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Direitos LGBT no Brasil

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Direitos LGBT no Brasil
StatusLegal desde 1830,[1]mesma idade de consentimento
Identidade de gêneroCom cirurgia de redesignação sexual e decisão judicial permitida desde 2009, cirurgia e decisão judicial não exigidas desde 2018[2]
Serviço militarTodas as pessoas LGBT podem servir abertamente[3]
Proteções contra discriminaçãoProteções legais explícitas em todo o país com base na orientação sexual e identidade de gênero desde 2019
Direitos familiares
Reconhecimento de relacionamentosO casamento entre pessoas do mesmo sexo é legal em todo o país desde 2013[4][5]
AdoçãoLegal desde 2010[6]
Parteda série sobre a
Diversidade sexual
no Brasil
Portal LGBT
Portal do Brasil
CommonsCommons

O reconhecimento dosdireitos LGBT no Brasil remonta aoperíodo imperial, quando o país foi uma das primeiras nações das Américas e do mundo a descriminalizar asodomia.

História

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Herdada dasOrdenações Filipinas vigentes noperíodo colonial, aLei da sodomia proibiarelações sexuais entre pessoas do mesmo sexo. A sodomia é descrita no Título XIII do Livro V das Ordenações Filipinas, nos seguintes termos:

"Toda pessoa, de qualquer qualidade que seja, que pecado de sodomia por qualquer maneira cometer, seja queimado, e feito por fogo e pó, para que nunca de seu corpo e sepultura possa haver memoria, e todos os seus bens sejam confiscados para a coroa do reino, posto que tenha descendentes: pelo mesmo caso seus filhos e netos ficarão inábeis e infames, assim como os daqueles que cometeramcrime de lesa majestade.[7][8]

As Ordenações Filipinas, assim como a criminalização da sodomia, vigoraram até 1830, quando, durante o reinado deDom Pedro I, foi promulgado oCódigo Criminal do Império do Brasil.[9]

Cronologia

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A seguir, a cronologia da aquisição de direitos LGBT estabelecidos em nível federal, não incluindo decisões restritas a estados ou municípios.

Décadas 1830 à 1980

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Década de 1990

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  • 1997: OConselho Federal de Medicina publica a Resolução nº 1.482/97, onde reconhece ascirurgias de redesignação sexual, tanto a do tipo neocolpovulvoplastia como a do tipo neofaloplastia, e autoriza os hospitais universitários a fazê-las em caráter experimental.[13] Anteriormente a esta resolução, desde o início dos anos 70, pessoas transexuaisjá eram operadas de forma clandestina.[14]
  • 1999: OConselho Federal de Psicologia, por meio de Resolução, define que a homossexualidade não constitui transtorno mental e proíbe os profissionais da psicologia a oferecer e participar de eventos e serviços que proponham tratamento e cura da homossexualidade. Isso tornou o Brasil o primeiro país do mundo a proibir terapias de conversão de homossexuais.[15] (Em 2017, um juiz de Brasília concedeu liminar que permitia a psicólogos oferecer “estudos ou atendimento” sobre a “(re)orientação sexual”.[16])

Década de 2000

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  • 2000: OINSS reconhece a união estável entre casais homoafetivos, com base em uma liminar da Justiça Federal no Rio Grande do Sul, que corria o risco de cair; o órgão entrou sem sucesso com recurso junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) para derrubar a liminar.[17]
  • 2001: OCongresso Nacional decreta e o presidenteFernando Henrique Cardoso sanciona a Lei nº 10.216/2001 (Lei Antimanicomial) que em seu Art. 1° determina que pessoas portadoras de transtornos mentais não sejam discriminadas por sua orientação sexual.[18]
  • 2002: O Brasil aceita conceder refúgio em um caso relacionado a perseguição por orientação sexual. Na ocasião, dois homossexuais da Colômbia recebem refúgio após decidirem fugir para o Brasil porque viviam em uma área com muita violência homofóbica praticada por grupos armados.[19]
  • 2003: O Conselho Nacional de Imigração, ligado ao Ministério do Trabalho, determina que as solicitações de vistos temporários e permanentes para companheiros de pessoas do mesmo sexo sejam examinadas da mesma forma que as de uniões entre pessoas de sexos opostos.[20]
  • 2004: ASUSEP publica uma resolução que garante aos casais homoafetivos o direito de indenização em caso de morte do companheiro ou companheira.[21]
  • 2006: OCongresso Nacional decreta e o presidenteLula sanciona a Lei nº 11.340/06 (Lei Maria da Penha) que cria mecanismos para coibir a violência doméstica contra a mulher. Entre muitas medidas, a lei federal passou a prever expressamente a união homoafetiva feminina e protegeu toda mulher da discriminação com base na orientação sexual. Esta lei também tem sido usada pela Justiça para coibir a violência doméstica contra mulheres trans.[22][23]
  • 2008: O CNIg autoriza que estrangeiros em união homoafetiva tenham direito ao visto, ao publicar a Resolução Normativa CNI nº 77.[24]
  • 2008: OSUS passa a realizar acirurgia de redesignação sexual do tipo neocolpovulvoplastia.[25]

Década de 2010

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  • 2010: OSTJ reconhece que casais homoafetivos têm o direito de adotar filhos.[26]
  • 2010: OMinistério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão (MP), mediante a Portaria Nº 233, assegura aos servidores públicos transgêneros o uso donome social.[27]
  • 2010: AANS publica súmula normativa que autoriza casais homoafetivos a incluir o parceiro ou parceira como dependente nos planos de saúde.[28]
  • 2010: O presidenteLula assina decreto que estabelece o17 de maio como o "Dia Nacional de Combate à Homofobia".[29]
  • 2010: O presidente Lula, mediante decreto, cria oConselho Nacional de Combate à Discriminação e Promoção dos Direitos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (CNCD/LGBT).[30]
  • 2010: OMinistério da Fazenda através de uma portaria, estende o direito de declaração conjunta para casais homoafetivos.[17]
  • 2011: OSTF equipara legalmente as relações entre duas pessoas do mesmo sexo à união estável entre o homem e a mulher. Também foi determinado que casais homoafetivos tenham exatamente os mesmos direitos familiares e sucessórios do homem e da mulher, como plano de saúde, seguros de vida, pensão alimentícia e divisão dos bens adquiridos em caso de rompimento.[31][32]
  • 2011: OMinistério da Saúde aprova o "Regulamento Técnico de Procedimentos Hemoterápicos" e publica a Portaria Nº 1.353, a qual em seu artigo 5º diz: "A orientação sexual (heterossexualidade, bissexualidade, homossexualidade) não deve ser usada como critério para seleção de doadores de sangue, por não constituir risco em si própria".[33] (Todavia, a Portaria Nº 2.712 de 2013, em seu Artigo 64º proíbe a doação de sangue por "homens que tiveram relações sexuais com outros homens").[34]
  • 2011: O CNPCP publica uma resolução, onde assegura aos LGBT privados de liberdade o direito à visita íntima.[35]
  • 2013: OConselho Nacional de Justiça emite a Resolução 175, que obriga todos os cartórios do país a realizarem, além das uniões estáveis homoafetivas, a conversão da união em casamento e a realização direta docasamento civil entre pessoas do mesmo sexo.[32]
  • 2013: OConselho Federal de Medicina publica uma Resolução que garante aos casais homoafetivos o direito de recorrer às diversas técnicas dereprodução assistida para terem filhos, incluindo a gestação compartilhada para casais homoafetivos femininos e agestação de substituição altruísta. Embora a reprodução assistida já fosse possível para os LGBTs, não havia uma garantia taxativa e explícita.[36]
  • 2013: OCongresso Nacional decreta e a presidenteDilma Rousseff sanciona a Lei Nº 12.852/2013 (Estatuto da Juventude) que em seu Art.17 determina que os jovens não sejam discriminados por sua orientação sexual.[37]
  • 2014: O CNPCP e oCNCD/LGBT, mediante Resolução Conjunta, determinam que mulheres transgêneroprivadas de liberdade sejam encaminhadas para unidades prisionais femininas.[38]
  • 2015: OSTF mantém eficaz o art. 235 do Código Penal Militar, mas ordena a exclusão dos termos "pederastia" e "homossexual". A Corte decidiu por suprimir os termos por entender que tais crimes expressos no art. 235 são válidos tanto para homossexuais como para heterossexuais e que especificar a relação homossexual fere o artigo 5º da Constituição Federal de 1988, que prevê a igualdade entre todos perante a lei.[39]
  • 2016: A presidenteDilma Rousseff assina decreto que garante o uso donome social e o reconhecimento da identidade de gênero de pessoas transgênero no âmbito da administração pública federal direta, autárquica e fundacional.[40]
  • 2017: OSTF decide que a união estável e o casamento possuem o mesmo valor jurídico em termos de direito sucessório, inclusive em relações homoafetivas.[41]
  • 2018: OMEC emite uma Resolução que autoriza os estudantes transgêneros a utilizarem onome social nos registros escolares de todas as instituições da educação básica. Estudantes menores de idade precisam da autorização prévia dos pais ou responsáveis legais.[42]
  • 2018: OCFP, por meio de resolução, define que a transexualidade não constitui transtorno mental e proíbe a terapia de conversão de transgêneros.[43]
  • 2018: O presidenteMichel Temer assina o Decreto Nº 9.278, onde estabelece um novo modelo nacional decarteira de identidade (RG), que passa a permitir a inclusão donome social utilizado por transgêneros.[44]
  • 2018: OTSE julga que, pela Lei Eleitoral, os candidatos transgêneros têm o direito de concorrer a cargos eletivos nas cotas destinadas aos gêneros com os quais se identificam. Além disso, o Tribunal decidiu que candidatos transgêneros podem utilizar onome social para se identificar nas urnas.[45]
  • 2018: OTSE publica a Resolução Nº 23.562, que garante aos eleitores transgêneros o direito de utilizar no título eleitoral seunome social e a suaidentidade de gênero.[46]
  • 2018: OSTF autoriza que transgêneros alterem o nome e o gênero no registro civil sem a necessidade de cirurgia de redesignação sexual ou decisão judicial. A partir dessa decisão, todos os transgêneros maiores de idade podem alterar os seus documentos indo a um cartório, não se exigindo nada além da manifestação de vontade do indivíduo.[47]
  • 2019: A ministra doSTFCármen Lúcia cassa uma liminar da Justiça Federal de Brasília que autorizava psicólogos de todo o país a realizar terapia de reorientação sexual. Com a decisão, a resolução do Conselho Federal de Psicologia, contrária ao procedimento, volta a ter validade.[48]
  • 2019: AOAB aprova súmula que proíbe envolvidos em casos de agressão contra pessoas LGBT de exercer a profissão deadvogado no Brasil.[49]
  • 2019: OSTF determina que a discriminação contra pessoas LGBT seja enquadrada nos crimes previstos na Lei Nº 7.716/1989 (Lei do Racismo), que prevê penas de até 5 anos de prisão, até que uma norma específica seja aprovada pelo Congresso Nacional.[50] Além disso, considerou a LGBTfobia, na hipótese de homicídio doloso, circunstância que o qualifica, por configurar motivo torpe, com pena de reclusão de 12 a 30 anos.[51]
  • 2019: OSUS passa a realizar acirurgia de redesignação sexual do tipometoidioplastia, mas apenas em caráter experimental e mediante decisões judiciais.[52]

Década de 2020

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  • 2020: OSTF declara inconstitucional e suspende as normas doMinistério da Saúde e daAnvisa que exigiam aos homens homossexuais e bissexuais a abstinência sexual de um ano para doarem sangue.[53]
  • 2020: A Secretaria de Trabalho e Previdência Social doMinistério da Economia e aDPU autorizam os trabalhadores transgêneros a utilizarem onome social naCarteira de Trabalho.[54]
  • 2020: OCNJ aprova uma resolução que autoriza os transgêneros presos a serem questionados se preferem presídios destinados ao gênero com os quais se identificam e, se em detenção no convívio geral ou em alas ou celas específicas. A norma também prevê que LGBT cisgêneros, uma vez encaminhados a presídio destinado ao seu gênero, possam ser questionados se querem ficar em alas ou celas destinadas ao público LGBT. As normas também são aplicadas aos adolescentes LGBT em cumprimento de medida socioeducativa.[55] Todavia, cabe a juízes decidir o local de prisão.[56]
  • 2021: OSTF, em decisão monocrática deGilmar Mendes, determina adoção de medidas para garantir que pessoas transgêneros tenham acesso a todos os tipos de tratamento disponíveis no SUS, independentemente de sua identidade de gênero. Essa decisão foi referendada pelo Plenário, por unanimidade, em junho de 2024.[57][58]
  • 2021: OCNJ determina que nascidos intersexo possam ser registrados com o campo sexo "ignorado" na certidão de nascimento. E ainda realizar, a qualquer momento, a opção de designação de sexo em qualquer cartório.[59]
  • 2021: Após judicialização, pessoas não binárias conseguem retificar certidões de nascimento comterceiro gênero em Alagoas,[60] Santa Catarina,[61] Piauí,[62] Paraná,[63] e São Paulo.[64]
  • 2022: Bahia e Rio Grande do Sul publicam provimento permitindo a inclusão de gênero "não binário" noregistro civil.[65][66] Através de decisão judicial, pessoa não binária também consegue retificar emRondônia eAmapá.[67][68]
  • 2023: OSTF declara inconstitucional lei estadual que proíbe o uso de linguagem neutra em escolas e editais de concursos públicos.[69]
  • 2023: O presidenteLula, mediante decreto, cria oConselho Nacional dos Direitos das Pessoas Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais, Queers, Intersexos, Assexuais e Outras (CNLGBTQIA+).[70]
  • 2023: OMinistério da Justiça e Segurança Pública aprova adoção de procedimento simplificado para análise de pedidos de refúgio de pessoas LGBTQIA+ provindas de países que aplicam pena de morte ou prisão para essa população.[71]
  • 2023: OCongresso Nacional decreta e o presidenteLula sanciona a Lei nº 14.597/2023 (Lei Geral do Esporte) que proíbe a homofobia e a transfobia em eventos esportivos.[72]
  • 2023: OSTF equipara ofensas individuais contra pessoas LGBTs ao crime de injúria racial, que é inafiançável e imprescritível.[73]
  • 2023: Mais provimentos garantindo retificação via administrativa para pessoas não binárias emParaná,[74]Paraíba,[75]Distrito Federal[76] eTocantins.[77]Defensoria Pública deGoiás concede retificação não binária.[78][79]
  • 2023: OCongresso Nacional decreta e o vice-presidente em exercício da presidênciaGeraldo Alckmin sanciona a Lei nº 14.688 que altera o Código Penal Militar. Em relação a comunidade LGBT, a lei remove as expressões “pederastia ou outro” e “homossexual ou não”, contidas, respectivamente, no nomen iuris e no caput do art. 235 do Código Penal Militar, mantendo o restante do dispositivo, conforme já determinado pelo STF. Além disso, a lei cria uma qualificadora para o crime de injúria, se esta consistir na utilização de elementos referentes a orientação sexual, que passa a ser punida com reclusão, de 1 a 3 anos.[80]
  • 2023: OConselho Nacional do Ministério Público (CNMP) aprova resolução que proíbe os membros do MP de apresentar manifestações contrárias a pedidos de habilitação de pretendentes e de adoção devido à identidade de gênero ou à orientação sexual.[81]
  • 2023: OCNJ aprova resolução que proíbe juízes e desembargadores de usar a orientação sexual como argumento contrário para a habilitação de pretendentes nos processos de adoção.[82]
  • 2023:TJPR e CGJ doTJRS revogam provimentos de gênero não binário, estabelecendo que o direito à substituição administrativa do prenome e sexo no registro civil não abrange a possibilidade de ampliação dos gêneros, limitados a “masculino” e “feminino”.[83][84]
  • 2024: Umaação civil pública daJustiça Federal do Paraná determina que aReceita Federal deve incluir as opções "não especificado", "não binário" e "intersexo" no campo sexo doCPF, garantindo o direito de retificação a quem se interessar.[85]
  • 2024:Justiça de Pernambuco permite que o termo intersexo conste em documento de pessoa intersexo.[86][87]
  • 2024: OSTF reconhece direito à licença-maternidade de mãe não gestante em relação homoafetiva.[88]
  • 2024: OSupremo Tribunal Federal reconhece a obrigação, por parte das escolas públicas e particulares, de coibir as discriminações por gênero, por identidade de gênero e por orientação sexual, coibindo também o bullying e as discriminações em geral de cunho machista (contra meninas cisgêneras e transgêneras) e homotransfóbicas (contra gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais).[89]
  • 2024:Ceará,[90]Espírito Santo eMaranhão garantem que pessoas não binárias tenham acesso a retificação.[91][92]
  • 2024: OCFP estabelece diretrizes contra apatologização de pessoaintersexo.[93][94]
  • 2025: O Supremo Tribunal Federal decidiu que as medidas protetivas de urgência previstas naLei Maria da Penha devem ser estendida a casais homoafetivos masculinos e a mulheres travestis e transexuais.[95][96]
  • 2025: OCFM veda uso debloqueadores hormonais, paratransição de gênero, por menores de 18 anos, e altera exigência para realizarcirurgia de redesignação sexual, com efeitoesterilizador, para 21 anos.[97]
  • 2025: OSTJ autoriza alteração no registro civil depessoa não binária para a inclusão degênero neutro.[98][99] E Defensorias Públicas deAcre,[100]Roraima,[101]Sergipe[102][103] ePará reconhecem gêneros não binários.[104]

Autorizações judiciais pioneiras

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OPalácio de Justiça de Porto Alegre. A Justiça Gaúcha foi uma das precursoras dos direitos LGBT no Brasil ao reconhecer diversos direitos LGBT, dentre os quais a primeira união homoafetiva do País.[105]

As decisões judiciais a seguir foram conseguidas antes que houvesse qualquer norma garantindo tais direitos à população LGBT.

  • 1996: Um juiz federal do Rio Grande do Sul permite que um homossexual seja incluído como beneficiário do plano de saúde de seu companheiro.[106]
  • 1996: A Justiça autoriza a adoção individual a um pai homossexual. Acredita-se que tenha sido um dos primeiros casos do País.[107]
  • 2000: Uma juíza do Rio Grande do Sul assegura os benefícios previdenciários decorrentes da morte ou da prisão aos parceiros de uma relação homoafetiva.[106]
  • 2001: OTribunal de Justiça do Rio Grande do Sul reconhece pela primeira vez no Brasil a união estável de um casal homoafetivo. O requerente – que manteve sua identidade resguardada sob segredo de justiça – passa a ter o reconhecimento da união estável homoafetivapost mortem e ao direito a partilha de bens do companheiro falecido.[105]
  • 2005: A Justiça de São Paulo autoriza que um casal homoafetivo masculino tenha direito a adoção. Dois homens, da cidade deCatanduva, adotam uma menina.[108] Sabe-se que pelo menos dois casais homoafetivos já haviam conquistado o mesmo direito em Bagé (RS) e no Rio de Janeiro (RJ).[109]
  • 2009: A 3ª Turma doSuperior Tribunal de Justiça determina que os registros de uma transexual sejam alterados sem que essa mudança conste nos documentos oficiais. Anteriormente, em 2007, o mesmo STJ aprovou um caso semelhante, mas definiu, na ocasião, que deveria ficar averbado no registro civil da transexual que a modificação do seu nome e do seu sexo decorreu de decisão judicial.[110][111]
  • 2011: Um juiz da 2ª Vara da Família de Jacareí autoriza o primeiro casamento civil homoafetivo do Brasil, entre dois homens, por meio da conversão da união estável homoafetiva em casamento.[112]
  • 2011: Em 25 de outubro, a 4ª Turma doSuperior Tribunal de Justiça, em uma votação 4-1, deu provimento a um recurso especial impetrado por duas mulheres que queriam se casar. A Corte entendeu que aConstituição assegura a casais homoafetivos o direito de se casarem e que oCódigo Civil vigente não impede o casamento de duas pessoas do mesmo sexo.[113]
  • 2018: OTribunal de Justiça do Acre autoriza a mudança nos registros de uma criança intersexo. Um menino de três anos, que nasceu com ambiguidade genital e foi registrado como sendo do sexo feminino em uma maternidade deRio Branco, passa a ter novos documentos com nome e sexo masculinos.[114]
  • 2020: Um juiz da 1ª Vara de Família da Ilha do Governador autoriza a emissão da primeira certidão não binária do Brasil. Uma pessoa de 24 anos passa a ter em sua certidão de nascimento o campo sexo como "não especificado".[115]
  • 2022: O Superior Tribunal de Justiça, em decisão inédita, entende pela aplicação da Lei Maria da Penha a mulheres trans. É o primeiro precedente formado em tribunais superiores sobre o tema. Decisão pode orientar análises de outros casos semelhantes em instâncias inferiores.[116][117]

Tabela resumo

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Atividade sexual entre pessoas do mesmo sexo legalSimSim Sim, desde 1830[9]
Mesmaidade de consentimentoSimSim Sim, desde 1830[9][118]
Pessoas LGBT autorizadas a servirem abertamente nasForças ArmadasSimSim Sim, a legislação militar não estabelece proibições ao alistamento.[11]
Homossexualidade desclassificada como doençaSimSim Sim, desde 1985[12]
Proibição daterapia de reorientação sexualSimSim Sim, proibida aos psicólogos de 1999 a 2017, e desde 2019.[16][48][119]
Refúgio para estrangeiro perseguido em seu país de origem por motivos relacionados a orientação sexual e/ou identidade de gêneroSimSim Sim, desde pelo menos 2002[19]
Visto de permanência para estrangeiro em união homoafetiva com brasileiroSimSim Sim, desde 2003[20]
Proteção à LGBTs daviolência doméstica e familiarSimSim Sim, desde 2006 para mulheres lésbicas e bissexuais e que vivem em relação homoafetiva e desde 2025 para mulheres trans e travestis e para homens em relacionamentos homoafetivos.[120][95][96]
Cirurgia de redesignação sexual gratuita peloSistema Único de SaúdeSimSim Sim, desde 2008[25]
Mudança de nome e retificação do sexo nas certidões de nascimento e casamento de pessoas transgênerosSimSim Sim, desde 2009 com exigência da cirurgia de redesignação sexual e decisão judicial e desde 2018 com base apenas na autodeterminação.[121][122]
Adoção por casais homoafetivosSimSim Sim, reconhecida oficialmente desde 2010[123]
União estável entre pessoas do mesmo sexoSimSim Sim, desde 2011 em todo o País.[31]
Licença parental para casais homoafetivosSimSim Sim, desde o reconhecimento da união homoafetiva em 2011, casais homoafetivos que tenham filhos têm direito aos diversos tipos de licença parental.[124] Em 2024 foi reconhecido que a mãe não gestante em união estável homoafetiva também tem direito à licença-maternidade.[125]
Casamento entre pessoas do mesmo sexoSimSim Sim, desde 2013 em todo o País.[32][126][127]
Reprodução assistida para casais homoafetivosSimSim Sim, desde 2013[128][129][130]
Paternidade ou maternidade automática para ambos os cônjuges ou companheiros após o nascimento da criança gerada por técnica de reprodução assistidaSimSim Sim, desde 2016[131]
Direito ao uso donome social por pessoas transgênerosSimSim Sim, desde 2016 em nível federal.[132]
Transexualidade desclassificada como doença e proibição da terapia de conversão para transgênerosSimSim Sim, desde 2018[43]
Criminalização daLGBTfobiaSimSim Sim, desde 2019


Por causa da omissão inconstitucional do Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal decidiu incluir provisoriamente a homofobia e a transfobia nos crimes da Lei nº 7.716/1989.[50] Além disso, considerou a LGBTfobia, na hipótese de homicídio doloso, circunstância que o qualifica, por configurar motivo torpe, com pena de reclusão de 12 a 30 anos.[51]


A Lei nº 10.216/2001 (Lei Antimanicomial) protege os portadores detranstornos mentais da discriminação pela orientação sexual.[18]

A Lei nº 11.340/2006 (Lei Maria da Penha), em seu artigo 2°, protege toda mulher da discriminação com base na orientação sexual.[133]


A Lei n° 12.852/2013 (Estatuto da Juventude) protege osadolescentes ejovens da discriminação pela orientação sexual.[37]


A Lei n° 13.344/2016, que dispõe sobre prevenção e repressão ao tráfico interno e internacional de pessoas, estabelece que o enfrentamento ao tráfico de pessoas atenderá ao princípio da não discriminação por motivo de gênero ou orientação sexual.[134]


A Lei nº 14.597/2023 (Lei Geral do Esporte) proíbe a homofobia e a transfobia em eventos esportivos.[72]

HSH autorizados a doarem sangueSimSim Sim, de 2011 a 2013, e desde 2020[53]
Transgêneros privados de liberdade autorizados a cumprir pena em presídios destinados ao gênero com o qual se identificam e LGBT privados de liberdade autorizados a cumprir pena em presídios que tenham alas ou celas destinadas ao público LGBT, se assim desejaremSimSim Sim, desde pelo menos 2020[55][135]
Registro de nascidosintersexo com o campo sexo ignorado no registro de nascimentoSimSim Sim, desde 2021[136]
Profissionais da educação autorizados para trabalhar as questões relacionadas aorientação sexual eidentidade de gêneroSimSim Sim
Embora tenham sido criadas diversas leis estaduais e municipais proibindo o ensino sobre gênero e orientação sexual nas escolas inspiradas no movimentoEscola Sem Partido, o Supremo Tribunal Federal tem derrubado todas elas.[137][138][139][140][141]
Autorização para o uso dalinguagem neutra de gêneros gramaticaisSimSim Sim
Embora tenham sido criadas leis estaduais e municipais proibindo o uso de linguagem neutra no ensino, o Supremo Tribunal Federal tem derrubado tais leis.[142]
Estudantes de escolas públicas e particulares protegidos da discriminação por orientação sexual e identidade de gênero e do bullying de cunho machista e homotransfóbicoSimSim Sim, desde pelo menos 2024[89]
Transgêneros autorizados a utilizar banheiros, vestiários e demais espaços segregados por sexo de acordo com a suaidentidade de gêneroSimSim/NãoNão Pendente; em junho de 2024, o STF rejeitou, por questões processuais, um recurso que discutia se uma pessoa trans pode ou não usar banheiros conforme sua identidade de gênero. A questão específica do direito de pessoas trans de utilizarem banheiros e demais espaços de acordo com sua identidade de gênero, sem discriminação, foi trazida ao Supremo em cinco Arguições de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPFs 1169, 1170, 1171, 1172 e 1173), que aguardam julgamento.[143][144] Todavia, instâncias inferiores têm condenado a indenização por dano moral quem veta o uso do banheiro conforme a identidade de gênero.[145][146]
Terceira opção de gênero no registro civilSimSim/NãoNão Incerto; não há um reconhecimento oficial de uma terceira opção de gênero, mas desde 2020 pessoasnão binárias têm conseguido autorizações judiciais para registrar o gênero com uma terceira opção em seus documentos.[115][61][62]
Nascidos intersexo incapazes protegidos contra procedimentos cirúrgicos desnecessários quando sejam realizados sem seu consentimento prévio, livre e informado, exceto em casos de risco médico ou de necessidadeSimSim Sim, desde 2023 o procedimento é banido.[147]

Normas e decisões sobre os direitos LGBT

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Sede doSupremo Tribunal Federal, órgão máximo doPoder Judiciário, responsável pelos principais direitos LGBT no Brasil.[148][149]
Celso de Mello foi um dos maiores defensores dos direitos LGBT no STF, tendo dado declarações em defesa da igualdade de direitos desde a década de 1990, quando presidia a Corte.[150] Mello proferiu um voto histórico quando a Corte permitiu a união homoafetiva em 2011; e foi voto condutor no julgamento que definiu a criminalização da homotransfobia, em 2019.[151]
Em uma de suas últimas ações como presidente da República, exatamente duas semanas antes de deixar o cargo por um processo de impeachment,Dilma Rousseff assinou decreto autorizando a adoção do nome social por travestis e transexuais nos órgãos do Poder Público federal.[152]


Desde aredemocratização, oPoder Legislativo tem encontrado resistência para reconhecer as principais demandas porigualdade de direitos entreLGBT e indivíduoscisgênero ouheterossexuais.[153] Coube então aoPoder Judiciário, sobretudo a partir da década de 2010, estender direitos para acomunidade LGBT e fazer do Brasil um país avançado em direitos dessa população.[154][155][156] OPoder Executivo garantiu alguns direitos, se destacando pela criação de medidas de combate à violência e ao preconceito.[157] No entanto, o Brasil ainda registra altos índices deviolência contra pessoas LGBT;[158] em 2016, o Brasil foi referido como o país mais mortal do mundo para LGBTs pelo jornal norte-americanoThe New York Times.[159][160][161] Em 2025, Brasil encontrou-se em sexto lugar mundial em direitos civis naOur World In Data.[162][163]

Foram propostos noCongresso Nacional nas décadas anteriores três projetos de leis que, se aprovados, elevariam a legislação brasileira ao nível dediversos países europeus no que diz respeito aosdireitos LGBT. São eles: oPL 1151/1995, que propõe a autorização da união civil entre pessoas do mesmo sexo, de autoria da políticaMarta Suplicy,[164] oPLC 122/2006, que pedia a criminalização da homofobia e da transfobia, de autoria da políticaIara Bernardi, e o PL 5002/2013, sobre o direito à identidade de gênero, de autoria dos políticosJean Wyllys eErika Kokay.[165] Embora tais projetos de leis nunca tenham sido aprovados pelo Congresso, esses direitos foram garantidos à população LGBT através de decisões de órgãos e instituições do Poder Judiciário.

Em maio de 2011, oSupremo Tribunal Federal, de forma unânime, reconheceu a união estável homoafetiva como entidade familiar[31] e, em outubro de 2011, oSuperior Tribunal de Justiça afastou o óbice relativo àdiversidade de sexos e determinou o prosseguimento do processo de habilitação de casamento entre duas mulheres, pois entendeu que o Código Civil de 2002 não veda expressamente ocasamento entre pessoas do mesmo sexo e não há como se enxergar uma vedação implícita ao casamento homoafetivo sem afronta a carosprincípios constitucionais. Consequentemente, em maio de 2013, oConselho Nacional de Justiça (CNJ) aprovou a Resolução n° 175, que veda a todos os cartórios do País a recusa de habilitar e celebrar casamentos entre duas pessoas do mesmo sexo e converter aunião estávelhomoafetiva em casamento.[32]

Em março de 2018, o Supremo entendeu que aidentidade de gênero é manifestação da própria personalidade da pessoa humana e, como tal, cabe ao Estado apenas o papel de reconhecê-la.[166] Assim, a Corte autorizou amudança do prenome e daclassificação de sexo/gênero por pessoastransgênero noregistro civil sem a necessidade de qualquer exigência além da manifestação de vontade do indivíduo.[47]

Em junho de 2019, o Plenário do Supremo entendeu que houve omissãoinconstitucional do Congresso Nacional por não editar lei que criminalize atos dehomofobia e detransfobia[167] e determinou que aLGBT-fobia seja enquadrada nos crimes previstos na Lei Nº 7.716/1989 (Lei do Racismo), que prevê penas de até 5 anos de prisão, até que oLegislativo edite lei sobre a matéria.[50] Em outro julgamento de agosto de 2023, o Supremo reconheceu que atos ofensivos praticados contra pessoas da comunidade LGBT também podem ser enquadrados como crime deinjúria racial.[168]

Todos os principais direitos reivindicados pela população LGBT vieram através de decisões doJudiciário, com base em interpretações daConstituição, e não do Legislativo. Sendo assim, a população LGBT brasileira não possui nenhum de seus principais direitos assegurados na lei.[169] Cabe ressaltar que a falta de legislação faz com que os LGBTs sofram tentativas de violação de seus direitos em algumas regiões do país, a exemplo do que aconteceu na 13.ª Promotoria de Justiça de Florianópolis, que chegou a impugnar mais de 100 casamentos homoafetivos sob a alegação de que a resolução do CNJ não se sobrepõe à lei (depois, todos esses casamentos foram autorizados judicialmente).[126][127][170] No julgamento do Supremo que reconheceu aunião homoafetiva, o ministro-relator,Carlos Ayres Britto, disse que "a ausência de lei não é ausência de direito, até porque o direito é maior do que a lei".[171][172]

Até 2017, havia 99 projetos de leis sobre direitos LGBT tramitando no Congresso (muitos sobre os mesmos temas). No mesmo período, havia outros 24 PLs contrários aos direitos LGBT em trâmite no Legislativo brasileiro, todavia, ainda que aprovadas, tais leis poderiam ter sua constitucionalidade questionada na justiça.[173][174][175] Para o advogadoPaulo Iotti, que participou de diversas ações sobre direitos LGBT que foram a julgamento no Supremo, a Corte se mostra alternativa para um Congresso conservador: "O Congresso Nacional, provavelmente representando a sociedade, está cada vez mais conservador, reacionário e insensível aos direitos humanos de minorias e grupos vulneráveis. Nessa situação, o Supremo acaba sendo a última esperança da população LGBT+", disse o jurista em entrevista para o sitePonte.[176] De acordo com o ministroDias Toffoli, "O Supremo Tribunal Federal está atento às demandas dos LGBTI+ por respeito, tratamentoisonômico einclusão social, conforme ilustram os vários julgamentos tomados por esta Corte, lastreados na dignidade da pessoa humana e no direito à igualdade".[177] Para o ministroLuís Roberto Barroso, o Supremo tem cumprido “as duas grandes missões” da Corte, de proteger as regras da democracia e os direitos fundamentais de todos.[178]

O Poder Executivo, apesar de participação pouco expressiva, garantiu direitos à população LGBT. Entre eles, destaca-se o decreto presidencial deDilma Rousseff que permite a transgêneros usarem seunome social em todos os órgãos públicos, autarquias e empresas estatais federais.[40] O Executivo também tem buscado enfrentar a discriminação e a violência contra LGBTs, podendo citar-se como exemplo o programa "Brasil Sem Homofobia" lançado no governo Lula.[179] Praticamente todos os presidentes brasileiros do século XXI,Fernando Henrique Cardoso,[180]Luiz Inácio Lula da Silva,[181]Dilma Rousseff[182] eMichel Temer,[183] se mostraram favoráveis aos direitos LGBT e defenderam a igualdade de direitos, sendo a única exceçãoJair Bolsonaro.[184]

Demografia

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Ver também:Homossexualidade no Brasil eTransexualidade § A questão transexual no Brasil

Questões

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No direito de família

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União estável e casamento

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Ver artigo principal:Casamento entre pessoas do mesmo sexo no Brasil

O marco inicial na luta pelo reconhecimento das uniões entre pessoas do mesmo sexo é a apresentação naCâmara dos Deputados doprojeto de lei n.º 1151, de 1995, da entãodeputada federalMarta Suplicy, que instituía aunião civil entre pessoas do mesmo sexo, a partir do qual iniciou-se o debate nos meios de comunicação de massa do país, com inúmeras manifestações de apoio e de repulsa.[185] O relator designado,Roberto Jefferson, apresentou um substitutivo instituindo a parceria civil registrada entre pessoas do mesmo sexo, que foi aprovado na comissão especial em final de1996, mas aguarda até hoje sua votação no plenário da Câmara.

Homossexualidade ilegal:
  Prisão; pena de morte não posta em prática
  Morte sob milícias
  Prisão, com encarceramento ou detenção
  Prisão, mas não posto em prática1
  Restrições àliberdade de expressão sobredireitos LGBT
Homossexualidade legal:
  Reconhecimento de casamentos feitos em outras jurisdições
  Reconhecimento limitado (de residentes estrangeiros)
  Sem reconhecimento legal, mas algumas instituições oferecem certificação não vinculativa
Reconhecimento de uniões:
  Coabitação não registrada
  Nenhum

1Pode incluir leis ou decisões judiciais recentes que criaram reconhecimento legal para relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo, mas que ainda não entraram em vigor

Enquanto o projeto continuava parado no Congresso Nacional (onde além do plenário da Câmara, teria ainda que ser apreciado noSenado Federal e submetido à sanção presidencial para que pudesse entrar em vigor), interessados em obter o reconhecimento de sua união se dirigiam aoPoder Judiciário, que em muitas partes do país reiteradamente reconhecia os direitos decorrentes dessas uniões. As decisões favoráveis, contudo, não abrangiam todos os estados, sendo que noRio de Janeiro o Tribunal de Justiça local vinha predominantemente negando a equiparação dessas uniões à união estável entre sexos opostos.

Merece destaque também a vigência da Lei Maria da Penha (Lei n.º 11.340/06), que em seu art. 5º explicita a existência de uniões homoafetivas femininas.[23][186] A lei, destinada a proteger a mulher da violência doméstica, deixou claro que também merece proteção a mulher que sofre violência de sua companheira. Embora o âmbito da lei seja em matéria penal, a menção de unidades familiares homoafetivas é um avanço no conceito de família existente na lei brasileira.[187]

OTribunal Superior Eleitoral já proferiu decisão equiparando um relacionamento homoafetivo às uniões estáveis, ao decidir que o companheiro homoafetivo tem o mesmo impedimento eleitoral que o cônjuge ou companheiro do sexo oposto do ocupante de cargo eletivo.

A equiparação da união estável entre homossexuais e a prevista no artigo 1.723 doCódigo Civil foi objeto daArguição de descumprimento de preceito fundamental (ADPF) n.º 132, que tramita noSupremo Tribunal Federal. A ação foi proposta pelo governador doRio de Janeiro,Sérgio Cabral Filho,[188] e como os efeitos de ações dessa natureza atingem a todos, em todo o território nacional, sua eventual procedência poderá significar o efetivo reconhecimento das uniões homoafetivas, dando-lhes os mesmos direitos reconhecidos ao companheiro heterossexual, sem a necessidade de se ter que reivindicá-los judicialmente. Após parecer do Advogado Geral da União concordando com o pedido em parte, mas ressaltando que os efeitos da decisão não poderiam atingir direitos de indivíduos de todo o território nacional (por se tratar de pedido formulado por governador de estado), a Procuradora Geral da República interina, Deborah Duprat, ingressou com ação de mesma natureza, solicitando tramitação em conjunto.

O Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu no dia 5 de maio de 2011, em decisão unânime, a equiparação da união homoafetiva à heterossexual.[31] A decisão tem eficácia contra todos e efeito vinculante. Os Ministros do tribunal reconheceram que a relação homoafetiva é uma família e afirmam que um casal gay, numa união estável, tem os mesmos direitos de um casal heterossexual, numa união estável. Adoção de filhos, pensão/aposentadoria, plano de saúde e herança são alguns dos exemplos.

Até o reconhecimento no STF, o fato de não existir lei federal reconhecendo qualquer forma de união entre pessoas do mesmo sexo (pela Constituição Federal, apenas lei federal pode dispor sobre direito civil, que inclui aspectos como casamento, família, direito à herança) não significa que duas pessoas capazes não possam firmar um contrato e estabelecer direitos e obrigações entre elas. Não havendo disposições contrárias à lei, tais contratos podem ser registrados junto a um Oficial de Registro de Títulos e Documentos (conforme art. 127 da Lei de Registros Públicos - Lei Federal n.º 6.015, de 1973).

A possibilidade de se registrar tais contratos gerou dúvidas, e alguns oficiais de registro (mais conhecidos como cartórios) noRio Grande do Sul se recusavam a registrar contratos dispondo sobre a união entre pessoas do mesmo sexo, interpretando que a Constituição Federal só permitiria tais uniões entre um homem e uma mulher. A Corregedoria Geral da Justiça do Estado, considerando que o fato de que a simples omissão na Constituição não veda as uniões, expediu em2004 norma determinando que os cartórios efetuassem tais registros, baseado no art. 127 da Lei de Registros Públicos, que permite que qualquer título ou documento não registrável em outro ofício (cartório) seja registrado em Títulos e Documentos.[189] Decisão nesse sentido já obrigava os cartórios da cidade de São Paulo a registrarem esses contratos.[190]

Esse registro, contudo, não tem força por si só de gerar direitos aos casais contra terceiros. O registro traz publicidade, podendo usar como prova em processo judicial ou para comprovar a união perante terceiros que reconheçam que tais uniões têm o mesmo tratamento que a união estável entre um homem e uma mulher.

Posteriormente,Roraima (também em 2004)[191] ePiauí (em 2008)[192] estabeleceram normas semelhantes. Os contratos, entretanto, não são registráveis apenas nos estados ou localidades que têm normas obrigando os oficiais a registrarem os contratos. A lei aplicável é federal (Lei de Registros Públicos), assim como oCódigo Civil e a Constituição Federal. Dessa forma, sua aplicação abrange todo o território nacional e eventual recusa por algum registrador (que possa ter uma interpretação diferente) permite que os interessados solicitem que esse mesmo registrador envie o caso para decisão pelo juiz corregedor.

Companheiro estrangeiro e refugiados

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Desde2003, decisões judiciais têm concedido ao estrangeiro que comprove ter um relacionamento homossexual estável com um brasileiro o direito ao visto de permanência no país, dando o mesmo tratamento às uniões entre sexos opostos.[193][194][195] No mesmo ano, o Conselho Nacional de Imigração, ligado ao Ministério do Trabalho, determinou que as solicitações de vistos temporários e permanentes para companheiros de pessoas do mesmo sexo sejam examinadas da mesma forma que as uniões entre pessoas de sexos opostos.[20]

Em fevereiro de2008, o Conselho Nacional de Imigração publicou a Resolução Normativa CNI nº 77, de 29 de janeiro de 2008, que dispõe sobre os critérios para a concessão de visto, sem distinção quanto ao sexo dos companheiros.[196] Ainda em 2008, foi noticiado que oMinistério da Justiça elaborou projeto de lei alterando a Lei n.º 6.815, de 1980 (Estatuto do Estrangeiro), para que a disposição seja incluída na lei (oprojeto de lei nº 1151, de 1995, que institui a parceria civil registrada e aguarda há mais de uma década sua apreciação no plenário da Câmara; também altera, dentre outros, o Estatuto do Estrangeiro, para prever os mesmos direitos aos parceiros homoafetivos), evitando que a matéria fique regulamentada apenas em um ato administrativo infralegal.[197][198]

Em14 de maio de2010, o Ministério das Relações Exteriores enviou circular a embaixadas e consulados de 207 países informando que passaria a conceder passaporte diplomático ou oficial aos companheiros homoafetivos de servidores do Ministério que prestam serviços no exterior. Para ter direito ao passaporte, o companheiro deve estar inscrito na Divisão de Pessoal como dependente do servidor para fins de assistência médica, benefício que o Ministério já reconhece desde 2006.[199]

O Brasil, apesar de registrar altos índices de violência contra pessoas LGBT, é reconhecido como um país avançado nos direitos dessa população e tem se tornado destino de alguns refugiados que precisam fugir de países com legislação anti-LGBT. Segundo dados daAgência da ONU para Refugiados (ACNUR) e doComitê Nacional para os Refugiados (Conare), entre 2010 e 2016 o Brasil recebeu 369 solicitações de refúgio por motivo de fundado temor de perseguição relacionado à orientação sexual e/ou à identidade de gênero (OSIG). O maior número de solicitações (89%) foi realizado por pessoas provenientes de países africanos.[19][200] Em 2023, oMinistério da Justiça e Segurança Pública aprovou adoção de procedimento simplificado para análise de pedidos de refúgio de pessoas LGBTQIA+ provindas de países que aplicam pena de morte ou prisão para essa população.[71]

Dependente no imposto de renda

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O artigo 35, inciso II, da Lei n.º 9.250, de 1995, define quem pode ser dependente para fins do imposto de renda das pessoas físicas, "o companheiro ou a companheira, desde que haja vida em comum por mais de cinco anos, ou por período menor se da união resultou filho". A interpretação corrente é que se aplica apenas a companheiros de sexos opostos.[201]

O Ministério Público Federal do Piauí, contudo, ingressou com ação civil pública em março de 2009 para permitir que o companheiro homossexual possa ser dependente do imposto de renda.[202] A justiça federal concedeu liminar deferindo o pedido, válida para aquele estado.[203] O deputado federalMaurício Rands é autor de um projeto de lei que tramita na Câmara dos Deputados incluindo o companheiro homossexual como dependente na legislação tributária.[203] O projeto (PL 3712/2008) ainda não foi votado em nenhuma comissão.[204]

Direitos previdenciários

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Ver artigo principal:Direitos previdenciários do companheiro homossexual no Brasil
Opresidente do BrasilLuiz Inácio Lula da Silva na abertura da 1ª Conferência Nacional de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais.

Uma das consequências da instituição da união estável é conceder aos parceiros homoafetivos os mesmos benefícios previdenciários já existentes para casais ou companheiros de sexos opostos.

Em matéria previdenciária, cabe à União legislar sobre benefícios do INSS (para os trabalhadores do setor privado) e para o regime próprio de seus servidores públicos. Os benefícios previdenciários aos servidores estaduais e municipais (onde exista regime próprio de previdência para os servidores públicos) cabem às respectivas esferas.

Para trabalhadores do setor privado, em2000, oMinistério Público Federal ajuizou umaação civil pública junto à 3.ª Vara Previdenciária dePorto Alegre requerendo que oINSS reconhecesse o direito previdenciário do companheiro homoafetivo. A juíza titular da Vara Federal deferiu imediatamente o pedido, expedindo uma liminar obrigando o INSS a conceder tais benefícios. A abrangência da decisão é nacional, beneficiando casais homoafetivos em qualquer parte do Brasil. O INSS recorreu da decisão, tanto aoTribunal Regional Federal da 4.ª Região, como diretamente aoSupremo Tribunal Federal, não obtendo sucesso na tentativa de suspender a decisão. Posteriormente, o julgamento do mérito confirmou os termos da liminar (manteve o direito dos homoafetivos), tendo havido apelação por parte do INSS. A apelação também foi favorável aos homoafetivos e o INSS interpôsrecurso especial erecurso extraordinário, ainda pendentes de julgamento junto aoSuperior Tribunal de Justiça e Supremo Tribunal Federal. Para cumprir a ordem judicial, o INSS regulamentou por meio de instrução normativa a maneira como o companheiro homoafetivo deve comprovar essa união. Atualmente essa regulamentação encontra-se nos artigos 30; 52, §4º; 271 e 292 da Instrução Normativa do INSS n.º 20, de 10 de outubro de 2007, que, sempre se referindo à ação judicial que originou a obrigação, prevê o benefício de pensão por morte e auxílio-reclusão, referente a óbitos ou prisões ocorridas a partir de 5 de abril de 1991, exigindo-se apenas a comprovação de vida em comum.

Para servidores públicos federais, o reconhecimento dos direitos previdenciários dos companheiros homoafetivos depende de decisão judicial específica, não havendo lei ou ordem judicial genérica que garanta seu reconhecimento a todos, independentemente de ação judicial. A jurisprudência, contudo, tem reconhecido tais direitos. No âmbito do regime previdenciário próprio dos servidores estaduais e municipais, nos últimos anos várias leis foram aprovadas garantindo igualdade de benefícios entre companheiros independentemente de oposição de sexo. Entre os estados e municípios que já reconhecem esses direitos (alguns devido à mudança na lei específica, outros em decorrência de normas administrativas estabelecidas pelo próprio poder executivo), podem-se citar os estados deSão Paulo eParaná e os municípios deRecife,Rio de Janeiro,Pelotas,[205]João Pessoa,[206]Belo Horizonte,Porto Alegre eFortaleza.[207] No estado doRio de Janeiro, a lei foi aprovada, mas oTribunal de Justiça considerou-a inconstitucional (por vício de iniciativa, ou seja, deveria ter sido proposta pelo Governador).

Sobre a previdência complementar, várias empresas, notadamente estatais, têm reconhecido o benefício para o companheiro homoafetivo em seus planos privados de previdência, tais como aPetrobras,[208]Radiobrás,Banco do Brasil,Caixa Econômica Federal eBNDES.[207]

Adoção

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Ver artigo principal:Adoção LGBT no Brasil
Estatuto jurídico da adoção, por casais do mesmo sexo em todo o mundo.
  Adoção por casais homoafetivos é legal
  Adoção de enteados
  Sem dados/Ambíguo ou ilegal

OCongresso Nacional, em agosto de 2009, promoveu alteração nas leis de adoção, mas não permitiu que a previsão para a adoção de casais homoafetivos constasse na lei, mas também não a proibiu expressamente.[209]

Há, contudo, decisões judiciais permitindo a adoção por casais homoafetivos. Em junho de2008, conforme levantamento daFolha de S.Paulo, haveria dez casos finalizados ou em fase final, permitindo essas adoções, em seis estados diferentes (RS, SP, AM, PR, DF e AC).[210] No Rio Grande do Sul, já haveria um consenso entre os juízes quanto à possibilidade dessas adoções.[210] EmPernambuco, também já foi noticiada uma adoção.[211] Um caso de adoção homoafetiva conjunta foi realizada em 2005.[108]

OSuperior Tribunal de Justiça, sob a justificativa de que na adoção deve-se olhar o que é o melhor para a criança, manteve decisão que permitiu a adoção por um casal de lésbicas em 2010.[212]

Depois das decisões do STF e do STJ já não existem óbices legais de qualquer natureza para que um casal homoafetivo pleiteie a adoção conjunta de uma criança. O art. 42, § 2.º, do Estatuto da Criança e do Adolescente estabelece como requisito para a adoção conjunta que os candidatos sejam casados civilmente ou vivam em união estável, comprovada a estabilidade da família. Portanto, qualquer impedimento legal que se vislumbrasse, já não cabe mais dentro do ordenamento brasileiro hodierno.[213]

Em novembro de 2023, oConselho Nacional de Justiça aprovou uma resolução vedando nos processos de habilitação de pretendentes e nos casos de adoção, guarda e tutela de crianças e adolescentes, manifestações contrárias aos pedidos pelo fundamento de se tratar de casal ou família homoafetiva ou transgênero.[214][215]

Combate à discriminação por orientação sexual

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Ver artigo principal:Homofobia no Brasil
Leis antidiscriminação baseada na orientação sexual em todo o mundo.
  Países com leis anti-discriminação
  Homossexualidade ilegal
  Sem dados/Ambíguo

A luta contra o preconceito e discriminação por orientação sexual tem apresentado maiores avanços em nível estadual e municipal que em nível federal. AConstituição Federal de 1988, no inciso IV do artigo 3.º, não inclui expressamente a orientação sexual, listando como objetivo fundamental da repúblicapromover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. A inclusão da expressão "orientação sexual" nesse inciso foi tentada na própriaAssembleia Nacional Constituinte, por meio de destaque apresentado pelo deputado federalJosé Genoíno, sendo derrotada em votação em janeiro de1988 com 130 votos a favor e 317 votos contra.[216] Posteriormente, foi objeto da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) n.º 67/99, do deputado Marcos Rolim (que reapresentou a PEC já proposta pela deputada Marta Suplicy em 1995,[217] arquivada em2003.[218]

O STF, ao julgarhabeas corpus que contestava o artigo 235 do Código Penal Militar (que criminaliza o ato libidinoso, homossexual ou não, em local sujeito à administração militar), decidiu que a discriminação por orientação sexual é proibida pelo atual texto do artigo 3º, inciso IV, da Constituição Federal (sem ser necessário, portanto, incluir expressamente "orientação sexual" em seu texto): "Naquela ocasião [julgamento do HC 82.760], ficou assentado que o dispositivo 'visa a coibir a prática de qualquer ato libidinoso, homossexual ou não, nas dependências militares. Com isso, a lei busca resguardar, sobretudo, a ordem e a disciplina castrense, e não a incriminar determinada opção sexual, até porque, se tal ocorresse, haveria inconstitucionalidade palmar por discriminação atentatória ao art. 3º, inciso IV, da Carta Magna'".[219]

Por outro lado, a punição da discriminação ou preconceito por orientação sexual e identidade de gênero foi objeto do Projeto de Lei nº 5003, de 2001, de autoria da deputada federalIara Bernardi,[220] que foi aprovado naCâmara dos Deputados em 23 de novembro de 2006,[221] tendo sido encaminhado aoSenado Federal, onde recebeu o número PLC 122/06, ainda em tramitação.[222] O projeto equipara a punição do crime de preconceito por raça ou cor, definido na Lei nº 7.716/89, havendo quem defenda sua inconstitucionalidade[223] (mas também há defesa de sua constitucionalidade[224]). O projeto enfrenta oposição organizada, especialmente por grupos religiosos.[225][226]

Em âmbito estadual e municipal, há muitas leis que vedam a discriminação por orientação sexual e identidade de gênero (eventuais punições, contudo, não têm caráter penal, poiscrime só pode ser definido por lei federal). Na justificativa da PEC 67/99, encontra-se uma lista de estados e municípios cujas constituições e leis orgânicas já previam, até junho de 1995, a proibição de discriminação por orientação sexual, como as constituições estaduais deSergipe eMato Grosso e 69 leis orgânicas municipais, dentre as quais as deSão Paulo,Rio de Janeiro eSalvador.[217]

Em 13 de junho de 2019, oSupremo Tribunal Federal julgou uma Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão (ADO 26), enviada à Corte em 2013 peloPPS (Partido Popular Socialista), e o Mandado de Injunção (MI 4733), que foi protocolado em 2012 pelaAssociação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos (ABGLT).[50] Segundo as ações, o artigo 5º da Constituição Federal de 1988 determina que qualquer "discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais" seja punida criminalmente. A justificativa usada pelos responsáveis para entrar com as ações é que, ao não legislar sobre a homofobia e a transfobia, deputados e senadores estariam se omitindo inconstitucionalmente, por "pura e simples má vontade institucional". O STF determinou que o crime de racismo seja enquadrado nos casos de agressões contra pessoas LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros) até que uma norma específica seja aprovada pelo Congresso Nacional.[50]

O País realiza as uniões estáveis e casamentos homoafetivos sem que haja uma legislação para isso[227] e, apesar de ser relatado peloGrupo Gay da Bahia (GGB) como tendo a maior taxa de homicídios LGBT do mundo,[228][229] não possui uma lei que criminalize explicitamente a homofobia e a transfobia, tendo sido necessária a intervenção do Supremo para incluir provisoriamente a discriminação contra LGBTs numa lei já existente (Lei do Racismo - Lei n° 7.716, de 5 de janeiro de 1989), até que o Congresso venha a aprovar uma lei específica.[50]

Reconhecimento jurídico e custeio de operações de redesignação sexual

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Ver artigo principal:Nome social

A possibilidade de o transexual, após acirurgia de redesignação sexual (CRS), alterar seu nome no registro de nascimento, também tem sido reconhecida pela justiça em várias partes do país, comoSão Paulo,[230]Distrito Federal,[231]Goiás[232] ePernambuco,[233] sendo que na decisão do Distrito Federal ficou claro que o transexual pode corrigir também o sexo no seu registro civil.

A Justiça Federal obrigou também oSistema Único de Saúde (SUS) a custear as operações de redesignação sexual . A ação, proposta pelo Ministério Público Federal em 2001, em Porto Alegre, não foi favorável em primeira instância, mas o Tribunal Regional Federal da 4ª Região deu provimento ao recurso, em agosto de 2007, ordenando que o SUS custeasse as operações em todo o país.[234] A União recorreu da decisão ao Supremo Tribunal Federal, alegando que a obrigatoriedade traria grande ônus aos cofres públicos. A Presidente do STF, ministraEllen Gracie Northfleet, suspendeu a decisão em 12 de dezembro de 2007, mas no dia seguinte o Ministério da Saúde divulgou que pretendia incluir o procedimento na tabela do SUS.[235] O Ministério da Saúde comunicou que até o final de 2008 começaria a custear as operações.[236]

Em julho de 2009, aProcuradoria Geral da República ingressou comADIN no STF com o objetivo de permitir que transexuais possam mudar seu nome no registro civil independentemente da realização dacirurgia de redesignação sexual.[237] A ação foi julgada procedente em 2018.

Alteração de gênero

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Ver artigo principal:Direitos transgênero no Brasil
Leis sobre identidade de gênero-expressão por país ou território
  Mudança de identidade legal sem exigência de cirurgia
  Mudança de identidade legal com exigência de cirurgia
  Nenhuma mudança de identidade legal
  Desconhecido/Ambíguo

A alteração de atribuição de gênero no Brasil élegal, de acordo com oTribunal Superior da Justiça do Brasil, como declarou em uma decisão proferida em 17 de outubro de 2009.[238]

Por unanimidade, a 3ª Turma do Superior Tribunal de Justiça aprovou, permitindo a opção de nome e mudança de sexo nacertidão de nascimento de umapessoa transexual que foi submetida acirurgia de redesignação de gênero.

A compreensão dos ministros era de que não fazia sentido permitir que as pessoas realizassem tais cirurgias noSistema Único de Saúde e não permitir a alteração de seu nome e sexo noregistro civil.[239]

Os ministros seguiram ovoto darelatora, Nancy Andrighi. "Seo Brasil aceita a possibilidade dacirurgia, deve prover os meios para que o indivíduo possa ter uma vida digna emsociedade", disse ela. Na opinião do relator, impedir a alteração do registro para uma pessoa trans que passou porcirurgia de redesignação sexual pode constituir uma nova forma de preconceito social, e causar mais instabilidade psicológica.[240]

"A questão é delicada. No início da obrigatoriedade de registro civil, a distinção entre os dois sexos foi determinada de acordo com agenitália. Hoje, existem outros fatores, e que a identificação não pode ser limitada a aparente sexo. Há um conjunto de social, problemas psicológicos que devem ser considerados. Vetando essa troca estaria colocando a pessoa em uma posição insustentável, sujeita à ansiedade, a incerteza, e mais conflito", disse ela.[241]

De acordo com o Ministro João Otávio Noronha, do Superior Tribunal de Justiça, transgêneros devem ter a sua integração social, assegurado o respeito à suadignidade,autonomia,intimidade eprivacidade, a qual deve, portanto, incorporar o seu registro civil.[242]

Em 2008, o sistema de saúde pública do Brasil começou a fornecer cirurgia de reatribuição sexual gratuita em conformidade com uma ordem judicial. O Ministério Público Federal argumentou que a cirurgia de redesignação sexual foi coberta por uma cláusulaconstitucional garantindo aassistência médica como umdireito básico.[243]

O Tribunal Regional Federal concordou, dizendo, na sua decisão, que "a partir da perspectiva biomédica, a transexualidade pode ser descrita como uma perturbação de identidade sexual, onde as pessoas precisam mudar sua designação sexual ou enfrentar graves consequências em suas vidas, incluindo o intenso sofrimento, mutilação e suicídio."

Os pacientes devem ter pelo menos 18 anos de idade e ser diagnosticados como transgêneros, sem outrostranstornos de personalidade, e devem ser submetidos aavaliação psicológica, com uma equipe multidisciplinar por, pelo menos, dois anos, começando com 16 anos de idade. A média nacional é de 100 cirurgias por ano, de acordo com o Ministério da Saúde.[244]

Em 1º de março de 2018, o Supremo Tribunal Federal definiu que transgêneros têm o direito de alterar seu nome e sexo oficiais sem a necessidade de se submeterem a cirurgia ou de apresentarem laudos médicos ou pareceres psicológicos, bastando que a pessoa interessada declare sua identidade psicossocial. Em 28 de junho do mesmo ano, a Corregedoria Nacional de Justiça regulamentou o procedimento junto aos cartórios do País, conferindo efetividade à decisão.[121]

Doação de sangue

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Outra luta contra a discriminação foi a proibição determinada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) de que os homossexuais masculinos doem sangue, conforme Resolução n.º 153, de 2004, da ANVISA. A proibição já existia desde 1993, quando o Ministério da Saúde determinou, pela Portaria 1.366/93, que os bancos de sangue de todo o país rejeitassem doadores que se declarassem homossexuais.[245] A crítica existente é que não se leva em conta o comportamento de risco, mas o simples fato de ser homossexual.

O Ministério Público Federal noPiauí ingressou comação civil pública na tentativa de eliminar tal proibição. A liminar foi concedida em agosto de 2006, mas posteriormente derrubada, a pedido da ANVISA.[245] Em novembro de 2008, a juíza substituta da 2.ª Vara Federal de Teresina, Maria da Penha Gomes Fontenele, proferiu a sentença mantendo a negativa da doação de gays e homens bissexuais. O Ministério Público recorreu ao Tribunal Regional Federal da 1.ª Região, alegando que, além de discriminatória, a proibição era inócua, pois bastava que o doador mentisse sobre sua orientação sexual para que seu sangue fosse aceito.[246] Em 2016, a Defensoria Pública da União pediu ao Ministério da Saúde que revisasse a proibição, após um pedido semelhante por uma ONG paraense que defende os direitos LGBT.[247]

Em 8 de maio de 2020, oSupremo Tribunal Federal julgou inconstitucionais e suspendeu as normas do Ministério da Saúde e da ANVISA que restringiam a doação de sangue por homens gays e bissexuais.[53]

Serviço militar

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Ver artigo principal:Crime de pederastia
  Homossexuais são aceitos nas forças armadas
  Sem dados.

Não há na legislação brasileira qualquer dispositivo que impeça LGBTs de ingressarem nasForças Armadas.[11] A única referência a homossexual na legislação militar é o artigo 235 do Código Penal Militar (Decreto-lei nº 1.001, de 21 de outubro de 1969), denominado "Pederastia ou outro ato de libidinagem", onde define o crime como: "praticar, ou permitir o militar que com ele se pratiqueato libidinoso, homossexual ou não, em lugar sujeito a administração militar".[248] Não há, efetivamente, tratamento diferenciado na lei em relação ao sexo heterossexual ou homossexual em dependências militares, ainda que na prática raramente o sexo heterossexual seja punido. No entendimento majoritário do Plenário do Supremo Tribunal Federal, a criminalização de atos libidinosos praticados por militares em ambientes sujeitos à administração militar justifica-se, em tese, para a proteção da hierarquia e da disciplina castrenses (art. 142 da Constituição). No entanto, não foram recepcionadas pela Constituição de 1988 as expressões “pederastia ou outro” e “homossexual ou não”, contidas, respectivamente, no nomen iuris e no caput do art. 235 do Código Penal Militar, mantido o restante do dispositivo. A Corte entendeu que não se pode permitir que a lei faça uso de expressões pejorativas e discriminatórias, ante o reconhecimento do direito à liberdade de orientação sexual como liberdade existencial do indivíduo.[249]

Mesmo não havendo disposição legal que impeça o homossexual de permanecer nos meios militares, casos de militares abertamente LGBTs retratados pela imprensa revelam a tentativa de afastamento dos quadros militares, sob fundamento de problemas psiquiátricos ou indisciplina. Policiais militares LGBTs revelam que sofrem preconceito tanto dentro da corporação como nas ruas, pela população em geral, quando em serviço externo.[250][251]

Quando de sua sabatina no Senado Federal decorrente da indicação para ministro doSuperior Tribunal Militar, o general Raymundo Nonato de Cerqueira Filho afirmou que os soldados não obedecem comandantes homossexuais, e que esses deveriam procurar outras atividades, baseando-se em experiências que teriam sido verificadas, por exemplo, naGuerra do Vietnã.[252] O presidente do Clube Militar, general da reserva Gilberto Figueiredo, apoiou as declarações do general, afirmando que "Entre nós (militares) ainda é tema de chacota [a homossexualidade], de piada, de brincadeira. Uma pessoa que se sujeita a essa resistência toda fica difícil de ser respeitada, de ser entendida".[253] Para o almirante Luiz Pinto, não haveria problemas, desde que o militar mantivesse "sua dignidade".[252]

Em 20 de setembro de 2023, foi sancionada lei que removeu as expressões “pederastia ou outro” e “homossexual ou não”, contidas, respectivamente, no nomen iuris e no caput do art. 235 do Código Penal Militar, mantendo o restante do dispositivo, conforme a decisão do Supremo Tribunal Federal na ADPF 291, e criou uma qualificadora para o crime de injúria, se esta consistir na utilização de elementos referentes a orientação sexual, será punida com reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos.[80]

Condições sociais

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Ver também:Homofobia no Brasil eTransfobia § Brasil

Políticas governamentais

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Ver também:Conselho Nacional de Combate à Discriminação,Governo Dilma Rousseff § Suspensão de kits anti-homofobia, eTravesti (identidade de gênero) § Políticas públicas do Brasil

Opiniões e posicionamentos de presidentes da República

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Fernando Henrique Cardoso, ao fim de sua presidência, falou abertamente a favor em defesa da união homoafetiva, ao lançar o segundo Plano Nacional de Direitos Humanos.[180] Posteriormente, durante a presidência deLuiz Inácio Lula da Silva foram lançadas campanhas de conscientização contra a homofobia, como aBrasil sem homofobia, além da I Conferência Nacional GLBT, onde o Ministro da SaúdeJosé Gomes Temporão anunciou a publicação de portaria autorizando oSistema Único de Saúde a realizaroperações de redesignação sexual. Durante uma entrevista ao programa3 a 1, daTV Brasil, Lula afirmou que era defensor da união civil.[254] Lula entrou para a seleta lista da revistaespanholaZero dos lídereslatino-americanos que lutam para erradicar a homofobia.[181] Durante o segundo turno das eleições de 2006, aAssociação Brasileira de Gays, Lésbicas e Transgêneros (ABGLT) declarou seu apoio a Lula, divulgando, em nota oficial, que ele "mantém um excelente diálogo com a comunidade LGBT".[255]

Ogoverno Dilma também se mostrou favorável às leis que compreendem os direitos civis da comunidade LGBT. Em 2014, a presidenteDilma Rousseff, então candidata à reeleição, deu uma declaração defendendo a criminalização da homofobia no Brasil: [...] "No caso especifico da homofobia, eu acho que é uma ofensa ao Brasil. Então, fico triste de ver que temos grandes índices atingindo essa população. Acho que a gente tem que criminalizar a homofobia, que não é algo com o que a gente pode conviver".[182] Ogoverno Temer, se, por um lado, reduziu a zero os repasses a políticas contra a homofobia, por outro deu continuidade às campanhas de conscientização da gestão anterior, como a distribuição de cartilhas com orientações sobre o turismo LGBT e uma propaganda vinculada na TV contra a transfobia.[256][257]Michel Temer tem um antigo histórico de apoio ao movimento LGBT; ainda em 1997, enquanto ocupava o cargo de presidente da Câmara dos Deputados, saiu em defesa de um projeto que pretendia reconhecer a união civil entre homossexuais: [...] "Não tenho objeção ao projeto. Pessoalmente acho que ele não está disciplinando relações sentimentais entre as pessoas, mas uma situação civil”, disse Temer na época.[183]

O ex-presidente da RepúblicaJair Bolsonaro é conhecido por inúmeras declarações consideradas discriminatórias ao longo de sua trajetória política, dentre as quais a de que preferia ter um filho morto a um filho homossexual.[184][258][259]

Opinião pública

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Uma pesquisa doDatafolha que ouviu 2 660 entrevistados entre os dias 20 e 21 de maio de 2010, quase dois meses após o STJ reconhecer que casais homossexuais têm o direito de adotar, revelou que 51% dos brasileiros eram contra a adoção por casais homossexuais e apenas 39% se disseram favoráveis à prática (6% são indiferentes e outros 4% não souberam opinar).[260] Em 2011, quando o STF equiparou as relações entre pessoas do mesmo sexo à de união estável, uma pesquisa feita pelo institutoIBOPE com 2 002 pessoas, mostrou que 55% dos brasileiros eram contrários à decisão da Corte e 45% favoráveis.[261]

A aceitação dos brasileiros referente aos direitos LGBT começou a mudar nos anos finais da década de 2010, como mostrou uma pesquisa do Instituto Big Data realizada entre os dias 1° e 10 de novembro de 2017, com cerca de 3 mil pessoas. O levantamento mostrou que cerca de 65,5% da população era a favor do casamento entre pessoas do mesmo sexo, enquanto 39,2% se disseram contra. O estudo também analisou a aceitação das pessoas a respeito da adoção de crianças por casais homossexuais: 62,4% dos entrevistados apoiavam esta configuração de família, contra 34,6% que se mostraram contrários.[262] No ano seguinte, uma pesquisa Datafolha, que ouviu 9 173 pessoas, mostrou que, para 74% dos brasileiros, a homossexualidade deve ser aceita por toda a sociedade, contra apenas 18% que pensam que a homossexualidade deve ser desencorajada por toda a sociedade (8% não opinaram).[263]

Ver também

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Referências

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