| Arquiteto | |
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| Período de construção | 1924-1934 |
| Abertura | 1929 |
| Uso | Escritórios |
| Estilo | |
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| Altura | Telhado : 105 m |
| Área | 2 210 m2 |
| Pisos | 30 |
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Edifício Martinelli é umprédio localizado nocentro dametrópolebrasileira deSão Paulo. Situa-se no triângulo formado pelaRua São Bento,avenida São João eRua Líbero Badaró. Devido a sua altura, o local é um mirante, onde é possível observar pontos turísticos próximos, como oVale do Anhangabaú e aCatedral da Sé.[1]
Foi o segundoarranha-céu do Brasil entre 1934 e 1947 (e durante um tempo, o mais alto daAmérica Latina), ultrapassando oEdifício Joseph Gire, conhecido como "A Noite", noRio de Janeiro, que teve sua construção concluída em apenas dois anos, entre 1927 e 1929.
Foi completamente remodelado pelo prefeitoOlavo Setúbal, em 1975, e reformado novamente em 1979. Atualmente abriga órgãos municipais, além de lojas no piso térreo.
O Edifício Martinelli foi idealizado pelo italianoGiuseppe Martinelli e projetado peloarquitetohúngaroVilmos (William) Fillinger (1888-1968), formado naAcademia de Belas-Artes de Viena.[2]
Sem apoio governamental para terminar a obra, Martinelli foi obrigado a vender uma parte do empreendimento aoIstituto Nazionale di Credito per il Lavoro Italiano all'Estero, instituição doGoverno Italiano que recolhia as economias deemigrantes italianos e as depositavam em empresas italianas que operavam noexterior.[3]

Erguido com a técnica construtiva dealvenaria de tijolos e estrutura de concreto, o andar principal é inteiramente revestido porgranito vermelho róseo, tornando sua característica marcante.[4] Foi considerado o símbolo arquitetônico mais importante do momento de transição da cidade baixa, ou seja, desde seu início, foi considerado marco do processo de transmutação de uma cidade para umametrópole, visto que em sua localidade, na época, não havia nenhum outro tipo de construção vertical.[5]
O edifício Martinelli foi, em seu início, portador de diversos produtos vindos daSuíça, tais como elevadores e telefones.[6]
A construção foi iniciada em1924, e foi inaugurada mesmo inacabada, com apenas 12 andares, em1929.
Ainda neste mesmo ano, foi publicado um artigo que nomeava oEdifício A Noite como o maiorarranha-céu construído comconcreto armado do mundo. Tal questão de disputa entre ambos os edifícios demonstravam o interesse de seus empreendedores sobre o título demaior arranha-céu, que visava enfatizar o poder público e o poder relacionado à imagem de progresso tecnológico da cidade de São Paulo.[6]
O projeto arquitetônico foi modificado diversas vezes, aumentando a altura do edifício, com o objetivo de ultrapassar seu concorrente. Os trabalhos foram retomados e seguiram até1934, finalizando a obra com 30 andares e 105 metros de altura.
A construção do Martinelli gerou grande polêmica, pois, até esse momento, não havia nenhum outro prédio em São Paulo com altura semelhante, e se discutiu a conveniência e segurança de ter edifícios de tal altura na cidade.[7] Para garantir a segurança do prédio, Martinelli encomendou a execução de um palacete na cobertura do prédio, réplica de umavilla italiana, como moradia de sua própria família Martinelli para mostrar à população que o prédio não cairia.[8]
Ao ser terminado em 1934, o Edifício Martinelli conseguiu ultrapassar oEdifício A Noite, que já havia sido inaugurado 5 anos antes.[9][10]
Em1935, o posto de mais alto da América Latina passou a ser doEdifício Kavanagh, levantado emBuenos Aires, que media 120 metros de altura.[9]
Nos primeiros anos, o edifício Martinelli se tornou um ponto de encontro para a alta sociedade paulistana. Em seus salões, eram realizados bailes, chás-dançantes e saraus.[11]
Lá também funcionou um cinema, oCine Teatro Rosário, na fachada de acesso darua São Bento. Este foi por muitos anos um dos principais cinemas da cidade de São Paulo. O ambiente era considerado muito luxuoso (com escadaria em mármore, corrimões em bronze laminado, estátuas e altos relevos em pó de ouro[12]) e comparável apenas, naquela época, aoTheatro Municipal de São Paulo.
Em 1932, durante aRevolução Constitucionalista, Martinelli abrigou em seus terraços superiores umabateria demetralhadorasantiaéreas, para defenderSão Paulo do ataque dos chamados "vermelhinhos", os aviões do Governo da República, que sobrevoavam a cidade ameaçando bombardeá-la.
Vários partidos políticos tiveram suas sedes no Edifício Martinelli: o antigoPartido Republicano Paulista (PRP), oPartido Comunista Brasileiro (PCB) e aUnião Democrática Nacional (UDN). Os clubes da cidade também ocupavam as suas dependências como o Palestra Itália, hoje aSociedade Esportiva Palmeiras, aPortuguesa de Desportos e o IT Clube, hoje desaparecido.
Em 1943, oGoverno Brasileiro tomou para si o edifício, durante aSegunda Guerra Mundial. Isto ocorreu porque o Brasil declarou guerra aos países do Eixo (o qual incluía a Itália) e confiscou os bens pertencentes à italianos residentes no Brasil.[13]
Em 1944, o prédio foi leiloado pela União, sendo subdividido entre 103 proprietários.[13]

Na década de 1950, o edifício entrou em uma fase de degradação extrema, ocupado por um número elevado de famílias de baixa renda, desativação dos elevadores por falta de pagamento de luz elétrica[14] e lixo sendo jogado nos fossos de ventilação.[15]
O prédio ainda serviu como cenário para alguns crimes famosos da época e não solucionados.[15][16] Além disso, há registros de outras ocorrências, como corrupção de menores.[17]
Em 1975, foi desapropriado pelaPrefeitura de São Paulo e completamente reformado pelo prefeitoOlavo Setúbal. Após muitas mudanças positivas na sua aparência e estrutura, o Edifício Martinelli foi reinaugurado em 1979.
Hoje, o Edifício Martinelli abriga as Secretarias Municipais de Habitação e Planejamento, as empresas EMURB e COHAB-SP, a sede doSindicato dos Bancários de São Paulo, além de estabelecimentos comerciais no piso térreo do edifício.
No ano de 2008, a cobertura do edifício passou por reformas em sua infraestrutura. Após dois anos de obras, o local foi reaberto,[18] porém, agora pertencente à prefeitura, com diversos escritórios.[19]
No 26º andar do prédio existe um terraço do qual se tem uma visão panorâmica da cidade, podendo-se avistar diferentes pontos da cidade de São Paulo e seus arredores, como oPico do Jaraguá, as antenas daPaulista e os milhares de prédios que compõem a paisagem urbana da cidade. O espaço é aberto para visitação em todos os dias da semana.[19]
É um prédio com grande símbolo arquitetônico e já foi lugar para encontros da classe alta paulistana.[7] Há um projeto da prefeitura de São Paulo para abrir lojas, restaurantes e bares na cobertura do edifício.[20]
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| Precedido por Edifício A Noite | Edifício mais alto do Brasil 1934 -1947 105 m | Sucedido por Edifício Altino Arantes |
| Precedido por Edifício Sampaio Moreira | Edifício mais alto da cidade de São Paulo 1934 -1947 105 m | Sucedido por Edifício Altino Arantes |