Disfagia é a dificuldade transitória ou permanente nadeglutição; ou seja, qualquer alteração que ocorre no transporte do alimento daboca até o estômago durante a alimentação[1].[2] A disfagia não é uma doença, mas sim umsintoma que pode indicar a presença de algumadoença. A disfagia pode interferir na condição nutricional, de hidratação e condição pulmonar do indivíduo, comprometendo sua saúde, condição psicológica, inserção social e, consequentemente, a qualidade de vida.[1]
Podem acontecer em qualquer faixa etária e por uma doença de causasneurológicas como oacidente vascular cerebral (AVC), ouderrame,Doença de Parkinson,Paralisia Cerebral,Esclerose Múltipla,Doenças Neuromusculares, entre outros, e/ou de causa mecânica (doenças pulmonares,câncer de cabeça e pescoço,esôfago,mama,refluxo gastroesofágico, próteses orais mal adaptadas, intubações orotraqueais prolongadas e sequela daCOVID19)[3].
O propósito fundamental da identificação da causa da disfagia consiste em selecionar o melhor tratamento que pode variar desde o tratamento de reabilitaçãofonoaudiológica, a alteração deconsistência dosalimentos para evitar apenetração/aspiração de conteúdo para opulmão e pode ter um foco completamente diferente como ocirúrgico no caso de doençasneoplásicas do esôfago.
Medidas adicionais paralelas aodiagnóstico das causas seria o de evitar, o máximo possível, as complicações da disfagia:desidratação,infecçõespulmonares esubnutrição.
Os pacientes podem apresentar umaregurgitaçãonasal etosse durante a deglutição, como resultado de uma anormalidade na transferência dobolo alimentar da cavidade oral para o esôfago. Freqüentemente, existem outros sinais de algum distúrbio neurológico associado, mesmo que sutil.
A disfagia na presença de dor denomina-seodinofagia, que constitui outro sintoma. Adisfagia pode afetarneonatos, crianças,adultos eidosos, sendo mais comum nesta última faixa etária devido a maior prevalência das doenças causais.
Os pacientes com comprometimento da motilidade esofágica podem apresentar dor torácica e executar manobras, como deglutir repetidamente e avalsalva, que alivia a disfagia.
As causas incluem a obstrução mecânica e os distúrbios na mobilidade dosmúsculos dacavidade oral, dafaringe,laringe ouesôfago. É útil distinguir a disfagia causada por doenças que afetam aorofaringe daquela que é devida a distúrbios esofágicos. Tipicamente, a obstrução mecânica é caracterizada inicialmente pela disfagia asólidos e a orofaríngea predomina a dificuldade de deglutirlíquidos e alimentos de consistência pastosa.
A causa pode estar associada a doenças neurológicas como doença deParkinson,paralisia cerebral,afasias eapraxias comuns noAVC mais conhecido como derrame,traumatismo craniano e diversos tipos dedistrofias musculares. Neoplasias devem ser sempre investigadas dependendo do tipo desintomatologia predominante e dos fatores de risco associados.
A disfagia pode ser dividida em quatro grandes grupos:[4]
A disfagia orofaríngea geralmente caracteriza-se por alteração das fases oral e faríngea da deglutição, geralmente causadas por doenças neurológicas. A causa mais comum de disfagia é o acidente vascular cerebral.
Nestes pacientes a dificuldade de deglutição ocorre predominantemente para líquidos em relação aos sólidos. Realiza-se a avaliação clínica (por exemplo, testes de consistências, de 0 a 5, sendo 0 aágua e 5 alimentos sólidos). O exame videodeglutograma e a videofluoroscopia são exames complementares que ajudam a definir as consistências mais seguras no que tange ao menor risco depneumonia de aspiração.
A disfagia esofágica é mais frequentemente devida a uma obstrução mecânica. Em muitos pacientes, é possível distinguir uma causa mecânica de uma anormalidade na motilidade por meio da obtenção de umhistórico cuidadoso. Aidade avançada, otabagismo e o etilismo são fatores de risco frequentes para neoplasias do esôfago que caracteristicamente são causas destes tipos de disfagia, entre outros.
Em certas doenças, a aurícula esquerda dilata-se e pode comprimir o esófago, produzindo dificuldade a tragar.
Em tratamentos de torcicolo com o uso da toxina botulínica tipo A, pode-se ocorrer disfagia devido à penetração da toxina nos músculos da faringe, próximos ao local das aplicações da toxina.
O tratamento pode ser clínico ou cirúrgico. Dentre os tratamentos clínicos destaca-se o tratamento fonoaudiológico e a utilização demedicações. A reabilitação fonoaudiológica do paciente disfágico visa a obtenção de uma deglutição eficiente levando à melhora da qualidade de vida do paciente, além da prevenção de complicações.
Ofonoaudiólogo dentro da equipe multidisciplinar é o profissional indicado para ajudar no diagnóstico, noprognóstico, assim como na reabilitação, prevenindo as possíveis complicações já citadas.
Referências