Anethum graveolens, também conhecido porendro (do latim "*anēthulum", diminutivo de anethum)[1] ouaneto,[2] é uma planta anual da família dasApiáceas (a que pertencem também asalsa e acenoura), originária da região situada entre oCáucaso e oCrescente Fértil. É a única espécie no géneroAnethum. Usada tradicionalmente noMédio Oriente e naEuropa de Leste, foi introduzida naEscandinávia e naEuropa ocidental, principalmente comoerva aromática, sendo utilizadas tanto as folhas como as sementes.[3]
O endro é uma planta herbácea anual, aromática, de caules ocos, que mede 30 a 45cm de altura mas, excepcionalmente, pode atingir mais de um metro, principalmente se se deixar florescer. As folhas são formadas por um grande número de filamentos, como se fossem penas de aves; o conjunto dos caules e folhas tem cor verde-azulada. Por vezes, confunde-se com ofuncho ou erva-doce (não confundir comanis, embora as três espécies sejam aparentadas), mas normalmente tem tamanhos menores, além de possuir uma raiz aprumada, enquanto o funcho a tem fasciculada e com a base dos caules na forma dumpseudobolbo[6]
As flores, pequenas e amarelas, nascem em grandesumbelas (donde o antigo nome vulgar da família, as “umbelíferas”). Os frutos formam-se em grupos de doisaquénios unidos, cada um com cinco nervuras, duas das quais mais largas que as restantes, dando ao fruto uma forma achatada.[4]
Na Escandinávia, o endro fresco é extensivamente utilizado para temperar e marinar vários peixes e mariscos (por exemplo,arenque esalmão, principalmente na forma degravad lax), assim como em váriosmolhos. Na Europa Oriental, o endro é usado para temperar saladas, principalmente à base decouve, sendo também usual noborsch. É ainda adicionado, fresco ou seco, a conservas de fermentação láctica (em salmoura, e não em vinagre), nomeadamente de pepino, couve, tomate e melancia. Também melhora os molhos à base denata azeda ouiogurte. Por essa razão, várias sopas frias, comotarator daBulgária eokroshka daRússia são tradicionalmente temperadas com essa erva. NaGrécia, temperam-se asdolma com endro e, naTurquia e noIrão, é usado emguisados defavas,lentilhas,arroz e outros pratos. Mas a forma pela qual o endro é mais conhecido no Ocidente é nospicles depepino, chamados por issodill pickles. As sementes, que têm um vago odor a anis, são utilizadas tanto nasmarinadas,conservas evinagre, como no fabrico depão ebolos. NaÍndia, existe uma variedade que é cultivada para aproveitar as sementes, que são utilizadas em misturas decaril emasala.[3]
Como qualquer erva aromática, o endro tem propriedades digestivas, sendo tradicionalmente usado especificamente para combater ascólicas e ahiperacidez.[4]