Elisa Lispector | |
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Nome completo | Leah Pinkhasovna Lispector Леаг Пінкгасовна Лиспецтор(cirílico) |
Nascimento | 24 de julho de1911 Savran,Ucrânia |
Morte | 6 de janeiro de1989 (77 anos) Rio de Janeiro,RJ |
Nacionalidade | brasileira |
Ocupação | Romancista, contista e jornalista |
Magnum opus | O Muro de Pedras (1963) |
Escola/tradição | Modernismo |
Elisa Lispector, nascidaLeah Pinkhasovna Lispector, (Savran,24 de julho de1911 —Rio de Janeiro,6 de janeiro de1989) foi umaescritorabrasileira. Autora delinha introspectiva, buscava exprimir, através de seus textos, as agruras eantinomias do ser. A exemplo da irmã e também escritoraClarice Lispector, algumas de suas obras caracterizam-se pela exacerbação do momento interior e ruptura com o enredo factual, embora de forma menos acentuada.
Deflagrada aRevolução Russa de 1917,[1] afamília Lispector passou a sofrer com a perseguição aosjudeus, refugiando-se, por diversas vezes, emaldeias do interior daUcrânia. Em 1920, embarcaram em umnavio com destino aoBrasil. A família chegou aMaceió em março de 1922, sendo recebida por Zaina, irmã de Mania, e seu marido e primo José Rabin. Por iniciativa de seupai, à exceção de Tania - a irmã do meio -, todos mudaram denome: o pai passou a se chamar Pedro; Mania, Marieta; Leah, Elisa; e Haia (Chaya), Clarice.[2] Desde pequena, Elisa dedicava-se àleitura deobras de ficção e aos clássicos da literatura universal.[1]
Em 1925 mudaram-se para oRecife.[2], onde cursou a Escola Normal e o Conservatório de Música. Lá chegou a lecionar paracrianças por algunsanos.[1] Em 1935, após fixar residência com a família no Rio de Janeiro, ingressou noServiço Público Federal concorrendo a duas vagas em concurso, onde passou em 1º lugar. A partir daí Elisa alcançou cargos elevados e funções no exterior, ao secretariar delegações dogoverno emviagem.[3] Representou o Brasil em uma reunião americana realizada no Peru, promovida pelaOIT, para estudar os problemas da mão de obra feminina na América Latina. Em 1967 foi secretária de gabinete deJarbas Passarinho, quando este assumiu o Ministério do Trabalho. Quando, no fim de seu mandato, veio a se aposentar, o ministro lhe concedeu uma caneta de ouro pelos serviços prestados.
A partir de 1947, passou a dedicar-se extensivamente às colaborações emperiódicos comoFon-Fon,O Jornal eDiário de Notícias.[4] Fez o curso de Sociologia na Faculdade Nacional de Filosofia e o de Crítica de Arte, na Fundação Brasileira de Teatro.
Durante algum tempo, manteve uma breve relação com o também escritorOrígenes Lessa, mas o relacionamento não se desenvolveu e o noivado foi desmanchado.[5]
Estreou naliteratura em 1945, com apublicação doromanceAlém da Fronteira, marco inicial de uma extensaobra pontuada por reminiscências de fugas, perseguições enfrentadas nopassado e umsentimento perene deexílio. Para fazer seu mergulho introspectivo, Elisa faz uso de um monólogo interior, discurso irônico e diálogo para estruturar as histórias, mas é principalmente através do discurso em terceira pessoa que as conta, o que dá à narrativa uma certa linearidade não encontrada em Clarice. Com o romanceO Muro de Pedras, um de seus trabalhos mais conhecidos e apreciados pela crítica, no qual disserta em profusão sobre temas recorrentes doexistencialismo, obteve osprêmiosJosé Lins do Rego (1963) eCoelho Neto (1964), concedido pelaAcademia Brasileira de Letras.[6]
Sua estreia como contista, deu-se, entretanto, apenas em 1970, com apublicação deSangue no Sol, ao qual sucederamInventário (1977) eO Tigre de Bengala (1985). A últimacoletânea foi agraciada com oprêmioPen Clube do Brasil, em 1986.[1] Deixou um romance inédito:Pelos Caminhos da Cidade Estranha, atualmente em posse do Instituto Moreira Salles (IMS-RJ). Em 2012 foi publicado o ensaioRetratos Antigos, organizado por Nádia Battella Gotlib, obra que tornou-se conhecida quando, em 2009, Benjamin Moser lançou a biografia de Clarice.[7]
Morreu em 6 de janeiro de 1989, no Rio de Janeiro, onde residia sozinha na rua Tonelero. Elisa nunca se casou ou teve filhos. Há anos sofria com diverticulite, que veio a se estender num câncer em decorrência de problemas renais.
O acervo pessoal da autora está sob tutela do Instituto Moreira Salles[8], que detém a parte recebida por doação da cineasta Nicole Algranti, neta de Tania. A outra continua em posse da mãe de Nicole, Márcia Algranti, sobrinha de Elisa.
Romance
Contos
Ensaio