Elia de São Clemente | |
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A Beata Elia de São Clemente | |
Irmã daOrdem dos Carmelitas Descalços | |
Nascimento | 17 de janeiro de1901 Bari,Itália |
Morte | 25 de dezembro de1927 (26 anos)[1][2] Bari,Itália |
Nome de nascimento | Teodora Fracasso |
Nome religioso | Elia de São Clemente |
Progenitores | Mãe: Páscoa Cianci Pai: José Fracasso |
Veneração por | Igreja Católica |
Beatificação | 18 de março de2006[2] porPapa Bento XVI |
Festa litúrgica | 29 de maio[3] |
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Elia de São Clemente (emitaliano:Elia di San Clemente) foi umabeatacarmelita descalçaitaliana.
Terceira filha de José Fracasso e Páscoa Cianci, Elia de São Clemente nasceu emBari aos17 de janeiro de1901 e aos quatro dias de vida, foibatizada com o nome de Teodora na igreja deSão Tiago por seu tio dom Carlos Fracasso. Recebeu aconfirmação em 1903 das mãos de D. Júlio Vaccari, arcebispo da diocese. Sua família vivia em São Marcos e se mantinha com os afazeres do pai, mestre, pintor e decorador, o qual, por volta de 1929/30 com grandes sacrifícios abrira um negócio para a venda de tintas e vernizes. Sua mãe se ocupava com as tarefas domésticas.
Ambos cristãos praticantes, eles tiveram nove filhos dos quais quatro morreram em tenra idade. Para os outros filhos eles eram considerados representantes de uma segura referência no crescimento humano e espiritual (Prudência, Ana, Teodora, Domênica e Nicolau). Em1905 a família se transferiu para a rua Piccinni, a uma casa que tinha um pequeno jardim, no qual a pequena Teodora, com idade de quatro ou cinco anos, afirmou ter visto uma bela “Senhora” que passeava entre oslírios florescidos, e que depois desapareceu como um facho de luz, prometendo a ela que seria monja quando adulta, uma vez que a mãe lhe havia explicado o possível significado da visão.
Teodora, mandada ao internato dasreligiosas estigmatinas, prosseguiu os estudos até o terceiro ano primário. No dia8 de maio de1911, depois de ter feito uma longa preparação, recebeu aprimeira comunhão; na noite anterior sonha comSanta Teresinha do Menino Jesus, que lhe diz:"Você serámonja como eu". Tempo depois freqüentou o curso de costura e de bordado no mesmo Instituto.
Começa a fazer parte da associação da BeataImelda Lambertini,dominicana com uma grande piedade eucarística; em seguida ingressará na "Milícia Angélica" deSão Tomás de Aquino. Reunia periodicamente as amigas num quartinho da casa para fazer meditações e orar juntas, para ler oEvangelho, asMáximas Eternas, aImitação de Cristo, os15 Sábados da Virgem, avida dos santos e sobretudo a autobiografia deSanta Teresa do Menino Jesus.
Seu comportamento e sua benéfica influência nas outras companheiras não passaram despercebidos a uma de suas mestras, irmã Angelina Nardi. No entanto, a indefinida vocação religiosa de Teodora começava a tomar uma direção graças aos conselhos do padre Pedro Fiorillo,O.P., seu diretor espiritual que a introduz naTerceira Ordem Dominicana, sendo posteriormente admitida como noviça no dia20 de abril de1914 com o nome de Inês. Ela faz a profissão em14 de maio de1915, com uma dispensa especial por sua jovem idade.
Aos fins de 1917, Teodora decidiu se dirigir ao padrejesuíta Sérgio Di Gioia para lhe pedir conselhos o qual, convertido em seu novo confessor, decidiu encaminhá-la, depois de mais ou menos um ano junto com a amiga Clara Bellomo, futura irmã Diomira do Divino Amor, aoCarmelo deSão José, situado na rua De Rossi, emBari, onde se dirigiram ambas pela primeira vez em dezembro de 1918.
O ano de 1919 foi de intensa preparação espiritual em vista ao ingresso nomonastério, sob a guia do padre Di Gioia.
A nova beata entrou nesta comunidade no dia8 de abril de1920 evestiu o hábito em24 de novembro do mesmo ano, assumindo o nome de irmã "Elia deSão Clemente". Emitiu os primeiros votos simples em 4 de dezembro de 1921. Além deSanta Teresa de Jesus, tomou como guia também aTeresinha do Menino Jesus, seguindo"a pequena via da infância espiritual de onde me sentia" - afirma a Beata -"chamada peloSenhor". Fez a profissão solene em11 de fevereiro de1925.
Seu caminho, desde o início, não foi fácil. Já nos primeiros meses do noviciado teve que se afrontar com um grande espírito de fé não poucas dificuldades. Mas o verdadeiro problema surgiu depois que aMadre Priora, Angélica Lamberti, na primavera de 1923, nomeou irmã Elia a ser mestra encarregada nas máquinas do centro de educação para pequenas jovens, próximo aoCarmelo; a diretora, irmã Colomba do Ss. Sacramento, de caráter autoritário, severa e pouco compreensiva, não via com bons olhos a bondade e a gentileza com que a irmã Elia tratava as alunas e depois de dois anos a fez sair de seu ofício.
Sempre rigorosamente observante dasregras e dos atos comuns, a nova beata passava longos momentos do dia em sua cela, dedicada aos trabalhos de costura que lhe encomendavam, continuando inclusive a desfrutar de uma grande estima por parte da Madre Priora, que a nomeou sacristã em1927. Nesta dolorosa prova serviu de grande consolo o frade Elia deSanto Ambrósio, Procurador Geral daOrdem dos Carmelitas Descalços, que a conheceu em 1922, numa visita ao Carmelo de São José, e com o qual a jovem manteve uma edificante correspondência epistolar de grande proveito.
Afetada em janeiro de1927 por uma forte gripe que a debilitou muito, irmã Elia começou a padecer freqüentes dores de cabeça das quais não se lamentava, e que as suportava sem tomar nenhum medicamento. Quando, alguns dias antes doNatal (em 21 de dezembro), irmã Elia começou apresentar também uma fortefebre e outras enfermidades, consideraram-lhe que se tratava de um de seus habituais mal-estares; mas a situação tornou-se cada vez mais preocupante. Em 24 de dezembro, um médico a visitou, diagnosticando uma possívelmeningite ouencefalite, não considerando a situação clínica particularmente grave, somente na manhã seguinte foram convocados para cuidar da enferma dois médicos, os quais infelizmente constataram a irreversibilidade de suas condições[1].