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Demografia de Santa Catarina

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Demografia de Santa Catarina
Ficha técnica
População7,001,161 (2017).
Densidade70,27 hab./km² (2014).
Crescimento demográfico1,5% ao ano (2000-2010).
População urbana84,7% (2010).
Domicílios1 498 742 (2000).
Carência habitacional120 400 (est. 2000).
Acesso à água83,6%.
Acesso à rede de esgoto74,6%.
IDH0,840 (2005).
Densidade Populacional de Santa Catarina.
  0-25 hab/km²
  25-50 hab/km²
  50-100 hab/km²
  100-150 hab/km²
  150-200 hab/km²
  200-300 hab/km²
  300-400 hab/km²
  400-500 hab/km²
  > 500 hab/km²

ADemografia deSanta Catarina é domínio de estudos e conhecimentos sobre as características demográficas do território catarinense. Segundo oIBGE, o estado tem uma população de 5 866 568 dehabitantes (2005), (mas já existem alguns dados de 2006, com fonte doIBGE[1] que dizem que a população de Santa Catarina é de 5 958 295 habitantes) e uma densidade populacional de 61,53 hab./km². As cidadesmais populosas de Santa Catarina são:Joinville,Florianópolis,Blumenau,São José,Criciúma,Itajaí,Chapecó,Lages,Jaraguá do Sul,Palhoça eTubarão.

De acordo com ocenso de 2000, oestado de Santa Catarina conta com 5 356 360 habitantes. Desse total, 40,63% moram nocampo, enquanto 59,37% residem nascidades. Em relação ao ano de 1991, quando a população foi de 4 536 433 habitantes, esses números mostram uma taxa decrescimento anual de 1,9%, inferior a doBrasil como um todo (1,6% para o ano de 2000). Ainda segundo ocenso de 2000, Santa Catarina é o décimo-primeiro estado mais populoso doBrasil e concentra 3,15% dapopulação brasileira. Do total da população doestado, 2 687 049 habitantes são mulheres e 2 669 311 habitantes são homens. Para 2006, a estimativa é de 5 958 266 habitantes.

Em2005, adensidade demográfica chegou a 61,53 hab./km². As maioresdensidades estão localizadas na zona de mais intensodesenvolvimentoindustrial (Blumenau,Joinville,Itajaí eBrusque), onde colonos instalaram grandesempresas, e nosul catarinense, área de exploração decarvão. Nessasregiões adensidade atingiu 62,6 a 77,8 hab./km². Nooeste doestado, onde se registram as mais elevadastaxas decrescimento populacional, a densidade varia de 25 a 70 hab./km². Nas zonas decriação debovinos, oscampos decriação doplanalto, adensidade demográfica baixa para menos de 20 hab./km². EmLages adensidade demográfica chega a 63,7 hab./km² eSão Joaquim a 12,3 hab./km².

Rede demográfica

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Oestado de Santa Catarina está em parte situado na área de influência dacidade de São Paulo, em parte, na dePorto Alegre. A metrópolepaulista domina toda a metadesetentrional, onde sua ação se faz sentir nos centros intermediários deFlorianópolis eBlumenau, enquanto a capitalgaúcha domina osul, pelos centros mais modestos deLages eJoaçaba. As maiorescidades, além da capital,Florianópolis, sãoJoinville,Blumenau,Itajaí,São José,Lages,Chapecó eCriciúma.

Evolução demográfica

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População Histórica
AnoPop.±%
1739900—    
17494 197+366.3%
17569 048+115.6%
179623 865+163.8%
181131 750+33.0%
181944 031+38.7%
182852 180+18.5%
183661 753+18.3%
184982 757+34.0%
1866119 181+44.0%
1872159 802+34.1%
1890283 769+77.6%
1900320 289+12.9%
1910441 309+37.8%
1920668 743+51.5%
19401 178 340+76.2%
19501 560 502+32.4%
19602 146 909+37.6%
19702 930 411+36.5%
19803 687 652+25.8%
19914 538 248+23.1%
20005 349 580+17.9%
20106 248 436+16.8%
20227 610 361+21.8%
Censo demográfico do Brasil (1872-2022), levantamentos populacionais anteriores e cálculos da Diretoria de Estatística para 1910.[1][2][3][4][5]

Noséculo XIX (1872), o primeiro censo brasileiro revelava que a população catarinense era de apenas 159 802 habitantes, isto é, um efetivo demográfico que corresponde a pouco mais do que a atual população deJaraguá do Sul. Ocenso demográfico de 1960 revelava que a população catarinense era de 2 118 116 pessoas, entrehomens emulheres no total. Cresceu, pois em 90 anos, em torno de 13,3 vezes.

Se houvesse repetição desse crescimento, em 2060, a população catarinense seria de 28 488 600.

Até a primeira década do século XX, o crescimento foi muito influenciado pela imigração. Nas primeiras décadas seguintes, aimigração que influiu foi a de origem interna, orientada, principalmente doRio Grande do Sul para as áreas doMeio e doExtremo Oeste.

Mas, já por esse tempo, o crescimento da população catarinense dependia bastante do superávit danatalidade sobre amortalidade. Atualmente, a imigração (interna e externa) se tornou inexpressiva e, assim sendo, o rápido aumento de efetivo demográfico, encontra na elevada natalidade e na redução da mortalidade as causas dominantes.

A taxa média anual do crescimento, observada no período intercensitário (1950-1960), nos permite estimar que, em 1970, o estado tenha atingido um montante demográfico absoluto de 2 901 734 habitantes. Esse montante absoluto da população decorre da estimativa de que a taxa média anual tenha se mantido em torno de 1,33% ao ano . A taxa média anual de 1,33% é a taxa docrescimento demográficobrasileiro. A de Santa Catarina, em verdade, tem se revelado ligeiramente inferior (1,9% ao ano).

Natalidade e mortalidade

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Ataxa de crescimento demográfico (1,9%) é pouco elevada. Representa, apesar de algumas controvérsias a respeito, que em cada grupo de 1 000 pessoas, nasçam, anualmente, 40. Tal índice tem, em contrapartida, oíndice de mortalidade, expresso pela relação de 16mortos ao ano para cada grupo de 1 000 pessoas.

Quaisquer que sejam as controvérsias, o fato é que, anualmente, noBrasil, em Santa Catarina, elevada proporção de nascimentos é registrada. Esta situação afeta aestrutura etária da população, ou seja, a distribuição dessa população segundo grupos de idade.

Em decorrência, a população catarinense é muitojovem, pois osgrupos deidades menores predominam, percentualmente, no montante global demográfico. Basta-nos ver que, a população situada entre 0 a 14 anos de idade atinge 47% do montante global.

Mas, a condição jovem da população não é demarcada pelo limite daidade de 14anos. Vai além. E, portanto, se acrescentarmos ogrupo etário de 15 a 19 anos, aos grupos de 0 a 14 anos veremos que a população catarinense antes dos 20 anos, representa-se pela parcela de quase 60%.

Infância e juventude

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Embora a extrema "juventude" da população indique um conteúdo de "vitalidade", o elevado contingente decrianças ejovens pode acarretar numerososproblemas. Em têrmos gerais, os problemas decorrem do inevitável "ônus ou encargo demográfico".

Dispondo asociedade de reduzido número de "adultos", que presumivelmente produzem "renda", que "trabalham", a parcela dos "inativos" é muito grande. Os indivíduos em "idade de trabalho", de um modo ou de outro, acabam produzindo arenda que será distribuída para a totalidade.

Mesmo que arenda produzida seja elevada, como média por indivíduoeconomicamente ativo, a faixa de puros consumidores, de indivíduos que usufruem arenda, é dilatada. E, assim, em realidade, a renda geral por indivíduo tende a se expressar muito baixa.

Asociedade se vê forçada, ademais, a investir muito, em realizações consideradas, a curto prazo, como "não germinativas" ou "não reprodutivas";hospitais maternais,escolas; e muitas "frentes" deconsumo são abertas, e são consideradas comoinvestimentos não reprodutivos.

Entretanto, dado às características da elevada populaçãorural, em Santa Catarina, muitos indivíduos, em idades menores, estão mobilizados ematividades econômicas. Mas, essa mobilização decrianças ejovens para as atividades econômicas pode prejudicar a "qualidade" da população, pois, entre outros prejuízos, reduz ataxa deescolaridade.

O fenômeno da "evasão escolar", ou o da "repetência", observados em todo oBrasil, são, até certo ponto, consequências da necessidade da mobilização de populaçõesjovens e até mesmo infantís para as atividades produtivas.

Por tais e outras razões é que se aponta:

O Brasil lucra com o aumento demográfico, mas sofre as consequências da velocidade com que se manifesta

— Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

E, em geral, a maiorgravidade ocorre exatamente entre asfamílias maispobres, pois são aquelas que apresentamprole mais numerosa. São, estasfamílias, as que têm, em suma, maior encargo.

Migrações interestaduais

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O aumento da população catarinense também se deve àsmigrações internas. Quer dizer que, há mais "entrada do que saída" de indivíduos. Ou, em outros termos, o número deimigrantes é maior do que o número deemigrantes.

Entretanto, o saldo positivo das migrações internas vem apresentando redução. Este fato pode indicar que oestado de Santa Catarina está perdendo a condição de "Canaã", ou de "Eldorado". O deslocamento de migrantes para Santa Catarina, no período de 1940-50, atingiu um saldo de 76 148 pessoas, deduzidas as que emigraram. No período de 1950-60, o saldo positivo decresceu para 14 952.

A função de receptora de migrantes internos, naRegião Meridional, é agora exercida peloestado doParaná. No período 1940-50, o saldo positivo doParaná, nesse aspecto, foi de 585 211 pessoas, e no período 1950-60, o saldo positivo (entrada menos saída) foi de 1 387 503.

— Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

Muitos fatores terão que ser considerados para explicar o fato da redução da "atratividade" de Santa Catarina em relação ao deslocamento interno de populações, bem como os motivos da saída de catarinenses para outras áreas. É importante aemigração de catarinenses para oOeste do Paraná, sobretudo para a "Zona de Pato Branco".

Para as zonascafeicultorasparanaenses, nas etapas iniciais (1940-50), muitos rurícolas catarinenses foram atraídos.

Para a Zona dePato Branco o deslocamento é mais atual, pois só recentemente vem sendo ocupada. Mas é forte seu poder de atração, tanto para catarinenses quanto para gaúchos. E, para Santa Catarina, as áreas mais atrativas continuaram, no período 1950-60, sendo oOeste. não somente em relação às migrações interestaduais como em relação às migrações estaduais principalmente partidas das áreas doMeio Oeste.

Entretanto, não se pode desprezar a influência exercida por grandes centros urbanos, comoRio de Janeiro eSão Paulo. além de outros menores, comoCuritiba. Constituem centros dinâmicos, de oportunidades detrabalho, e tendem a compensar, somando-se à atração daszonas rurais paranaenses, a recepção de imigrantes que ainda procuram Santa Catarina.

A atraçãoparanaense é tão sentida que um dito jocoso tenta conceituar o fato de que "todo paranaense é um catarinense corrido".

O mesmo exagero de afirmação procura conceituar o "catarinense como sendo um gaúcho corrido," já que oOeste e oMeio Oeste têm recebido grande afluxo de populações dosPampas.

Migrações intra-estaduais

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Seria quase óbvio falar que a população catarinense se encontra principalmente localizada em áreas rurais, pois a recenticidade da ocupação doterritório, sob bases de empresas agrícolas, tenderia a fixar forte contingente humano em áreas rurais.

No entanto, nos últimos decênios, a transferência de populaçõesrurais para centros urbanos tem sido expressiva.

Em 1940, a população [cidade/urbana], correspondia a 21,53%. Em 1950 elevou-se para 23,34% e em 1960 representava 32,39%. Nota-se, pois, que o aumento foi mais expressivo na década de 50-60. Em 1970 será provável que a população [cidade/urbana] catarinense compreenda um percentual em torno de 50%, isto é, um montante absoluto de cerca de 1,5 milhões de [homem/pessoas].

— [Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.]

O deslocamento de indivíduos das áreas rurais para oscentros urbanos não significa diminuição absoluta da populaçãorural. Esta apresenta mais elevada taxa de natalidade e, assim, salvo situações anormais, as áreas rurais continuam detentoras de crescente efetivo demográfico.

Observa-se, portanto, um fenômeno de "desruralização", com ocrescimento vertiginoso da populaçãourbana, sem a redução dadensidade demográfica nas áreas rurais.

Tomando-se determinadas cidades como exemplos, poderemos sentir o caráter "galopante" do crescimento da população urbana:Florianópolis,Lages,Joinville,Criciúma,Blumenau,Tubarão,Chapecó,Rio do Sul,Mafra, afora outras, apresentaram taxas de crescimento, no período 50-60. até mesmo superiores a 10% ao ano, conquanto o crescimento total da população é pouco superior a 3% ao ano.

Mesmo sem nos utilizarmos dos resultados doCenso de1970, já em avaliação, poderemos sentir que já se pode falar em "êxodo rural" em Santa Catarina. Oêxodo rural é fato muito complexo, relacionado com o crescimento da população (superavit da natalidade sôbre a mortalidade =crescimento "vegetativo"), mas relacionado com transformações que se operam, principalmente as de ordem econômico-tecnológica. Vejamos alguns fatos relacionados à transferência de populações rurais para centros urbanos:

Nota-se, pois, que tanto oprogresso quanto a estagnação podem condicionar a "desruralização". Mas, quando ocorre nas atividades rurais, a liberação demão-de-obra para ascidades é, quase sempre, acompanhada de desenvolvimento deatividades econômicas emcentros urbanos. Assim, não haverá, propriamente, fuga àmiséria, mas busca de situação melhor.

Principais centros urbanos

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Etnias

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Etnias de Santa Catarina em 2022.[6]

  Brancos (76.29%)
  Pardos (19.22%)
  Negros (4.07%)
  Asiáticos (0.16%)
  Indígenas (0.25%)
  Não declarado (0.01%)

A população do estado de Santa Catarina é formada por mais de cinquenta etnias, sendo as predominantes descendentes deportugueses,alemães,italianos e, em menor medida,eslavos (poloneses),ucranianos,lituanos,judeus,holandeses,suíços,austríacos,franceses,ingleses,irlandeses,suecos,dinamarqueses,checos,eslovacos,gregos,japoneses,malteses,indígenas,negros, etc .

Portugueses

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Os vicentistas juntamente com índigenas aculturados começam a povoarSão Francisco do Sul,Florianópolis eLaguna já no século XVII.

Os portugueses, em sua maioriaaçorianos, começaram a chegar em Santa Catarina em1748, para que colonizassem e protegessem o Sul do Brasil de eventuais ataques deespanhóis. Oscastelhanos, vindos da Argentina, estavam invadindo terras lusitanas no Brasil meridional. Foram fundadas colônias açorianas em pontos estratégicos nolitoral de Santa Catarina, que mais tarde se espalharam por outras zonas do Sul do Brasil. Até1753, deram entrada 6.492 açorianos no Sul doBrasil, correspondendo a um terço de toda a população catarinense do fim doséculo XVIII.

Alemães

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Aimigração alemã em Santa Catarina deu início no1828, quando os primeiros 523 alemães, oriundos deBremen, fundaram a colôniaSão Pedro de Alcântara. A vinda de alemães para oBrasil foi incentivada pelo Imperador DomPedro I, que pretendia povoar o Brasil meridional e fazer a economia da região crescer.

Diversas outras colônias alemãs foram criadas no estado e foram-se expandido pelo interior. As mais bem-sucedidas foram as colônias deBlumenau, em 1850, e deJoinville em1851. As duas colônias foram as responsáveis pelo sucesso da colonização alemã no estado, pois foi através delas que os imigrantes alemães se expandiram.

Os alemães mantiveram-se isolados durante décadas em suas colônias, mantendo pouco contato com o restante da população doBrasil. Como consequência, os alemães conseguiram manter sua língua e costumes intactos, sem receber muitas influências externas. Esse isolamento fez nascer em Santa Catarina uma forte raiz germânica, sentida em vários aspectos da sua população.

O estado de Santa Catarina possui hoje o maior número de descendentes de alemães noBrasil. Cerca de 40% da população catarinense é de origem alemã.

Italianos

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Foi a corrente imigratória mais numerosa já recebida por Santa Catarina. Os italianos começaram a chegar ao estado em1875, provenientes principalmente das regiões doVêneto e daLombardia. Assim como ocorreu com os alemães, foram criadas dezenas de colônias etnicamente italianas, sendo as mais prósperas na região do Vale doRio Tubarão. As primeiras colônias italianas foram fundadas nolitoral de Santa Catarina. O clima um pouco mais quente e as doenças tropicais afetaram os imigrantes, o que levou as colônias ao fracasso. No início do século XX, italianos vindos do Rio Grande do Sul passaram a migrar para o Oeste de Santa Catarina, e ali as colônias italianas prosperaram.

Aproximadamente 30% da população de Santa Catarina descende de italianos.

Polacos ou Poloneses

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Em agosto de1869, chegou ao porto deItajaí, a bordo do navio "Vitória", o primeiro grupo de emigrantes polacos/poloneses daAlta Silésia. Eram eles: Francisco Polak, Nicolau Wos, Boaventura Polak, Tomás Szymanski, Simão Purkot, Filipe Kokot, Miguel Prudlo, Simão Otto. Ao todo 64 pessoas. Foram assentados na colôniaBrusque, na região de "Sixteen Lots".

Aproximadamente 5% da população de Santa Catarina descende de polacos/poloneses (280 mil pessoas).

Idiomas

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Ver artigo principal:Idiomas de Santa Catarina

Os idiomas de Santa Catarina podem ser divididos em dois grupos distintos, aslínguas autóctones e as línguas alóctones. Alguns destes sãoidiomas minoritários.

Idiomas autóctone ou idiomas nativos
Idiomas de alóctones ou idiomas de imigrantes

Povoamento

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Povos indígenas

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Dos povoadoresindígenas do atual território catarinense, o que resta é muito pouco, em termos de descendência étnica e de traços culturais. Dois postos indígenas (Ibirama eXanxerê), preservaram alguns milhares decaingangues eguaranis provenientes, inclusive de outras áreas. Descendentes indígenas são mais frequentes noPlanalto, resultantes de cruzamentos raciais. Encontram-se, geralmente, situados entre classes econômicas inferiores.

Grupos indígenas sofreram grandedizimação, praticada principalmente pelosbandeirantes paulistas, os chamados bugreiros, que apresavam índios para otrabalho escravo nas propriedades agropecuárias da época.

Conflitos também ocorreram entreindígenas e colonos que chegaram posteriormente, sem a finalidade, contudo, deescravizá-los. Tais situações de conflitos entre elementos pré-cabralinos e elementos ocidentais, tenderam a reduzir, rapidamente, o estoque de populações indígenas, em grande parte, pelo simples contato com osbrancos e contração deenfermidades para as quais não tinham resistência orgânica.

A influência indígena, entretanto, é manifesta em alguns aspectos, como naculinária, nalinguagem. Marcante influência é sentida natoponímia: Designações de acidentes geográficos, de nomes devilas,cidades, daflora e dafauna catarinenses são muito extensas, e assinalam a presença dos povos pré-cabralinos.

Noséculo XVI, grupos isolados daEuropa tocaram olitoral catarinense, por razões não ligadas à preocupação de se fixarem no local. Muitos, inclusive, aportaram como náufragos, contra, pois, sua vontade. O mais famosonáufrago foiHans Staden, a quem o catarinense deve o primeiro mapa sobre aIlha de Santa Catarina e adjacências (1549).

Vicentistas

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Somente no século XVII é que se daria, efetivamente, o início da ocupação, e, portanto, da consequente formação da sociedade catarinense. A área inicial da ocupação foi oLitoral, onde, nos meados daquele século, foram criadas as povoações deSão Francisco do Sul,Desterro eLaguna. Os ocupantes foram osvicentistas, dolitoralpaulista, já afeitos às atividades agrícolas. Por isso, a ocupação pelos vicentistas foi rotulada como bandeiras de colonização agrícola.

Essaspovoações encontraram imensas dificuldades para fugir às limitações daagricultura de subsistência. Sem mercados para se articularem, para comercializarem osprodutos de suas tarefas produtivas permaneceram muito tempo numa condição deeconomia estagnada. E, quando tais situações ocorrem, a evasão de integrantes dessascomunidades se torna imperativa.

DeSanto Antonio dos Anjos da Laguna, por exemplo, partiram muitos integrantes, para oRio Grande do Sul, onde dinamizaram a economia criatória nosCampos deViamão. Esta evasão de integrantes comunitários deu mesmo aLaguna o papel de centro de irradiação do povoamento, como, antes,São Vicente tivera em relação à Santa Catarina.

A chegada, posteriormente, de famíliasaçorianas emadeirenses, para as povoações existentes e para a periferia das mesmas não alterou, senão ligeiramente, as condições da vida econômica dessas primeiras experiências de fixação de recursos humanos noLitoral catarinense.

Além das atividades agrícolas, desenvolveu-se, por algum tempo, a atividade dapesca dabaleia, em termos de atividade comercial.

Apesca, para o suprimento dealimentos e de pequenocomércio depeixe salgado, também teve assento entre osvicentistas e entre osaçorianos.

Açorianos

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Como esquema da estratégia tradicional dePortugal - "Povoar para Conquistar" - levas humanas dasilhas dosAçores eMadeira foram encaminhadas para olitoral catarinense. Igualmente, formadas por grupos familiares, os ilhéus açorianos, sob controle dePortugal foram estimulados e ajudados materialmente para se fixarem nas áreas meridionais da entãoColônia portuguesa do Brasil.

Esta área era considerada estratégica, pois, mais ao sul, o problema das fronteiras com oImpério Colonial Espanhol preocupava somente ogoverno português. Tropas luso-brasileiras, frequentemente em atrito com as tropasespanholas, necessitariam de suporte de abastecimento alimentar. Estes poderiam ser exercidos pelas famílias de ilhéus, quer para o abastecimento alimentar dos fortes locais, quer para o abastecimento alimentar de tropas distantes, naCisplatina.

Entretanto, a comercialização de produtos das colôniasaçoritas-madeirenses, de modo irregular, não constituiria perspectiva muito favorável. E, nos episódios de pacificação das lutas naCisplatina, o problema de retração de comercialização afetaria vida econômica dos ilhéus.

Não tiveram, portanto, melhores oportunidades de desenvolvimento, os ilhéus que, em realidade, mais uma vez se ilhavam, em relação à mercados. E, quando a extensão de mercado se reduz, aeconomia de subsistência é a única de sobrevivência mais limitada.

Pecuária

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Antes do advento dos colonos ilhéus já se processava noPlanalto catarinense o início da ocupação, por volta dos meados do século XVII.

A ocupação das áreas campestres foi estimulada pela concentração demográfica que se verificou nas regiões demineração deouro epedras preciosas, nos sertões deMinas Gerais. Esta concentração demográfica condicionou o aumento de demanda de determinados produtos, como:alimentos eanimais paraforça de trabalho, que, numa área de economia especializada em minerar, se tornaram procurados.

Ogado, à solta, de início, era produto da caçado do que da criação organizada. Osrebanhos haviam se multiplicado consideravelmente, após a sua introdução dasterrasmeridionais pelosmissionários jesuítas.

Amineração doouro, no centro-sul da atualMinas Gerais desencadeou verdadeira corrida, proveniente de outras áreas, dolitoral e inclusive de além-mar. Formou-se, então, um mercado interno de consideráveis proporções, com numerosaforça de trabalho aplicada namineração.

Cingida a umaatividade econômica especializada, a região mineira passou a depender de mercadorias diversas, notadamente de animais de tiro, isto é, paratrabalhomuscular, além dacarne e docouro.

Os campos doPlanalto Meridional, como o dePalmas eGuarapuava noParaná;Curitibanos,Lages eCampos Novos, em Santa Catarina, foram, portanto, valorizados indiretamente pelamineração.

Com o tempo, e com a crescente integração dacriação de gado naeconomia de mercado, a atividade evoluiu, e cedo apareceram asfazendas de criação, denominadas porestâncias. Essas fazendas de gado ou estâncias tiveram, como primeiros proprietários, elementos vindos deSão Paulo. Posteriormente, apareceram novos ocupantes, inclusive dolitoral catarinense.

Essas estâncias dariam origem avilas ecidades, embora motivos de defesa também tivessem papel importante na formação dascidades evilas doPlanalto. Ao longo das linhas terrestres de articulação com os centros consumidores (região mineira) - surgiram povoados e vilas, com função inicial de pousos. Alguns povoados comoCuritibanos,Mafra eLages, funcionaram como entrepostos, como feiras. Mas o grande entreposto de comercialização de gado era a cidade deSorocaba.

Imigração europeia

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A colonizacão de imigrantes europeu estendeu-se por uma faixa mais ou menos entre oLitoral e oPlanalto, desde os vales que culminam nabaía de Babitonga aos vales do sul doestado. Asbacias doItajaí-Açu, doItapocu, doCubatão, do Tubarão, doUrussanga, doAraranguá, foram os principais focos da colonização estrangeira em Santa Catarina.

As primeiras "colônias", em geral sob orientacão do governo. localizaram-se nos vales intramontanos doLitoral eEncosta, nas proximidades da entãocapital daprovíncia. Os colonos eram, inicialmente, alemães, em maior proporção e as "colônias" foram diversas nessa fase inicial:São Pedro de Alcântara, (1829),Angelina,Anitápolis,Teresópolis, Esteves Júnior eSanta Tereza (esta de caráter militar).

Nessa fase, também se localizaram no vale doTijucas, fundando aColônia Nova Itália (1836),imigrantes italianos.

Estas colônias tiveram dificuldades, talvez, maiores do que as que vieram posteriormente. As terras destinadas ao uso eram, em geral, excessivamente declivosas, e na área ainda acoimavam muitos indígenas com os quais frequentemente entraram e atrito. Esta foi a razão, inclusive, da criação daColônia Militar Santa Teresa.

A evasão de colonos foi pronunciada. Desertavam os colonos em busca de outras áreas. chegando mesmo a atingir abacia doTubarão.

Os vales doItajaí-Mirim e doItajaí-Açu foram sendo ocupados desde1835. Mas a colônia que simbolizou o fenômeno da colonização, e que recebeu o nome de seu fundador, foi a "Colônia Blumenau", assim chamada, a partir de 1850.

Pela mesma época, outra empresa particular de colonização, fundaria, às margens dorio Cachoeira, a famosaColônia Dona Francisca, da qual resultaria o expressivoparque industrial deJoinville.

Por volta de1870, incrementou-se a vinda deimigrantes italianos, que se destinaram tanto para as colônias antigas, como para novas unidades nos vales dosriosTubarão,Urussanga, e, posteriormente, para abacia doAraranguá. Para essas colônias, grupos de diferentes etnias participaram, comoalemães.luso-brasileiros e outros.

Grupospoloneses, em menor número que os imigrantes localizaram-se no vale dorio Pinheirinho e doAraranguá. Também ospoloneses se localizaram no centro norte doestado (Planalto deCanoinhas), mas egressos das colônias doParaná. A atração foi oextrativismo daerva-mate.

Migração gaúcha

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Enquanto se processava a ocupação doLitoral eEncosta, e oPlanaltoCampestre já definira sua vocação pastoril e extrativista vegetal, áreas dos atuaisMeio eExtremo Oeste permaneciam somente como redutos deindígenas ou de eventuais "posseiros" ("intrusos"). Até o início do século XX, essas áreas eram praticamente consideradas como demográficos.

A necessidade de melhor articulação viária entre oSudeste e oSul, tendo em vista também o problema das fronteiras ocidentais. estimulou ogoverno brasileiro a estender a ligação ferroviária entreSão Paulo e Rio Grande do Sul. Em Santa Catarina, a deveria passar ao longo do vale dorio do Peixe, entrando no território, emPorto União.

Por essa época, primeira década do século, já se esboçava forte evasão de colonos daEncosta Nordeste do Rio Grande do Sul, e também de rurícolas doscampos de criação, os "gaúchos". Esses contingentes formariam as levas de ocupantes que começaram a se estabelecer ao longo, do vale dorio do Peixe e, consequentemente, seguindo a orientação do traçado ferroviário.

Casa de umavicultorcatarinense.

O vale dorio do Peixe, e mais extensamente, toda a bacia, começou a tornar-se "Canaã" de milhares de colonos provenientes, em grande parte, doestado doRio Grande do Sul. Terras foram doadas em pagamento de construção de estradas, compradas porempresas decolonização, e loteadas em dimensões variáveis, mas com a marca da pequena propriedade.

Em 1920, quando a ligaçãoferroviária já estava completada, muitas "colônias" ativavam, com dificuldades similares às que caracterizavam os momentos iniciais das outras áreas do estado.

Osimigrantes, principalmenteitalianos e descendentes, empreenderam atividades agrícolas, criatórias e de extração de recursos. A comercialização da madeira se constituiria, ao lado da suínocultura e indústria derivada. bem como da lavoura cerealífera, como parte essencial da valorização daregião.

Devido à demanda crescente, no mercado externo, demadeira, a atividade deindustrialização ganharia rápido e essencial rapeI no desenvolvimento daeconomia regional. O escoamento da madeira encontraria naferrovia uma solução fundamental, principalmente, quando esta pôde se ligar com oporto de São Francisco do Sul, com a bifurcação que teve emPorto União.

As atividades econômicas tenderam, pois, a um esquema de multiplicação de pequenos estabelecimentos industriais, como asserrarias e madeireiras, osfrigoríficos, os moinhoscerealíferos, além de beneficiadores deerva-mate. Seriam, pois, indústrias suportadas pela oferta local dasmatérias-primas.

Mantendo-se, marcadamente, aatividade agrícola, o suprimento de utensílios eequipamentos também encontrou campo aberto, e logo, pequenas indústrias mecânicas e de equipamentos agrícolas apareceram, enriquecendo o quadro das atividades econômicas.

Extremo Oeste

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OExtremo Oeste, igualmente num rumosul-norte, assistiu a um processo ainda mais recente de ocupação.

A condição de terrafronteiriça já preparara o caminho da ocupação, segundo o esquema de empresas agroextrativistas. Guarnições militares, como emXanxerê, abriram o caminho da ocupação que se processava de forma espontânea, não organizada, sob o estímulo daerva-mate.

As características da posse da não diferiram das normas observadas noMeio-Oeste. E os ocupantes foram, igualmente, provenientes do Rio Grande do Sul, em maior parte, e também do próprio Meio Oeste.

Oextrativismo vegetal, com base nos produtos madeireiros e daerva-mate que aí aparece com maior abundância, e as atividades agrícolas, vão se repetir. As condições da topografia mais suavizada, principalmente nos baixos vales doChapecó, doChapecozinho, doIrani, facilitaram muito ouso da terra para fins agrícolas, e hoje, oExtremo Oeste representa a área de maior dinâmica naagricultura.

Ver também

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Referências

  1. «Tabela 1286 - População e Distribuição da população pelas Grandes Regiões e Unidades da Federação nos Censos Demográficos». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 11 de dezembro de 2023 
  2. «Tabela 4714 - População Residente, Área territorial e Densidade demográfica». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 11 de dezembro de 2023 
  3. Augusto da Silva.«A Ilha de Santa Catarina e Sua Terra Firme - Estudo sobre o governo de umacapitania subalterna (1738-1807)»(PDF). Universidade de São Paulo. Consultado em 11 de dezembro de 2023 
  4. Tarcísio Rodrigues Botelho.«População e Nação no Brasil do Século XIX»(PDF). Universidade de São Paulo. Consultado em 11 de dezembro de 2023 
  5. Brasil, Directoria Geral de Estatistica.«Recenseamento do Brazil : realizado em 1 de setembro de 1920 : introducção». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 2 de janeiro de 2024 
  6. «Tabela 9605 - População residente, por cor ou raça, nos Censos Demográficos».sidra.ibge.gov.br. Consultado em 9 de outubro de 2024 

Ligações externas

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