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Enqui

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Enqui
Deus do abismo subaquático, da criação e da sabedoria

Detalhe doSelo de Ada com representação de Enqui
Genealogia
Cônjuge(s)
Pais
Filho(s)
Equivalentes
AcádioEa
BabilônicoEasarru
Selo cilíndricoassírio do fim doIII milênio a.C. com representação de Enqui
Parte de umasérie sobre a
Antiga
religião da Mesopotâmia
Chaos Monster and Sun God
Chaos Monster and Sun God
Deuses primordiais
Sete deuses maiores
Tópicos relacionados

Enqui[1] (Enki) era uma divindade damitologia suméria, conhecido mais tarde comoEa ouEasarru (Ea-šarru) naacadiana ebabilônica. Era o deus da água doce primordial, sabedoria e criação e foi cultuado desde ca. 3 500 até1 750 a.C. como Enqui e de ca. 1 900 até200 a.C. como Ea. Seu templo era a casa deApsu ou Eengurra emEridu, mas essa informação só é conhecida através de inferências literárias. No tempo doImpério Neobabilônico(626–539 a.C.), sua popularidade diminuiu e tornar-se-ia pai deMarduque. Foi registrado em placas, esculturas,estelas votivas e glípticos e em textoscuneiformes comoEnuma Elixe,Epopeia de Gilgamés eNergal e Eresquigal,Atracasis,Enqui e a Ordem do Mundo, hinos templários, etc.[2]Isimude era seu mensageiro.[3]

Relação genealógica

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Enqui era filho deAnu eNamu[4] e, segundo uma versão, irmão gêmeo deIscur.[5] Era esposo deDanquina, que gerouMarduque, eNinguicuga, que gerouNingal.[6] Ainda engravidouNinursague, que gerouNinsar. Depois engravidou Ninsar, que gerouNincurra, e Nincurra, que gerouUtu eNinima; noutra versão Enqui engravidouNinma e gerou Utu.[7] Ele ainda teve ao menos outros dois filhos,Nanse[8] eAssalua, e diz-se queAbu nasceu de sua cabeça.[9]

Características

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Como deus da água doce, em sua capacidade de nutrir a terra, Enqui era uma das principais divindades sumérias, mas se pensa que teve uma entrada tardia no panteão. Geralmente era representado como uma figura em chifres típicos, cocar e saia em camadas com dois fluxos de água (Tigre eEufrates) saltando dos ombros ou de um vaso e peixes saltando. Ainda podia segurar o pássaroIndugude (trovão), significando nuvens subindo das águas. Seu pé podia repousar numíbex.[10]

O funcionamento dos assuntos diários foi deixado sob sua responsabilidade e segundo os mitos organizou a terra e estabeleceu a lei e a ordem, bem como foi um dos três deuses que lutaram na batalha primordial entre o bem e o mal. No épico de criação sumério, Enqui partiu num barco para vingar o sequestro porCur da deusa Eresquigal e Cur revidou com pedregulhos. Ele então aparece enchendo o Tigre e Eufrates com água doce sagrada a pedido deNinsiquil e nomeando outras divindades menores para seus deveres em conexão com o bem-estar do mundo natural:[11]Musdama com os projetos de edificação e casas;[12]Sirara à proteção das águas doGolfo;[13]Sumugã com as terras planas aluviais do sul daMesopotâmia;[14] Iscur com os ventos;[5]Enquindu com os canais e diques;[15] eLaar, deus do gado, foi enviado à terra porEnlil e Enqui para trabalhar comAsnã, deusa dos cereais.[16]

Além disso, Enqui era deus dos artistas e artesãos. Numa lenda, gerou as plantas de seu sêmen e deixou-as dentro de seu corpo até adoecerem, obrigando Ninursague a colocá-las em sua própria vagina e dar à luz sua progênie.[15] Segundo oEnuma Elixe, Enqui matouApsu enquanto dormia, provocando a ira deTiamate, consorte dele. Após matá-lo, estabeleceu sua morada no Apsu sob a cidade de Eridu.[17] Noutra lenda, foi persuadido enquanto estava bêbado, e através de um subterfúgio deInana, dotou-a com mais de cem decretos divinos, que ela levou de volta paraUruque em seu barco e que formou a base da constituição cultural suméria. Quando Inana foi ao submundo para confrontar sua irmãEresquigal, foi deixada por morrer por três e noites antes de ser restaurada a mando de Enqui, que criou dois seres, Curgarra e Galaturra, para assegurar sua libertação e reanimá-la, polvilhando-a com a comida e água da vida.[18] Noutras lendas, Inana, Ninursague e Enlil são apresentados como seus adversários.[15] Há também fontes que descrevemNinguirsu fazendo uma jornada para Eridu para notificar Enqui das realizações deGudea.[19]

Referências

  1. Spalding 1973, p. 117.
  2. Jordan 2004, p. 85; 89.
  3. Jordan 2004, p. 141.
  4. Jordan 2004, p. 18.
  5. abJordan 2004, p. 142.
  6. Jordan 2004, p. 71; 220-221.
  7. Jordan 2004, p. 222-223; 330.
  8. Jordan 2004, p. 213.
  9. Jordan 2004, p. 2; 31.
  10. Jordan 2004, p. 89-90.
  11. Jordan 2004, p. 90; 223.
  12. Jordan 2004, p. 207.
  13. Jordan 2004, p. 286.
  14. Jordan 2004, p. 296.
  15. abcJordan 2004, p. 90.
  16. Jordan 2004, p. 170.
  17. Jordan 2004, p. 26; 314.
  18. Jordan 2004, p. 137-138.
  19. Jordan 2004, p. 220-221.

Bibliografia

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  • Jordan, Michael (2004).Dictionary of Gods and Goddesses. Nova Iorque: Facts On File, Inc. 
  • Spalding, Tassilo Orpheu.Dicionário das mitologias europeias e orientais. São Paulo: Cultrix 
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