Em área, era a menorrepública integrante daUnião Soviética. A Arménia configura-se num Estado unitário,multipartidário,democrático, com uma antiga herança histórica e cultural. Historicamente, foi a primeira nação a adotar o cristianismo comoreligião de Estado,[5] em 301.[6] O país é constitucionalmente umEstado laico, tendo a fécristã uma grande identificação com o povo. A Fé Bahá’í está presente no país desde o final do século 19 apos a chegada dos primeiros pioneiros Cavalheiros de Bahá’u’lláh.
O país é uma democracia emergente e por causa de sua posição estratégica, tenta conciliar alianças com a Rússia e com oOriente Médio.
Entre 1915 e 1923 sofreu o que muitoshistoriadores consideram o primeirogenocídio doséculo XX, perpetrado peloImpério Otomano e negado até hoje pelaRepública da Turquia.[7] As mortes são estimadas em entre 600 mil e mais de 1 milhão dearménios, com adeportação atingindo milhões de outros, fazendo com que, ao final daPrimeira Guerra, mais de 90% dos arménios do Império Otomano tenham desaparecido da região e muitos vestígios de sua antiga presença tenham sido eliminados.[8] Como resultado, a Arménia tem hoje uma grandediáspora espalhada pelo mundo, composta por cerca de 7 milhões de pessoas, localizadas em mais de 100 países.[9]
O nome nativo para o país é Haico. NaIdade Média foi aumentado paraHayastan, pela adição dosufixo-stan que significa terra. O nome é tradicionalmente derivado de Haico (Հայկ), o lendário patriarca dosarménios e trineto deNoé, que segundoMoisés de Corene foi quem defendeu seu povo do reibabilónioBel e estabeleceu seu povo na região das montanhas doArarate.[10] Porém, a mais remota origem do nome é incerta. OexónimoArménia aparece pela primeira vez empersa antigo nainscrição de Beistum (515 a.C.) comoArmina (). Emgrego clássico,Ἀρμένιοι (arménios) aparece pela primeira vez numa inscrição atribuída aHecateu de Mileto (m. 476 a.C.).[11] As duas aparições na mesma época atestam a que o nome era empregado realmente naquela época.
Heródoto (440 a.C.) escreveu: "Osarménios eram equipados como colonosfrígios" (7.73).[12] Algumas décadas depois,Xenofonte, umgeneralgrego na guerra contra ospersas, descreve muitos aspectos do cotidiano das vilas arménias e a sua hospitalidade. Ele relata que o povo fala uma língua que, para seus ouvidos, assemelhava-se aopersa.[13] Tradicionalmente, os sobrenomes terminam com 'ian', significando que as pessoas faziam historicamente parte de tribos, sendofilhos de.[14]
A Arménia é povoada desde os tempospré-históricos e segundo diversas lendas era lá onde se localizavaJardim do Édenbíblico.[15] O país se localiza noplanalto ao entorno doMonte Ararate. Segundo a tradiçãoabraâmica, foi o local onde aArca de Noé encalhou após oDilúvio.[16] Desde tempos remotos, arqueólogos continuam a descobrir novos indícios da existência de civilizações primitivas noplanalto arménio, em locais que podem indicar registros do inicio daagricultura e dacivilização.[17] De6 000 a.C. a1 000 a.C., ferramentas comolanças,machados e artefactos decobre,bronze eferro eram produzidos na Arménia e trocados nas terras vizinhas, onde esses metais eram menos abundantes.
Por volta do ano600 a.C., o reino da Arménia estava estabelecido sob aDinastia orôntida (em arménio: Երվանդունիներ), a qual existiu sob diversas dinastias até ao ano de 428. O reino chegou em seu maior tamanho entre 95 e66 a.C. no reinado deTigranes, o Grande, tornando-se um dos mais poderosos reinos da região. Ao longo da história, o reino da Arménia gozou de períodos de independência alternados com períodos de submissão aos impérios contemporâneos. A Arménia, por sua posição estratégica, localizada entre dois continentes, foi sujeita a invasões por diversos povos, incluindoassírios,gregos,romanos,bizantinos,árabes,mongóis,persas,turcos otomanos erussos.
Em 301, a Arménia se tornou o primeiro país oficialmentecristão do mundo, tomando-o comoreligião oficial de Estado,[23][24] quando um número de comunidadescristãs começaram a se estabelecer na região desde o ano 40. Havia várias comunidadespagãs antes docristianismo, mas elas foram convertidas por influências de missionários cristãos.Tirídates III (em arménio: Տրդատ Գ), juntamente comGregório, o Iluminador (em arménio: Գրիգոր Լուսաւորիչ) foram os primeiros reguladores oficiais do cristianismo ao povo, conduzindo a conversão oficial do país dez anos antes deRoma emitir sua tolerância aos cristãos porGalério e 36 anos antes deConstantino I ser batizado.
Antes do declínio do reino arménio em 428, muitos arménios foram incorporados no períodomasdeísta ao império dossassânidas (dinastiapersa), regido pelo deusAúra-Masda. Após uma rebelião arménia em 451 (Batalha de Avarair), os cristãos conseguiram manter a sua autonomia política e religiosa dentro de uma Arménia majoritariamente mazdeísta, enquanto o outro império era regido somente pelospersas. Os mazdeístas da Arménia duraram até 630, quando aPérsia Sassânida foi destruída pelocalifadoárabe.
OReino da Arménia reemergiu sob adinastia Bagratúnio (em arménio:Բագրատունյաց Արքայական Տոհմ;romaniz.:Bagratunyac Arqayakan Tohm, "Real Dinastia dos Bagratúnios"), até 1045. Neste tempo, diversas áreas da Arménia Bagrátida foram separadas como independentes reinos e principados, como oReino de Vaspuracânia, regido pelafamília Arzerúnio, desde que reconhecendo a soberania e supremacia dos reis Bagratúnios.
Para escapar da morte ou da escravidão nas mãos daqueles que assassinaram o reiCacício II, rei deAni, um arménio de nomeRuben (depois Ruben I), foi com alguns conterrâneos em direção osMontes Tauro e fundaramTarso, naCilícia. O governador bizantino do palácio deu-lhes o abrigo onde oReino Arménio da Cilícia foi então estabelecido. Este reino foi a salvação dos arménios, uma vez que a Grande Arménia fora devastada pelos invasores.
O Império Seljúcida entrou em colapso. Nos anos 1100, os príncipes da nobre família arménia dosZacáridas estabeleceram uma semi-independência dos principados arménios do norte e da Arménia oriental (agora chamada de Arménia Zacárida). A nobre família dosorbeliânida compartilhava o controle com os Zacáridas em várias partes do país, especialmente emSiunique eVaiose Zor.
Durante os anos de 1230, oIlcanatomongol conquistou o principado dosZacáridas, assim como o resto da Arménia. Os invasores mongóis vieram seguidos de outras tribos daÁsia Central, em um processo que durou dos anos 1200 até 1400. Após incessantes invasões, cada uma trazendo a destruição ao país, a Arménia ficou enfraquecida. Durante oséculo XVI, oImpério Otomano e oImpério Safávida dividiram a Arménia entre si. Mais tarde, oImpério Russo incorporou parte ocidental do país (que consistia deErevã e as terras do baixoCarabaque, naPérsia) em 1813 e 1828.
Sob o jugo otomano, osarménios tiveram relativa autonomia em seus própriosenclaves e viviam de forma pacífica com os demais grupos e tinham autonomia em relação aos outros constituintes do império (incluindo osturcos). Entretanto, oscristãos viviam em um sistema socialmuçulmano estrito. Os arménios enfrentaram a discriminação que persistia. Quando eles reivindicaram por maiores direitos, osultãoAbdulamide II, em resposta, organizou o primeiro genocídio arménio realizado entre os anos de 1894 e 1896, resultando uma morte estimada de 300 mil arménios. Osmassacres hamidianos, como ficaram conhecidos, deram a fama à Abdulamide II de "Sultão Vermelho" ou "Sultão Sangrento".
Em 1908, o grupo dosJovens Turcos assumiu o poder no Império Otomano. Os arménios, que viviam em toda a parte do Império Otomano, depositaram as suas esperanças noComité União e Progresso, criado pelos Jovens Turcos, como caminho para o fim de mais um período de perseguições. Porém, o pacote de reformas para os arménios de 1914 apresentaria a solução definitiva para toda a questão arménia da pior forma possível.[25]
Arménios escoltados porsoldados otomanos marchando da cidade deCarpute (atualElaze) para um campo de prisioneiros, abril de 1915Restos mortais de arménios massacrados emErzinjane.[26]
Com o advento daPrimeira Guerra Mundial, oImpério Otomano e oImpério Russo abriram umafrente de batalha conhecida como "Campanha Persa". Cansados das perseguições por parte de Constantinopla e doalistamento militar obrigatório, os arménios aliaram-se de forma voluntária aos russos, o que causou desconfiança aos turcos. Numa emboscada iniciada em 24 de abril de 1915, cerca de 600intelectuais arménios foram presos e exterminados a mando de autoridades otomanas e, com alei Tehcir de 29 de maio de 1915, uma grande parcela da população arménia que vivia naAnatólia começou a ser deportada e privada dos seus bens, num processo que levou à morte de cerca de 1,5 milhões de arménios. Diversos historiadores ocidentais consideram estes fatos como o início dogenocídio arménio. Historicamente, existiam registos de uma gigantescaresistência arménia na região, desenvolvida contra a atividade otomana. Assim, a repressão aplicada pelo Estado no período de 1915 a 1923 é considerado pelos arménios e pela maioria dos historiadores ocidentais como um genocídio.[27][28][29]
Entretanto, aTurquia, o estado sucessor do Império Otomano, sempre negou a repressão aos arménios. Devido à sua localização estratégica e ao seu posicionamentogeopolítico, a Turquia é um dos principais aliados do Ocidente na região daÁsia Menor eOriente Médio.Todavia, mesmo com a negação histórica, alguns posicionamentos históricos dosEstados Unidos e doReino Unido são lacónicos na categorização do massacre dos arménios como genocídio.[30]
As autoridades turcas afirmam que as mortes são provenientes de umaguerra civil, acompanhada dasdoenças efome que assolaram o Império Otomano no início doséculo XX, com baixas gigantescas nos dois lados. As estimativas de mortos variam entre 650 mil e 1,5 milhões, sendo este último número o mais aceite pelos historiadores ocidentais e mesmo por alguns intelectuais dissidentes turcos, comoOrhan Pamuk,Nobel de Literatura em 2006 eTaner Akçam, professor daUniversidade de Minnesota. A Arménia tem feito campanhas para o reconhecimento do genocídio no mundo desde há mais de trinta anos. Esses eventos são tradicionalmente realizados no dia 24 de abril, data que marca o início do genocídio arménio. Embora oexército russo tenha obtido mais ganhos do que oexército otomano durante aPrimeira Guerra Mundial, esta vantagem fora perdida com o advento daRevolução Russa de 1917. Nesse momento, aRússia controlava aArménia oriental,Geórgia eAzerbaijão, criando uma ligação com aRepública Democrática da Transcaucásia em 28 de maio.
Infelizmente, a curta vida da República Democrática da Arménia independente deveu-se aos perigos da guerra, disputas territoriais, um massivo fluxo de refugiados daArménia Otomana, espalhando doenças e fome. ATríplice Entente, alarmada pelos horrores do Império Otomano, procurou ajudar o recém-formado estado arménio a arrecadar fundos e outras formas de se sustentar.
Com o fim da guerra, a Entente vitoriosa procurou dividir o Império Otomano. Assinado entre as potências aliadas e as autoridades otomanas em 10 de agosto de 1920 emSèvres, oTratado de Sèvres previa manter independente a República Democrática da Arménia e anexar os territórios daArménia Ocidental. Pelas novasfronteiras terem sido desenhadas pelo presidente americanoWoodrow Wilson, este território apontado pelo Tratado ficou conhecido como"Arménia Wilsoniana". Nesta época, foi considerada a possibilidade da Arménia se tornar umprotetorado dosEstados Unidos. Porém, o tratado foi rejeitado peloMovimento Nacional Turco e nunca entrou em vigor. O movimento, liderado porMustafa Kemal Ataturk, usou o tratado como pretexto para se legitimar no poder da Turquia, derrubando amonarquia sediada emIstambul e instaurando aRepública da Turquia, com capital emAncara.
Em 1920,forças nacionalistas turcas invadiram a República da Arménia pelo leste e teve início aGuerra turco-arménia. Forças turcas sob o comando deKazım Karabekir conquistaram os territórios arménios que aRússia tinha anexado durante aGuerra russo-turca de 1877-1878 e ocuparam a antiga cidade de Alexandropol (atualGuiumri). O violento conflito foi encerrado com oTratado de Alexandropol em 2 de dezembro de 1920. O tratado forçou osarménios desmilitarizarem-se, ceder mais de 50% de seu território de antes da guerra e abrir mão da Arménia Wilsoniana, garantida pelo Tratado de Sèvres. Simultaneamente, o11.º Exército Soviético, sob o comando deGrigoriy Ordzhonikidze, invadiu a Arménia por Karavansarai (atualIjevan) em 29 de novembro. Em 4 de dezembro, as forças deOrdzhonikidze entraram em Erevã e teve fim a curta vida da República Democrática da Arménia.
A Arménia foi anexada pelaRússia bolchevista e juntamente comGeórgia eAzerbaijão, foi incorporada naURSS como parte daRepública Federativa Socialista Soviética Transcaucasiana em 4 de março de 1922. Com essa anexação, o Tratado de Alexandropol foi suplantado peloTratado de Carse turco-soviético. No acordo, a Turquia permitiu à União Soviética assumir o controlo da região deAjária e da cidade portuária deBatumi, com o retorno da soberania de cidades comoCarse,Ardacane eEder, que pertenciam àArménia Russa. A RFSST existiu de 1922 até 1936, quando foi dividida em trêsrepúblicas intituladasRSS da Arménia,RSS da Geórgia eRSS do Azerbaijão. Os arménios desfrutaram de um período de relativa estabilidade sob o jugo soviético. Recebiam medicamentos, comida, e outras provisões deMoscovo, e o governo soviético provou ser um "bálsamo calmante" em contraste com os últimos anos do Império Otomano. A situação era difícil para aIgreja, estrangulada pelas normas anticlericaissoviéticas. Após a morte deLenine,Stalin tomou as rédeas do poder e recomeçou o período de terror para os arménios. Como várias outrasetnias minoritárias que viviam na URSS durante o período daGrande Purga de Stalin, dezenas de milhares de arménios foram executados ou deportados.
O medo diminuiu quando Stalin morreu em 1953 eNikita Khruschev assumiu o poder na União Soviética. A vida naArménia Soviética teve então uma rápida melhoria. A Igreja, que sofria com as perseguições de Stalin, foi restaurada quando ocatólicoVasken I assumiu as funções em 1955. Em 1967, ummemorial às vítimas do genocídio arménio foi construído nas colinas deTsitsernakaberd acima dodesfiladeiro de Razdã, em Erevã. Isso aconteceu depois de uma grande manifestação na capital onde se exigiu que fossem tomadas medidas para recordar as vítimas do genocídio no seu 50.º aniversário.
Durante a eraGorbachev, nos anos 1980, com as reformas daglasnost e daperestroika, os arménios começaram a exigir melhores cuidados ambientais para o seu país, opondo-se àpoluição que as fábricas soviéticas produziam. Também se desenvolveram tensões entre o Azerbaijão Soviético e o distrito autónomo doAlto Carabaque, maioritariamente habitado por arménios e separado da Arménia por Stalin em 1923. Os arménios residentes emCarabaque reivindicaram a unificação com a Arménia Soviética. Protestos pacíficos em Erevã apoiavam os arménios de Carabaque que enfrentavampogroms antiarménios na cidadeazeri deSumgait. Acrescendo os problemas da Arménia, umsismo devastador atingiu o país em 1988, com magnitude 7,2 naescala de Richter.[32]
Arménios reunidos na Ópera de Erevã para protestar contra a políticasoviética, em 1988
A inabilidade de Mikhail Gorbachev de resolver os problemas da Arménia (especialmente no Alto Carabaque) criou desilusões entre os arménios e alimentou o desejo crescente de independência. Em maio de 1990, foi criado o NovoExército Arménio (NEA), servindo como força de defesa separatista doExército Vermelho soviético. Prontamente irromperam choques entre o NEA e as tropas daForça Soviética de Defesa do Interior, baseadas em Erevã, quando os arménios decidiram comemorar o estabelecimento daRepública Democrática da Arménia de 1918. A violência resultou na morte de cinco arménios baleados numa estação de comboios pela Força Soviética. Testemunhas acusaram a Força Soviética de uso de força excessiva e de instigação à violência. Atritos adicionais entre os milicianos arménios e as tropas soviéticas emSovetashen, próxima da capital, resultaram na morte de 26 pessoas, a maioria civis arménios. Em 17 de março de 1991, a Arménia, conjuntamente com osPaíses Bálticos,Geórgia eMoldávia, boicotou umreferendo onde 78% dos votos eram para a permanência na URSS, porém após uma reforma.[33]
Em 1991, a União Soviética fragmentou-se e a Arménia restabeleceu a sua independência. Declarando-se independente em 23 de agosto, tornou-se a primeira república nãobáltica a desassociar-se. No entanto, os primeiros anos pós-soviéticos foram assolados por dificuldades económicas, bem como pelo começo repentino, em grande escala, de umconfronto armado entre arménios doAlto Carabaque eazeris. Os problemas económicos tiveram origem no início do conflito do Alto Carabaque, quando aFrente Popular do Azerbaijão conseguiu pressionar aRSS do Azerbaijão a impor um bloqueioferroviário e aéreo contra a Arménia. Essa medida enfraqueceu efetivamente a economia do país, pois 85% de seus produtos e mercadorias chegavam através ferrovia.[34] Em 1993, a Turquia aderiu ao bloqueio contra a Arménia numa demonstração de apoio ao Azerbaijão.[35]
A Guerra do Alto Carabaque findou após umcessar-fogo intermediado pela Rússia, estabelecido em 1994. A guerra foi bem-sucedida para as forças armadas de Carabaque que asseguraram 14% do territórioazerbaijano,[36][necessário esclarecer] este território conquistado atualmente faz parte da autoproclamadaRepública de Artsaque. Desde então, Arménia eAzerbaijão têm participado de conversas de paz, mediadas pelaOrganização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE). O status de Carabaque está sendo ainda determinado. A economia de ambos os países têm sido afetadas na falta de uma resolução definitiva e as fronteiras azeri e turca permanecem fechadas para a Arménia.
Ao entrar noséculo XXI, a Arménia enfrentou grandes dificuldades, especialmente no campo económico. Ainda com os altos índices de desemprego, o país conseguiu fazer implementar algumas melhorias económicas, entre as quais, uma plena mudança para umaeconomia de mercado que faz do país a 32.ª nação mais economicamente livre no mundo desde 2007. Suas relações com a Europa, oOriente Médio e aComunidade dos Estados Independentes têm permitido o aumento de seu comércio.Gás,petróleo e outros abastecimentos chegam por meio de duas rotas vitais: oIrão e a Geórgia, com os quais a Arménia mantém relações cordiais.[37]
Em 2018, o país enfrentou uma série de protestos antigovernamentais, protagonizados por vários grupos políticos e civis liderados por um membro do parlamento arménio —Nikol Pashinyan. As manifestações ficaram conhecidas comoRevolução Arménia, com protestos e marchas ocorrendo inicialmente em resposta ao terceiro mandato consecutivo deSerzh Sargsyan como presidente do país e, mais tarde, contra o governo controlado pelo Partido Republicano em geral. No mesmo ano, o parlamento arménio elegeuArmen Sarksyan como o novo presidente da Arménia. Uma reforma constitucional visando reduzir o poder presidencial foi implementada, enquanto a autoridade do primeiro-ministro foi fortalecida. Como consequência direta da Revolução Arménia de 2018, Serzh Sargsyan deixou o cargo. Em maio daquele ano, o parlamento elegeu Nikol Pashinyan como o novo primeiro-ministro.[38][39]
A Arménia localiza-se em um terreno montanhoso e vulcânico
A Arménia é umpaís sem costa marítima naTranscaucásia. Localizado entre os maresCáspio eNegro, o país faz fronteiras anorte com aGeórgia, aleste com oAzerbaijão, aosul com o Irão e aoeste com aTurquia. Desde os primórdios da humanidade, o povo arménio vive noplanalto arménio, um vasto território com mais de 300 000 km², localizado na parte central e norte daAnatólia. O planalto arménio é cercado, ao norte, pelo encadeamento do Baixo Cáucaso e ao sul, pelo encadeamento do Tauro Arménio, enquanto declina-se ao oeste para o vale dorio Eufrates e ao leste para as terras baixas domar Cáspio. Um enorme maciço vulcânico está localizado quase no centro desta região. Este maciço possui dois picos: o Grande Ararate, chamado pelos arménios de Massis (com 5 156 metros dealtitude acima do nível do mar), e o Pequeno Ararate, identificado pelos arménios pelo nome de Sis (com altitude de 3 914 metros). Existe ainda, um número considerável de planícies e vales férteis dentro do planalto do país, entre os quais, os mais conhecidos são os vales de Ararate, Muxe, Caberde, Erzinjane,Elescirte e Siracena, destacando a vida económica do povo arménio. O vale de Ararate é o maior e mais fértil de todos estes, e transformou-se, com o passar dos tempos, no centro da vida económica, política e cultural da Arménia. Diversas capitais da Arménia histórica, comoArmavir,Eruandaxata,Valarsapate eDúbio estavam situadas nesta região geográfica, assim como ocorre hoje com a atual capital,Erevã.[40]
O relevo arménio é homogéneo. Constitui-se em sua maior parte por planaltos, sendo que estes são abundantes com rios. Localizam-se aí as nascentes dos rios Eufrates eTigre, com seus afluentes, que se desembocam noGolfo Pérsico, bem como os riosCura eAraxes, que desembocam no Mar Cáspio. O maior rio da Arménia é o Arax, sendo seus afluentes os riosAcuriã,Razdã,Cassal,Azate e outros. Os maiores lagos do planalto arménio são oVã, oÚrmia e oSevã, sendo que atualmente, o lago de Vã está em sua grande parte, dentro do território da Turquia. Este lago possui uma extensão de 3 733 quilômetros quadrados e sua água é salgada. O lago Úrmia, que também está em sua maior parte em outro país, noIrão, era denominado antes de Kaputan, também possui água salgada e não possui espécies de peixes. Sua dimensão é de cinco mil quilômetros quadrados. O lago Sevã, antes chamado de Mar de Guelã, é um dos lagos mais altos do mundo, com aproximadamente 1 400 km². Aproximadamente duas dúzias de pequenos rios desembocam no lago, e apenas alguns afluem dele. Sua água é doce.[40]
O clima na Arménia é marcadamentecontinental. Os verões são secos e ensolarados, indo de junho até meados de setembro. A temperatura varia entre 22 e 36 °C. Entretanto, a baixa umidade atenua o efeito das altas temperaturas. Brisas à tarde proveniente das montanhas promovem um bem-vindo frescor. Aprimavera é curta e osoutonos são longos. Os outonos são conhecidos pela vibração e cor das folhas das árvores. Osinvernos são muito frios com bastante neve, com temperaturas que variam entre -10 à -5 °C. Os desportos de inverno fazem sucesso essa época do ano, como a prática deesqui nas colinas deSalcazor, localizadas a 30 minutos de Erevã. OLago Sevã está situado nas terras altas e é o segundo lago mais alto do mundo, a 1,9 mil metros acima do nível do mar.[40]
A Arménia possui[quando?] uma população estimada em 3 215 800 habitantes e é a segunda maior densidade populacional das ex-repúblicas soviéticas. Tem havido um problema de declínio populacional causado por altos índices deemigração após a dissolução daURSS. As taxas de emigração e o declínio populacional, no entanto, diminuíram drasticamente nos últimos anos e um moderado afluxo de arménios regressa à Arménia, e estas têm sido as principais razões para a tendência, que estima-se continuar. É esperado que a Arménia retome seu crescimento populacional positivo em 2010.
Osarménios configuram 97,9% da população, enquanto que osiázides 1,3% e osrussos 0,5%. Há outras minorias que incluemassírios,ucranianos,gregos,curdos,georgianos ebielorrussos. Existem também pequenas comunidades devalacos,volgaicos,ossetas,udinos etatras,polacos ealemães caucasianos sob uma pesada russificação.[41] Durante os anos soviéticos, osazerbaijanos compunham a segunda maior população no país (aproximadamente 2,5% em 1989[42]). Porém, devido às hostilidades com o vizinho Azerbaijão sobre a disputada região deAlto Carabaque, praticamente toda população azeri emigrou da Arménia. Por outro lado, a Arménia recebeu um grande afluxo de refugiados arménios do Azerbaijão, dando assim um caráter mais homogéneo à Arménia.
As origens da Igreja Arménia remontam aoséculo I d.C. De acordo com a tradição, a Igreja Arménia foi fundada por dois dos doze apóstolos de Cristo,São Judas Tadeu eSão Bartolomeu, que pregaram o cristianismo na Arménia entre os anos 40 e60 d.C. Por causa destesapóstolos fundadores, o nome oficial da Igreja Arménia é Igreja Apostólica Arménia. A Arménia foi a primeira nação a adotar o cristianismo como religião oficial de Estado, em 301. Mais de 93% dos cristãos arménios pertencem à Igreja Apostólica Arménia, uma forma de ortodoxia oriental (não calcedônia), que é uma igreja muito ritualística e conservadora, muitas vezes comparada às igrejascopta esíria. A Arménia possui também uma população de católicos, ambos romanos e arménios-mectaristas (juntos 180 mil), evangélicos protestantes e seguidores da religião tradicional arménia. Os curdos iázides, que vivem na parte ocidental do país, praticam oiazdanismo. A Igreja Católica Arménia é sediada emBzoummar,Líbano. Os curdos não iázides praticam oislãsunita. A comunidade judaica na Arménia diminuiu para 750 pessoas desde a independência devido às dificuldades económicas, onde a maioria dos emigrantes foram paraIsrael. Existem atualmente duas sinagogas na Arménia, uma na capital, Erevã, e outra na cidade deSevã localizada próxima aolago Sevã. Casamentos com cristãos arménios são frequentes. Ainda assim, apesar destas dificuldades, existe muito entusiasmo para ajudar a comunidade a satisfazer suas necessidades.[45]
Os arménios têm o seu próprioalfabeto e a sua próprialíngua, que é constitucionalmente alíngua oficial do Estado da Arménia.[46]
A invenção do alfabeto arménio é tradicionalmente atribuída ao monge SãoMesrobes Mastósio, que em405 d.C. criou um alfabeto com 36carateres (dois foram acrescentados mais tarde) baseado parcialmente emletras gregas; a direção da escrita (da esquerda para a direita) também seguia o modelo grego. Este novo alfabeto foi usado pela primeira vez para traduzir aBíblia hebraica e oNovo Testamento cristão.[47] De acordo com o censo arménio de 2011, enquanto apenas 0,8% dos cidadãos da Arménia falavamrusso como primeira língua, 52,7% dos cidadãos da Arménia usavam-no como segunda língua.[48]
O governo arménio declaradamente objetiva construir umademocracia parlamentar ao estilo ocidental e as bases para suaforma de governo. Contudo, observadores internacionais doConselho da Europa e doDepartamento de Estado dos Estados Unidos da América têm questionado a clareza das eleições parlamentares e presidenciais da Arménia e o referendo constitucional desde 1995, citando divergência nas pesquisas, a falta de cooperação daComissão Eleitoral e a escassa manutenção das listas eleitorais e os locais pesquisados. AFreedom House qualificou a Arménia como "praticamente livre" em seu relatório de 2007, apesar de não classificar o país como uma "democracia eleitoral", indicando uma relativa falta de liberdade e competitividade eleitoral.[55] Há o sufrágio universal com idade superior a dezoito anos.
A Arménia atualmente mantém boas relações com quase todos os países do mundo, com duas importantes exceções sendo seus vizinhos mais próximos, a Turquia e o Azerbaijão. Tensões foram elevadas entre arménios e azerbaijanos durante os últimos anos daUnião Soviética. AGuerra do Alto Carabaque dominou a política da região por todo os anos de 1990.[56] As fronteiras entre os dois países rivais permanecem fechada nos dias de hoje, a solução para o conflito não foi alcançada apesar da mediação prestada por organizações como aOSCE. O ministro do exterior,Vardan Oskanyan, representa a Arménia nas negociações de paz. ATurquia também possui uma longa história de conturbadas relações com a Arménia por sua recusa em reconhecer ogenocídio arménio de 1915. O conflito de Carabaque tornou-se uma desculpa para a Turquia fechar suas fronteiras com a Arménia em 1993. Não tem revogado o bloqueio, apesar da pressão do poderosolobby empresarial turco interessado nos mercados arménios.[56]
Devido a sua posição hostil entre dois países vizinhos, a Arménia tem aproximado laços de segurança com aRússia. A pedido do governo arménio a Rússia mantém uma102ª base militar russa no noroeste da cidade arménia deGuiumri como elemento de dissuasão contra a Turquia.[57] Apesar disto, a Arménia também tem olhado para as estruturas euroatlânticas nos últimos anos. Mantém boas relações com osEstados Unidos especialmente por meio de suadiáspora. De acordo com oCenso americano de 2000, há 385 488 arménios vivendo naquele país.[58]
A Arménia é também membro daParceria para Paz daOTAN, bem como, doConselho da Europa, mantendo relações amigáveis com aUnião Europeia, especialmente com seus Estados-membros tais como aFrança e aGrécia. Uma pesquisa realizada em 2005 mostrou que 64% da população arménia estaria a favor da adesão à União Europeia.[59] Muitos oficiais arménios também têm expressado o desejo de seu país eventualmente tornar-se um Estado-membro da UE,[60] outros preveem que será feito uma candidatura oficial em poucos anos.[61] Alguns também tem olhada a favor de uma adesão à OTAN.[57] De qualquer modo o então presidente, Robert Kotcharian, desejava manter a Arménia atrelada à Rússia e àCEI e a OTSC, tornando parceiro, não membro, da UE e da OTAN.[62]
As forças ativas têm perto de 50 mil homens, com um adicional de reservas de 32 mil e "reservas dos reservas" estimados em 210 mil soldados. A Guarda de Fronteira arménia tem condição de patrulhar as divisas com aGeórgia eAzerbaijão, enquantotropas russas monitoram as fronteiras com aTurquia e Irão. Em caso de eventual ataque, a Arménia pode mobilizar todos os homens capazes de manejar uma arma entre 15 e 59 anos com treino militar.
A Arménia está organizada político-territorialmente em onze subdivisões. Destas onze, dez são chamadasmarzer (em arménio: մարզեր) ou no singularmarz (մարզ), que é derivada da palavrapersamarz, cujo significado é "fronteira", "limite". Erevã é tratada separadamente e recebe status especial dehamaynq (համայնք) por ser a capital do país. O líder do executivo em cada uma das 10marzes é omarzpet (մարզպետ) ou governador damarz, apontado pelo governo da Arménia. Em Erevã, o líder do executivo é oprefeito, apontado pelo presidente. A república possui 953 vilarejos, 48 cidades e 932 comunidades, das quais 871 são rurais e 61 urbanas.[65]
Principaisexportações da Arménia em 2019 (em inglês)A cidade deErevan, centro económico e político do país
A economia da Arménia sobrevive de pesados auxílios estrangeiros.[66] Antes da independência, a economia arménia era principalmente deindústrias de base comoindústrias químicas,eletrónica, maquinaria, alimentos,borracha sintética etêxtil, totalmente dependente de fontes externas. Aagricultura contribuía com cerca de 20% na produção final e com 10% dos empregos antes da queda daURSS em 1991. A república desenvolveu um moderno setor industrial, abastecendo com máquinas, tecidos e outros produtos manufaturados para as suas "repúblicas irmãs" em troca dematéria-prima eenergia.[23] As minas arménias produzemcobre,zinco,ouro echumbo. A maior parte daenergia é produzida comcombustível importado daRússia, incluindogás natural e combustível nuclear (para a únicausina nuclear); a fonte para a energia residencial éhidroelétrica. As pequenas quantidades decarvão, gás natural epetróleo do país não são suficientes para o desenvolvimento.
Como outros recém-independentes estados da ex-URSS, aeconomia da Arménia sofreu com o legado daeconomia planificada e com o colapso do padrão de troca soviético. Investimentos soviéticos que apoiavam a indústria da Arménia virtualmente desapareceram, tanto que poucas das maiores empresas estão ainda em atividade no país. Além disso, os efeitos dosismo de 1988 (Sismo de Espitaque ou deGuiumri), que vitimou 25 mil pessoas e feriu mais de meio milhão, ainda são sentidos. O conflito com o Azerbaijão pelo território deAlto Carabaque ainda não está resolvido. As fronteiras fechadas com a Turquia e o Azerbaijão tem devastado a economia do país, pois a Arménia depende de outras formas de energia e de matérias-primas. Estradas através da Geórgia e Irão são inadequadas e insuficientes. OPIB cresceu cerca de 60% de 1989 até 1993. A moeda nacional corrente, oDram, sofreu umahiperinflação nos primeiros anos de sua introdução. Todavia, o governo fez reformas económicas abrangentes que diminuíram os dramáticos níveis de inflação e estabilizou o crescimento. Ocessar-fogo naGuerra do Alto Carabaque em 1994 ajudou a recuperar a economia. A Arménia vem tendo um forte crescimento desde 1995, construindo uma reviravolta que começou no ano anterior, fazendo a inflação ficar em níveis insignificantes nos últimos anos. Novos setores, como o depedras preciosas ejoalheria,tecnologia de informação,tecnologia de comunicação e também oturismo estão começando a substituir os tradicionais setores económicos do país, como aagricultura.
No ano escolar de 1988 e 1989, cerca de 301 alunos por cada 10 000 habitantes frequentavam oensino secundário ousuperior especializado, um número ligeiramente inferior à média soviética. Em 1989, aproximadamente 58% dos arménios com mais de quinze anos tinham concluído o ensino médio e 14% tinham um curso superior. No ano escolar de 1990/1991, estimava-se que existiam 1 307 escolasprimárias e secundárias, frequentadas por 608 800 alunos. Outras 70 instituições secundárias especializadas tinham 45 900 matrículas de alunos e outros 68 400 alunos estavam matriculados em 10 instituições de ensino pós-secundárias, que incluíamuniversidades. Dados da mesma altura também indicam que 35% das crianças em idade escolar frequentavam oensino pré-primário, número abaixo da média europeia.[71]
O ensino superior do país é gratuito, embora instituições privadas também possam oferecê-lo. Em 1992, a maior instituição de ensino superior da Arménia, aUniversidade Estatal de Erevã, possuía dezoito departamentos, incluindociências sociais,ciências edireito. O seu corpo docente contava com cerca de 1 300 professores e a sua população estudantil era de cerca de 10 000 alunos. AUniversidade Estadual de Engenharia da Arménia, fundada em 1933, também é uma das principais do país.[71] Em 2014, o Programa Nacional de Excelência Educacional investiu na criação de um programa educacional alternativo, internacionalmente competitivo e academicamente rigoroso (oAraratian Baccalaureate) para escolas arménias, aumentando a importância e o status do papel do professor na sociedade.[72][73]
Desde a independência, a Arménia vem desenvolvendo sua rede interna de rodovias. O "Programa de Investimento no Corredor Rodoviário Norte-Sul" é um grande projeto de infraestrutura que visa conectar a fronteira sul da Arménia com o norte por meio de uma rodovia Melri-Erevã-Bavra de 556 km de extensão. É um grande projeto de infraestrutura de 1 500 milhões dedólares, financiado peloBanco Asiático de Desenvolvimento,Banco Europeu de Investimentos eBanco de Desenvolvimento da Eurásia. Quando concluída, a rodovia fornecerá acesso aos países europeus através domar Negro. Ele também poderá eventualmente interconectar os portos do mar Negro da Geórgia com os principais portos doIrão, posicionando a Arménia num corredor de transporte estratégico entre a Europa e a Ásia.[74][75] A Arménia está à procura de novos empréstimos daChina, como parte da iniciativaNova Rota da Seda, para concluir a rodovia norte-sul.[76]
O transporte aéreo é o meio mais conveniente e confortável para entrar no país. Em 2020, 11 aeroportos operavam na Arménia, no entanto, apenas oAeroporto Internacional de Zvartnots, em Erevã, e oAeroporto Internacional de Xiraque, em Guiumri, estavam em uso para a aviação comercial. Há muitas conexões aéreas entre Erevã e outras cidades regionais e europeias, bem como conexões diárias para a maioria das principais cidades daComunidade dos Estados Independentes (CEI).[77] As estatísticas mostram que o número de turistas que chegam ao país por transporte aéreo aumenta a cada ano.[78] Em dezembro de 2019, o fluxo anual de passageiros ultrapassou 3 milhões de pessoas pela primeira vez na história da Arménia.[79]
A maioria das linhas ferroviárias transfronteiriças estão atualmente fechadas devido a problemas políticos.[80] No entanto, hácomboios diários de ida e volta que ligamTiblíssi, naGeórgia, à capital arménia,Erevã. Partindo da estação ferroviária de Erevã, os comboios fazem conexão com Tiblíssi eBatumi. Da vizinha Geórgia, os comboios partem para Erevã da estação ferroviária de Tiblíssi.[81] Novos comboios elétricos conectam passageiros de Erevã à segunda maior cidade do país,Guiumri. Os novos comboios funcionam quatro vezes por dia e a viagem leva aproximadamente duas horas.[74] A capital também é servida por umsistema de metropolitano. Foi lançado em 1981 e, como a maioria dos antigos metros soviéticos, as suas estações são muito profundas (20 a 70 metros de profundidade) e primorosamente decoradas com motivos nacionais. O metro opera numa linha de 13,4 quilómetros e atualmente serve 10 estações ativas. Em 2017, o número de passageiros anual do metro era de 16,2 milhões.[82]
Após um declínio significativo nas décadas anteriores, as taxas brutas denatalidade no país permaneceram em quase constantes 13,0–14,2 por 1000 pessoas nos anos 1998–2015.[83] No mesmo período, a taxa bruta demortalidade foi de 8,6 para 9,3 por 1000 pessoas.[84] Observe que as taxas brutas não são ajustadas por idade. Aexpectativa de vida ao nascer de 74,8 anos era a 4ª maior entre ospaíses pós-URSS em 2014.[85]
Na época da independência, em 1991, já não havia vestígios das tradições de saúde pré-soviéticas. O sistema de saúde soviético era altamente centralizado e a toda a população era garantida assistência médica gratuita, independentemente da classe social, com acesso a uma ampla gama de cuidados secundários e terciários. Após a independência, no entanto, a Arménia não estava em posição de continuar a financiar o sistema de saúde. Os hospitais que antes prestavam contas à administração local e, em última análise, ao Ministério da Saúde são agora autônomos e cada vez mais responsáveis por seus próprios orçamentos e gestão.[86]
Em 2009, mais de 50% do orçamento nacional de saúde foi gasto em hospitais. Ao nível da comunidade local, o sistema era fraco e frequentemente inexistente nas áreas rurais.[87] Em 2015, os gastos correntes com saúde como porcentagem do PIB alcançaram 10,1%, enquanto 81,6% de todos os gastos com saúde foram pagos do próprio bolso, ambos os valores registram um pico desde que os dados foram disponibilizados no ano 2000.[88]
A Galeria Nacional de Arte deErevã possui mais de 16 mil obras que datam desde aIdade Média. O Museu de Arte Moderna, a Galeria de Imagens Infantis e o MuseuMartiros Saryan reúnem notáveis acervos. Contudo, muitas coleções particulares estão em operação, abertas o ano todo. Elas promovem exposições rotativas e vendas de obras de arte. AOrquestra Filarmônica da Arménia se apresenta na recondicionadaCasa de Ópera de Erevã. Além disso, várias câmaras estão disponíveis para o aprendizado damúsica, como aOrquestra de Câmara Nacional da Arménia e a Orquestra Serenade. Amúsica clássica pode ser ouvida em vários pequenos locais, incluindo oConservatório Estadual de Música de Eerevã e o Hall da Orquestra de Câmara. Ojazz é popular, especialmente noVerão, quando performances ao vivo acontecem frequentemente nos cafés e bares da cidade.
Em Erevã um mercado dearte eartesanato fecha a Praça da República com um alvoroço de centenas de mercadores vendendo uma grande variedade de artesanatos aos finais de semana e às quartas-feiras, embora com o horário reduzido ao meio-dia. O mercado oferece antiguidades, rendas finas e tapetes feitos à mão que são a especialidade do Cáucaso. Aobsidiana é achada facilmente e é matéria-prima para os artesãos do país fazerem chaveiros, crucifixos, placas, objetos ornamentais, bijuterias, etc. Aourivesaria arménia é muito tradicional e ocupa uma esquina no mercado, com itens deouro para serem negociados. Relíquias soviéticas esouvenirs manufaturados daRússia — bonecas, relógios, caixas esmaltes também estão disponíveis no mercado. Do outro lado daOpera House, um popular mercado de arte fecha o parque da cidade aos fins de semana. A longa história arménia, como no tempo dasCruzadas no mundo antigo, resultaram em paisagens com muitos sítiosarqueológicos a serem explorados. Sítios da Idade Média,Idade do Ferro,Idade do Bronze e até aIdade da Pedra estão há poucas horas do centro da cidade. Porém, a mais espetacular experiência é poder visitar Igrejas e fortalezas como eram originalmente.
Kebab (քեբաբ) de frango arménio,esfiha (լահմաջուն;lahmadjun), charuto de folha de uva (թփով տոլմա;thpov tolma), arroz (բրինձ;brindz) ebaklava (բակլավա)
Dada a geografia e a história do país, a culinária arménia é uma das representantes damediterrânica ecaucasiana, com fortes influências daEuropa Oriental e doOriente Médio e, em menor escala, dosBálcãs. Os arménios têm influenciado as tradições culinárias de seus países vizinhos ou cidades, comoAlepo.[89] A culinária arménia caracteriza-se pelos recheios,purés e coberturas na preparação de um grande número decarnes,peixes elegumes.[90]
Na Arménia jogam-se vários tipos dedesportos, entre os que se destacam estão aluta livre, olevantamento de peso, ojudo, ofutebol, oxadrez e oboxe.[91] O relevo da Arménia é bastante montanhoso, o que facilita a prática de desportos comoesqui e o alpinismo sejam praticados massivamente. Uma vez que é um país semlitoral, os desportos aquáticos somente podem ser praticados em lagos, especialmente nolago Sevã. Competitivamente, a Arménia tem tido êxito emhalterofilia e luta livre.
A Arménia, sem embargo é uma autêntica potência mundial emxadrez. NaOlimpíada de Xadrez de 2006, celebrada emTurim, a equipe masculina foi campeã e a equipe feminina ficou em sétimo lugar.Levon Aronian é o principal jogador de xadrez da Arménia.
O maior estádio do país é oEstádio Hrazdan localizado em Erevã.
↑«Arménia».ACN Brasil.o artigo 18 reconhece “a missão exclusiva da Igreja Apostólica Armênia como Igreja nacional na vida espiritual, desenvolvimento da cultura nacional e preservação da identidade nacional do povo da Arménia”
↑"A conversão da Arménia ao cristianismo foi provavelmente o passo crucial em sua história. (.) Que identifica a Arménia quase como a única nação cristã nesse período e a primeira a adotar oficialmente o cristianismo". (Nina Garsoïan (1997). ed. R.G. Hovannisian, ed.Armenian People from Ancient to Modern Times. 1, p.81. [S.l.]: Palgrave Macmillan).
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