Orio Douro (emcastelhano:Duero) é umrio que nasce nos picos daserra de Urbión, na provínciaespanhola deSória, a 2;160 m de altitude, e atravessa o norte dePortugal até a sua foz junto às cidades doPorto eVila Nova de Gaia. É o terceiro rio mais extenso daPenínsula Ibérica. Tem 897 km de comprimento, 572 km em território espanhol, 213 km navegáveis em território português e 112 km de caráter internacional, pois o seu curso faz de fronteira. Este último troço, em que o seu leito se estreita e se aprofunda, é conhecido como asarribas. As suas margens foram protegidas com a criação dosparques naturais doDouro Internacional em Portugal e dasArribas do Douro em Espanha.
As versões populares para a origem do seu nome são muitas. A mais provável aponta para o antigo celtadur oudubr ("água", "rio").[1] Outra diz que nas encostas escarpadas um rio banhava margens secas e inóspitas. Nele rolavam, noutros tempos, brilhantes pedrinhas que se descobriu serem deouro. Daí o nome dado a este rio: Douro (de + ouro). Já outra versão diz que o nome do rio deriva dolatimduris, ou seja, 'duro', atestando a dureza dos seus contornos tortuosos, e das paisagens que atravessa, nomeadamente as altas escarpas das Arribas do Douro, no trecho Internacional do rio, entreMiranda do Douro eBarca d’Alva (Figueira de Castelo Rodrigo). A derivação por via popular do seu nome sugere romanticamente uma ligação a "Rio de Ouro (D'ouro)", mas tal não tem qualquer aderência histórica. A forma escrita em emárabe:Duwiro, em castelhanoDuero.
Abacia hidrográfica do Douro tem 97 603 km² de área, 19,1% (18 643 km²) em território português, o que corresponde a cerca de 19,1% da área total. A sua altitude média é 700 m. No início do seu curso é um rio largo e poucocaudaloso. DeSamora à sua foz, corre entre fraguedos em canais profundos. O forte declive do rio, as curvas apertadas, as rochas salientes, os caudais violentos, as múltiplas irregularidades, os rápidos e os inúmeros "saltos" ou "pontos" tornavam este rio indomável.
Aproveitando o elevado desnível, sobretudo na zona doDouro Internacional, onde o desnível médio é de 3 m/km, a partir de 1961, foi levado a cabo o aproveitamentohidroeléctrico do Douro. Com a construção dasbarragens, criaram-se grandesalbufeiras de águas tranquilas, que vieram incentivar a navegação turística e recreativa, assim como apesca desportiva. Excluindo-se os períodos de grandes cheias, pode dizer-se que o rio ficou domado definitivamente. No troço nacional do Douro, a instalação deeclusas em paralelo com as barragens hidroeléctricas permitiu a criação de umcanal de navegação fluvio-marítimo.
No seu curso, entreBemposta ePicote, pode ser visto nas suas águas espelhadas tudo o que rodeia este ambiente: as nuvens, o sol, (que queima os olhos, reflectido na água), os montes, as fragas, asaves (patos,garças,águias,abutres,gaivotas). Nas fragas mais altas podem ser vistasaves de rapina, guardando os seus ninhos.
Por outro lado, no rio, espécies indígenas, como oescalo, aenguia e atruta, têm sido dizimadas ou pela pesca à rede descontrolada e/ou pela modificação das condições ambientais (parte do ano estão perto do limite de resistência de algumas espécies). Após a construção da barragem, foi feita a introdução dacarpa que, podendo atingir acima dos 20 kg, tem a propriedade de se alimentar de tudo, fazendo a limpeza das barragens mesmo em condições precárias de oxigenação das águas. Mais recentemente, surgiram oachigã, aperca, olúcio e olagostim-vermelho. Pode ainda encontrar-se, com abundância, aboga e obarbo e atémexilhão (idêntico ao do mar).
Porém, passar junto a fragas gigantes, tingidas de várias tonalidades, pela separação de fragmentos de rocha, causadas por dilatações e contracções bruscas, motivadas pelo clima, é esmagador.
O rio Douro foi e é uma fonte de riqueza para a região e para a aldeia. Antigamente, fazia mover asazenhas que se espalhavam nas suas margens, tais como as azenhas do Sr. António Luís, dos Fróis, dos Melgos e dos Velhos, permitia a pesca, irrigava campos ou enchia os poços das melhores hortas deBemposta, existentes perto deles, onde se cultivavam as novidades e as árvores de fruta, base de sustento das populações. Mais tarde, com o aproveitamento hidroeléctrico, Bemposta passa a contribuir para a riqueza nacional, distribuindo energia eléctrica ao país. Proporcionou também maior abundância de peixe, através das albufeiras, criando alguns postos de trabalho com a pesca profissional, a que se dedicaram algumas famílias.
AVia Navegável do Douro foi inaugurada em toda a sua extensão em 1990. São 210 km desde Barca d’Alva até ao Porto.
Em 2014 passaram pela via navegável 600 000 passageiros. Os cruzeiros na mesma albufeira representam 64% da totalidade de passageiros, movimentando cerca de 400 000 pessoas em 2014. Trata-se de viagens com duração variável, de meia ou uma hora, e que se concentram principalmente nas zonas do Porto-Gaia, e depois também, em menor escala, em Entre-os-Rios, Régua, Pinhão, Foz do Sabor e Pocinho. O barco hotel alcançou 55 000 passageiros nos 13 barcos a operar.
Os cruzeiros de um dia ultrapassaram os 160 000 passageiros. Estes barcos navegam principalmente nos trajectos Porto–Régua–Porto, Régua–Pinhão–Régua e Régua–Barca d’Alva–Régua.[2]