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Data

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sexta-feira14 março

2025

Data é um momento docalendário, que representa odia,mês eano e, em certos casos, também ahora.[1] As datas são definidas conforme os vários calendários existentes no mundo, onde apenas trinta por cento dos habitantes adotam ocalendário gregoriano, comum no Ocidente e cujas datas diferem dos demais, como ojudaico,muçulmano ou ochinês; outros, como ocalendário hindu, criado mil anos antes de Cristo, tem seu uso moderno restrito para o cálculo de datas religiosas; areligião, via de regra, consiste no principal fator determinante da contagem das datas, e cada um destes calendários que ainda vigoram no presente possui suas datas específicas e momentos históricos próprios.[2]

Como norma internacional de datação foi adotado em1988 oISO 8601; com isto evitam-se discrepâncias na forma como as culturas escrevem e leem as datas: num exemplo, 5/10/2020 pode ser lidocinco de outubro de 2020 oudez de maio de 2020, a depender do país; assim, para determinar a data em padrão internacional, pela regra elas são escritas da seguinte forma:AAAA-MM-DD (ano, mês e dia que, no exemplo citado, ficaria2020-10-05), respeitando-se ainda ofuso horário de cada lugar segundo as normasUTC.[3][4]

Datação em diferentes calendários

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O ano presente na tradição judaico-cristã (2025) tem suas raízes no primitivocalendário romano que, no ano de43 a.C. foi substituído pelocalendário juliano; noséculo VI oabade Dionísio contou o tempo a partir donascimento de Jesus, substituindo a contagem que então era feita a partir da posse do imperadorDiocleciano - algo incompatível com a cristandade, sendo este governante um perseguidor da religião que se firmava dominante naEuropa; fazendo seus cálculos segundo os reinados que precederam ao de Diocleciano, o religioso concluiu que entre a fundação deRoma e o nascimento de Jesus haviam se passado 753 anos, ficando aquela data, portanto, definida como oano 1 (cometendo provavelmente um erro de quatro anos a menos).[2] Este vigorou até a data de24 de fevereiro de1582, quando foi instituído ocalendário gregoriano que baseia-se no chamadoano solar e com duração de 365 dias, 5 horas e 49 minutos, cuja divisão se dá em doze meses (sendo um dia acrescentado ao mês defevereiro acada quatro anos).[2]

A divisão em doze meses também ocorre no calendário hindu, mas sua soma dá um total de 354 dias; para compensar a defasagem em relação ao ano solar um mês é acrescentado a cada trinta meses; sua criação remonta a1000 a.C..[2]

As datas no calendário judaico sofrem um acréscimo de alguns milhares de anos em relação ao gregoriano e tem por base oano lunar (o que também gera defasagem em relação ao ano solar, fazendo com que ocasionalmente o mêsAdar II seja adicionado); sua contabilidade foi estabelecida noséculo XI pelorabino daBabilôniaHai Gaon; seu cálculo baseou-se em informações daBíblia, concluindo que dacriação do mundo até o nascimento deAbraão haviam se passado 1949 anos, de forma que no ano de 2020 o calendário hebraico estava no ano 5781.[2]

Já o calendário muçulmano, cuja data de criação não é conhecida, tem por base o ano lunar mas, ao contrário dos dois precedentes, não oferece nenhuma compensação, de forma que a cada século tem uma defasagem de onze dias; embora usado em grande parte dos países onde a maioria segue oIslã apenas para determinar das datas religiosas, noGolfo Pérsico é adotado de forma oficial; sua divisão também se dá em doze meses de trinta e vinte nove dias, alternados; tem por seu início a data da fuga deMeca porMaomé (no calendário gregoriano, a data de16 de julho de622); assim, em 2020 o ano muçulmano será o de 1441.[2]

O mais antigo dos calendários em vigor no mundo é o chinês; tem por base tanto o ano lunar quanto o solar, de forma que a cada oito anos são adicionados noventa dias; os anos recebem os nomes de animais, num total de doze; este calendário possivelmente remonte a 2636 a. C., de forma que 2020 seria o ano 4718 para os chineses; embora o calendário gregoriano vigore naChina desde 1912, a data mais comemorada naquele país é oAno-Novo Chinês , que se dá nalua nova entre os dias 21 de janeiro e 20 de fevereiro.[2]

História e datação

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Para os gregos antigos o tempo tinha duas representações namitologia: oAion, uma entidade eterna e pouco inteligível para as pessoas, eCronos uma figura mais compreensível; coube à filosofia definir o tempo de modo a determinar sua importância para o registro dos fatos humanos; assim emParmênides ele surge como "o fator que caracteriza a diferença entre o estado aparente da realidade e o estado ideal (...) constituído por formas geométricas, eternos e em perfeito estado de repouso absoluto";Aristóteles, entretanto, via a perfeição na forma geométrica do círculo, já que este estava determinado pelo estado cíclico dos movimentos que se dão no decorrer do tempo; esse filósofo também considerava que o tempo era decorrente da existência de seres pensantes, pois: "o tempo não uma mera sucessão, mas uma abstração que era numerada e encadeada através da contagem dos anos, e tal numeração não poderia ser feita sem que alguém a fizesse"; o tempo para os gregos, então, estava voltado ao passado, ao que já ocorreu.[5]

Em oposição à visão cíclica dos gregos, os judeus desenvolveram uma concepção linear do tempo; de um lado registravam o passado para a compreensão de seus infortúnios, enquanto projetavam para o futuro a vinda doMessias; apesar disto, não desenvolveram uma noção própria sobre o tempo, para cuja medição tiveram a influência das culturassuméria ebabilônica, e um calendário baseado na lua.[5]

Coube ao filósofo romanoLucrécio, no século I a.C., a definição linear do tempo e sua relação subjetiva humana: "o tempo em si não existe, mas sim a partir das coisas criadas e na percepção do que ocorreu, está ocorrendo e do que vem a seguir"; essa linearidade se adequou à marcação do tempo cristã, que por um lado se prendia ao passado com o advento do Cristo, também se prendia à promessa futura da suavolta;Santo Agostinho foi, desta forma, influenciado por essas ideias ao construir sua noção tripartite do tempo (passado, presente e futuro, com conceitos distintos), e separava o tempo (algo criado por Deus) da eternidade (um "sempre presente"); ao medir o tempo o pensador cristão tinha em mente que "o passado é visto como memórias que vêm à tona, e o futuro como uma expectativa ou previsão".[5]

Coube ao monge inglêsBeda a adoção do sistema de dataçãod.C. e que a partir de1084 foi adotada em todo o continente europeu, muito embora no cotidiano as pessoas não tinham ciência do ano corrente, e documentos como as cartas não tinham uma datação - o que somente veio a acontecer a partir de1538, novamente na Inglaterra, quando foi oficialmente implantada a datação oficial nos documentos; o período coincidiu com aRenascença em que o conhecimento humano sofreu grandes evoluções, especialmente naastronomia e as ideias deGiordano Bruno eNicolau Copérnico (acabou com a visãogeocêntrica dominante) que culminaram nas descobertas deGalileu Galilei e, mais tarde, nas leis sobre o movimento dos astros deJohannes Kepler e da gravitação universal deIsaac Newton, determinando uma mudança na percepção do tempo e sua percepção cíclica não mais voltada para o passado, como tinham os gregos, e sim para o futuro.[5]

Assim também evoluiu a historiografia que passou a tratar o tempo histórico como algo que serve para a compreensão entre o que se passa naturalmente e a percepção consciente, ou seja: "Com o tempo histórico o homem vê a si mesmo e as transformações que ocorrem ao seu redor. O historiador por sua vez, "manipula" o passado, trazendo para o presente, fatos que se encerraram." Isto então leva a crer que o registro de datas é a marcação do tempo, fixando a diferença entre o natural e o consciente; ao se registrar uma data determinada, o "ponto zero" deixa então de ser a astronomia mas sim um determinado evento.[5]

Marcação de tempo histórico

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Ahistoriografia, conquanto se sirva do calendário cristão para a datação, divide o tempo tradicionalmente em dois grandes períodos, determinados pela invenção da escrita, o que é questionável: pré-histórico e histórico - o que leva a datações distintas: no Brasil, por exemplo, embora sua ocupação humana remonte a cinquenta milênios atrás, sua pré-história (ausência de escrita) data até1500, ano da chegada dos europeus; por outro lado, divide-se o tempo emantes do presente (AP) edepois do presente (DP), havendo sido convencionado, em uso feito principalmente pelos pré-historiadores earqueólogos que opresente tem início no ano de1950; além dos registros escritos, portanto, a datação é determinada por outras fontes, de forma que as datações podem ser "absolutas, relativas, ou pela interpretação" de elementos como aestratigrafia do solo ou outros elementos presentes "onde o tipo de fonte para o estudo não é a escrita, caracterizadora do trabalho do historiador, e sim composta, essencialmente, por artefatos", de forma que o pré-historiador se afasta daquela divisão tradicional.[6]

Outros tipos de calendários

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O calendário astronómico baseia-se nas observações actuais dos fenómenos celestes.[7] Exemplos de um calendário deste tipo são o calendário religioso islâmico e o antigo calendário judaico do período do Segundo Templo.[8][9] Este tipo de calendário é também designado por calendário baseado na observação.[10] A sua principal vantagem é a sua precisão perfeita e eterna. No entanto, a desvantagem é a dificuldade em prever datas específicas, uma vez que dependem de observações diretas.

O calendário aritmético baseia-se num conjunto rigoroso de regras e cálculos.[11][12] Um exemplo deste tipo de calendário é o calendário judaico moderno. É também conhecido como um calendário baseado em regras. A vantagem de um calendário aritmético é a facilidade de cálculo das datas.[13] No entanto, a sua precisão não é absoluta e pode diminuir ao longo do tempo devido a alterações na taxa de rotação da Terra. Este facto limita a sua precisão a alguns milhares de anos.

Um calendário em linha é uma ferramenta digital para planear e organizar o tempo.[14][15] Permite aos utilizadores criar, editar e gerir eventos, compromissos e lembretes a partir de qualquer dispositivo ligado à Internet. Com um calendário em linha, é possível:

  • Ver aniversários, tais como feriados ou dias especiais (por exemplo, Dia da Mãe).
  • Calendários de estudo para qualquer ano.
  • Determinar quantos dias faltam para um evento específico, como um aniversário ou um feriado.

As principais funções dos calendários em linha:[16][17]

  • Criar e gerir eventos: adicionar compromissos, tarefas e lembretes.
  • Sincronização entre dispositivos: aceda à sua agenda a partir do seu computador, smartphone ou tablet.
  • Partilha: a possibilidade de partilhar o seu calendário com colegas, amigos ou familiares.
  • Notificações automáticas: lembretes de eventos futuros.
  • Integração com outros serviços: suporte para trabalhar com serviços de correio eletrónico, mensageiros e sistemas de gestão de projectos.

Referências

  1. Institucional.«Definição de termo: data». Tribunal Regional do Trabalho - 7ª Região. Consultado em 24 de novembro de 2020.Cópia arquivada em 24 de novembro de 2020 
  2. abcdefg«Os vários calendarios da humanidade». Biblioteca Aloísio Magalhães - IPHAN. 25 de novembro de 2014. Consultado em 24 de novembro de 2020.Cópia arquivada em 24 de novembro de 2020 
  3. Institucional.«ISO 8601 Date and time format». iso.org. Consultado em 24 de outubro de 2020.Cópia arquivada em 9 de agosto de 2020 
  4. Barnaby Lewis (21 de fevereiro de 2017).«Date and Time: the new draft of ISO 8601 explained by Klaus-Dieter Naujok». iso.org. Consultado em 24 de outubro de 2020.Cópia arquivada em 9 de agosto de 2020 
  5. abcdeDaniel Maia Amaral (2007).«Os conceitos de tempo na historiografia»(PDF). Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Consultado em 24 de outubro de 2020.Cópia arquivada(PDF) em 9 de agosto de 2020 
  6. Luiz Carlos Medeiros da Rocha (2015).«"As Pedras na História": O uso de fontes arqueológicas "pré-históricas" para a historiografia». História Unicap, v. 2 , n. 3, jan./jun. Consultado em 24 de novembro de 2020.Cópia arquivada em 24 de novembro de 2020 
  7. «Astronomical Calendar».www.tidjma.tn. Consultado em 13 de março de 2025 
  8. «Ancient and religious calendar systems».www.britannica.com. Consultado em 13 de março de 2025 
  9. «Calendar, the Bible, and Ancient Israel».petergoeman.com. Consultado em 13 de março de 2025 
  10. «Types of Calendar».www.hermetic.ch. Consultado em 13 de março de 2025 
  11. «Calendar Arithmetic in DMN».www.trisotech.com. Consultado em 13 de março de 2025 
  12. «Understanding Intercalary Days and the Baha'i Calendar».bahaiteachings.org. Consultado em 13 de março de 2025 
  13. «The Calendar».www.madore.org. Consultado em 13 de março de 2025 
  14. «O que é o calendário online?».onlinealarmkur.com. Consultado em 13 de março de 2025 
  15. «Online Calendar and Task Scheduling Tool – A Better Way to Organize Work».empxtrack.com. Consultado em 13 de março de 2025 
  16. «How to Make a Schedule on Google Calendar for Personal and Team Use».everhour.com. Consultado em 13 de março de 2025 
  17. «How does Google Calendar work? All the explanations».syncthemcalendars.com. Consultado em 13 de março de 2025 
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