Cameron nasceu emLondres, mas passou grande parte de sua vida emTotley, perto deSheffield. É filho do comerciante Ian Donald Cameron e sua esposa, Mary Fleur Mont, a segunda filha desirWilliam Malcolm Mount, 2° Baronete. Seu pai nasceu naBlairmore School, perto deHuntly, naEscócia, que foi construída pelo seu tataravô Alexander Geddes, por parte do avô materno Donald Ewen Cameron, que fez fortuna no negócio de grãos em Chicago e havia retornado para a Escócia em1880. A família Cameron é originária deInverness, na área dasHighlands escocesas. Cameron descende, também, do banqueiro judeu originário da Alemanha,Emile Levita.[8][9]
Sua família paterna tem uma longa história no mundo financeiro: o bisavô de David Cameron, Arthur Francis Levita (irmão desirCecil Levita), da agência de corretores de bolsa Panmure Gordon, e seu tataravô Sir Ewen Cameron, diretor do escritório em Londres do Banco de Hong Kong e Shanghai (parte doHSBC Company), assumiram um papel importante nas negociações dirigidas pelos Rothschild com o governador do Banco do Japão, e depois primeiro-ministro japonês,Takahashi Korekiyo, para a venda de bônus durante aguerra russo-japonesa (1904-1905).
Cameron estudou Filosofia, Política e Economia (PPE) noBrasenose College, Oxford, ganhando a primeira classe de licenciatura. Ele, então, juntou-se ao Departamento de Investigação Conservadora e tornou-se assessor especial deNorman Lamont, e, em seguida, paraMichael Howard. Foi Diretor de Assuntos Corporativos naCarlton Communications por sete anos.
Ele foi derrotado em sua primeira candidatura para oParlamento em Stafford, em 1997, mas foi eleito em 2001 como membro do Parlamento pelo círculo eleitoral de Witney emOxfordshire. Ele foi promovido para o banco dafrente da oposição, dois anos depois, e subiu rapidamente para se tornar chefe de coordenação política durante acampanha eleitoral de 2005. Com uma imagem pública de um candidato moderado jovem que iria apelar para os eleitores jovens, ele ganhou a eleição para a liderança conservadora em 2005.[11]
Cameron trabalhou no Departamento de Pesquisa do Partido Conservador ao sair de Oxford, tornando-se assessor do ex-primeiro-ministro conservadorJohn Major. Durante sete anos, foi chefe de relações públicas da emissora comercial Carlton, elegendo-se em2001 para a cadeira dos conservadores por Witney naCasa dos Comuns.[3]
Em2005, tornou-selíder da oposição[3]. Buscou pôr fim à resistência dos conservadores em relação à integração total doReino Unido àUnião Europeia e tentou reposicionar os conservadores como um partido que se importava com omeio ambiente e com o sistema de saúde público britânico. Na medida do possível, trouxe mais candidatos mulheres e de minorias étnicas. Buscou, assim, renovar o partido, retirando as velhas lideranças. Buscou, também, capitalizar os últimos escândalos sobre os gastos de deputados que sacudiu o governo trabalhista deGordon Brown, criando a imagem de alguém comprometido com a moralidade na política.[3] Sua atuação pela preservação do meio ambiente lhe rendeu reconhecimento internacional.[12]
Naeleição geral de 2010, realizada no dia 6 de maio, os conservadores ganharam 306 assentos em um parlamento dividido. Após cinco dias de negociação, Cameron formou uma coalizão com osLiberais Democratas (Lib Dems). Ele formou o primeirogoverno de coalizão do Reino Unido desde aSegunda Guerra Mundial. Aos 43 anos de idade, se tornou o mais jovem primeiro-ministro britânico desde o mandado doConde de Liverpool em 1812.[13] Também foi o primeiroinglês a ser primeiro-ministro desdeJohn Major.
Com a renúncia de Brown em11 de maio de2010, após as eleições, passou a trabalhar na formação do novo gabinete, o primeiro conservador em treze anos[14][15] e o primeiro de coalizão desde1974 (gabinete deHarold Wilson). Cameron foi o mais jovem primeiro-ministro britânico em quase 200 anos.[16]
Cameron afirmou que sua administração iria "esquecer as diferenças partidárias e trabalhar pelo bem comum e pelo interesse nacional".[13] Em uma das suas primeiras ações oficiais foi apontarNick Clegg, líder do Partido Liberal Democrata, como Vice Primeiro-Ministro em 11 de maio de 2010.[17] Assim, os Conservadores e Liberais passaram a controlar 363 assentos na Câmara dos Comuns, dando-lhes maioria para formar um governo.[19]
Primeiro-ministro David Cameron se reúne com o presidente russo, Vladimir Putin em 2013.
David pegou uma economia em recessão. Várias medidas econômicas foram adotadas para reverter a estagnação, como a redução de impostos para alguns setores e corte de gastos, mas o crescimento do país foi tímido nos anos seguintes. Contudo, Cameron viu progressos ao longo do caminho, como a redução do desemprego. Após anos de estagnação, o país começou então a apresentar um consistente crescimento econômico (um dos maiores da Europa). Para sanar os problemas financeiros, adotou diversas medidas deausteridade, que afetaram o sistema de saúde, educação e de assistências sociais. Leis para reformar e endurecer o sistema deimigração também foram passadas.[20] Apesar do foco nas políticas internas, seu governo também viu crises no exterior. Em uma das votações mais importantes no que tange relações exteriores, foi sua derrota, a primeira em 100 anos para um primeiro-ministro em relação a política externa, na moção que queria passar, mas foi vetada na Câmara dos Comuns, que visava autorizar uma intervenção armada naGuerra Civil Síria, após oataque químico em Ghouta que deixou mais de 1 700 mortos. Entre outras questões, também estava sua visão de que o Reino Unido deveria se afastar daUnião Europeia (UE). Em 2011, Cameron se tornou o primeiro líder britânico avetar um tratado da UE.[21] Ele também aceitou seguir a diante com oreferendo sobre a independência da Escócia de 2014, embora não concordasse com este. David também se tornou o primeiro líder estrangeiro a visitar a cidade deJaffna após o término da sangrentaGuerra civil do Sri Lanka.[22][23][24] Em 2011, aprovou a participação britânica na intervenção armada daOTAN naGuerra Civil Líbia.[25]
David conversa com líderes estrangeiro durante a36º cúpula do G8, em 2010.
Em 2012, Cameron e a liderança escocesa aceitaram a realização deum referendo popular sobre a independência daEscócia. Desde o primeiro dia, o primeiro-ministro havia se mostrado contra a proposta de secessão e teria aceitado com relutância o referendo. Em setembro de 2014, ele, junto com vários políticos britânicos, fizeram apelos para que os escoceses votassem contra a separação. No final, mesmo terminando com o resultado que David queria (o 'não' venceu com 55% dos votos), sua postura durante e logo depois do referendo foi criticada por analistas políticos e por nacionalistas escoceses.[26][27] Ao fim do mesmo mês, o parlamento britânico aprovou uma importante moção que autorizavauma intervenção armada britânica noIraque, que havia descendido ao caos de uma novaguerra civil três anos depois da retirada das tropas ocidentais do país.[28] No começo de dezembro de 2015, o Parlamento aprovou uma moção do seu governo para expandir os ataques aéreos britânicos para aSíria com o propósito de enfraquecer o grupoEstado Islâmico (EI) na região.[29]
Em 7 de maio de 2015, Cameron liderou o partido conservador a conquistarnas eleições gerais a maioria absoluta noParlamento do Reino Unido, com 36,9% dos votos (ou 11 334 920 eleitores), garantindo assim mais um mandato no cargo de Primeiro-ministro.[30]
David Cameron anunciando sua renúncia, em 24 de junho de 2016
Em 23 de junho de 2016, o povo do Reino Unidovotou em um referendo pela saída do país daUnião Europeia. Cameron fez extensa campanha contra a proposta de saída e, após fracassar, anunciou que renunciaria ao cargo de primeiro-ministro em outubro de 2016, quando acontecera a Conferência do Partido Conservador.[31][32]
Uma vez que ele deixou o cargo de Chefe de Governo, Cameron manteve-se discreto da vida política e as subsequentes negociações do Brexit. Em janeiro de 2019, após a derrota de Theresa May na Câmara dos Comuns sobre o seu projeto de acordo de retirada da União Europeia, Cameron deu uma rara entrevista a repórteres fora de sua casa emNotting Hill, dizendo que apoiava o acordo de May sobre o Brexit com a UE e disse não se arrepender de ter convocando o referendo de 2016.[33] Em 2020, se envolveu no "Escândalo Greensill", onde teria feito pressão junto ao governo para que a empresa Greensill Capital conseguir dinheiro público de um esquema de empréstimos governamentais que foi iniciado para apoiar empresas durante a recessão econômica relacionada com aPandemia de COVID-19.[34]
Cameron é saudado por revitalizar e modernizar o Partido Conservador britânico e também por estabilizar a economia do país e controlar a dívida pública nacional. Ao mesmo tempo ele também recebeu muitas críticas, deambos os lados do espectro político, que o acusavam de oportunismo político eelitismo social.[36] Durante seu governo ele apareceu várias vezes entre os dez primeiros colocados na lista da revistaForbes daspessoas mais poderosas do mundo.[37]