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Filariose | |
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Ao se acumular nos vasos linfáticos o parasita causa grande inchaço e engrossamento da pele na área, esse inchaço ocorre geralmente nos pés, pernas e genitais. | |
Especialidade | infecciologia |
Classificação e recursos externos | |
CID-11 | 1F66 |
CID-10 | B74 |
CID-9 | 125.0-125.9 |
MeSH | D005368 |
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Afilaríase oufilariose é umadoença parasitária, considerada comodoença tropicalinfecciosa, causada pornematóides filariais da superfamíliaFilarioidea, também conhecida comoFilariae.[1] A forma sintomática mais conhecida da doença é afilaríase linfática, popularmente chamada deelefantíase em referência do inchaço e engrossamento da pele e tecidos subjacentes, que foi a primeira, entre as enfermidades infecciosas transmitidas por insetos, a ser descoberta.
Existem nove nematóides filariais conhecidos, que usam os humanos como hospedeiros definitivos. São divididos em três grupos de acordo com o nicho que ocupam dentro do corpo:
A filariose linfática é causada pelos vermesWuchereria bancrofti,Brugia malayi eBrugia timori. Essas filárias ocupam osistema linfático, incluindo osgânglios linfáticos, causandolinfedema e, em casos crônicos, levando à doença conhecida como elefantíase.
A filariose subcutânea é causada porloa loa (a "larva do olho"),Mansonella streptocerca,Onchocerca volvulus eDracunculus medinensis (o "verme da Guiné"). Esses vermes ocupam a camada subcutânea de gordura.
A filariose da cavidadeserosa é causada pelos vermesMansonella perstans eMansonella ozzardi, que ocupam a cavidade serosa do abdômen.
Em todos os casos, osvetores de transmissão sãoinsetos sugadores de sangue (moscas oumosquitos), oucopépode crustáceos no caso doDracunculus medinensis.
A elefantíase é causada quando o parasita obstrui osistema linfático, afetando principalmente as extremidades inferiores, embora a extensão dos sintomas dependa da espécie defilária envolvida.
Tem como transmissor os mosquitos dos gênerosculex, e algumas espécies do gêneroAnopheles, presentes nas regiões tropicais e subtropicais. Quando onematóide obstrui o vaso linfático, o edema é reversível; no entanto, é importante a prevenção, através do uso demosquiteiros e repelentes, e evitanto-se o acúmulo de água parada em pneus velhos, latas, potes e outros.
As formas adultas são vermes nematóides de secção circular e com tubo digestivo completo. As fêmeas (alguns centímetros, podem chegar a 3 cm) são maiores que os machos (de 0,5 a 1,5 cm) e a reprodução é exclusivamente sexual, com geração de microfilárias. Estas são pequenas larvas fusiformes com apenas 0,2 milímetros.
As larvas são transmitidas pela picada dos mosquitosCulex,Mansonia ouAedes,Anopheles. Da corrente sanguínea, elas dirigem-se para os vasos linfáticos, onde se maturam nas formas adultas sexuais. Após cerca de oito meses da infecção inicial (período pré-patente), começam a produzir microfilárias que surgem no sangue, assim como em muitos órgãos. Dentro do mosquito as microfilárias modificam-se ao fim de alguns dias em formas infectantes, que migram principalmente para os lábios do mosquito. Assim quando o hospedeiro definitivo for picado, a larva escapa do mosquito e cai na corrente sanguínea do homem(seu único hospedeiro definitivo).
Em 2004 afetava 120 milhões de pessoas em todo o mundo, segundo dados daOMS. A bancrofitiana só afeta o ser humano (outras espécies afetam animais).
A região Norte e Nordeste são as mais afetadas no Brasil, especialmente onde não há tratamento apropriado de água e esgoto. Ocorreram grandes epidemias na década de 50 e 60, mas com a urbanização e combate aos vetores o número de casos tem decaído cerca de 3/4 a cada década (de 8,2% na década de 50, para 2,6% em 60, 0,7% em 70, 0,16% em 80 e 0,02% na década de 90).[3]
O parasita só se desenvolve em condições úmidas com temperaturas altas, portanto os casos naEuropa eEUA são importados de indivíduos provenientes de regiões tropicais.
A OMS planeja praticamente eliminar a filariose do mundo até 2020. A estratégia inclui exterminar os mosquitos transmissores de modo similar a campanha contra adengue emalária.[4]
O período de incubação pode ser de um mês ou vários meses. A maioria dos casos é assintomática, contudo existe produção de microfilárias e o indivíduo dissemina a infecção através dos mosquitos que o picam.
Os episódios de transmissão de microfilárias (geralmente à noite, a depender da espécie do vetor) pelos vasos sanguíneos podem levar a reações dosistema imunológico, como:
Por vezes causahidrocele (aumento escrotal),edema (inchaço na perna). Os vermes responsáveis pela filariose vivem nos membros, seios e genitais de milhões das pessoas vitimadas pelaelefantíase.
A longo prazo, a presença de vários pares de adultos nos vasos linfáticos, com fibrosação e obstrução dos vasos (formando nódulos palpáveis) pode levar a acumulações delinfa a montante das obstruções, com dilatação de vasos linfáticos alternativos e espessamento dapele. Esta condição, dez a quinze anos depois, manifesta-se como aumento de volume grotesco das regiões afectadas, principalmente pernas e escroto, devido à retenção de linfa e infecções bacterianas. Os vasos linfáticos alargados pela linfa retida, por vezes rebentam, complicando a drenagem da linfa ainda mais. Por vezes as pernas tornam-se grossas, dando um aspecto semelhante a patas de elefante, descrito como elefantíase.[5]
O diagnóstico pode ser feito por cinco formas: busca direta por microfilárias; busca por vermes adultos; sorologia; diagnóstico molecular e exames de imagem.
Há um programa daOMS que procura eliminar a doença com fármacos administrados como prevenção e inseticidas. Da mesma forma que para a prevenção da dengue. É útil usar roupas que cubram o máximo possível dapele, repelentes deinsetos, evitar deixar fontes de água parada e instalar telas nas janelas e portas das casas.