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Edito de Nantes

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Original do Edito de Nantes.

OEdito de Nantes foi umdocumento histórico assinado emNantes a13 de abril de1598 pelorei daFrançaHenrique IV. Oedito concedia aoshuguenotes a garantia detolerância religiosa após 36 anos de perseguição e massacres por todo o país, com destaque para oMassacre da noite de São Bartolomeu de1572.

Com este edito ficava estipulado que a confissão católica permanecia areligião oficial do Estado mas era agora oferecida aoscalvinistas franceses a liberdade de praticarem o seu próprio culto. Nosséculos XVI eXVII o edito ficou conhecido como "edito de pacificação".[1]

Conteúdo

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O decreto autorizava aliberdade de culto, com certos limites, aosprotestantescalvinistas.[2] A promulgação deste edito colocou fim àsguerras religiosas na França que assolaram o país durante oséculo XVI. Henrique IV, também protestante, tinha-se convertido aocatolicismo para poder subir ao trono. O primeiro artigo do edito é um artigo deamnistia que coloca fim àguerra civil:

Que a memória de todos os acontecimentos ocorridos entre uns e outros depois do começo do mês de março de1585 e durante as convulsões precedentes dos mesmos, até ao nosso advento àcoroa, fiquem dissipados e assumidos como coisa não sucedida. Não será possível nem será permitido aos nossosprocuradores-gerais, nem a nenhuma outra pessoa pública ou privada, em nenhuma altura, nem lugar, nem ocasião, qualquer que seja, fazer menção de tal, nemprocessar ou perseguir ninguém em nenhumtribunal oujurisdição.

Revogação do Edito

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O rei Luís XIV.

Em23 de outubro de1685, o reiLuís XIV da França revogaria o Edito de Nantes com oEdito de Fontainebleau - contrariando a vontade doPapa Inocêncio XI e daCúria Romana. Oshuguenotes voltariam a ser perseguidos e muitos deles fugiriam para o estrangeiro: para aPrússia, para osEstados Unidos eÁfrica do Sul. Amigração dos huguenotes causou problemas econômicos ao país.[3]

O historiador francês Claude-Carloman de Rulhière assim narrou os episódios que se seguiram à revogação do Edito de Nantes, em especial os tratamentos dos padres e dos juízes aos hereges:

Essa foi a ocasião da lei terrível: aqueles que, quando doentes, recusarem o sacramento serão, depois de suas mortes, arrastados pela lama e terão seus bens confiscados. Caso se recuperem, receberão a pena para se redimirem, os homens condenados para sempre às galés, as mulheres à prisão, ambos tendo seus bens confiscados. Mas na maioria de nossas cidades tivemos muitas vezes o horrendo espetáculo de cadáveres arrastados pela lama e também, com frequência, vimos enraivecidos sacerdotes, viático na mão, escoltados por um juiz e seus meirinhos e assistentes, indo às casas de moribundos, e logo depois o populacho fanático divertindo-se com a execução da lei em todo o seu horror. (...) Eu diria que podia ser visto, ao lado do leito dos doentes, um padre cercado por meirinhos e seus assistentes, dispensando com a mais solene pompa os sacramentos sagrados, o mais terrível dos mistérios, instando um homem moribundo a cometer o sacrilégio e zombando dele para a multidão atraída pela curiosidade, alguns tremendo com a profanação, outros se divertindo muito com a visão do herege humilhado, reduzido a uma escandalosa hipocrisia para manter seu capital inteiro para sua família e alguns adornos sem valor para sua sepultura.[4]

Ver também

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Referências

  1. Introdução à publicação online do edito de Nantes pela Universidade Sorbonne Ecole des Chartes - elec.enc.sorbonne.fr: les chartes, ELEC, Édits de pacification, Présentation générale. Consulta em 18/06/2011
  2. Acreditou-se durante muito tempo que o edito de Nantes não tinha sido selado com lacre verde, utilizado para os éditos perpétuos, mas com lacre moreno, usado para os editos temporais. Tal se deveu aos historiadores do século XIX que o viram de cor amarelada e no século XXI já está de cor acastanhada-escura. Análises químicas recentes mostram que a cera usada contém pigmentos verdes, o que descarta a hipótese do cálculo político. Veja-se o artigo de Bernard Barbiche no n.º 17 deCollections de l’Histoire, 2002.
  3. História do Mundo - Civilização Francesa: História da Civilização Francesa. Acessado em 27/07/2012.
  4. Rulhière, Claude-Carloman de.Eclaircissements. [S.l.: s.n.] pp. Vol. I, pp. 351–355; Vol. II, p. 177. 

Ligações externas

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