre escravatura era bastante complexa.[134] Perante a lei romana, os escravos eram considerados propriedade e não tinham personalidade jurídica. Um escravo podia ser sujeito a formas de castigo corporal vedadas a cidadãos, ser explorado sexualmente, torturado e executado sumariamente. Em termos jurídicos, um escravo não podia ser consideradoviolado, uma vez que a violação só podia ser exercida sobre pessoas livres; um violador de um escravo teria de ser acusado pelo dono por danos materiais.[135][136] Os escravos não tinham direito a contrair matrimónio, embora por vezes fossem reconhecidas uniões e pudessem casar, no caso de ambos serem libertados.[137] Tecnicamente, um escravo não podia possuir propriedade,[138] embora um escravo que realizasse negócios pudesse ter acesso a um fundo ou conta individual (pecúlio;peculium), da qual podia dispor livremente. Os termos desta conta variavam em função da relação de confiança entre o proprietário e o escravo. Um escravo com aptidão para os negócios podia ter autonomia considerável para gerir empresas e outros escravos.[139] Dentro de uma residência ou de uma oficina, era comum a existência de uma hierarquia entre escravos, em que um deles administrava os restantes.[140] Os escravos bem-sucedidos tinham a possibilidade de acumular dinheiro suficiente para comprar a sua liberdade ou serem libertados pelos serviços prestados. Amanumissão tornou-se tão frequente que, noséculo II a.C., uma lei limitou o número de escravos que um proprietário podia libertar.[141]
No seguimento dasGuerras Servis, a legislação tentou diminuir a ameaça de rebeliões de escravos limitando a dimensão dos grupos de trabalho e perseguindo os fugitivos.[142] Com o decorrer dos séculos, os escravos foram ganhando cada vez maior proteção jurídica, incluindo o direito de apresentar queixa em relação aos amos. Um contrato de compra podia ter uma cláusula que determinasse que o escravo não podia ser destinado a prostituição, já que grande parte dos prostitutos e prostitutas eram escravos.[143] O crescimento do comércio de escravoseunucos durante o fim doséculo I promoveu legislação que proibia a castração de um escravo contra a sua vontade.[144]
Ao contrário dascidades-estado gregas, Roma permitia que os escravos libertos se tornassem cidadãos, tendo inclusive direito ao voto.[145] Um escravo que conseguisse alibertas era denominado umliberto (libertus; "pessoa liberta," fem.liberta) em relação ao seu antigo amo, o qual se tornava então o seupatrono (emlatim:patronus). No entanto, as duas partes continuavam a ter obrigações habituais e jurídicas entre si. A classe social dos libertos era denominada libertinos (libertini), embora mais tarde os termos liberto e libertino (libertinus) fossem usados indistintamente.[146] Um libertino não podia ocupar cargos na administração pública ou no sacerdócio de estado, embora pudesse exercer sacerdócio noculto imperial. Um liberto não podia também casar com uma mulher de uma família da ordem senatorial ou ele próprio fazer parte dessa ordem de forma legítima, embora durante o início do império os libertos ocupassem lugares cimeiros na administração.[147]
A elite da sociedade romana era constituída por duas ordens aristocráticas: aordem senatorial (imagem) e aordem equestre. Para exercer cargos políticos e administrativos era necessário pertencer a uma ordem
No contexto do Império Romano, uma ordem (ordo; pl.ordine) significa uma classe aristocrática. Uma das finalidades dos censos era determinar a ordem (ordo; pl.ordine) a que determinada pessoa pertencia. Em Roma, as duas ordens de maior estatuto eram a ordem senatorial (ordo senatorius) e a ordem equestre (ordo equester). Fora de Roma, osdecuriões (ordo decurionum) representavam a aristocracia local. A posição de "senador" não era um cargo eletivo. Um cidadão era admitido no senado depois de ser eleito e servir durante pelo menos um mandato enquanto magistrado. Um senador deveria também ter uma riqueza de, no mínimo, um milhão desestércios.[148][149] Nem todos os homens que cumpriam os critérios para a ordem senatorial aceitavam um lugar no senado, o qual exigia domicílio em Roma. Dado que o senado compreendia 600 lugares, os imperadores muitas vezes preenchiam os assentos vagos por nomeação direta.[150] O filho de um senador pertencia por direito à ordem senatorial, embora tivesse que se qualificar por mérito próprio para ser admitido no senado. Os senadores podiam ser expulsos por violar as normas de conduta moral; por exemplo, não podiam casar com uma mulher liberta ou lutar na arena.[151] Na época de Nero, os senadores eram oriundos principalmente de Roma e de outras partes de Itália, sendo alguns daPenínsula Ibérica e do sul de França. Durante o governo deVespasiano começaram a ser acrescentados senadores das províncias orientais.[152] Durante adinastia severa, ositálicos eram já menos de metade do senado.[153]
O cargo de senador correspondia à máxima posição de prestígio e ao culminar do percurso político (curso público). No entanto, os membros daordem equestre em muitos casos possuíam maior riqueza e poder. A admissão à ordem tinha como critério a riqueza e posses de uma pessoa, a qual se qualificava mediante uma avaliação censitária de 400 mil sestércios e pelo menos três gerações de nascimentos livres.[154] Oseques progrediam ao longo de uma carreira militar (tres militiae) com o intuito de virem a serprefeitos e procuradores no quadro da administração imperial.[155][156]
A integração nas ordens de homens das províncias revela amobilidade social existente nos primeiros três séculos do império. A aristocracia romana baseava-se na competição e, ao contrário da posteriornobreza europeia, uma família romana não podia manter o seu estatuto apenas através da herança de títulos ou terras.[157][158] A admissão às ordens de topo trazia consigo não só privilégios e prestígio, mas também uma série de responsabilidades. A manutenção do estatuto exigia despesas pessoais avultadas, uma vez que o financiamento de obras públicas, eventos e serviços das cidades romanas dependia dos seus cidadãos mais proeminentes e não dos impostos coletados, os quais se destinavam principalmente a financiar o exército.[159]
A mulher romana tinha bastante independência em comparação com outras culturas da antiguidade, tendo direito a possuir e gerir propriedade sem subordinação jurídica ao marido
Ao longo da república e durante o império, as mulheres romanas livres eram consideradas cidadãs, embora não pudessem votar, ocupar cargos políticos ou servir no exército.[160][161] A mulher romana conservava oapelido de solteira ao longo da vida. Na maior parte das vezes, os filhos escolhiam receber o apelido do pai, embora no período imperial pudessem também manter o apelido da mãe.[162] A mulher romana podia possuir propriedade, realizar contratos e concretizar negócios, incluindo manufatura, transportes e empréstimos bancários.[163][164] Era comum haver mulheres que financiavam obras públicas, o que indica que muitas delas possuíam ou administravam fortunas consideráveis.[165] As mulheres tinham os mesmos direitos que os homens em relação a heranças, caso o pai morresse sem deixar um testamento.[166][167][168] O direito a possuir e gerir propriedade, incluindo os termos do seu próprio testamento, proporcionavam à mulher romana uma enorme influência sobre os filhos, mesmo em adultos.[169]
A forma arcaica decasamentocum manum, pelo qual a mulher era sujeita à autoridade do marido, caiu em desuso durante o período imperial. Uma mulher romana que casasse continuava a ser proprietária dos bens que levava para o casamento. Tecnicamente, mesmo após a mudança para a residência do marido, continuava ainda sob a autoridade do pai, e só quando o pai morria é que se emancipava em termos legais.[170] Este princípio demonstra o relativo grau de independência das mulheres romanas em comparação com outras culturas da antiguidade e até à idade moderna.[171] Embora tivesse que responder perante o pai em assuntos jurídicos, a mulher romana era livre para gerir a vida quotidiana e o marido não tinha qualquer poder jurídico sobre ela.[172][173] Embora fosse motivo de orgulho social ter casado apenas uma vez, o estigma social em relação aodivórcio ou ao segundo casamento era praticamente inexistente.[174]
A economia do Império Romano tinha por base uma rede de economias regionais, na qual o Estado intervinha e regulava o comércio de forma a assegurar as suas próprias receitas.[175] A conquista de território permitiu a reorganização em larga escala douso da terra, o que proporcionou a produção de excedentes agrícolas e uma progressivadivisão do trabalho, em particular no norte de África. Algumas cidades afirmavam-se como grandes centros regionais de determinada indústria ou atividade comercial e a escala das edificações em áreas urbanas indica uma indústria de construção plenamente desenvolvida. Os papiros revelam métodos decontabilidade complexos que sugerem elementos de racionalismo económico numa economia bastantemonetizada.[176] Durante os séculos I e II as redes de estradas e transportes expandiram-se significativamente, ligando com rapidez as economias regionais. O crescimento económico, embora não seja comparável às economias modernas, foi superior à maioria das sociedades anteriores àindustrialização.[177]
A economia do Império Romano era universalmente monetizada. A normalização do dinheiro e das formas de pagamento em todo o império impulsionou o comércio e a integração económica das províncias.[179] Até aoséculo IV, a unidade monetária básica era osestércio,[180] embora no início dadinastia severa também fosse usado odenário de prata, que valia quatro sestércios.[181] A moeda de circulação corrente de menor valor era oasse de bronze, que valia um quarto de sestércio.[182] Oslingotes não eram considerados moeda e eram usados apenas em negócios nas regiões fronteiriças. Os romanos dos séculos I e II contavam as moedas, em vez de as pesar, o que indica que o valor da moeda era atribuído em função do seuvalor fiduciário, e não do valor do metal.[183]
Roma não tinhabanco central, pelo que a regulação dosistema bancário era mínima. As reservas dos bancos da Antiguidade Clássica geralmente eram inferiores ao total dos depósitos dos clientes. A maior parte dos bancos só tinha uma agência, embora alguns dos maiores tivessem até quinze balcões.[183] Banqueiros comerciais denominadosargentários (argentarius) recebiam e mantinham os depósitos durante um prazo indefinido ou a termo, realizandoempréstimos a terceiros.[184] O detentor de umdébito podia usá-lo como forma de pagamento, transferindo-o para outra parte e sem haver troca de dinheiro. O sistema bancário romano estava presente em todas as regiões do império e possibilitava a troca de verbas avultadas em qualquer parte sem a necessidade de transferência física de moedas, o que diminuía o risco associado ao transporte. Ao longo de toda a história do império, só se tem conhecimento da existência de uma crise de crédito, ocorrida em33 d.C., durante a qual o governo central interveio no mercado com um resgate bancário (mensas;mensae) de 100 milhões de sestércios.[183]
O governo central não pedia dinheiro emprestado: perante a inexistência dedívida pública, odéfice tinha que ser financiado a partir de reservas monetárias.[185] Durante acrise do terceiro século, a diminuição do comércio de longa distância, a interrupção da mineração e a transferência de valores para o exterior por parte dos invasores reduziram significativamente o dinheiro em circulação.[186][183] Os imperadores das dinastiasantonina esevera desvalorizaram drasticamente a moeda, particularmente o denário, devido à pressão com o pagamento de salários aos militares.[187] A súbitainflação durante o reinado deCómodo(r. 180–192) colocou em risco o mercado de crédito. Embora a moeda romana tivesse sempre tido valor fiduciário, durante o reinado deAureliano(r. 270–275) a crise económica atingiu o seu auge, fazendo com que os banqueiros perdessem a confiança no dinheiro emitido pelo governo central. Apesar deDiocleciano(r. 286–305) ter aplicado diversas reformas monetárias e ter introduzido osoldo de ouro, o mercado de crédito nunca recuperou o vigor anterior.[183]
Estrada romana na entrada da cidade deGérasa. Arede de estradas do império prolongava-se por 400 mil quilómetros. Muitas das estradas eram servidas poráreas de serviço a cada dozemilhas
Os romanos privilegiavam o transporte de mercadorias por via marítima ou fluvial, uma vez que o transporte por terra era mais difícil.[188] O Império Romano circundava oMediterrâneo, o qual denominavamMare Nostrum ("nosso mar").[189] As embarcações à vela romanas navegavam não só o Mediterrâneo, como todos os principais rios do império, entre os quais oGuadalquivir, oEbro, oRódano, oReno, oTibre e oNilo.[190]
O transporte por via terrestre fazia uso de uma rede complexa e avançada deestradas romanas. Os impostos em género pagos pelas comunidades locais exigiam a deslocação frequente de funcionários administrativos, animais e veículos docurso público – o sistema estatal de correios e transportes implementado por Augusto.[106] A primeiravia foi criada em312 a.C. porÁpio Cláudio Cego, para ligar Roma à cidade deCápua: aVia Ápia.[191] À medida que o império se expandiu, a administração adaptou o mesmo esquema nasprovíncias. No seu apogeu, a rede viária romana chegou a ter 400 mil quilómetros de estradas, 80 500 quilómetros das quais pavimentadas.[192][193]
A cada sete ou dozemilhas romanas situava-se umamansão (mansio), uma estação de serviço destinada ao curso público e funcionários do governo e mantida pelo estado. Entre os funcionários destes postos estavam condutores, secretários, ferreiros, um veterinário e alguns carteiros e polícias militares. A distância entre as mansões era determinada pela distância que uma carroça podia percorrer ao longo de um dia e algumas podiam crescer até se tornarem pequenas vilas ou entrepostos comerciais.[194] Para além das mansões, algumastabernas ofereciam alojamento, restauração, rações animais e, eventualmente, serviços deprostituição.[195] Os animais de tração mais comuns eram asmulas, as quais viajavam a uma velocidade de quatro milhas por hora.[196] Para ter uma ideia do tempo de comunicação, um mensageiro precisava de nove dias para viajar entre Roma eMogoncíaco, na província daGermânia Superior.[197] As estradas estavam balizadas pormarcos miliários (miliaria) colocados em intervalos de cerca de mil passos (1 480 metros).[198]
Trabalhadores de uma tinturaria têxtil, uma das principais fontes de emprego do império. Muitos trabalhadores estavam inscritos em associações profissionais denominadascollegia
As inscrições registam 268 profissões diferentes na cidade de Roma e 85 em Pompeia.[84] Existiam associações profissionais (collegia) para as mais diversas profissões, como as de pescadores (piscatores), mercadores de sal (salinadores;salinatores), comerciantes de azeite (olivários;olivarii), artistas (escênicos;scaenici), comerciantes de gado (pecuários;pecuarii), ourives (aurífices;aurifices), condutores (asinários [asinarii] ou muliões [muliones]) e pedreiros (lapidários;lapidarii).[199]
A produção têxtil era uma das principais fontes de emprego. Os tecidos e o vestuário pronto-a-vestir eram duas das principais mercadorias de troca entre as províncias.[200] O vestuário de melhor qualidade era exportado por homens de negócios (negociadores [negotiatores] ou mercadores [mercatores]), os quais eram muitas vezes residentes abastados dos centros de produção. O pronto-a-vestir podia ser vendido por intermédio de vendedores (vestiários;vestiarii) ou mercadores itinerantes.[201] Os produtores têxteis geriam muitas vezes pequenos negócios, empregando aprendizes, trabalhadores livres assalariados e escravos.[202] Tanto os fiadores (fulões;fullones) como os tintureiros (coloradores;coloratores) tinham as suas próprias guildas.[203] Os centonários (centonarii) eram trabalhadores especializados na produção têxtil e na reciclagem de tecidos emretalhos.[204]
O trabalho realizado pelos escravos dividia-se em cinco categorias: doméstico, para o qual osepitáfios registam pelo menos 55 profissões; serviço público ou imperial; ofícios urbanos; agricultura e mineração.[205] Os condenados realizavam grande parte do trabalho das minas e pedreiras, nas quais as condições eram notoriamente violentas.[205] Na prática, existia pouca divisão de trabalho entre os escravos e os homens livres[206] e grande parte dos trabalhadores do império eram analfabetos e não qualificados.[207] A maior parte dos trabalhadores não qualificados estava empregada na agricultura. No sistema de produção agrícola emItália, os trabalhadores eram sobretudo escravos, embora nas restantes províncias a sua percentagem fosse muito inferior em relação a outros trabalhadores dependentes.[206]
Taberna onde se serviam refeições, na cidade deÓstia Antiga. No painel por cima do balcão estão representados ovos, azeitonas, frutas e rabanetes.[208]
Embora grande parte das trocas comerciais se realizassem entre as diversas províncias do império, as rotas comerciais estendiam-se muito para além das fronteiras do império, chegando a regiões tão remotas como aChina e aÍndia[190] O comércio com a China era realizado principalmente através de intermediários ao longo daRota da Seda, enquanto que as trocas comerciais com a Índia eram também realizadas por via marítima, a partir dosportos egípcios nomar Vermelho. A principal mercadoria transacionada eram os cereais,[209] sendo também comercializados outros alimentos, como o azeite e ogaro (molho de peixe), escravos, minério, utensílios de metal,tecidos,fibras naturais, madeira,olaria, artefactos de vidro,mármore,papiro, especiarias,plantas medicinais,marfim,pérolas e pedras preciosas.[210]
Embora a maior parte das províncias fosse capaz de produzir vinho, os romanos tinham preferência por determinadas regiões e castas, o que levou a que o vinho se tornasse num dos principais produtos comercializados. A escassez de vinho era rara.[211][212] Os principais fornecedores de vinho da cidade de Roma eram a costa ocidental da península Itálica, o sul da Gália, a regiãoTarraconense eCreta. Alexandria, a segunda maior cidade, importava vinho deLataquia na Síria e domar Egeu.[213] A nível de retalho, o vinho era vendido a copo ou a granel em tabernas ou lojas próprias (vinaria), consumido no local ou transportado, variando o preço em função da qualidade e proveniência.[214]
Banca de venda de pão, representada numa pintura mural de Pompeia
O governo central tinha um papel interventivo no fomento daprodução agrícola.[215] A produção de alimentos tinha a máxima prioridade na organização do território.[216] As quintas de maior dimensão (latifúndios) alcançaram umaeconomia de escala tal que eram capazes de suster a vida urbana e adivisão do trabalho própria de economias avançadas.[215] Os pequenos produtores eram beneficiados com a criação de mercados locais em cidades e centros de comércio. Em praticamente todo o território imperial se praticavam diversas técnicas agrícolas avançadas, como arotação de culturas ou aselecção artificial, e era comum a introdução de novas espécies entre províncias, como aervilha e orepolho na Britânia.[217]
A manutenção dofornecimento sustentado de alimentos para a cidade de Roma tornou-se um dos principais tópicos de discussão política no fim da República, época em que o Estado implementou um subsídio pago em cereais (anona;annona) a todos os cidadãos que se registassem para tal. Este subsídio era atribuído a 200-250 mil homens adultos em Roma e correspondia a 33 quilos por mês, o que totalizava 100 mil toneladas detrigo, proveniente principalmente daSicília, norte de África e Egito.[nt 6] O subsídio tinha um custo de pelo menos 15% da receita fiscal do estado, mas melhorou significativamente as condições económicas e familiares entre as classes mais desfavorecidas, o que favoreceu também as classes mais abastadas ao impulsionar o consumo de vinho e azeite produzido nas grandes propriedades agrícolas.[218] O subsídio de cereais tinha também um valor simbólico: não só afirmava o papel do imperador enquanto benfeitor universal, como o direito de todos os cidadãos a ter uma parte do lucro do processo de conquista.[215] Oanonna, os equipamentos públicos e os espetáculos de entretenimento mitigavam as de outra forma precárias condições de vida das classes desfavorecidas e minimizavam a agitação social. No entanto, o humoristaJuvenal via a política depanem et circenses como símbolo da ausência de liberdade política na república.[219][220]
Relevo resultante da técnica de mineraçãoruina montium, emLas Médulas,Hispânia, uma das mais importantes minas de ouro do império
Estima-se que em todo o império fossem extraídas anualmente 82 500 toneladas de ferro,[221] 15 mil toneladas decobre, 80 mil toneladas dechumbo, 9 toneladas deouro[222] e 200 toneladas deprata, valores que só seriam igualados durante aRevolução Industrial.[223] As principais regiões mineiras do império eram aHispânia (ouro, prata, cobre, estanho e chumbo), aGália (ouro, prata, ferro); aBritânia (ferro, chumbo, estanho), as províncias do Danúbio (ouro, ferro), aMacedónia e aTrácia (ouro, prata), e aÁsia Menor (ouro, prata, ferro, estanho). A mineração em grande escala ocorreu entre o reinado de Augusto e o início doséculo III, período em que a instabilidade do império afetou a produção.[224]
Parte do processo de extração era mecanizada, utilizando a energia deazenhas para serrar pedra, fragmentar minério ou drenar as minas. Os romanos introduziram um sistema sofisticado decopelação para separar o ouro e a prata de outros metais, embora tenha sido a invenção e aplicação damineração hidráulica que permitiu a extração a uma escala sem precedentes.[225][226] O combustível mais utilizado nas fundições era ocarvão vegetal, embora em algumas regiões fosse extraídocarvão mineral em grande quantidade.[227] No entanto, a contribuição mais significativa dos romanos para a metalurgia foi a introdução daprodução em massa.[228] O principal método para a produção em série de objetos metálicos era amoldagem, na qual a forma pretendida era esculpida em madeira, cera ou metal e depois pressionada contra um molde de cerâmica, no qual era introduzido o metal em fusão.[225]
Após acrise republicana e a transição para o império, a religião do estado adaptou-se de forma a apoiar o novo regime.Augusto implementou um vasto programa de revivalismo e reformas religiosas. Os votos públicos, que anteriormente pediam às divindades a segurança da república, passaram a ser vocacionados para o bem-estar do imperador. O culto da personalidade vulgarizou novamente as práticas de veneração dos ancestrais e dogénio – adivindade tutelar de cada indivíduo. Era possível ao próprio imperador tornar-se ainda em vida uma divindade de estado mediante uma votação nosenado. Oculto imperial, influenciado pelareligião helenística, tornou-se uma das principais formas de Roma anunciar a sua presença nas províncias, cultivando em toda a extensão do império a lealdade e partilha da mesma identidade cultural.[229]
A religião na Roma Antiga engloba não só as práticas e crenças que os romanos viam como suas, mas também os diversos cultos importados para Roma e os cultos praticados nas províncias. Os romanos viam a si próprios como profundamente religiosos, atribuindo a sua prosperidade económica e militar à boa relação com os deuses (pax deorum). A religião arcaica, que se acredita ter sido instituída pelos primeirosreis de Roma, ofereceu os fundamentos domos maiorum, ou "tradição", o código social basilar na identidade romana.[230] Não existia qualquer princípio análogo àseparação Igreja-Estado e os lugares de sacerdote na religião do Estado eram preenchidos pelas mesmas pessoas que ocupavam lugares na administração pública. Durante o período imperial, opontífice máximo era o próprioimperador.[231]
A religião romana era prática e contratual, baseada no princípio dodo ut es ("dou-te aquilo que possas oferecer"). A religião tinha como princípios o conhecimento e aprática correta da oração, dos rituais e do sacrifício, e não afé oudogmas. Para o cidadão comum, a religião era parte do quotidiano.[232] A maioria das residências possuía um altar doméstico, no qual se realizavam as orações diárias e se ofereciamlibações. As cidades eram pontuadas por altares de bairro e locais considerados sagrados, como nascentes de água e cavernas, e era comum que as pessoas fizessem um voto ou oferecessem alguns frutos quando passavam por um local de culto.[233][234] Ocalendário romano era organizado em função das comemorações religiosas. Durante o período imperial, havia 135 dias do ano dedicados afestividades religiosas ejogos (ludi).[235]
Uma das características da religião romana é o grande número de divindades a que prestavam culto[236][237] e a reverência em paralelo de divindades romanas com divindades locais.[232] A política de conquista romana consistia na assimilação de divindades e cultos dos povos conquistados, e não na sua erradicação.[238] Roma promovia a estabilidade entre os diversos povos através do apoio às diferentes heranças religiosas, construindo templos destinados a divindades locais que enquadravam as práticas autóctones na hierarquia da religião romana.[232][239][240][241] No apogeu do império, eram adoradas em Roma divindades internacionais, cujo culto tinha sido difundido para as mais remotas províncias, entre elasCibele,Ísis,Epona e os deuses domonismo solar, comoMitra eSol Invicto.[242]
Asreligiões de mistérios, que ofereciam aos iniciados salvação após a morte, eram praticadas de forma complementar aos rituais familiares e à participação na religião pública. No entanto, os mistérios envolviam secretismo e juramentos exclusivos, que os conservadores romanos viam com desconfiança e como elementos característicos de magia, conspiração e atividade subversiva. Foram feitas diversas tentativas para suprimir seitas que aparentavam ameaçar a unidade e moral tradicionais, algumas delas de forma violenta. Na Gália foram feitas várias tentativas para controlar o poder dosdruidas, inicialmente através da proibição dos cidadãos romanos em pertencer à ordem e depois através da proibição completa do druidismo. No entanto, as próprias tradições celtas foramreinterpretadas no contexto da teologia imperial, dando origem a uma novareligião galo-romana.[243]
Esta estela funerária doséculo III está entre as mais antigas inscrições cristãs, escrita simultâneamente em grego e latim. A abreviatura "D.M." no topo refere-se aDi Manes, os espíritos tradicionais romanos da morte, mas é acompanhada pelosímbolo cristão
Durante o início doséculo IV,Constantino tornou-se o primeiro imperador a converter-se ao cristianismo, dando início a uma era dehegemonia cristã. O imperadorJuliano realizou uma breve tentativa de reavivar as religiões tradicionais e de reafirmar o estatuto especial do judaísmo. No entanto, em 391 e durante o governo deTeodósio, o cristianismo tornou-se areligião oficial do império, excluindo todas as outras. A partir doséculo II, osPadres da Igreja começaram a condenar as restantes práticas religiosas, denominando-as coletivamente por "pagãs".[252] Ao mesmo tempo, foram rejeitados apelos à tolerância religiosa por parte de tradicionalistas e o monoteísmo cristão tornou-se uma das características do domínio imperial. Todos oshereges e não cristãos estavam sujeitos a ser perseguidos ou excluídos da vida pública. No entanto, as práticas cristãs foram influenciadas por grande parte da hierarquia religiosa romana e por muitos aspetos dos rituais romanos, e muitas destas práticas sobrevivem ainda através de festivais e tradições locais cristãs.[253][254]
A rede de cidades ao longo do território imperial (colónias,municípios,cividades ou, no termo grego,pólis) era um elemento de coesão que fomentava aPax Romana.[255] Os romanos dos séculos I e II eram encorajados pela propaganda imperial a respeitar e usufruir dos valores do tempo de paz.[256] Até mesmo o polemistaTertuliano declarou que o mundo doséculo II era mais ordeiro e culto do que em épocas anteriores: "Por todo o lado existem casas, por todo o lado existem pessoas, por todo o lado ares publica, a causa do povo, por todo o lado existe vida."[107] Muitas das características associadas à cultura imperial, como oculto público,jogos e festividades, competições para artistas, oradores e atletas, assim como a grande maioria da arte e dos edifícios públicos, eram financiados por privados, cujas despesas em benefício da comunidade ajudavam a justificar o seu poder económico e privilégios jurídicos e provinciais.[257] O declínio das cidades e da vida cívica noséculo IV, quando as classes abastadas já não eram capazes de financiar a obra pública, foi um dos sinais da dissolução iminente do império.[258]
Nas cidades, a maioria da população vivia emínsulas (insulae), edifícios de apartamentos com vários pisos. Nas ruas movimentadas, o rés-do-chão podia ter lojas voltadas para a rua (na imagem: ínsulas emÓstia).
As cidades eram dotadas de várias infraestruturas, comoaquedutos para abastecimento de água, sanitários públicos (latrinas, na imagem) e rede de esgotos.
Na Antiguidade clássica, as cidades eram vistas como territórios que fomentavam a civilização se fossem adequadamente desenhadas, ordenadas e adornadas.[256] O planeamento das cidades romanas e o estilo de vida urbano foram influenciados pela civilização grega de períodos anteriores.[259] Na parte oriental do império, o domínio romano veio acelerar o desenvolvimento de cidades que já de si tinham um acentuado carácter helenístico. Algumas cidades, comoAtenas,Afrodísias,Éfeso eGérasa, modificaram alguns aspetos da arquitetura e planeamento urbano em conformidade com os cânones imperiais, embora exprimindo também a sua identidade individual e proeminência regional.[260][261] Nas áreas mais ocidentais do império, habitadas por povos delínguas celtas, Roma encorajou o desenvolvimento de centros urbanos planificados, dotados de templos, fóruns, fontes monumentais e anfiteatros. Estas novas cidades eram muitas vezes projetadas nas proximidades ou no próprio local de assentamentos muralhados preexistentes (ópidos).[262][263][nt 7] A urbanização no norte de África expandiu as cidades gregas e púnicas ao longo da costa.[262]
Augusto levou a cabo uma vasto programa de construção em Roma que serviu de modelo para as restantes cidades do império, financiando obras de arte pública que expressavam a nova ideologia imperial e reorganizando a cidade em bairros (vicos;vici) administrados a nível local, com serviço de polícia e bombeiros.[267] Um dos focos de arquitetura monumental foi oCampo de Marte, uma área descoberta nos arredores do centro que anteriormente estava destinada a desportos equestres e exercício físico dos jovens. Foram aí construídos o Altar da Paz (Ara Pacis) e oobelisco de Montecitório, importado do Egito, o qual formava o ponteiro (gnómon) de um monumentalrelógio solar. Dotado de jardins públicos, o Campo de Marte tornou-se uma das principais atrações de Roma.[268]
Os romanos foram pioneiros na engenharia e construção de sofisticadasinfraestruturas comocanalizações,aquedutos,estradas epontes.[269] As obras estenderam-se por todo o império, o que foi possibilitado em grande parte pela extensa rede viária. Além dosaneamento básico, as infraestruturas incluíam equipamentos como termas,fóruns,teatros,anfiteatros e monumentos.[270][271] Osaquedutos construídos em todo o império abasteciam as explorações agrícolas e as cidades com água potável.[269] O escoamento era geralmente com superfície livre, apresentando uma inclinação mínima para que a água pudesse correr, e eram edificados emalvenaria. O atravessamento de vales era feito sobre estruturas em arcaria. Contavam ainda com a ajuda debombas hidráulicas. As águas residuais eram recolhidas numa sofisticada rede deesgotos, de que é exemplo acloaca Máxima, em Roma, uma das mais antigas redes de esgotos do mundo,[272] construída em Roma nos finais doséculo VI a.C., iniciada porTarquínio Prisco,[273] que usufruía da experiência desenvolvida pela engenhariaetrusca para drenar os esgotos para orio Tibre. O funcionamento da cloaca Máxima e outras redes de esgotos romanas, como a deEbóraco (actual cidade inglesa deIorque) prosseguiu durante bastante tempo após a queda do Império Romano.[274]
Reconstituição do interior de umadomus emPompeia. Asdomūs eram moradias de famílias abastadas, geralmente com os interiores profusamente decorados
Na cidade de Roma, a maior parte da população residia em edifícios de apartamentos de vários pisos (ínsulas), os quais ofereciam muito pouca segurança em relação a incêndios. Os equipamentos públicos, como astermas (emlatim:termae), sanitários (latrinae) e fontanários de água potável,[275] assim como o entretenimento de massas, destinavam-se principalmente ao cidadão comum que residia nas ínsulas.[270]
As famílias abastadas de Roma geralmente possuíam duas ou mais habitações: uma moradia urbana (domus, pluraldomūs) e pelo menos uma casa de campo (vila) na província. Adomus era uma moradia unifamiliar privada que podia incluir termas privadas.[276] Embora em alguns dos bairros de Roma houvesse uma grande concentração de moradias abastadas, as classes superiores não viviam em enclaves segregados e pretendiam que as suas casas fossem visíveis e acessíveis à população. Oátrio (atrium) era o espaço de recepção, no qual o chefe de família (pater familias) recebia clientes e visitas todas as manhãs, desde amigos igualmente abastados até dependentes carenciados que recebiam esmola.[277] Era também palco dos rituais religiosos das famílias, no qual estavam presentesaltares e imagens dos respetivos ancestrais.[278] As habitações urbanas situavam-se geralmente em caminhos públicos movimentados, pelo que os rés-do-chão voltados para a rua eram muitas vezes arrendados para lojas (tabernas;tabernae).[279] Para além de uma pequenahorta, que nas insulas podia ser substituída por floreiras, as domūs tinham geralmente um jardim formal enquadrado por umperistilo.[280][281]
Por outro lado, a vila correspondia a uma evasão do alvoroço urbano, retratada na literatura enquanto símbolo de um estilo de vida que equilibra o apreço pela arte e cultura (otium) com o apreço pela natureza e o ciclo agrícola.[282] As vilas situavam-se geralmente em centros de produção agrícola ou em regiões balneares ao longo da costa. Idealmente, teriam uma vista sobre a região envolvente, cuidadosamente enquadrada pelo desenho arquitetónico.[283] O interior das habitações era muitas vezes decorado com pinturas de jardins, fontes, paisagens, motivos vegetalistas,[283] e animais, em particular aves e espécies marinhas, as quais eram retratadas com tal precisão que os arqueólogos contemporâneos conseguem por vezes identificar as espécies.[284]
Astermas romanas eram aquecidas porhipocausto (imagem), um sistema em que o ar quente circulava entre pilares, aquecendo a piscina por cima
As termas públicas tinham função higiénica, social e cultural.[285] Osbanhos públicos eram o foco de socialização quotidiana após o dia de trabalho, ao fim da tarde antes do jantar, e estavam abertas tanto a homens como a mulheres.[286] A tradição termal está relacionada com o culto à deusa gregaHígia (equivalente romana:Salus) ePanaceia, filhas deEsculápio, deusas da saúde e limpeza, e com as recomendações da medicinahipocrática. As mais antigas termas romanas conhecidas datam doséculo V a.C. emDelos eOlímpia, embora as mais conhecidas sejam astermas de Caracala. O desenvolvimento dos aquedutos permitiu a construção generalizada em todo o território imperial determas (thermae: grandes complexos termais públicos) e balneários (balneae: termas de pequena dimensão, públicas ou privadas).[285]
As termas romanas dispunham de serviços que asseguravam a higiene corporal e ahidroterapia.[287] As diferentes salas ofereciam banhos comunitários em três temperaturas diferentes, os quais podiam ser complementados por diversos serviços, comosalas de exercício e treino,sauna,spa de exfoliação (no qual a pele era massajada com óleos, removidos com umestrígil),campo de jogos ou ainda uma piscina exterior. As termas eram aquecidas porhipocausto: o pavimento estava assente sobre condutas nas quais circulava ar quente.[288] Embora algumas termas oferecessem instalações segregadas para homens e mulheres, o banho nu misto entre sexos era relativamente comum. As termas públicas faziam parte da cultura urbana por todas as províncias, embora a partir do fim doséculo IV as termas comunitárias tenham começado a dar lugar aos banhos privados.[289] Os cristãos eram aconselhados a frequentar as termas por razões higiénicas e de saúde, e não por prazer,[290] embora fossem também aconselhados a não frequentar os jogos públicos, os quais estavam integrados nos festivais religiosos que consideravam "pagãos".[291]
A educação tradicional romana era moral e prática. As histórias sobre as grandes personalidades, ou lições sobre fracassos individuais, destinavam-se a incutir nos jovens os valores romanos (mores maiorum). Era esperado dos pais e da família que agissem como modelo comportamental e que os pais com uma profissão passassem aos filhos esse conhecimento, os quais se podiam depois tornar aprendizes.[292] As elites urbanas de todo o império partilhavam uma cultura literária imbuída de ideais de educação gregos (paideia).[293] Muitas cidades gregas financiavam escolas superiores e, para além da literacia e numeracia, o currículo incluía também música e desporto.[294] Atenas era o destino de muitos jovens romanos que aí procuravam as mais reputadas escolas de retórica efilosofia no império.[295] Por norma, todas as filhas de membros das ordens equestre e senatorial recebiam instrução.[296] O nível de qualificação variava, desde aristocratas cultas até mulheres formadas para seremcaligrafistas ou escribas.[297][298] A poesia augustiniana enaltece o ideal da mulher instruída, culta, independente e versada em arte,[299] e uma mulher com qualificações elevadas representava uma mais-valia para qualquer família que tivesse ambições sociais.[300]
Professor com dois alunos e um terceiro, em pé, que segura um lóculo, uma mala na qual se guardava canetas, um frasco de tinta e uma esponja para corrigir erros.[301]
O ensino formal era acessível apenas às famílias que o podiam pagar.[302][303] As crianças mais privilegiadas podiam ter aulas em casa com um pedagogo particular.[304] As crianças mais novas eram ensinadas por um pedagogo (pedagogus), geralmente um escravo ou antigo escravo grego.[305] O pedagogo era responsável pela segurança das crianças, ensinava-lhes autodisciplina e noções de comportamento em público e ministrava aulas de leitura, escrita earitmética.[306][307] As restantes crianças frequentavam uma escola particular dirigida por um mestre (ludi magister), financiada através de mensalidades dos vários pais.[308] O número de escolas foi aumentando gradualmente durante o império, criando mais e melhores oportunidades de educação.[303] As aulas podiam ser realizadas regularmente num espaço próprio arrendado ou em qualquer espaço público disponível, mesmo que no exterior. O ensino primário era ministrado a crianças entre os 7 e 12 anos de idade e as turmas não eram separadas nem por anos nem por sexos.[309]
Aos 14 anos, os homens das classes mais abastadas realizavam o ritual de passagem para a idade adulta. A partir desta idade começavam a receber formação no sentido de vir a desempenhar um eventual cargo de liderança política, religiosa ou militar, formação essa que geralmente era dada por um membro mais velho ou amigo da família.[295][310] O ensino secundário era ministrado porgramáticos (grammatici) oureitores (rhetores).[311] Os gramáticos ensinavam principalmente literatura grega e latina, complementada por explicações do texto que serviam de pretexto para ensinar história, geografia, filosofia e matemática.[312] Após o reinado de Augusto, os autores latinos passaram também a fazer parte do currículo.[313] O reitor era um professor deoratória eretórica. A arte de bem falar (ars dicendi) era extremamente valorizada enquanto indicador de superioridade social e intelectual, e a eloquência (eloquentia) era considerada o elemento agregador de qualquer sociedade civilizada.[314] A educação superior proporcionava oportunidades de progressão na carreira, sobretudo para os membros da ordem equestre. A eloquência e a cultura eram consideradas características fundamentais dos homens cultivados e dignas de recompensa.[315]
Mosaico de Pompeia no qual se representa aAcademia de Platão. Era em Atenas que se encontravam as mais reputadas escolas deretórica efilosofia do império
Em latim, iliterado (illiteratus) podia significar tanto uma pessoa que era incapaz de ler ou escrever como uma sem consciência cultural ou sofisticação.[316] As estimativas apontam para uma taxa dealfabetização média do império entre 5 e 30% ou mais, dependendo da definição de alfabetização.[316][317][318][319] A obsessão romana com documentos e inscrições públicas é um indicador do valor que a escrita tinha na sociedade.[320][321][322][323] A burocracia romana dependia da capacidade de ler e escrever e tanto as leis como os editais eram afixados em locais públicos. O governo colocava à disposição dos romanos iliterados escribas (scriba) capazes de ler ou redigir documentos oficiais.[324][325] A administração militar produzia uma quantidade assinalável de registos e relatórios escritos,[326] e a literacia entre o exército era bastante elevada.[327] Qualquer forma de comércio exigia também um mínimo de conhecimento decálculo matemático.[321][322] Havia também uma quantidade assinalável de escravos instruídos, alguns bastante letrados.[328]
Entre os séculos I e III houve um aumento significativo de público literário e, embora continuasse a ser uma minoria entre a população, já não estava restrito a uma elite sofisticada. Isto levou ao aparecimento de literatura de consumo, destinada ao entretenimento das massas e reflexo da mobilidade social existente no período imperial.[329] Os livros ilustrados, inclusive oseróticos, eram bastante populares.[330] As obras literárias eram lidas com frequência em jantares ou entre grupos de leitura.[331] No entanto, a literacia entrou abruptamente em declínio durante acrise do terceiro século.[332] Durante os séculos V e VI, a capacidade de ler tornou-se cada vez mais escassa, mesmo entre os que faziam parte da hierarquia da Igreja.[333]
Durante o governo de Augusto, os espetáculos públicos ocupavam 77 dias do ano, número que por volta do reinado deMarco Aurélio ascendia a 135.[334] Um dos principais eventos dosfestivais religiosos romanos era a realização dejogos (ludi), sobretudo corridas de cavalos e bigas.[335] No plural,ludi refere-se quase sempre a jogos com espectadores em grande escala. O singular latinoludus ("jogo, desporto, treino") tinha uma grande amplitude de significados, desde jogos de palavras, atuação teatral, jogos de tabuleiro, escola primária e até mesmo as escolas de treino de gladiadores, como oLudo Magno, o maior destes campos em Roma.[336][337]
Ascorridas de bigas eram um dos desportos de arena mais populares nocirco romano. As equipas diferenciavam-se pelas cores, sendo os equipamentos azuis (imagem) e verdes os mais populares. Para além das corridas de bigas, realizavam-se corridas de cavalos, encenação de caçadas, competições atléticas,recriações históricas ecombates de gladiadores
Os jogos circenses (ludi circensis) realizavam-se em recintos de espetáculos denominadoscircos, inspirados noshipódromos gregos. Os circos eram a maior estrutura de construção regular no mundo romano[338] e palco de corridas de cavalos,corridas de bigas, encenação de caçadas (veação), competições atléticas,recriações históricas ecombates de gladiadores.[335] Os jogos eram antecedidos por um desfile bastante elaborado (pompa circense;pompa circensis) que terminava no recinto.[339] Os eventos de competição também eram realizados em recintos mais pequenos, como anfiteatros e estádios. Entre as modalidades desportivas, inspiradas nos modelos gregos, estavam ascorridas a pé,boxe,luta livre e opancrácio.[340] Havia várias modalidades que tinham lugar em piscinas próprias, como anaumaquia e uma modalidade de balé aquático.[341] Os eventos teatrais (ludi scaenici) tinham lugar nas escadarias dos templos, nos grandes teatros de pedra ou em teatros de pequena dimensão denominadosodeão.[342] Embora os jogos tivessem origem nas celebrações religiosas da Antiguidade, ao longo do tempo o seu significado recreativo foi se sobrepondo ao significado religioso.[343][344][345][335] O mecenato dos eventos e espetáculos das arenas estava a cargo das elites locais. Apesar dos encargos financeiros avultados, a sua organização era uma fonte de prestígio e estatuto social.[346]
OCirco Máximo era o maior dos recintos de espetáculo de Roma, com uma plateia de cerca de 150 mil espectadores.[347] Inaugurado em 80, oColiseu tornou-se arena regular de desportos violentos na cidade,[348] tendo mais de 50 mil lugares sentados e mais 10 mil de pé.[347] A disposição física do anfiteatro representava a hierarquia da sociedade romana: o imperador presidia no seu púlpito opulento; os senadores e altas patentes militares tinham os melhores lugares reservados; as mulheres sentavam-se resguardadas da ação; os escravos sentavam-se nos piores lugares e os restantes sentavam-se onde houvesse lugar entre os dois grupos.[349][350][351] A multidão podia exigir um resultado assobiando ou aplaudindo, embora fosse o imperador quem tinha a palavra final. Os espetáculos podiam rapidamente tornar-se locais de protestos políticos e sociais, pelo que muitas vezes os imperadores recorriam à força para dominar a população. Um dos casos mais notáveis foi aRevolta de Nica em 532, quando o exército sob o comando deJustiniano massacrou milhares de cidadãos.[352][353][354][355]
As equipas de bigas diferenciavam-se pelas cores envergadas, sendo os azuis e verdes as mais populares. A lealdade dos fãs era acérrima, convergindo muitas vezes para cenas de violência.[352][356][357] A competição era perigosa, mas os condutores estavam entre os mais celebrados e recompensados atletas da antiguidade.[358] Uma das estrelas desportivas foiDiocles daLusitânia (atualmente Portugal), que conduziu bigas ao longo de 24 anos e acumulou ganhos de 35 milhões desestércios.[359][355] Os cavalos também eram populares, celebrados na arte e recordados em inscrições, muitas vezes pelo próprio nome.[360][361] O desenho dos circos romanos evoluiu no sentido de assegurar que nenhuma das equipas possuísse qualquer vantagem e de minimizar o número de colisões,[362][363] as quais, no entanto, continuaram a ser frequentes e a satisfazer o desejo de espetacularidade da multidão.[364][365] As corridas estavam envoltas numa aura de mistério em função da sua associação com os rituaisctónicos: as imagens circenses eram consideradas protetivas ou de boa sorte, e os condutores muitas vezes suspeitos de feitiçaria.[358][366][367][368][369] As corridas de bigas continuaram a decorrer ao longo do período bizantino, ainda com o mecenato imperial, embora o declínio das cidades nos séculos VI e VII tenha precipitado o seu desaparecimento.[338]
Epilogo do combate entre oreciário Astácio, que empunha o seu punhal, e o seu adversário, ogladiador Ástivo, que jaz por terra, moribundo.Mosaico do Gladiador,Galleria Borghese, Roma)
Os romanos acreditavam que as competições entregladiadores tinham origem nosjogos fúnebres e sacrificais da antiguidade, nos quais eram selecionados prisioneiros de guerra que eram forçados a lutar entre si para expiar as mortes de romanos nobres. Alguns dos primeiros estilos de luta entre gladiadores tinham denominações étnicas, comotrácio ou gaulês. Os combates encenados eram consideradosmúnus (serviços, ofertas, benfeitorias) e inicialmente eram distintos dos jogos de festivais.[370][371] Ao longo do seu reinado de quarenta anos, Augusto financiou oito espetáculos de gladiadores, nos quais lutaram um total de dez mil homens, e 26 espetáculos de caçadas que resultaram na morte de 3 500 animais.[372][373][374][375] Para assinalar a abertura do Coliseu, o imperadorTito ofereceu100 dias de eventos na arena, durante os quais chegaram a competir três mil gladiadores num único dia.[376][348][377] O fascínio romano pelos gladiadores pode ser constatado na forma como são frequentemente representados em mosaicos, pinturas murais e utensílios como lamparinas.[372]
Os gladiadores romanos eram combatentes treinados, podendo ser escravos, condenados ou simplesmente voluntários.[378] Neste tipo de combates, não era necessário, e nem mesmo desejável, que o adversário fosse morto. Os gladiadores eram lutadores com extrema perícia, cujo treino representava um investimento dispendioso de tempo e dinheiro.[376][379][380] Por outro lado, os nóxios (noxii) eram condenados sentenciados a lutar na arena, com pouco ou nenhum treino, muitas vezes desarmados e sem qualquer expectativa de sobrevivência. O sofrimento físico e a humilhação eram considerados justiça compensatória pelos crimes cometidos.[381] Estas execuções eram por vezes organizadas enquanto reencenaçõesmitológicas, e os anfiteatros equipados com artifícios de palco de modo a criarefeitos especiais.[382][383][384]Tertuliano considerava as mortes na arena nada mais do que uma forma encapotada desacrifício humano.[385][386][342]
Os historiadores contemporâneos concluem que o prazer que os romanos tinham com o "teatro da vida e da morte"[387] é uma das perspetivas mais difíceis de explicar e compreender desta civilização.[388][389]Plínio, o Jovem argumentava que os espetáculos de gladiadores eram benéficos para o povo e uma forma de o inspirar a desprezar a morte, ao manifestar o amor pela glória e desejo de vitória, mesmo no corpo de escravos e criminosos.[390][391] Alguns romanos comoSéneca eram críticos destes espetáculos brutais, embora vissem virtude na coragem e dignidade no lutador derrotado, e não no vitorioso,[392] atitude que encontra a sua máxima expressão noscristãos martirizados na arena. No entanto, a própria literatura sobre os mártires oferece descrições detalhadas e luxuriosas de sofrimento corporal,[393] tornando-se um género popular por vezes indistinto da ficção.[394][395][396][397][398][399]
As atividades mais praticadas entre crianças e jovens incluíam o aro e ojogo da bugalha. Os sarcófagos de crianças muitas vezes representavam-nas a jogar jogos. As raparigas brincavam combonecas, geralmente com 15–16 cm de comprimento e feitas de madeira,terracota, osso oumarfim.[400] Entre os jogos com bola otrigon era um dos favoritos, o qual requeria destreza, a par doharpasto, um desporto mais violento.[401] Nos memoriais infantis e na literatura é muito frequente a alusão aanimais de estimação, entre os quais aves, gatos, cabras, ovelhas, coelhos e gansos.[402] Após a adolescência, grande parte do exercício físico destinado aos homens era de natureza militar. OCampo de Marte foi originalmente um campo de treino onde os jovens podiam aperfeiçoar as técnicas bélicas e de cavalaria. A caça também era considerada um passatempo apropriado. De acordo comPlutarco, os romanos conservadores reprovavam o atletismo ao estilo grego que promovia a perfeição do corpo de forma gratuita, condenando a promoção que Nero fazia da ginástica ao estilo grego.[403]
Algumas mulheres treinavam ginástica e dança. O famoso mosaico das "raparigas em biquíni" mostra jovens em posições que podem ser comparadas àginástica rítmica.[nt 8] As mulheres eram, regra geral, encorajadas a promover a saúde através de atividades físicas, como jogos de bola, natação, caminhadas, leitura em voz alta (enquanto exercício de respiração) e viagens.[407]
Osjogos de tabuleiro entre dois adversários eram jogados por pessoas de todas as idade. Entre os mais populares estavam olatrúnculo, um jogo de estratégia no qual os oponentes coordenavam jogadas e capturavam várias peças, e oludus duodecim scriptorum (doze marcas), jogado comdados de forma a organizar peças numa grelha de letras ou palavras.[408] Era também comum um jogo de dados conhecido por álea ou tábula, no qual o imperadorCláudio se viciou, e que pode ter sido semelhante aogamão, usando um copo de dados (pyrgus).[409]
Peixe e legumes suspensos num mosaico de umavilla perto de Roma, atualmente nosMuseus Vaticanos
A generalidade dos apartamentos em Roma não tinha cozinha, embora fosse frequente o uso de fogareiros.[410][411] As tabernas, bares, estalagens etermopólios vendiam refeições prontas, embora comer nesses locais ou levar comida para casa fosse comum apenas entre as classes mais baixas.[412] As classes mais abastadas preferiam refeições reservadas na sua própria residência, a qual geralmente tinha à disposição umchef (arquimágiro;archimagirus) e ajudantes de cozinha,[413] ou então em banquetes organizados em clubes privados.[414]
A maior parte da população obtinha 70% da dose diária decalorias através da ingestão decereais elegumes.[415] Um dos principais preparados romanos era opuls, uma papa feita a partir de legumes cortados, pedaços de carne, queijo ou ervas aromáticas, com a qual se podia confeccionar pratos semelhantes àpolenta ou aorisotto.[416] A população urbana e o exército preferiam consumir cereais transformados em pão.[415] A moagem e cozedura eram geralmente feitas na mesma loja. Durante o reinado deAureliano, o estado começou a distribuir entre os cidadãos de Roma aannona, uma ração diária de pão, azeite, vinho e carne de porco.[215][417][418]
Numa sociedade consciente do estatuto como a romana, o vestuário e os acessórios pessoais ofereciam uma indicação imediata sobre a etiqueta a observar na interação com o portador.[419] Vestir de forma correta deveria refletir uma sociedade ordenada.[420] Atoga era o vestuário nacional característico do homem romano, embora fosse pesada e pouco prática, sendo vestida sobretudo para tratar de assuntos políticos, rituais religiosos e presença nos tribunais.[421][422] Contrariamente à noção popular, o vestuário informal dos romanos era escuro ou colorido, e o conjunto mais comum entre os homens durante o quotidiano seria uma túnica, uma capa e calças nalgumas regiões.[423] É difícil estudar a forma como os romanos se vestiam no quotidiano devido à falta de evidências diretas, uma vez que a retratística geralmente apresenta a pessoa com vestuário de natureza simbólica e são raros os tecidos sobreviventes deste período.[424][425][426]
Umatoga imperial, vestida pelo imperadorCláudio (à esq.), e umpálio, vestido por um sacerdote deSerápis, muitas vezes identificado como o imperadorJuliano (à dir.)
A peça de vestuário básica para todos os romanos, independentemente do género ou estatuto social, era umatúnica simples com mangas. O comprimento era diferenciado em função do utilizador: as masculinas atingiam metade da altura entre o joelho e o tornozelo, embora as dos soldados fossem mais curtas; as femininas caíam até ao tornozelo e as das crianças até ao joelho. As túnicas para os pobres e escravos eram feitas delã cardada e o comprimento determinado em função do tipo de trabalho exercido. As melhores túnicas eram fabricadas em lã oulinho processado. Um homem que pertencesse a uma ordem senatorial ou equestre vestia uma túnica com duas fitas (clavos;clavi) púrpura, e quanto maior a dimensão, maior o estatuto do portador.[427]
A toga imperial era fabricada em lã branca e, devido ao seu peso, não era possível vesti-la corretamente sem assistência.[421] Na sua obra sobre oratória,Quintiliano descreve em detalhe a forma como um orador público deveria orquestrar os seus gestos em relação à sua toga.[428][422][429] Na arte, a toga é mostrada com a ponta mais longa pendente entre os pés, uma dobra curva na frente e uma aba saliente a meio.[430] Com o decorrer dos séculos, o panejamento torna-se mais intrincado e estruturado e, no final do império, o tecido formava uma dobra firme em volta do peito.[431] Atoga pretexta (toga praetexta), com uma tira púrpura que representava a inviolabilidade, era usada por crianças até aos dez anos, pelos magistrados executivos e pelos sacerdotes do Estado. Só o imperador é que estava autorizado a vestir uma toga totalmente púrpura (toga picta).[432]
Noséculo II, imperadores e homens de estatuto eram muitas vezes retratados a vestir opálio, um manto de origem grega dobrado em volta do corpo, ocasionalmente retratado também em mulheres.Tertuliano considerava o pálio uma peça de vestuário adequada para os cristãos, ao contrário da toga, e também para pessoas literadas, devido à sua associação com os filósofos.[433][434][435] Em meados doséculo IV, a toga foi praticamente substituída pelo pálio enquanto peça de vestuário simbólica da união social.[436]
A moda e o estilo do vestuário romano sofreram alterações ao longo do tempo.[437] Durante oDominato, o vestuário de soldados e burocratas da administração tornou-se cada vez mais decorado, com listas de tecido bordadas (clavos) e emblemas circulares (orbículos;orbiculi) aplicados em túnicas e mantos. Estes elementos decorativos consistiam geralmente em padrões geométricos, motivos vegetalistas estilizados e, em alguns casos, figuras animais ou humanas.[438] O uso deseda foi se tornando cada vez mais comum, e os mantos de seda eram comuns entre os cortesãos do final do império. A militarização da sociedade romana e o declínio da vida cultural urbana refletiram-se nos hábitos de vestuário; para além do abandono da toga, tornou-se comum o uso de cintas ao estilo militar entre os funcionários públicos.[439]
Temas eróticos eram bastante comuns na arte e na decoração dos cubículos dasdomūs, como nestefresco da Casa do Centenário, emPompeia
A ideia de libertinagem sexual sem restrições no Império Romano é essencialmente uma interpretação cristã posterior.[440][441][442] Na realidade, o sexo nomundo greco-romano era governado pela sobriedade e pela arte de gerir o prazer sexual.[443] A sexualidade era um dos tópicos domos maiorum, o conjunto de normas sociais que orientavam a vida pública, privada e militar, e o comportamento sexual era moderado pelas noções de pudor, vergonha e modéstia.[444] Os censores romanos, magistrados que determinavam a classe social de cada pessoa, tinham o poder de remover a cidadania dos homens da ordem equestre ou senatorial que se envolvessem em conduta sexual imprópria.[445][446] A legislação moral introduzida durante o reinado de Augusto tentou regular a conduta da mulher como forma de promover os valores da família. Oadultério, que durante a república tinha sido uma questão do foro privado, foi criminalizado[447] e definido enquanto ato sexual ilícito (stuprum) que ocorre entre um homem e uma mulher casada.[nt 9][448][449][450][451]
A sociedade romana erapatriarcal. Amasculinidade estava associada ao ideal devirtude (virtus) e autodisciplina, enquanto que o correspondente feminino era a modéstia (pudicitia).[452] A religião romana promovia a sexualidade enquanto sinal de prosperidade, sendo comuns as práticas religiosas ou mágicas privadas com o intuito de fortalecer a vida erótica ou saúde reprodutiva. Aprostituição era legal, pública e bastante comum nas cidades. As pinturas ou mosaicospornográficos eram peças de destaque entre as coleções de arte, até mesmo nas casas mais abastadas e respeitáveis.[453] Ahomossexualidade não era condenável e era considerado natural que os homens se sentissem atraídos poradolescentes de ambos os sexos, desde que pertencessem a um estatuto social inferior.[454][455] No entanto, ahipersexualidade era condenável, tanto em homens como em mulheres.[456]
Roma formou uma sociedade que deu grande espaço para as artes nas suas mais variadas manifestações. Além de desempenhar uma função decorativa, as artes desempenhavam também um importante papel educativo e socializante num contexto em que grande parte da população era analfabeta ou com pouco acesso à literatura mais sofisticada. A arte consagrava ideologias, narrava eventos históricos, integrava festividades cívicas e rituais religiosos e glorificava personagens eminentes, agindo de fato como uma língua franca à qual toda a população tinha acesso.[457] A arte romana desenvolveu-se inicialmente a partir datradição etrusca[458] e ao longo do processo de expansão territorial de Roma foi absorvendo as referências dacultura grega,[459] tornando a sua arte em larga medida uma extensão e variação daquela, e fazendo dos romanos os principais preservadores dolegado artístico grego para a posteridade.[460][461]
No entanto, embora tenham copiado muitas técnicas e modelos formais gregos na literatura, nas artes visuais, no teatro, na música e em outras especialidades, os romanos foram capazes de desenvolver uma tradição que no fim do período republicano e ao longo período imperial assumiu características inovadoras e originais, ganhando significativa independência da herança recebida e formando uma identidade própria. Mesmo assim, no Império houve várias fases de oscilação entre tendências mais helenizantes e imitativas e outras mais progressistas e criativas. Isso, somando-se às múltiplas variações regionais, à incorporação de influências orientalizantes, às importantes mudanças introduzidas na fase decristianização do Império e ao forte e permanente amor romano peloecletismo, fazem da arte da Roma Imperial um complexo mosaico de tendências às vezes bastante divergentes, sendo impossível a sua caracterização como um bloco estético monolítico.[462][463] Apesar do enorme valor dado às obras de arte, os artistas detinham um estatuto social inferior, mesmo até os mais renomados. Os romanos e gregos viam artistas e artesãos enquanto trabalhadores braçais, embora ao mesmo tempo fosse reconhecida a perícia necessária para produzir arte de qualidade, sendo até considerada uma oferenda divina.[464]
A invenção do betão (opus caementicium) permitiu aos romanos a introdução de arcos, abóbadas e cúpulas de dimensões sem precedentes na história e de elevada durabilidade, como a cúpula doPanteão de Roma (imagem), ainda hoje a maior cúpula sem reforço estrutural do mundoPont du Gard, umaqueduto romano naFrança
Osarcos de volta perfeita, asabóbadas e ascúpulas são características daarquitetura romana que a tornam distinta daarquitetura grega. A introdução destes elementos, de uma dimensão sem precedentes na História, foi possível graças à invenção dobetão pelos romanos. O betão (opus caementicium) era fabricado a partir de cinzas vulcânicas descobertas nas imediações doVesúvio, denominadaspozolanas, que eram trituradas e misturadas comcal.[465] O núcleo de betão das construções era geralmente revestido com estuque, tijolo, pedra ou mármore. Em alguns casos eram acrescentadas esculturas douradas para criar um efeito de deslumbramento e ostentação de poder e prosperidade. A qualidade construtiva introduzida na arquitetura romana aumentou significativamente a sua durabilidade. Muitos dos edifícios romanos ainda se encontram intactos e em uso, dos quais a maior parte são edifícios convertidos em igrejas durante a época cristã. No entanto, em muitas das ruínas o revestimento de mármore foi removido, pelo que não representam a grandiosidade da aparência original, como é o caso daBasílica de Constantino.[466]
As cúpulas eram uma presença comum em termas,villas, palácios e túmulos. As salas de audiência de muitos dos palácios imperiais eram encimadas por cúpulas, sendo também muito comuns em pavilhões de jardins.[467] Geralmente assumiam formatohemisférico e eram total ou parcialmente ocultas pelo exterior, sendo em muitos casos rematadas por umóculo e por vezes cobertas por um telhado cónico ou poligonal.[468] Com o colapso da metade ocidental do império, a construção de cúpulas entrou em declínio. No entanto, a oriente tornou-se uma das principais características daarquitetura bizantina.[469]
Foi durante o reinado deTrajano(r. 98–117) eAdriano(r. 117–138) que o império atingiu a sua maior extensão e que Roma atingiu o seu apogeu artístico, tendo iniciado um programa imenso de construção de monumentos, assembleias, jardins, aquedutos, termas, palácios, pavilhões, sarcófagos e templos.[470] A introdução do arco, da cúpula e o uso do betão permitiram a construção de tetosabobadados de grande vão em espaços e complexos públicos como as termas ou asbasílicas. Entre os exemplos mais notáveis de cúpulas estão oPanteão de Roma, asTermas de Diocleciano e asTermas de Caracala. O Panteão, dedicado a todos os deuses planetários, é o o templo da Antiguidade em melhor estado de conservação e preserva ainda a cúpula intacta.[466] Os últimos grandes programas construtivos em Roma tiveram lugar durante o reinado deConstantino(r. 306–337), incluindo oArco de Constantino perto doColiseu de Roma.[471]
Fresco dePompeia, c. 20-30 A pintura demonstra muitas vezes o orgulho existente na literacia, onde o encomendador se faz retratar com objetos associados à leitura e escrita.
A pintura foi uma das artes mais populares do Império Romano, mas pouco se sabe sobre ela, uma vez que a grande maioria dos registos se perdeu ao longo do tempo. Muito do que se conhece sobre pintura romana baseia-se na decoração do interior de residências privadas, em particular osfrescos que foram preservados emPompeia. Esta cidade, descoberta noséculo XVIII, foi soterrada pelaerupção do Vesúvio em 79, o que possibilitou a sua conservação relativamente intacta. A partir deste grupo de obras — que embora rico e variado, é uma diminuta fração do que foi produzido e abrange um período muito limitado — foi estabelecida uma cronologia de estilos que vem sendo controversamente aplicada para o conjunto do legado pictórico imperial. Segundo esta proposta, a pintura romana evoluiu a partir de exemplos gregos dedecoração parietal puramente geométrica, incorporando progressivamente elementosfigurativos em cenários arquitetónicos ou paisagísticos, frequentemente utilizando modelos gregos ou citando obras gregas célebres em releituras criativas, vindo a apresentar em alguns exemplos grande sofisticação e suntuosidade, em conjuntos organizados segundo um grande programa integrado e distribuído em vários ambientes, enquanto em outros a simplicidade e o gosto popular predominam. Para além dos frisos decorativos e de painéis com motivos geométricos e vegetalistas, a pintura mural representa cenas da mitologia e do teatro, paisagem e jardins, recreação e espetáculos, trabalho e vida quotidiana e cenaseróticas. Os pássaros, animais e vida marinha são frequentemente representados com especial cuidado em relação ao detalhe artístico.[472][473][474]
Porém, através de registos literários e de escassos remanescentes distribuídos pela extensão do Império, sabe-se que a pintura mural foi apenas uma das modalidades praticadas de pintura, havendo notícia de obras produzidas sobre tecido, metal, pedra, marfim e outros suportes, utilizandopigmentos variados de origem vegetal e mineral.[475][474] Os retratos pintados sobre pranchas de madeira e placas metálicas eram muito apreciados, especialmente em contextos fúnebres, mas também como glorificação de personagens ilustres, apresentados em procissões que reafirmavam o prestígio das famíliaspatrícias e em outras festividades públicas. Também os cidadãos comuns podiam ter as suas faces eternizadas, já que a técnica tinha um custo relativamente baixo. Sobreviveu um bom conjunto de retratos fúnebres emencáustica no Egito, que mostram refinada técnica e grande realismo.[476] Os retratos de Faium são um indicador da razão pela qual as antigas fontes literárias se maravilhavam com o realismo das representações artísticas.[477] Outro género popular foi o das pinturas triunfais, executadas sobre painéis de grandes dimensões representando batalhas e mapas de campanhas militares, apresentadas nos cortejos dos generais vitoriosos.[478] Merece nota ainda a produção deiluminuras destinadas à ilustração de manuscritos, das quais sobrevive reduzidíssimo número de exemplares.[479]
Grande parte da escultura retratística teria sido pintada, embora a tinta raramente tenha sobrevivido ao longo dos séculos. A partir doséculo II, com a difusão do Cristianismo, surgiu toda uma nova temática alusiva a esta religião – aarte paleocristã – observando-se ao mesmo tempo uma crescente simplificação e geometrização nas formas. No entanto, ainda se encontram alguns exemplos refinados de pintura tardo-imperial que remetem à tradição clássica, principalmente emDura Europo, com temas hebraicos, e emLuxor, com temas cristãos.[480][481]
A escultura foi uma das mais importantes expressões artísticas dos antigos romanos e estava presente em todos os aspetos das suas vidas, do âmbito doméstico ao público, do religioso ao civil e militar, em grandes e pequenas dimensões, em pedra, metal ou cerâmica, desempenhando funções decorativas, mágicas, propiciatórias, consacratórias, memorialistas, celebratórias ou educativas. A parte mais importante da escultura imperial é figurativa, mas encontra-se também aplicada a objetos utilitários.[457][482] Era comum aplicar na superfície das esculturas uma pintura decorativa.[483]
A tradição grega permaneceu uma referência central ao longo de toda a trajetória da arte escultórica em Roma, mas assim como ocorreu em outras expressões artísticas, foram introduzidas diversas inovações, visíveis em especial na retratística, que desde a República gozou de especial estima, com exemplares de intensa expressividade e grande realismo, e na decoração dos grandes monumentos públicos, como osarcos de triunfo, oAltar da Paz e aColuna de Trajano, onde se desenvolveu um estilo narrativo que se configurou como tipicamente romano.[484][485][486]
Ao longo do Império, as influências orientais ocasionaram um lento mas crescente afastamento do cânone grego em direção a uma simplificação formal que estabeleceu as bases da escultura bizantina, paleocristã e medieval. Mesmo assim, verificaram-se diversas fases em que foram recuperadosarcaísmos clássicos, a exemplo do que sucedeu na era de Augusto, elementos que reforçavam a continuidade com um passado prestigiado e serviam ao mesmo tempo como elos de coesão política e cultural num território que se expandia e absorvia influências estéticas diversificadas, agindo como uma linguagem de entendimento comum. Com a ascensão do Cristianismo apareceram novas temáticas, mas a herança clássica continuou a oferecer modelos importantes para a constituição de uma iconografia renovada.[463][459][484][487]
Durante o período de Augusto, os retratos usavamproporções clássicas e feições jovens, evoluindo posteriormente para uma conjugação de realismo e idealismo.[488] Os retratos do período republicano demonstram um realismo intenso, embora após oséculo II a.C. tenha sido progressivamente adotado o conceito denudez heroica, muitas vezes para o retrato de generais conquistadores.[489] A escultura imperial pode apresentar uma face adulta, por vezes envelhecida, no topo de um corpo jovem nu ou seminu com musculatura perfeita. Aliás, era comum a colocação de bustos num corpo criado para outro efeito.[490] Vestido com a toga ou o uniforme militar, o corpo comunica a patente ou a esfera de atividade, e não as características do retratado.[491] As mulheres da família imperial eram frequentemente retratadas vestidas de forma semelhante à das deusas ou personificações divinas, como aPax.[477]
Ossarcófagos de mármore ecalcário são característicos do período entre os séculos II e IV,[492] do qual existem pelo menos 10 mil exemplares sobreviventes.[493] Embora ascenas mitológicas sejam aquelas cujo estudo é mais aprofundado,[494] os relevos em sarcófagos são a mais rica fonte de iconografia romana,[495] podendo representar a ocupação em vida do morto e cenas militares, entre outros temas.[496] O hábito da cópia e da releitura de modelos gregos foi essencial para a preservação do legado da escultura grega, cujos originais foram na sua vasta maioria perdidos,[487] e a produção romana foi uma importante influência nos períodos renascentista, barroco e neoclássico.[497]
Entre os mais comuns objetos deartes decorativas, destinados a consumidores abastados, estão peças de cerâmica, recipientes e utensílios de prata e de bronze e artefactos de vidro. A produção de cerâmica de várias qualidades e as indústrias de metalurgia e vidro desempenhavam um papel económico significativo no comércio e no emprego. As importações estimulavam os novos centros de produção regionais, como o sul daGália, que se tornou o principal produtor deterra sigillata, cerâmica de elevada qualidade e um dos principais artigos comercializados na Europa durante oséculo I.[498] Os romanos dominavam também a técnica de sopro de vidro, a qual teve origem na Síria durante oséculo I a.C..[499][500]
Osmosaicos são uma das mais duradouras formas de arte decorativa romanas, podendo ser encontrados nas superfícies de pavimentos, paredes, tetos e colunas de espaços públicos ou privados.[501] Os mosaicos figurativos partilham muitos dos temas com a pintura e, nalguns casos, representam os mesmos temas emcomposições praticamente idênticas. Embora os padrões geométricos e cenas mitológicas sejam motivos recorrentes ao longo de todo o império, existem também diversas expressões locais. No norte de África, uma fonte particularmente rica de mosaicos, os temas preferidos em propriedades privadas eram cenas da vida quotidiana: caça, agricultura e vida selvagem local.[502] Uma oficina de mosaico era dirigida pelo mestre (pictor). A técnica mais comum é oopus tessellatum, criado a partir de peças uniformes (tessela) de materiais como pedra e vidro. Os mosaicos eram geralmente produzidos no local, embora por vezes fossem produzidos e comercializados em painéis pré-fabricados.[503] Oopus sectile é uma técnica relacionada na qual pedra lisa, geralmente mármore colorido, é cortada em formas precisas que compõem os padrões geométricos ou figurativos. Esta técnica, mais complexa, era particularmente valiosa e tornou-se extremamente popular durante oséculo IV.[504]
Para além da tradição grega doteatro de máscaras exclusivamente masculino (imagem), o género mais popular no império foi omime, que misturava um guião escrito com improviso, humor,sátira política, cenas de ação e sexo, acrobacias emalabarismo
A música e dança foram manifestações artísticas populares desde a fundação, tendo-se provavelmente desenvolvido a partir da imitação de precursores gregos. O pouco que se conhece a seu respeito deriva de fontes bibliográficas e iconográficas.[505][506] A presença de música era comum em praticamente todos os eventos sociais e nas cerimónias fúnebres. Nos sacrifícios era habitual tocar umatíbia, uminstrumento de sopro cujo som se acreditava espantar as más influências.[507][508] Acreditava-se que a música refletia a ordem do cosmos, sendo associada àmatemática e ao conhecimento.[509] Entre os instrumentos musicais mais comuns estavam asmadeiras, osmetais, osinstrumentos de percussão e ascordas, como acítara grega.[510] Ocorno (cornu), um instrumento de sopro metálico que se curvava ao longo do corpo do músico, era usado em paradas e sinalização militar.[511] O órgão hidráulico chamadohidraulo (hydraulis) foi um dos mais significativos feitos musicais e técnicos da Antiguidade, acompanhando combates entre gladiadores, eventos nos anfiteatros e atuações em palco.[512]
Oteatro de máscaras exclusivamente masculino de tradição grega manteve-se durante o Império Romano, levando ao palco as tragédias e comédias daliteratura latina.[513][514] No entanto, a mais popular forma de teatro foimime, um género caracterizado por peças que misturavam um guião escrito com improvisação e usavam linguagem por vezes brejeira, humor,cenas de sexo, sequências de ação esátira política. Eram também intercaladas por números de dança, acrobacias,malabarismo,funambulismo,striptease e atéursos dançarinos.[515][516][517] O mime realizava-se sem máscaras e promovia o realismo estilístico em palco. Os papéis femininos eram desempenhados por mulheres, e não por homens com disfarces.[518] Este género estava relacionado com um outro denominadopantomima (pantomimus), uma forma primitiva debalé narrativo, música instrumental elibreto musical, muitas vezes sobre temas mitológicos que podiam ser trágicos ou cómicos.[519][520]
Embora algumas formas de dança não tivessem aceitação no império e fossem vistas como estrangeiras ou pouco humanas, a dança estava incorporada nos rituais religiosos da Roma arcaica.[521] As dançasextasiantes eram uma característica dareligião de mistérios, em particular do culto deCibele praticado pelos seus sacerdoteseunucos[522] e do culto deÍsis. Na vertente secular, as dançarinas daSíria e deCádis eram extremamente populares.[523] Tal como os gladiadores, os artistas de espetáculos eram infames aos olhos da lei e com estatuto pouco superior em relação aos escravos, ainda que tecnicamente fossem livres. As grandes estrelas podiam, no entanto, desfrutar de riqueza e estatuto considerável, sendo-lhes permitido envolver-se com as classes superiores e inclusive com imperadores, muitas vezes sexualmente.[524] Os artistas apoiavam-se entre si através da formação deguildas.[525] O teatro e a dança foram muitas vezes condenados pelos polemistas cristãos durante o final do império,[505] e cristãos que integrassem dança ou música nas suas práticas religiosas eram vistos pelosPadres da Igreja como pagãos.[526]
Nocânone literário ocidental, a literatura durante o período deAugusto até ao fim da república é vista como a idade de ouro daliteratura latina, incorporando osideais clássicos da unidade do conjunto, proporção entre as partes e articulação cuidada da composição.[527] Os três poetas clássicos latinos mais influentes –Virgílio,Horácio eOvídio – pertencem a este período. Virgílio escreveu aEneida, criando um épico nacional para Roma da mesma forma que os épicos deHomero o foram para a Grécia. Horácio aperfeiçoou o uso damétrica grega na poesia latina. A poesia erótica de Ovídio foi extremamente popular, embora vítima do programa moral de Augusto, que levou ao seu exílio em Tômis, onde permaneceu até ao resto da sua vida. AsMetamorfoses de Ovídio são um poema contínuo ao longo de quinze livros, que abrangem temas desde amitologia greco-romana até aoculto imperial deJúlio César. As versões de Ovídio dos mitos gregos tornaram-se numa das principais fontes de mitologia clássica. A sua foi tão influente naliteratura medieval que os séculos XII e XIII foram denominados de "Idade de Ovídio"."[528]
O período entre meados doséculo I e meados doséculo II é convencionalmente denominado de idade de prata da literatura latina. Durante o governo de Nero, os escritores reagiram contra o augustianismo.[529] Os três principais escritores – o filósofo e dramaturgoSéneca;Lucano, o seu sobrinho, que transformou aSegunda Guerra Civil no épicoFarsália; e o romancistaPetrónio, autor deSatíricon – cometeram todos suicídio após caírem em desgraça junto do imperador. Séneca e Lucano eram daHispânia, tal como oepigramistaMarcial.[530] A obra do poetaEstácio viria a exercer uma enorme influência na literatura doRenascimento.[531]
Os livros eram caros, uma vez que cada cópia tinha que ser manuscrita num rolo depapiro (volume;volumen) por escribas especializados.[532] A produção comercial de livros teve início durante o período final da República. Por volta doséculo I alguns bairros de Roma eram conhecidos pelas suas livrarias (tabernas de livros;tabernae librariae), as quais existiam também em muitas das cidades de província ocidentais.[533] A qualidade das edições variava significativamente e alguns autores queixavam-se de cópias cheias de erros,plágio ou falsificações, uma vez que não existiamdireitos de autor.[534] Ocódice era ainda uma novidade noséculo I, mas em finais doséculo III tinha já substituído o volume[535][536] e era o suporte mais comum entre os livros de conteúdo cristão.[537] No entanto, enquanto que o formato do livro dava ênfase à continuidade do texto, ocódice encorajava uma leitura parcelar, interpretações fragmentadas e criação de máximas.[538] Embora osPadres da Igreja fossem instruídos, consideravam a literatura clássica perigosa e sem valor, pelo que muitas vezes a reinterpretavam atravésmetáforas ealegorias.Juliano, o único imperador a rejeitar o cristianismo após a conversão deConstantino, proibiu os cristãos de ensinar o currículo clássico sob a alegação de que corrompiam os jovens.[539]
No ocidente medieval, o termo "romano" foi associado à igreja e ao Papa de Roma. A forma gregaromaioi continuou a ser associada à população falante de grego do império oriental e é ainda usada pelos gregos.[545] APax Romana criou uma imensa região de estabilidade e união política que permitiu a disseminação docristianismo.[546] A própriaIgreja Católica é umamonarquia absoluta baseada no modelo de Roma e ospapas assumem o título do mais alto sacerdote romano,pontífice máximo (Pontifex Maximus).[547] Nas primeiras igrejas de Roma eRavena, abasílica, um edifício tradicional romano, foi adaptada para o culto cristão, influenciando o modelo deigreja até aos nossos dias.[548]
Nas regiões romanizadas doimpério ocidental as línguas pré-latinas foram sendo progressivamente extintas e o latim tornou-se a língua nativa da maioria dos habitantes.[552] O latim desenvolveu-se em diversos ramos regionais que evoluiriam para aslínguas românicas modernas, como as línguasportuguesa,espanhola,francesa,italiana ouromena, e exerceu uma enorme influência nalíngua inglesa. Apesar disso, o latim continuou a ser a língua internacional por excelência no ensino, literatura, diplomacia e vida intelectual até aoséculo XVII, e emobras jurídicas eeclesiásticas até aos nossos dias.[553][554] NaIdade Média os autores clássicos eram autoridades respeitadas.[555] Embora no Império Bizantino o grego tivesse permanecido como língua franca, a distribuição das línguas regionais é muito mais complexa. A maioria dos que falavam grego vivia napenínsula e nasilhas gregas, naAnatólia ocidental, nas principais cidades do império e em algumas regiões costeiras. Tal como o grego e o latim, alíngua trácia e diversas línguas extintas da Anatólia tinham raiz indo-europeia.[556][557] Váriaslínguas afro-asiáticas, principalmente alíngua copta no Egito e alíngua aramaica na Síria e Mesopotâmia, nunca foram substituídas pelo grego.[558]
Notas e referências
Notas
↑Outras possibilidades são República (Res publica) e România (Romania). República, como um termo denotando a comunidade romana em geral, pode referir-se tanto à era republicana como à era imperial, enquantoImpério Romano é usado para denotar a extensão territorial da autoridade romana. O termo tardio România, que foi mais tarde usado para oImpério Bizantino, aparece em fontes gregas e latinas do quarto século em diante.[1]
↑A forma mais comum de se definir o período entre o governo deAugusto(r. 27 a.C.–14 d.C.) e o último imperador romano (Rómulo Augusto, em476 d.C.) é denominá-lo "Império" em oposição ao período da República, e é este o sentido usado no artigo. No entanto, os próprios romanos definiam a diferença institucional como oPrincipado - depríncipe (princeps), título oficial do imperador que significava literalmente "primeiro", "líder",[7] reforçando a ideia de que o imperador seria o principal dentre iguais (primus inter pares) e nominalmente mantendo a República como forma de governo. O termo "império" era utilizado no próprio período republicano, pois significava originalmente o domínio militar sobre uma terra conquistada.[8] Assim, o "Império Romano" seria literalmente o território conquistado peloSenado e Povo romano além das fronteiras da cidade deRoma, que passou a ter grandes dimensões a partir das vitórias nasGuerras Púnicas e daanexação da Macedónia e daGrécia, noséculo II a.C. Da mesma forma, já havia o títuloimperator na República,[9][10] outorgado aos generais que conquistavam territórios para Roma. Como oficial e nominalmente nunca houve uma ruptura institucional entre República e Principado, o títuloimperator passou a ser um dos títulos outorgados ao general principal e superior aos outros, chefe máximo dos exércitos, o príncipe.[11]
↑O termo "Império Bizantino" é moderno. À época, os habitantes denominavam-no Império Romano viam-se a si próprios como romanos.
↑Esta prática foi estabelecida durante a República.
↑Só o excedente da província do Egito era suficiente para as necessidades da cidade de Roma e dos exércitos de província.[215]
↑Júlio César aplicou pela primeira vez o termoópido (oppidum) a este tipo de assentamento, tendo mesmo denominadoAvárico umaurbs, ou cidade. A arqueologia indica que os ópidos eram centros religiosos, comerciais e de produção industrial, muralhados com o propósito de defesa, embora seja possível que a sua ocupação populacional fosse muito variável ao longo do ano.[264][265][266]
↑Os historiadores dividem-se na ênfase dada aos elementos atléticos e de dança destes exercícios: H. Lee vê-as como ginastas,[404] enquanto M. Torelli assume que são dançarinas em eventos desportivos.[405] A questão é sumarizada por Katherine M. D. Dunbabin.[406]
↑Existia umadupla moral: uma mulher casada apenas podia ter relações sexuais com o marido; no entanto, um homem casado não estaria a cometeradultério se tivesse relações sexuais com uma prostituta, escrava ou outra pessoa de estatuto considerado marginal.
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