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Dulnune do Egito ذو النون المصري | |
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![]() Túmulo de Dulnune naCidade dos Mortos, Cairo | |
Nome completo | Dhul-Nun Abu Faid Thawban ibn Ibrahim |
Nascimento | Acmim,Alto Egito |
Morte | 861 (65 anos) Giza,Cairo |
Nacionalidade | Egípcia |
Cidadania | egípcia,árabe |
Ocupação | filósofo, sufi, poeta, viajante |
Escola/tradição | sufismo,gnosticismo,misticismo |
Principais interesses | grego clássico,aramaico,filosofia,história,medicina,alquimia,hádice |
Ideias notáveis | Gnose (Ma'rifa) |
Religião | islamismo |
Dulnune ouZualnune do Egito (emárabe:ذو النون المصري;romaniz.:Dhul-Nun al-Misri;AcmimAlto Egito,796[1] –Giza, 859 ou 861) e foi um santosufiegípcio. Foi considerado o santo padroeiro dos médicos no Egito pré-islâmico e é creditado como tendo-se especializado no conceito dagnose noislamismo. Seu nome completo é Dulnune Abu Faíde Taubane ibne Ibrahim (أبوالفيض ثوبان بن إبراهيم.). Além de antiquário, Dulnune foi autor de poemas místicos, [cânticos], textos doutrinários, históricos, mormente sobre o esoterismo (Marifa), sobre a doutrina sufi, sobre oshieróglifos egípcios e tornou-se uma figura lendária por sua fama sobre alquimista.
Dulnune, literalmente "da religiosidade", é um dos nome que também é dado aoprofetaJonas no folclore islâmico, como "freira, frade" (em árabe antigo) significa "peixe grande" / "baleia", como consta noaramaico onde também significa "peixe" (ver também "Nun", "Num" e "Num (letra)"). Destes significados está também o de que ele é considerado um profeta pelo islamismo e que dizer, simbolicamente, aquele que, de alguma forma, ressurgiu para a vida (saído do peixe).
Os pais de Dulnune eramnúbios doAlto Egito. Seu nisba significada "do Egito ou "o Egípcio" e pode ter recebido de seus companheiros que não eram descendentes decoptas como ele, ou durante suas viagens fora do Egito. Pouco se sabe de sua juventude, exceto que era núbio e que, talvez, tenha se dedicado aos estudos da medicina e da alquimia.
Dulnune é considerado um dos mais proeminentes santos do início dosufismo[2] e, nas crônicas sufistas, detém uma alta posição, ao lado deJunaide de Bagdá (m.910) eBayazid al-Bastami (m. 874). Ele estudou com vários mestres e instrutores, dentre os quaisJafar Alçadique,Maleque ibne Anas,Alaite ibne Sade,Sufiane ibne Uyeyne, tendo aprendido sobre a ortodoxia, sobre ohádice e ofiqhe. Depois ele empreendeu uma extensa incursão, viajando pelapenínsula árabe (Hejaz) e pelaSíria, onde encontrou-se com eremitas cristãos, aprendeu sobre o misticismo e praticou o ascetismo Egípcio,[3] além deBagdá,Damasco,Antioquia,Jerusalém,Meca, etc., onde encontrou e conheceu vários estudiosos e doutrinas diversas.Por ocasião desta sua última estadia veio aos ambientes dos místicos e ascetas , e ele reuniu-se com grande hostilidade, especialmente no ambiente de malikismo sunita quanto na deMutazilismo heterodoxo. Apenas dissidência com o último, para a insistência com que Dulnune alegou increatezza do Corão , valeu-lhe a prisão até a sua libertação ordenada pelo califa abássida al-Mutawakkil bi-llah que trabalhou com energia para a eliminação deMutazilismo e a restauração do islamismo sunita.
Seu sistema filosófico de sufismo foi rejeitado em tese pelo tradicionalismo, pois trazia uma nova dimensão à compreensão da lei. Foi acusado de bruxaria e de heresia, foi preso e torturado. No entanto, naquela época o aspecto filosófico de suas ideia ganharam notoriedade, tomaram a escola local, em face de suas idéias, como por exemplo o termo doAlcorão, "criatura" (criado), se opunha à ideia doeterno, por ele ensinada. Por esta razão, os estudiososMutazilitas, também o criticaram e o denunciaram aoCalifa abássidaMutavaquil. Por suas afirmações audazes e por sua (declarada) ruptura com aXaria, foi preso, em 829, pela acusação deheresia, enviado à prisão emBagdá mas, após exame, foi solto por ordem do Mutavaquil, impressionado com suas qualidades morais e lhe foi ordenado que retornasse aoCairo.[4]
Por volta do ano840 ele se encontra emBagdá, durante a perseguição e a consequente prisão dos "Velhos Crentes". Poucas informações restam-nos sobre ele nos anos seguintes e, em859, ele morreu, noCairo (Gizé).[5][6] O seu túmulo, ainda preservado, na "cidade dos mortos", é ainda visível.[7]
Dulnune passou para a história como umalquimista etaumaturgo, e, conforme narrado, acredita-se que ele tenha sido um conhecedor dos segredos dosHieróglifos egípcios. Suas palavras, seus escritos e seus poemas, possuem uma riqueza de imagens místicas, extremamente densas e ricas, e, enfatizam pormenorizadamente o conhecimento [interior] ouGnose (Marifa), muito mais que oTemor (makhafah) ou oAmor (mahabbah), os outros dois principais caminhos para a realização espiritual no Sufismo.
Dulnune, um dos primeiros Sufis, que desenvolveu escreveu e ensinou sobre adissolução do Eu "Fana" e "Baqa"existência, um ensinamento sobre a destruição ou dissolução do Ego (nafs). Ele também formulou a doutrina daMa'rifa (conhecimento intuitivo de Deus) ouGnose.[nota 1] Através de suas orações poéticas, ele introduziu um novo estilo para oascetismo sufi. Através de suas palavras e descrição mística doAlcorão, ele influenciou aos sufis, tanto persa como os turcos. Considera-se que ele desenvolvera um sistema ou doutrina, cuja dialética era tornar compreensível a comunicação e o conhecimento de Deus, moldada pelo doutrina da Gnosis (Ma'rifa).[nota 2]
Sua filosofia mística exerceu influência sobre um grande número de estudiosos, como o famosoalquimistaGeber,[14] e outros grandes teólogosSufis comoAlmançor Alhajaje,Sahl al-Tustarî, etc.[15] Dentre os inúmeros influenciados pode-se citarAbu Abderramão Sulam, um ilustrado autor sufi que que versou fartamente sobre oArif[desambiguação necessária] (emárabe:عارف), que era o termo sufi usado para referir-se a”um gnóstico, místico, um buscador deMarifa” (da Vaerdade), similar em significado aos termossalik,zahid oufaquir. Outro autorAvicena, sobre o mesmo tema, em sua obra "A senda dos gnósticos" (Maqamat al–'arifin), define várias etapas ao longo de um caminho místico (Marifah), onde o 'Arif ocupa um estágio intermediário. A estas explicações ajunta-se a deMahmoud Shabestari que observa que o 'Arif vê a luz do ser divino em todos os lugares eal–Khattab b. Al Hasan em sua obra”OTayyibi”, delineando a diferença entre o conhecimento comum ('ilm) e ma'rifa, explica que, no geral, todo 'Arif é um conhecedor, mas nem todo conhecedor é um 'Arif e ainda alguns autoresXiita-Ismaelita, comoRajab Bursi, definem o 'Arif como um crente cujo amor e conhecimento (ma'rifa) e o que fara tornar-se umÍmam e assim ficar mais próximo da perfeição espiritual.
Tanto quanto sabemos e que chegou até nós graças aos relatos seu discípuloal-Muhasibi, o círculo de ensino de al-Misnir, restringia-se a um pequeno número de estudantes, o que foi realmente algo extremamente inovador, já que até então as experiências sufistas eram absolutamente individuais. E, segundo a compreensão do relatado, al-Misnir era um mestre da Gnosis (maʿrifa ), explicada por ele como o "conhecimento de Deus ", o único existente, e que só era alcançado através do "arrependimento" (thawba), com o desapego do mundo material e com o êxtase místico (wajd). E, forte em sua mensagem de salvação, o conceito do amor (simbolizado pela figura de vinho embriagador), deveria ser, certamente, antes de tudo devotado a Deus, mas que o próximo não fosse excluído.
Mencionaal-Qushayri em uma carta [epístola?] que ele foi o primeiro a identificar e unificar o sentido místico e foi o primeiro a desenvolver as definições certas condições para os santuários. Algumas fontes o apontam como um gnóstico Sufi. Em uma nota do historiadorAlmaçudi (m. 957), autor de”Muruj al-Dhahab”, e o primeiro a reportar-se historicamente a Al-Misnir, conforme o que colhera dos habitantes da cidade de Acmim, diz:
"Dhu'l Nun al-Misri al-Akhmimi, o asceta, era um filósofo que buscara o curso em si próprio na religião. Ele era um daqueles que elucidavam história dos templos ruínas (barabi). Ele vagava entre eles [os templos] para analisar a grande quantidade de figuras e inscrições. "[16]
Dentre as anedotas conhecidas de sua vida está uma bem conhecida e diz que ele em busca de muçulmanos santos teria dito após o maior nome de Deus: "Mostre-me o menor!"
Nenhum de seus trabalhos escritos sobreviveu, mas uma vasta coleção de poemas, provérbios e aforismos, a ele atribuídos, continua a viver na tradição oral.[17] Mas a contribuição literária de Dulnune (como também deAlmacrizi) foram de suma importância para o resgate das tradições e conhecimentos, mormente os ritualísticos, do Egito antigo, que haviam entrado em declínio após o advento docristianismo e doislamismo.[18]
Como historiador fez ele notáveis trabalhos, figurando o de auxiliar na decifração daPedra da Roseta. Consta que Dulnune eIbn Wahshiyya foram os primeiros historiadores egípcios a estudar [comparar] a escrita antiga em relação à contemporânea, utilizando alíngua Copta que era o que utilizavam os sacerdotes cristãos do Egito.[18][19]
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